EFEMÉRIDE
– Américo Alberto de Barros e Assis Boavida, médico e activista
político angolano, nasceu em Luanda no dia 20 de Novembro de 1923. Morreu
em Bundas, em 25 de Setembro de 1968.
Passou
a sua infância na Ingombota e frequentou o Liceu Salvador Correia. Em
1947, partiu para Portugal, onde se licenciou em Medicina, cinco anos
mais tarde, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Em
1953, em Lisboa, especializou-se em Medicina Tropical ,
no Instituto de Medicina Tropical de Lisboa, e em Saúde Pública ,
no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Em 1954, fez um
estágio em Ginecologia na Faculdade de Medicina da Universidade de
Barcelona, em Espanha.
Regressado
a Angola em 1955, começou a exercer medicina por conta própria, ficando
conhecido por receber no seu consultório pacientes de condição social
desfavorecida. Após nova passagem por Barcelona, em 1960, partiu para Paris
para um estágio de três meses na Clínica Ginecológica do reputado Hospital
Broca, ligado à Universidade de Paris.
Seduzido
pelas ideias nacionalistas, partiu para a capital da República da Guiné,
Conacri, para participar no primeiro Comité Director do Movimento Popular de
Libertação de Angola (MPLA), junto com Viriato da Cruz, Mário Pinto
de Andrade e Lúcio Lara, sendo escolhido para dirigir o Corpo Voluntário
Angolano de Assistência aos Refugiados que, em 1961, foi criado na então
Léopoldville, hoje Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
Em
1963 — profundamente abalado por uma grave crise no seio da direcção do MPLA
— abandonou Léopoldville fixando-se em Rabat, capital de Marrocos, onde residiu
durante quase três anos.
Como
médico, manteve uma intensa actividade profissional e de reflexão, escrevendo o
livro “Angola, cinco séculos de exploração portuguesa”. Em 1965, fez um
estágio no Instituto Checoslovaco de Aperfeiçoamento de Médicos, em
Praga, e – no ano seguinte – fez um curso de pós-graduação em Planeamento Familiar
em Estocolmo, onde participou como delegado ao 5.º Congresso Mundial sobre
Fertilidade e Esterilidade.
Regressando
a África em 1967, fixou-se em Brazzaville, capital da República do Congo.
Respondendo a um apelo lançado pela direcção do MPLA para a abertura da Frente
Leste na Guerra de Independência de Angola, Américo Boavida, acompanhado
pelo comandante José Mendes de Carvalho, mais conhecido como Hoji-ya-Henda,
deslocou-se para a nova frente de combate, onde desenvolveu uma extenuante
acção médico-sanitária em vastas regiões do Moxico e do Cuando-Cubango,
organizando os Serviços de Assistência Médica do MPLA.
Na
manhã do dia 25 de Setembro de 1968, Américo Boavida foi vitimado por um
bombardeamento aéreo do exército português à “Base Hanói II” do MPLA,
onde se encontrava, perto do rio Luati e da floresta de Cambule, no Moxico.
O
nome de Américo Boavida está hoje associado ao Hospital Universitário de
Luanda, em Rangel, e também à rua onde morava em Ingombota. A data do
seu falecimento foi escolhida para institucionalizar em Angola o “Dia
Nacional do Trabalhador da Saúde”.
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