EFEMÉRIDE
– Manuel Scorza, poeta, romancista e activista político peruano, morreu em
Madrid no dia 27 de Novembro de 1983. Nascera em Lima, em 9 de Setembro de
1928. Escritor da geração de 1950, pertencia ao Indigenismo ou Neoindigenismo
peruano, em conjunto com os seus companheiros Ciro Alegría e José María
Arguedas.
Scorza
nasceu de pai camponês e mãe índia. Mestiço, como 45% da população peruana,
passou toda a sua infância em Acoria, um vilarejo dos Andes centrais. Após os
primeiros estudos em escolas públicas, obteve uma bolsa que lhe permitiu voltar
a Lima, sua terra natal. Estudou no Colégio Militar Leoncio Prado. Em
1945, entrou para a Universidade Nacional Mayor de San Marcos e iniciou
um período febril de actividade política.
Scorza
escrevia versos desde os 16 anos e aderiu às ideias oposicionistas em 1948, quando
foi implementada a ditadura de Manuel Odría. Embora sem ter assinado artigos
políticos, Scorza foi preso e forçado a deixar o país, exilando-se no México,
onde viveu durante 7 anos e completou os estudos em Literatura, numa
universidade local. Viveu depois no Chile e no Brasil e fixou-se finalmente em
Paris, onde conseguiu um trabalho de certo prestígio como leitor de Espanhol
na Escola Normal Superior de Saint-Cloud.
Muitos
dos poemas que compõem o seu primeiro livro, “As maldições” (1955), são
o resultado do desespero em que estava imerso. Não voltou ao Peru até ao fim da
ditadura, dez anos mais tarde.
Na
origem da sua carreira de romancista está uma revolta camponesa em 1960,
ocorrida nos Andes centrais do Peru, envolvendo interesses económicos de uma
companhia mineira norte-americana, que tentava expulsar os lavradores das suas
terras.
Em
1981, Scorza foi o primeiro numa lista de escritores de renome internacional
que o jornal “Il Mattino” convidou para ir a Nápoles, com a finalidade de
escrever uma série de artigos sobre esta cidade que, depois de um segundo terramoto,
começara a ressurgir em 1980.
Em
1983, depois de ter lançado o romance “A dança imóvel", o Boeing
747 da companhia Avianca, que voava de Paris para Bogotá, tendo a
bordo Manuel Scorza e outros intelectuais que iam participar numa conferência
destinada a fazer um balanço da cultura latino-americana, caiu numa colina quando
fazia a aproximação ao aeroporto de Madrid. Manuel Scorza desaparecia assim, aos
55 anos. Algumas das suas obras foram traduzidas e publicadas em cerca de 40 países.
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