domingo, 20 de novembro de 2016

20 DE NOVEMBRO - AMÉRICO BOAVIDA

EFEMÉRIDEAmérico Alberto de Barros e Assis Boavida, médico e activista político angolano, nasceu em Luanda no dia 20 de Novembro de 1923. Morreu em Bundas, em 25 de Setembro de 1968.
Passou a sua infância na Ingombota e frequentou o Liceu Salvador Correia. Em 1947, partiu para Portugal, onde se licenciou em Medicina, cinco anos mais tarde, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Em 1953, em Lisboa, especializou-se em Medicina Tropical, no Instituto de Medicina Tropical de Lisboa, e em Saúde Pública, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Em 1954, fez um estágio em Ginecologia na Faculdade de Medicina da Universidade de Barcelona, em Espanha.
Regressado a Angola em 1955, começou a exercer medicina por conta própria, ficando conhecido por receber no seu consultório pacientes de condição social desfavorecida. Após nova passagem por Barcelona, em 1960, partiu para Paris para um estágio de três meses na Clínica Ginecológica do reputado Hospital Broca, ligado à Universidade de Paris.
Seduzido pelas ideias nacionalistas, partiu para a capital da República da Guiné, Conacri, para participar no primeiro Comité Director do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), junto com Viriato da Cruz, Mário Pinto de Andrade e Lúcio Lara, sendo escolhido para dirigir o Corpo Voluntário Angolano de Assistência aos Refugiados que, em 1961, foi criado na então Léopoldville, hoje Kinshasa, capital da República Democrática do Congo.
Em 1963 — profundamente abalado por uma grave crise no seio da direcção do MPLA — abandonou Léopoldville fixando-se em Rabat, capital de Marrocos, onde residiu durante quase três anos.
Como médico, manteve uma intensa actividade profissional e de reflexão, escrevendo o livro “Angola, cinco séculos de exploração portuguesa”. Em 1965, fez um estágio no Instituto Checoslovaco de Aperfeiçoamento de Médicos, em Praga, e – no ano seguinte – fez um curso de pós-graduação em Planeamento Familiar em Estocolmo, onde participou como delegado ao 5.º Congresso Mundial sobre Fertilidade e Esterilidade.
Regressando a África em 1967, fixou-se em Brazzaville, capital da República do Congo. Respondendo a um apelo lançado pela direcção do MPLA para a abertura da Frente Leste na Guerra de Independência de Angola, Américo Boavida, acompanhado pelo comandante José Mendes de Carvalho, mais conhecido como Hoji-ya-Henda, deslocou-se para a nova frente de combate, onde desenvolveu uma extenuante acção médico-sanitária em vastas regiões do Moxico e do Cuando-Cubango, organizando os Serviços de Assistência Médica do MPLA.
Na manhã do dia 25 de Setembro de 1968, Américo Boavida foi vitimado por um bombardeamento aéreo do exército português à “Base Hanói II” do MPLA, onde se encontrava, perto do rio Luati e da floresta de Cambule, no Moxico.
O nome de Américo Boavida está hoje associado ao Hospital Universitário de Luanda, em Rangel, e também à rua onde morava em Ingombota. A data do seu falecimento foi escolhida para institucionalizar em Angola o “Dia Nacional do Trabalhador da Saúde”.

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