EFEMÉRIDE
– Manitas de Plata, de seu verdadeiro nome Ricardo Baliardo,
guitarrista cigano francês, morreu em Montpellier no dia 5 de Novembro de 2014.
Nascera em Sète, em 7 de Agosto de 1921.
Veio
ao mundo numa caravana cigana, no sul de França. Tornou-se famoso por tocar
anualmente em Saintes-Maries-de-la-Mer, local de peregrinação cigana na
Camarga, sendo gravado ao vivo por Deben Bhattacharya.
Ficou
a dever a sua sobrevivência durante a Segunda Guerra Mundial ao facto de
ter estado escondido em Lunel, antes de ir para Paris, como protegido de Django
Reinhardt, um celebérrimo guitarrista igualmente de raça cigana.
Manitas
de Plata só concordou em tocar para o grande público dez anos após a morte de
Django Reinhardt (1953), que era – por unanimidade – considerado o rei dos
guitarristas ciganos da época.
Uma
das gravações de Manitas valeu-lhe uma carta escrita por Jean Cocteau,
aclamando-o como compositor. Após ouvi-lo tocar em Arles, em 1964, Pablo
Picasso exclamou: «Este homem tem maior valor do que eu» e começou a
desenhar na guitarra.
Manitas
de Plata ficou ainda mais famoso depois de uma exposição de fotografia no Museum
of Modern Art em Nova Iorque ,
organizada pelo seu amigo Lucien Clergue. Foi na capela de Arles, em França,
que fez a primeira gravação oficial, distribuída nos Estados Unidos pela Connoisseur
Society. Tratava-se de um álbum triplo, muito popular, que chamou a atenção
do público americano. Um empresário conseguiu que ele fizesse um concerto no Carnegie
Hall, em Nova Iorque ,
em Dezembro de 1965.
Ainda
em Nova Iorque ,
Manitas de Plata, que era analfabeto, representou a Europa na festa anual das Nações
Unidas. De notar que, também, não sabia ler uma nota de música.
Desde
1967, Manitas de Plata percorreu o mundo inteiro e gravou vários discos. Tocou
com Paco de Lucia e para a dançarina Nina Corti. Em 1968, actuou no Royal
Variety Performance em
Londres. Tocou na Alemanha, Itália, Nova Zelândia, Singapura
e Argélia, entre muitos outros países.
Vendeu,
ao longo da sua carreira, mais de 93 milhões de álbuns (83 discos diferentes).
Actuou em Outubro de 2012, como convidado surpresa, no Olympia em Paris. Tinha então
91 anos.
Em
Abril de 2013, sofreu uma crise cardíaca e foi hospitalizado em Montpellier. Em
Julho do mesmo ano, com 92 anos, declarou-se arruinado e
doente, lançando um apelo no jornal “La Dépêche du Midi”. Em Maio de 2014,
de cadeira de rodas, apareceu ainda na peregrinação de Saintes-Maries-de-la-Mer.
No mês seguinte, foi internado numa clínica, onde ficou durante cerca de um
mês. Em Agosto de 2014, ingressou num lar para reformados. Faleceu menos de
três meses depois.
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