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terça-feira, 31 de janeiro de 2017
31 DE JANEIRO - HENRI DESGRANGE
EFEMÉRIDE
– Henri Antoine Desgrange, ciclista, director e jornalista desportivo
francês, nasceu em Paris no dia 31 de Janeiro de 1865. Morreu em
Beauvallon, em 16 de Agosto de 1940.
Bateu
doze recordes mundiais de ciclismo, incluindo o da hora em pista com
35,325 km (Maio de 1893). Henri Desgrange foi também o primeiro organizador do Tour
de France.
Henri
Antoine estudou no Liceu Rollin e obteve o bacharelato com um ano de
avanço. Licenciou-se em Direito aos 20 anos. Começou a sua vida
profissional trabalhando num notário. Exerceu depois a advocacia, mas decidiu
dedicar-se ao desporto, tanto ao nível da sua prática como também ao de organizador
e dirigente. Em 1894, foi contratado como director desportivo pelo construtor
de automóveis Adolphe Clément-Bayard.
Publicou dois ensaios : “La Tête
et les jambes” (1894) e “Alphonse Marcaux” (1899). Como
jornalista, colaborou em diversas revistas: “La Bicyclette”, “Paris-Vélo”
e “Le Journal de sports”.
Em
1900, foi nomeado director e chefe de redacção de um novo diário desportivo, “L'Auto-Vélo”,
que seria rebaptizado “L'Auto” três anos mais tarde.
Empresário,
tornara-se também director do Velódromo do Parque dos Príncipes em 1897
e do Velódromo de Inverno em 1903. Em 1907, financiou o lançamento do
diário cultural “Comœdia”.
Em
1917, com 52 anos, alistou-se para participar na Primeira Guerra Mundial.
Continuou sempre a praticar desporto, sendo fundista em marcha e corredor de cross-country.
Organizou
a primeira Volta a França e, até 1939, continuou a ser o seu organizador.
A realização da prova foi então interrompida em virtude da Segunda Guerra
Mundial.
Um
monumento em sua memória foi erigido, por subscrição, em Galibier. O Prémio
Henri Desgrange recompensa todos os anos, na Volta à França, o primeiro
ciclista a passar no topo do cume de Galibier ou no cume mais alto da corrida
se aquele não fizer parte do itinerário.
Outro
Prémio Henri Desgrange é igualmente atribuído ao jornalista ou artista
francês que melhor tenha servido, no exercício da sua profissão, a causa
desportiva.
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
30 DE JANEIRO - GENE HACKMAN
EFEMÉRIDE
– Eugene “Gene” Allen Hackman, actor norte-americano, nasceu em San Bernardino no
dia 30 de Janeiro de 1930. Foi nomeado cinco vezes para os Oscars,
tendo ganho dois, um de Melhor Actor Principal e outro de Melhor Actor
Coadjuvante.
Filho
de um jornalista que deixou a família quando ele tinha 13 anos de idade, Eugene
teve de conviver com o alcoolismo da mãe, que morreu vítima de um incêndio que
ela mesma provocara.
Deixou
a casa da mãe aos 16 anos para ingressar nos Marines, onde esteve três
anos. Quando saiu, foi estudar jornalismo na Universidade de Illinois.
No entanto, abandonou depois a faculdade e foi fazer um curso técnico de rádio.
Resolveu seguidamente tentar a carreira de actor e matriculou-se na Pasadena
Playhouse (Califórnia).
Em
1964, estreou-se na Broadway com a peça “Any Wednesday” e, no
mesmo ano, fez o filme “Lilith”, ao lado de Warren Beatty. A primeira
indicação para os Oscars veio em 1967, como actor coadjuvante, em “Bonnie
and Clyde”. Em 1970, foi indicado de novo com “Meu Pai, Um Estranho”.
O primeiro
Oscar (Melhor Actor) chegou em 1972, com o papel de detective, em
“French Connection” (1971). Para ele, no entanto, “Conversação
Secreta”, filme de Francis Ford Coppola, teria sido o seu melhor trabalho.
Na
década de 1990, Hackman teve alguns problemas cardíacos, mas nem com a
saúde debilitada parou de trabalhar e foi com o far-west “Os Impiedosos”,
dirigido por Clint Eastwood, que ganhou o segundo Oscar e também um Globo
de Ouro (1993).
Casou
duas vezes. Com a primeira esposa, uma caixa de banco, teve três filhos. Desde
1991, está casado com a pianista clássica Betsy Arakawa.
Gene
Hackman conquistou no total três Globos de Ouro e dois Bafta Awards.
Retirou-se de cena em 2004. Escreveu cinco romances, três em colaboração com o
arqueólogo submarino Daniel Lenihan.
domingo, 29 de janeiro de 2017
29 DE JANEIRO - COLLEEN MCCULLOUGH
EFEMÉRIDE
– Colleen McCullough, escritora australiana, morreu na ilha Norfolk no dia
29 de Janeiro de 2015. Nascera em Wellington, em 1 de Junho de 1937. É
conhecida sobretudo pelo seu romance “Os pássaros escondem-se para morrer”
(“The Thorn Birds”), escrito em 1977.
Era
filha de mãe neozelandesa e pai escocês. Durante a sua adolescência, a família
mudou-se para Sidney, onde ela estudou Medicina. No seguimento de uma
alergia que a tornava inapta para esta profissão, tornou-se especialista em Neurociências.
Trabalhou
em diferentes hospitais de Sidney, mudando-se para Londres em 1963,
prosseguindo a sua carreira. Em 1967, foi trabalhar para o serviço de Neurologia
da Yale Medical School em
New Haven , no Connecticut (Estados Unidos), onde foi professora
e continuou as suas pesquisas.
Para
melhorar a sua situação económica, lançou-se na pintura e na literatura.
Publicou “Tim”, em 1974, e “Os pássaros escondem-se para morrer”,
três anos depois. Com este último romance, alcançou fama mundial.
Voltou
a Inglaterra para prosseguir a carreira de cientista, mas a sua nova
notoriedade empurrou-a para a literatura em exclusividade. No
fim dos anos 1970, instalou-se com o marido na ilha Norfolk.
Colleen
McCullough foi autora de vários livros com temas históricos e sentimentais.
Entre 1990 e 2007, publicou a série “Os Mestres de Roma”, romances consagrados
à história da república romana.
Em
2006, tentou os romances policiais e escreveu cinco em que a protagonista comum
era a inspectora Carmine Delmonico.
Morreu
aos 77 anos. Era membro da Academia das Ciências de Nova Iorque. Duas
das suas obras foram adaptadas ao cinema (1979 e 1985) e três à televisão (duas
mini-séries e um telefilme). Foi galardoada com o oficialato da Ordem da
Austrália.
sábado, 28 de janeiro de 2017
28 DE JANEIRO - ISMAIL KADARE
EFEMÉRIDE
– Ismail Kadare, escritor albanês, nasceu em Gjirokastër no dia 28 de
Janeiro de 1936. Filho de um funcionário público, presenciou a devastação
da Albânia pelas tropas que se digladiaram durante a Segunda Guerra Mundial,
experiência que deixou marcas na sua vida e na sua obra.
Estudou
História e Filologia na Universidade de Tirana e no Instituto
Gorky de Literatura em
Moscovo. Em 1960, a ruptura da Albânia com a União Soviética
obrigou-o a volta à Albânia, onde iniciou a carreira de jornalista. Tinha,
aliás, começado a escrever muito jovem, em meados dos anos 1950, mas sobretudo
poesia.
Em
1963, a publicação do seu primeiro romance, “O General da Armada Morta”,
trouxe-lhe popularidade, primeiro na Albânia e depois no estrangeiro, graças à respectiva
tradução em francês. As
obras seguintes passaram a ser vendidas no mundo inteiro e foram traduzidas em
mais de 30 línguas.
Sentindo-se
ameaçado pelo regime albanês, exilou-se em França em Outubro de 1990. Actualmente,
reparte a sua vida entre os dois países.
Tem
ganho muitos prémios literários e foi nomeado diversas vezes para o Prémio
Nobel de Literatura, aparecendo na lista dos favoritos. Em 1992, recebeu o Prémio
Mundial Cino del Duca e, em 2005, o Prémio Internacional Man Booker.
Em 2009, foi galardoado com o Prémio Príncipe de Astúrias das Letras e,
em 2015, com o Prémio Jerusalém.
As
opiniões divergem sobre se Kadare foi um dissidente ou um conformista durante o
período comunista da Albânia. Em diversas ocasiões, Kadare refutou a ideia de
ter sido dissidente. Argumentos podem ser esgrimidos em ambos os sentidos. A
verdade é que ele era um escritor tolerado e foi mesmo deputado (1972/82) do
regime de Enver Hoxha.
A
sua obra, composta por novelas, romances, ensaios, poesia e peças de teatro, é
reconhecida pelo público e pela crítica como uma trave mestra da literatura
contemporânea.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
27 DE JANEIRO - CLAUDIO GUILLÉN
EFEMÉRIDE
– Claudio Guillén Cahen, escritor espanhol, morreu em Madrid no dia
27 de Janeiro de 2007. Nascera em Paris, em 2 de Setembro de 1924.
Era
filho do poeta Jorge Guillén, membro destacado da Geração de 27 que,
devido à Guerra Civil Espanhola, se exilou – juntamente com a família – nos
Estados Unidos. Cláudio estudou em Sevilha, em Paris e nos EUA.
Durante
a Segunda Guerra Mundial, alistou-se como voluntário nas forças do
general De Gaulle.
Foi professor
catedrático das Universidades de San Diego (1965/76), Princeton e
Harvard (1978/85).
Em
1982, regressou a Espanha e, nesse mesmo ano, foi nomeado catedrático
extraordinário de Literatura Comparada na Universidade Autónoma de
Barcelona.
Em
2002, Claudio Guillén ingressou na Real Academia Española. Faleceu em
Madrid no dia 27 de Janeiro de 2007, com 82 anos de idade.
Entre
os prémios que recebeu, saliente-se o Prémio Nacional de Ensaio
(Espanha) em 1999 e o Prémio Internacional de Ensaio ‘Caballero Bonald’
em 2005.
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
26 DE JANEIRO - FERNANDO AMARAL
EFEMÉRIDE
– Fernando Monteiro do Amaral, político português, morreu em Lamego
no dia 26 de Janeiro de 2009. Nascera na mesma cidade em 13 de Janeiro de
1925.
Era
licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de
Lisboa, exercendo a advocacia. Foi vereador e presidente da Câmara
Municipal de Lamego.
Foi deputado
à Assembleia Constituinte em 1975/76 e à Assembleia da República, em 1976/80,
pelo Partido Social Democrata.
Exerceu
o cargo de ministro da Administração Interna no VII Governo Constitucional e,
mais tarde, o cargo de ministro-adjunto do primeiro-ministro Francisco Pinto
Balsemão no VIII Governo Constitucional.
Foi
eleito vice-presidente da Assembleia da República, de Junho de 1983 a Outubro
de 1984, e o 7º presidente da Assembleia da República, de Outubro de 1984 a
Agosto de 1987. Foi também designado, por inerência, membro do Conselho de
Estado, na qualidade de presidente da Assembleia da República, durante o mesmo
período.
De
1987 a 1989, foi igualmente membro da Assembleia Parlamentar do Conselho da
Europa, da qual se tornou vice-presidente.
Foi provedor
da Santa Casa da Misericórdia de Lamego. Foi condecorado com a Grã-Cruz
da Ordem Militar de Cristo de Portugal e com a Grã-Cruz da Ordem do
Libertador da Venezuela, ambas em 1987.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
25 DE JANEIRO - ANTÓNIO SEBASTIÃO VALENTE
EFEMÉRIDE
– António Sebastião Valente, arcebispo católico e administrador colonial
português, primeiro patriarca das Índias Orientais, morreu em Goa no dia 25 de
Janeiro de 1908. Nascera em
El Puerto de Santa María, província de Cádis (Espanha), em 20
de Janeiro de 1846.
Os
pais eram naturais de Mértola. Frequentou a instrução primária em Beja,
formou-se em Coimbra e leccionou nos Seminários de Viseu e Santarém.
Foi ordenado diácono em Setembro de 1871 e padre em Maio de 1872.
Em Setembro
de 1881, foi sagrado arcebispo de Goa e primaz do Oriente pelo cardeal Gaetano
Aloisi Masella.
Em
1886, com a elevação da Arquidiocese goesa à dignidade honorífica de
Patriarcado das Índias Orientais, tornou-se o primeiro patriarca do Oriente. Exerceu,
para além disso e por várias vezes, as funções de presidente do Conselho de
Governo do Estado Português da Índia (1886, 1889, 1892, 1894, 1897 e 1905).
Faleceu no exercício do patriarcado, aos 62 anos de idade.
terça-feira, 24 de janeiro de 2017
24 DE JANEIRO - MARIA DELLA COSTA
EFEMÉRIDE
– Gentile Maria Marchioro Della Costa Polloni, actriz
brasileira, morreu no Rio de Janeiro em 24 de Janeiro de 2015. Nascera em Flores
da Cunha, Rio Grande do Sul, no dia 1 de Janeiro de 1926.
Estreou-se
no palco, como show-girl, no Casino Copacabana. Em 1944,
iniciou-se no teatro com “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo. Em
seguida, veio para Portugal, estudar arte dramática com a actriz Palmira
Bastos, no Conservatório de Lisboa.
De
volta ao Brasil, passou a fazer parte do grupo Os Comediantes,
participando em espectáculos como “Rainha Morta” de Henry de Montherlant,
“Terras do Sem-Fim” de Jorge Amado, “Vestido de Noiva” de Nelson
Rodrigues e “Não Sou Eu” de Edgard da Rocha Miranda.
Fundou
em 1948 (juntamente com o marido, o também actor Sandro Polloni) o Teatro
Popular de Arte, estreando depois a peça “Anjo Negro” de Nelson
Rodrigues, no Teatro Fénix (Rio de Janeiro).
Em
1954, inaugurou a sua própria casa de espectáculos, o Teatro Maria Della
Costa, no bairro da Bela Vista em São Paulo , projectado por Oscar Niemeyer e Lúcio
Costa. Sandro Polloni, à frente da casa, criou um repertório considerado dos
melhores de sempre do teatro brasileiro. Montagens como “Tobacco Road”
de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948), “Prostituta Respeitosa” de
Jean-Paul Sartre (1948), “Com a Pulga Atrás da Orelha” de Feydeau
(1955), “A Moratória” de Jorge Andrade (1955), “Rosa Tatuada” de
Tennessee Williams (1956) e “A Alma Boa de Setsuan” de Bertolt Brecht
(1958), marcaram esta fase.
A sua
Companhia fez seguidamente uma excursão pela Europa e, em 1963, lotaram – durante
45 dias – diversas casas de espectáculos em Buenos Aires. Ao
visitar Nova Iorque, conheceu o autor Arthur Miller e dele trouxe, para
comemorar os dez anos do seu teatro (1964), a famosa peça “Depois da Queda”,
dirigida por Flávio Rangel. Com este mesmo director, fez também os espectáculos
“Homens de Papel” de Plínio Marcos (1967) e “Tudo no Jardim” de
Edward Albee (1968), entre outros.
No
cinema, actuou em diversos filmes: “O Cavalo 13” (1946) e “O Malandro
e a Grã-fina” (1947), ambos realizados por Luiz de Barros; “Inocência”
(1949); “Caminhos do Sul” (1949); e “Moral em Concordata” (1959).
Foi dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no premiado “Areião”
(1952), produção da Maristela Filmes.
Na televisão,
teve pouca participação: fez a novela “Beto Rockfeller” na TV Tupi,
em 1968, e – na TV Globo – actuou em “Estúpido Cupido” (1976) e “Te
contei?” (1978).
Em
2002, Maria Della Costa foi homenageada pelo Ministério da Cultura Brasileiro com
a Ordem do Mérito Cultural.
Nos seus
últimos anos de vida, residiu no município fluminense de Parati, onde administrava o seu próprio hotel.
Faleceu aos 89 anos, vítima de edema pulmonar agudo.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2017
23 DE JANEIRO - CAMILLA COLLETT
EFEMÉRIDE
– Camilla (Wergeland) Collett, romancista norueguesa, geralmente
descrita como a primeira feminista da Noruega, nasceu em Kristiansand no dia 23
de Janeiro de 1813. Morreu em Kristiania, actual cidade de Oslo, em 6 de Março
de 1895. Era a irmã mais nova do poeta Henrik Wergeland e é reconhecida como
das primeiras autoras a contribuir para o Realismo na literatura
norueguesa.
Camilla,
pertencente à grande burguesia de Kristiania, defendeu a emancipação das
mulheres, deixando alguns escritos que constituem uma bíblia do feminismo
burguês.
Filha
de um pastor, Camilla começou por ser uma rapariga bem educada que observava e
seguia os irmãos mais velhos. O pai tinha sido chamado a desempenhar – em 1814 –
um papel importante no turbilhão da política norueguesa causado pelo tratado de
Kiel e pela rivalidade entre a Suécia e a Dinamarca.
Para
melhorar uma educação já bastante esmerada, Camilla foi enviada em 1827 para
uma instituição interna de raparigas em Christianfeldt, onde estudou alemão e
literatura europeia. Em 1830, regressou a Kristiania.
Com
17 anos, Camilla assistiu ao início da carreira literária do irmão Henrik, viu
o casamento infeliz da irmã e apaixonou-se por um jovem poeta (Johan Sebastian
Welhaven) originário de uma família burguesa arruinada. Johan preferiu, no
entanto, dedicar-se apenas à vida literária. O pai de Camilla incitou-a, então,
a viajar pela Europa. A jovem habituou-se a viajar desde 1834 e, nos anos 1860,
passaria mesmo mais tempo nas capitais europeias do que na Escandinávia.
Livre
na sua vida, mas sentindo-se revoltada constantemente pela dominação masculina,
viveu dos recursos familiares e habitou a casa do pai até ao casamento com o
jurista Jonas Collett em 1841. O casal teve quatro filhos e Jonas faleceu em
1851.
Camilla,
que escrevia um diário desde a adolescência e tinha os meios de se dedicar à
literatura, lançou-se na elaboração de pequenas novelas, sublimando a sua vida
pessoal e inspirando-se na vida sentimental descrita nos seus diários íntimos. Uma
recolha destas primeiras novelas foi publicada em 1860.
Em
1854/55, escreveu o seu primeiro romance psicológico, “As filhas do prefeito”,
onde aborda o papel do amor e disseca o direito das mulheres a disporem das
suas vidas e dos seus sentimentos.
Escreveu
mais novelas e romances entre 1861 e 1885. Postumamente, em 1912/13, foram
publicadas todas as suas obras (“Samlede voerker”).
domingo, 22 de janeiro de 2017
22 DE JANEIRO - STEVE PERRY
EFEMÉRIDE
– Steve Perry, de seu verdadeiro nome Stephen Ray Perry, cantor e
compositor musical norte-americano, nasceu em Hanford (Califórnia) em 22 de Janeiro
de 1949. Foi vocalista da banda Journey de 1977 até 1996.
Steve,
que tem ascendência portuguesa (os pais são dos Açores), tem sido muito
elogiado e aclamado por ser um compositor, cantor e entertainer completo.
Aos
18 anos, mudou-se para Los Angeles correndo atrás do seu sonho de ser cantor. Começou
por trabalhar como técnico de som e tocou em várias bandas locais como The
Sullies e Ice and Pieces.
Em
1977, uma gravação privada da sua banda Alien Project chegou às mãos do
manager Herbert, que procurava justamente um vocalista para o grupo Journey.
A banda Alien Project foi entretanto dissolvida, quando um dos seus
integrantes faleceu num acidente de automóvel. Herbert contactou então Steve e,
em meados de 1977, ele tornou-se o vocalista dos Journey.
Passou
a ser conhecido por “The Voice” (como Frank Sinatra, Whitney Houston e
outros) pelos fãs, críticos e colegas, em virtude da sua voz forte, melodiosa e
capaz de atingir notas altas com grande facilidade. Steve toca também guitarra,
piano e bateria.
Entre
1977 e 1996, gravou vários álbuns com os Journey. Em 1985, participou num
disco de apoio a artistas africanos (United Support of Artists for África),
juntamente com um grupo de 44 artistas americanos, dirigido por Harry
Belafonte, Kenny Rogers, Michael Jackson e Lionel Richie. “We Are The World”
vendeu cerca de oito milhões de discos e recebeu o Grammy Award de
canção do ano. Continua a ser a gravação de carácter humanitário mais vendida
de todos os tempos.
Em
1996, Steve Perry deixou os Journey por não poder fazer uma tournée por
razões de saúde. Em 1998, reapareceu em duas canções, na banda sonora do filme
“Quest of Camelot”, ao lado de Bryan White. Desde aí, passou a ser
produtor e a assinar diversas composições musicais e bandas sonoras para cinema.
sábado, 21 de janeiro de 2017
21 DE JANEIRO - KONRAD BLOCH
EFEMÉRIDE
– Konrad Emil Bloch, bioquímico alemão, nasceu em Neisse no dia 21 de
Janeiro de 1912. Morreu em Lexington, Massachusetts, em 15 de Outubro de
2000, vítima de insuficiência cardíaca. Foi agraciado com o Prémio Nobel de
Fisiologia ou Medicina em 1964.
Estudou
Química Orgânica na Universidade Técnica de Munique. Em 1934,
devido às perseguições aos judeus levadas a cabo pelos nazis, fugiu para o Instituto
de Investigação Suíço em Davos, antes de se mudar para os Estados Unidos,
em 1936. Adquiriu a nacionalidade norte-americana em 1944.
Nos
Estados Unidos, frequentou a Universidade de Columbia e completou um
doutoramento em Bioquímica em 1938. Deu aulas na mesma universidade
entre 1939 e 1946, assim como nas Universidades de Chicago e de Harvard.
Nesta última, leccionou até 1982, ano em que se reformou.
Em
1964, partilhou com Feodor Lynen, o Nobel de Fisiologia ou Medicina, por
descobertas relativas aos mecanismos da síntese do colesterol. Os dois
cientistas, independentemente, contribuíram para o conhecimento do mecanismo
intermediário da gordura e dos lípidos, o que foi decisivo no estudo das
doenças circulatórias e, posteriormente, no tratamento da arteriosclerose.
K.
Bloch foi também um dos primeiros cientistas a ter descoberto o papel
importante do colesterol na formação das hormonas sexuais, descoberta que abriu
o caminho à biossíntese de esteróides activos.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2017
20 DE JANEIRO - NUNO TEOTÓNIO PEREIRA
EFEMÉRIDE
– Nuno Teotónio Pereira, arquitecto português, morreu em Lisboa no dia 20 de
Janeiro de 2016. Nascera na mesma cidade em 30 de Janeiro de 1922.
Formou-se
em Arquitectura, com 18 valores, na Escola Superior de Belas-Artes de
Lisboa (1949). Colaborou no atelier do arquitecto Carlos Ramos, entre 1940
e 1943. Ainda antes de concluir o curso, participou – em 1948 – no 1º
Congresso Nacional de Arquitectura, como arquitecto estagiário.
Fez –
com Costa Martins – a comunicação “Habitação Económica e Reajustamento
Social”. Fundou – em 1952 – o Movimento para a Renovação da Arte
Religiosa.
Entre
1948 e 1972, foi consultor de Habitações Económicas na Federação das
Caixas de Previdência, tendo realizado o primeiro concurso para habitações
de renda controlada. A nível internacional, foi o primeiro delegado português
ao Comité do Habitat da União Internacional dos Arquitectos (Bucareste,
1966). Foi presidente do conselho directivo nacional da A.A.P. nos
mandatos 1984/86 e 1987/89.
Ao
longo da sua carreira, conquistou vários prémios de arquitectura: Prémio da
I Exposição Gulbenkian 1955, com o Bloco das Águas Livres; 2.º
Prémio Nacional de Arquitectura da Fundação Gulbenkian 1961; Prémio AICA
de 1985; e os Prémios Valmor de 1967, 1971 e 1975, respectivamente
com a Torre de Habitação nos Olivais Norte, o Edifício “Franjinhas” na Rua
Braamcamp e a Igreja do Sagrado Coração de Jesus (com Nuno Portas).
Recebeu
ainda: o Prémio I.N.H. de Promoção Municipal 1992, com o empreendimento
de 144 fogos em Laveiras, Oeiras; o Prémio Espiga de Ouro da Câmara
Municipal de Beja 1993; e o Prémio Municipal Eugénio dos Santos da CML,
1995.
Foi
membro honorário da Ordem dos Arquitectos desde Novembro de 1994 e Doutor
Honoris Causa pela Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto em
2003 e pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa em 2005.
Foi
agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade em Junho de 1995 e com a Grã-Cruz
da Ordem do Infante D. Henrique em Outubro de 2004. Recebeu a Medalha de
Ouro de Mérito Municipal de Lisboa.
Em
Abril de 2015, Nuno Teotónio Pereira foi distinguido com o Prémio
Universidade de Lisboa 2015, «pelo exercício brilhante na área da
Arquitectura e como figura ética».
Foi
uma das personalidades católicas que fizeram uma vigília na Capela do Rato, na
passagem de ano 1972/1973, assumindo posição contra as Guerra Coloniais
e a ditadura do Estado Novo, tendo sido preso.
Faleceu
na sua casa de Lisboa, após um longo período de doença e a poucos dias de
completar 94 anos de idade.
quinta-feira, 19 de janeiro de 2017
19 DE JANEIRO - JOÃO MÁRIO
EFEMÉRIDE
– João Mário Naval da Costa Eduardo, futebolista português, nasceu no
Porto em 19 de Janeiro de 1993. Representa actualmente o FC Inter de
Milão.
Iniciou-se
no FC Porto, onde esteve apenas dois anos. Com onze anos de idade, rumou
ao Sporting CP, onde fez toda a sua formação.
Com
inúmeras internacionalizações (23 na equipa principal), uma Taça de Portugal
conquistada em 2014/15 e uma Super Taça de Portugal (2015) a fazerem
parte do seu currículo, João Mário foi titular no plantel principal do Sporting
de 2012 a 2016. Esteve emprestado ao Vitória de Setúbal em 2014.
Em Agosto
de 2016, foi contratado pelo Inter de Milão por 40 milhões de euros, com
mais 5 milhões por objectivos. Tratou-se da segunda transferência mais cara de
um jogador luso a sair de Portugal, a seguir à transferência de Renato Sanches
do SL Benfica para o FC Bayern de Munique.
Foi
internacional português de Sub 17, Sub 18 e no Campeonato da
Europa de Sub 19, realizado na Lituânia em 2013. Neste último ano, disputou
ainda o Torneio de Toulon e a Taça do Mundo de Sub 20 que se realizou
na Turquia. Disputou em seguida o Europeu de Esperanças (2015), na
República Checa, em que
Portugal foi batido na final pela Suécia nas grandes
penalidades.
Estreou-se
pela Selecção Portuguesa principal em Outubro de 2014, numa partida
amistosa contra a França. Foi convocado para o Euro 2016, que Portugal
viria a conquistar. Em Agosto de 2016, foi feito Comendador da Ordem do
Mérito.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
18 DE JANEIRO - VASSILIS TSITSANIS
EFEMÉRIDE
– Vassilis Tsitsanis, compositor grego, nasceu em Trikala no dia 18 de Janeiro
de 1915. Morreu em Londres, em 18 de Janeiro de 1984. Tornou-se um dos
maiores compositores gregos do seu tempo e é amplamente reconhecido como um dos
fundadores do estilo musical denominado “rebético”. Escreveu mais de
quinhentas canções e ainda é lembrado como um dos maiores músicos gregos de
sempre.
Desde
muito jovem, Tsitsanis demonstrou grande interesse pela música e aprendeu a
tocar bandolim, violino e bouzouki, que foi o principal instrumento das
suas canções. Em 1936, foi para Atenas para estudar Direito e, em 1937,
fez a sua primeira gravação.
Em
1937, mudou-se para Salónica, onde prestou o serviço militar, permanecendo na
cidade durante vários anos, a parte final coincidindo com a ocupação da Grécia
pela Alemanha. Tornou-se famoso e, nesse período, escreveu muitas das suas
melhores canções, as quais só seriam gravadas no final da II Grande Guerra
Mundial. Até ao fecho da editora pelos alemães em 1941, Tsitsanis já tinha
gravado mais de 100 composições e tocado em muitas gravações de outros músicos.
Em
1946, Tsitsanis regressou a Atenas, recomeçando a gravar e continuando a compor.
Morreu no dia do seu sexagésimo nono aniversário, no Royal Brompton Hospital
em Londres, após cirurgia a um pulmão. Teve direito a funerais nacionais e
continua – hoje – a ser considerado uma lenda da música grega.
terça-feira, 17 de janeiro de 2017
17 DE JANEIRO - GREGORY CORSO
EFEMÉRIDE
- Gregory Nunzio Corso, poeta norte-americano, morreu em Minneapolis
no dia 17 de Janeiro de 2001. Nascera em Nova Iorque , em 26 de Março
de 1930. Ao lado de Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William Burroughs, ele foi um
dos quatro principais membros da Geração Beat.
A
mãe de Gregory tinha apenas dezasseis anos quando ele nasceu e, um ano depois,
abandonou a família e voltou para Itália. Corso viveu, assim, a maioria da sua
infância em orfanatos e casas de adopção. O pai casou-se quando ele tinha onze
anos e acabou por ficar com ele. Corso, no entanto, fugia repetidamente e foi mandado
para um internato masculino, do qual também se escapava.
A sua
adolescência complicada incluiu ainda vários meses na Tombs (Túmulos),
a prisão municipal de Nova Iorque, por causa de um rádio roubado. Aos dezassete
anos, foi condenado de novo por roubo e esteve preso três anos na Clinton State Prison. Gregory mergulhou
então na literatura, frequentando a biblioteca da prisão e começando a escrever
poesia.
Depois
de ser liberado em 1950, regressou a Nova Iorque e conheceu Allen Ginsberg num
bar da Greenwich Village. Tiveram uma primeira e longa conversa. Mais tarde,
Ginsberg acabou por introduzir Corso e a sua poesia junto de outros membros da Geração
Beat.
O
primeiro volume da poesia de Gregory Corso (“Vestal Lady on Brattle and Other
Poems”) foi uma edição caseira publicada em 1955, com a ajuda dos colegas
da Harvard, onde ele assistia a aulas como aluno ouvinte.
O
segundo livro, “Gasoline”, foi editado em 1958, quando vivia em Paris no
célebre Beat Hotel. Foi também na capital parisiense que compôs a
recolha de poesia “The Happy Birthday of Death” (1960), publicando no ano seguinte o seu único romance “The
American Express”. Em 1962, escreveu novo livro de poesia, “Long Live
Man”.
A
sua vida caótica e a sua dependência da heroína explicam a ausência de
publicações nos anos seguintes, mas ele continuava a escrever e a participar em
leituras poéticas. Só publicou novos livros nos anos 1970/80: “Elegiac
Feelings American” e “Herald of the Autochthonic Spirit”.
Em
1980, a publicação de “Mindfield: New and Selected Poems” fez com que muitos
novos leitores descobrissem a sua obra.
Corso
morreu vítima de cancro na próstata. As suas cinzas repousam, de acordo com os
seus desejos, próximo do túmulo do poeta Percy Bysshe Shelley, no Cemitério
Protestante de Roma.
segunda-feira, 16 de janeiro de 2017
16 DE JANEIRO - ANATOLY SOLOVYEV
EFEMÉRIDE
– Anatoly Yakovlevich Solovyev, ex-cosmonauta e coronel da força
aérea soviética e russa, recordista de “passeios” no espaço e de tempo passado
fora de astronaves em órbita, nasceu em Riga no dia 16 de Janeiro de 1948.
Graduado
pela Escola Superior de Aviação Militar em 1972, serviu durante quatro
anos como piloto e comandante de esquadrão no Extremo Oriente até entrar para o
curso de preparação de cosmonautas, no Centro de Treino de Cosmonautas Yuri
Gagarin, na Cidade das Estrelas.
Completou
o curso em 1979, passando os anos seguintes em treino no grupo seleccionado
para missões nas naves Soyuz T e para estadias de longa duração nas
estações Salyut e Mir. Em Julho de 1987, foi comandante/reserva
da expedição russa que transportou um sírio até à Mir, a Soyuz TM-3,
parte do programa político/espacial Inter-cosmos.
O seu
primeiro voo espacial teve lugar em Junho de 1988, na Soyuz TM-5, em que
foi comandante e que durou nove dias, levando – além dele – os cosmonautas
Viktor Savinykh e Aleksandr Aleksandrov, este o segundo búlgaro no espaço,
também integrante do programa Inter-cosmos e o primeiro a entrar numa
estação orbital.
Na sua
segunda missão, entre Fevereiro e Agosto de 1990, fez parte da tripulação
permanente da Mir, passando 179 dias no espaço, transportado para lá
pela Soyuz TM-9.
Durante
a “Fase Um” do Programa Mir-bus Espacial, realizado pelos Estados Unidos
e pela Rússia nos anos 1990, foi comandante da tripulação reserva da
expedição Mir-18. Em Junho de 1995, tornou-se parte efectiva do programa,
indo novamente ao espaço, desta vez na Atlantis STS-71 e como tripulante
da Mir-19, cumprindo 75 dias de missão na estação orbital e regressando
na Soyuz TM-21.
O seu
último voo foi também o de mais longa permanência em órbita. Comandante da Soyuz
TM-26, voou até à Mir, em dupla com Pavel Vinogradov, para uma
permanência recorde de 197 dias, entre Agosto de 1997 e Fevereiro de 1998.
É
detentor do recorde de “caminhadas” no espaço (16) e do maior número de horas nelas
passadas (82). Solovyev foi condecorado por várias vezes: Ordem de Lenine,
medalha de ouro da Ordem da Revolução de Outubro, Ordem da Amizade
dos Povos e seis medalhas militares. Após passar à reserva, ficou a residir
com a família na Cidade das Estrelas, próximo de Moscovo.
domingo, 15 de janeiro de 2017
15 DE JANEIRO - MASSIMO D'AZEGLIO
EFEMÉRIDE
– Massimo Taparelli D'Azeglio, pintor, escritor e político italiano,
morreu em Milão no dia 15 de Janeiro de 1866. Nascera em Turim, em 24 de Outubro
de 1798. É um dos pensadores e actores do Risorgimento. A sua obra “I miei ricordi”, publicada postumamente
em 1867, é um clássico da literatura italiana.
Filho
de um general que era embaixador em Roma, o jovem Massimo apaixonou-se pela
pintura. Oficial de cavalaria, fixou-se em Roma onde se fez notar como
paisagista depois de ter estudado no atelier de Martin Verstappen.
Em
1830, casou com a filha do grande poeta romântico Alessandro Manzoni, fundador
da língua italiana moderna.
D'Azeglio
escreveu dois romances históricos – “Ettore Fieramosca, o la disfida di
Barletta” (1833) e “Niccolò de' Lapi, ovvero i Palleschi e i Piagnoni”
(1841) – em que desenvolveu o sentimento nacional. Em 1846, publicou “Gli
ultimi casi di Romagna”, onde defendeu a ideia de que a unificação da
Itália deveria ser feita pela casa de Sabóia.
De
tendência monárquica moderada e católico fervoroso, não tomou parte em nenhum
dos complots nem nos numerosos levantamentos que tiveram lugar na história
italiana durante a primeira metade do século XIX.
Em
1848, alistou-se no exército piemontês. Foi promovido a coronel e gravemente ferido
durante a batalha de Vicence contra os austríacos. Em Maio de 1849, o rei Victor-Emmanuel
II nomeou-o primeiro-ministro e ministro dos negócios estrangeiros. Durante o
seu governo, foi suprimida a imunidade de que beneficiavam os eclesiásticos, o
que provocou a hostilidade do Papa e dos católicos conservadores.
Em
Outubro de 1850, fez entrar Cavour no governo, como ministro da agricultura e
do comércio. Em Maio de 1852, D'Azeglio foi substituído por Cavour à frente do
executivo.
Durante
a 2ª Guerra da Independência, foi nomeado comissário de Victor-Emmanuel
II em Bolonha. Foi
ainda embaixador em Londres, prefeito em Milão, senador, general de brigada e
ajudante-de-campo do rei.
Em
1865, sucedeu ao seu irmão Roberto na direcção da Galeria Sabauda de Turim.
No ano seguinte ao seu falecimento (1866), a filha publicou a sua autobiografia
“I miei ricordi”.
sábado, 14 de janeiro de 2017
14 DE JANEIRO - CASSIANO RICARDO
EFEMÉRIDE
– Cassiano Ricardo Leite, jornalista, ensaísta e poeta brasileiro,
morreu no Rio de Janeiro em 14 de Janeiro de 1974. Nascera em São José dos Campos, São Paulo,
no dia 26 de Julho de 1894.
Representante
do “modernismo de tendências nacionalistas”, esteve associado aos Grupos
Verde-Amarelo e da Anta, sendo co-fundador do Grupo da Bandeira,
reacção de cunho social-democrata àqueles grupos. A sua obra foi-se transformando
ao longo da carreira, evoluindo formalmente de acordo com as novas tendências dos
anos 1950 e participando no “movimento da poesia concreta”. Pertenceu às
Academias Paulista e Brasileira de Letras.
Aos
16 anos, publicou o seu primeiro livro de poemas – “Dentro da noite”. Formou-se
em Direito no Rio de Janeiro, em 1917. Rumou depois para São Paulo, onde
trabalhou como jornalista em diversas publicações e chegou a fundar alguns
jornais. Aproximou-se de Menotti Del Picchia e de Plínio Salgado, na época da Semana
de Arte Moderna de 1922. Em 1924, fundou “A Novíssima”, uma revista
modernista. Em 1928, publicou “Martim Cererê”, dentro da mesma linha.
Afastou-se
das ideias de Plínio Salgado e fundou, com Menotti Del Picchia, o Grupo político
da Bandeira (1937). Neste mesmo ano, foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras, sendo o segundo modernista aceite na instituição.
Em
1950, foi eleito presidente do Clube da Poesia de São Paulo e, entre
1953 e 1954, foi chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris, vindo
a ocupar outros cargos públicos nos anos seguintes.
A sua
obra passou por diversos momentos. Inicialmente, apresentou-se ligada ao Parnasianismo
e ao Simbolismo. Com a fase Modernista, explorou temas
nacionalistas e – depois – restringiu-se mais, louvando a epopeia bandeirante e
detendo-se em temas intimistas e próximos da realidade
observável.
A
partir da década de 1950, já no período das tendências que têm sido
chamadas por alguns críticos de “segunda vanguarda”, aproximou-se do grupo concretista
das revistas “Planalto” e “Invenção”, mostrando claramente o
seu espírito, desde sempre, vanguardista.
Em “Jeremias
sem chorar” de 1964, Cassiano Ricardo mostra a sua grande capacidade em se
reciclar, produzindo poemas tipográficos e visuais, sempre utilizando as
possibilidades espaciais da página escrita e sem perder as suas próprias
características. Cassiano Ricardo declarou que o verde-amarelismo tendo
resultado no Integralismo, não havia mais nada a dizer a este respeito. Foi
a causa do seu afastamento.
Na
época em que foi um dos editores da revista concretista “Invenção”,
sofreu uma certa rejeição do grupo, pela sua oposição, no passado, a Oswald de
Andrade. Além disso, Cassiano, em função das diferenças de fundo entre a poesia
concreta e a sua, considerava «radicais demais» os poetas concretistas.
Estes desacordos levaram-no a afastar-se do grupo. Faleceu no Rio de Janeiro
aos 79 anos de idade.
sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
13 DE JANEIRO - MICHAEL BRECKER
EFEMÉRIDE
– Michael Brecker, saxofonista de jazz, morreu em Nova Iorque no dia 13
de Janeiro de 2007. Nascera em Filadélfia, em 29 de Março de 1949. Ganhou
onze Grammy Awards como músico e compositor e, postumamente, ainda lhe
foi atribuído este prémio mais quatro vezes.
Criado
em Cheltenham
Township , Michael tomou contacto com a música ainda criança,
em virtude do pai ser pianista de jazz amador. Pertencente a uma geração que
viu o jazz rock não como um inimigo, mas como uma opção musical viável, Brecker
começou a estudar clarinete e saxofone alto. Em seguida, ingressou numa escola,
onde escolheu o saxofone tenor como seu principal instrumento.
Licenciou-se
na Cheltenham High School em 1967 e, depois de um ano na Indiana
University, mudou-se para Nova Iorque em 1970. Estreou-se aos 21 anos como
membro da banda de jazz rock Dreams, que incluía o seu irmão mais velho
Randy no trompete, o trombonista Barry Rogers e o baterista Billy Cobham. A
duração da Dreams foi curta, apenas um ano, mas mesmo assim foi muito
influente.
A
maioria do trabalho inicial de Brecker teve por timbre uma abordagem baseada
tanto nas guitarras de rock como nos saxofones do R&B. Após a Dreams,
actuou com Horace Silver e com Billy Cobham, mais uma vez, antes de se unir
novamente com o seu irmão Randy para formar a banda Brecker Brothers. A
banda seguiu as tendências jazz/rock da época, mas com muito mais atenção aos
arranjos estruturados e uma forte influência rock. A banda permaneceu junta de
1975 a 1982 com sucesso e musicalidade consistentes.
Ao
mesmo tempo, Brecker deixou a sua marca como solista em numerosas gravações pop
e rock. As suas mais notáveis colaborações incluíram Paul Simon &
Arthur Garfunkel, Lou Reed, Joni Mitchell, Eric Clapton, Aerosmith,
Frank Sinatra, Frank Zappa, John Lennon, Dire Straits e Bruce
Springsteen, entre outros. No início de 1980, foi também membro da banda NBC's
Saturday Night Live. Gravou ou tocou também com as principais figuras do
jazz da sua época, incluindo Chet Baker, Quincy Jones e muitos outros.
Após
a co-liderança, com Mike Mainieri, do grupo Steps Ahead, Brecker gravou finalmente
um álbum a solo em 1987, que ficou marcado pelo retorno a uma
configuração de jazz mais tradicional. Continuou a gravar álbuns nos anos 1990
e 2000, ganhando vários Grammy Awards. As suas tournées a solo
ou em grupo, pelas principais cidades mundiais, tinham geralmente lotações
esgotadas.
Durante
uma apresentação no Festival de Jazz do Monte Fuji em 2004, Brecker sentiu
uma forte dor nas costas. Pouco tempo depois, em 2005, foram-lhe diagnosticados
sérios problemas sanguíneos (síndrome mielodisplásica). Apesar de
uma busca amplamente divulgada, não foi possível encontrar um doador de células
estaminais compatível. No final de 2005, foi submetido a um transplante
experimental com células estaminais parcialmente compatíveis. Em 2006, parecia
estar a recuperar, mas o tratamento acabou por não resultar na cura. Fez a sua
última performance em público em Junho de 2006, no Carnegie Hall.
Faleceu em 2007, vítima de leucemia.
Em Fevereiro
de 2007, Michael Brecker foi premiado postumamente com dois prémios Grammy
pela sua participação no trabalho do irmão, o álbum “Some Skunk Funk”. Foi
de novo agraciado com dois Grammy Awards, por este mesmo álbum, nas
categorias de Melhor Solo Instrumental e Melhor Álbum Instrumental de
Jazz.
quinta-feira, 12 de janeiro de 2017
12 DE JANEIRO - MAURICE GIBB
EFEMÉRIDE
– Maurice Ernest Gibb, cantor, compositor, pianista, guitarrista,
baixista, teclista, multi-instrumentista britânico, morreu em Miami no dia 12
de Janeiro de 2003. Nascera em Douglas, Ilha de Man, em 22 de Dezembro de 1949.
Foi conhecido principalmente por ser membro dos Bee Gees, um dos grupos
de maior sucesso de sempre. Gémeo de Robin Gibb, Maurice era o mais novo de
três irmãos por 35 minutos.
Foi
um dos mais reconhecidos pianistas e teclistas de todos os tempos, tendo feito
os arranjos de diversas músicas dos Bee Gees. Durante muito tempo,
dedicou-se mais a tocar Baixo, instrumento que tocava com uma eficiência única.
Outro instrumento que utilizou muito foi a Guitarra, que tocava com mestria.
Era considerado um guitarrista excepcional, com um som moderno e inovador, tendo
feito os arranjos de diversas canções do grupo, entre elas “This Is Where I
Came In”, “She Keeps On Coming”, “Man in the Middle” e “Walking
on Air”.
Maurice
– embora quase nunca usasse – tinha um falsete perfeito, facto que pode ser
comprovado nas partes finais da música “Nights on Broadway” cantada ao
vivo, onde Maurice faz os falsetes enquanto os seus irmãos Barry e Robin fazem
o coro.
Maurice
era considerado também o “ponto de equilíbrio” entre as mentes opostas de Barry
e Robin. Era muito brincalhão no palco, mas – como todos – tinha os seus pontos
fracos: passou 30 anos da sua vida mergulhado no alcoolismo, vício do qual só
se libertou em 1989.
Maurice
Gibb casou-se com a cantora Lulu em Fevereiro de 1969, tendo-se divorciado em
1973. Casou-se depois, em Outubro de 1975, com Yvonne Spenceley, com a qual
teve dois filhos.
Gibb
morreu inesperadamente aos 53 anos, no Mount Sinai Medical Center em
Miami, devido a complicações com uma oclusão intestinal e respectiva cirurgia. Tinha
junto de si a esposa, filhos e irmãos. O seu funeral teve a participação de
Michael Jackson, entre outros nomes famosos. A ex mulher, Lulu, esteve também
presente.
Na
gravação do último álbum, usou uma guitarra que lhe foi presenteada por John
Lennon.
quarta-feira, 11 de janeiro de 2017
11 DE JANEIRO - ADA NEGRI
EFEMÉRIDE
– Ada Negri, escritora italiana, morreu em Milão no dia 11 de Janeiro de
1945. Nascera em Lodi, na Lombardia, em 3 de Fevereiro de 1870. Estudou na Escola Normal Feminina de
Milão.
Tendo
por origem uma família de artesãos, tornou-se professora de aldeia em 1887, com
apenas dezassete anos. A partir do ano seguinte, foi professora na escola
primária de Motta Visconti. Começou, por essa época, a escrever para um jornal
da Lombardia (“Fanfulla de Lodi”).
O seu
primeiro livro de poesia, “Tempeste” (1891), conta a tragédia dos pobres
abandonados, através de palavras de grande beleza.
O seu
segundo volume poético, “Fatalità” (1892), confirmou a sua reputação
como poetisa. Em 1894, conquistou o Prémio Giannina Milli. Foi
professora, depois, no Instituto Superior Gaetana Agnesi em Milão.
Casou-se
com um industrial de têxteis, com quem teve uma filha que foi sua fonte de
inspiração para numerosos poemas. Tiveram uma segunda filha, que morreu com
apenas um mês de idade. Durante este período, a sua poesia mudou
consideravelmente, tornando-se muito introspectiva e autobiográfica.
Divorciou-se
em 1913 e instalou-se em Zurique até ao fim da Primeira Guerra Mundial.
Publicou em 1917 o volume “Os Solitários”, uma série de pequenas histórias
centradas sobre as mulheres.
Era
uma visitante frequente de Laglio, no lago de Como, onde escreveu o seu único
romance “Estrela da Manhã”, publicado em 1921. Ada Negri foi a primeira
mulher a ser membro da Academia de Itália (1940).
terça-feira, 10 de janeiro de 2017
10 DE JANEIRO - ALEKSEY NICOLAYEVICH TOLSTOY
EFEMÉRIDE
– Aleksey Nikolayevich Tolstoy, escritor russo, nasceu em Pougatchev no dia 10 de Janeiro de 1883. Morreu em Moscovo, em 23 de Fevereiro de
1945.
Estudou no Instituto de Tecnologia de
São Petersburgo. Começou a sua carreira literária em 1907 com uma recolha
de poemas e atingiu a plena notoriedade literária em 1911. Nos anos que
antecederam a Revolução Russa, escreveu vários romances e sete peças
teatrais, sendo considerado um dos mais dotados e brilhantes autores neo-realistas.
No
seguimento da Revolução de 1917, temendo represálias por ser
aristocrata, exilou-se na Alemanha e depois em França. No Outono
de 1921, cansado de estar fora do seu país, instalou-se em Berlim, na esperança
de regressar à Rússia. Entretanto, colaborou num jornal pró soviético de
Berlim. Reentrou na URSS em 1923, apoiando o governo e aproximando-se do Partido
Comunista.
Aleksey
Tolstoy foi uma figura
pública proeminente do início do século XX. Pertencia à nobre família dos condes
de Tolstoy e era parente de vários escritores. Trabalhou em muitos géneros
literários, incluindo dramas, novelas sócio/psicológicas, romances históricos,
ficção científica, contos folclóricos, histórias curtas e de não ficção,
histórias e contos infantis, poesia, teatro e jornalismo. Era igualmente grande
apreciador do folclore russo e tradutor.
Em
1939, foi honrado com a aceitação na Academia das Ciências da URSS e
venceu três Prémios Estaline na área da literatura (1941, 1943 e 1946,
este a título póstumo).
Em
1942, foi membro da comissão de investigação dos crimes dos invasores alemães,
creditado como advogado de acusação e representante da União Soviética nos Julgamentos
de Nuremberga.
Foi
casado três vezes, tendo deixado uma descendência (filhos e netos) de
cientistas, músicos, escritores e historiadores.
Em
2001, a União dos Escritores da Rússia criou, em sua homenagem, um
prémio nacional bianual para galardoar «as contribuições criativas para o desenvolvimento
da literatura russa», abarcando duas tipologias: Narrativa Ficcional
e Jornalismo.
Algumas
das suas obras foram adaptadas ao cinema. Do seu romance “Ibycus” foi
feita uma adaptação em banda desenhada, entre 1998 e 2001, tendo um dos álbuns vencido
o Prémio de Melhor Álbum no Festival de Angoulême (França, 2000).
segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
9 DE JANEIRO - RIGOBERTA MENCHÚ
EFEMÉRIDE
– Rigoberta Menchú Tum, indígena guatemalteca, nasceu em Uspantán,
El Quiché, no dia 9 de Janeiro de 1959. Foi agraciada com o Prémio Nobel
da Paz em 1992, pela sua acção em defesa dos direitos humanos,
especialmente dos povos indígenas, sendo Embaixatriz da Boa Vontade da UNESCO
(1993) e vencedora do Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação
Internacional.
Filha
de duas personalidades bastante respeitadas na sua comunidade natal, o pai era um
activista na defesa das terras e dos direitos indígenas e a mãe uma parteira
indígena, mister que é passado de geração em geração.
O Nobel
foi atribuído a Rigoberta em reconhecimento da «sua acção pela
justiça social e reconciliação étnico/cultural baseadas no respeito dos
direitos dos povos indígenas».
Na leitura
que fez quando da recepção do prémio, reivindicou os direitos históricos
negados aos povos indígenas e denunciou a perseguição sofrida desde a “descoberta”
do continente americano por Colombo, momento em que foi destruída uma
civilização plenamente desenvolvida em todos os âmbitos do conhecimento. Insistiu
na necessidade da paz, desmilitarização e justiça social no seu país, assim
como no respeito pela natureza e pela igualdade para as mulheres.
Parte
da sua popularidade adveio do livro auto-biográfico de 1982/83 “Me llamo
Rigoberta Menchú y así me nació la conciencia”. O livro foi escrito pela
venezuelana Elisabeth Burgos, a partir de várias entrevistas com Rigoberta. Neste
livro, ela explica como iniciou a vida de trabalhadora numa plantação de café,
aos cinco anos de idade, em condições tão péssimas que foram a causa da morte de
um irmão e de um amigo.
Já
adulta, participou em manifestações de protesto contra o regime militar, pelos
seus abusos contra os direitos humanos. A Guerra Civil da Guatemala teve
lugar entre 1962 e 1996, embora a violência tenha sido iniciada antes. Em 1980,
o pai foi assassinado na embaixada espanhola na cidade da Guatemala, juntamente
com outras vinte pessoas. Diversas ameaças forçaram-na ao exílio no México, em
1981.
Em
1991, participou na elaboração da Declaração dos Direitos dos Povos
Indígenas elaborada no seio da ONU.
Quando
findou a guerra civil, tentou sem sucesso levar a tribunal diversos políticos e
militares, por assassinato de cidadãos espanhóis e por genocídio contra o povo Maia
da Guatemala. As acusações incluíam o ditador e ex-militar Efraín Ríos Montt.
Em
1998, foi galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional,
juntamente com Fatiha Boudiaf, Fatana Ishaq Gailani, Somaly Mam, Emma Bonino,
Graça Machel e Olayinka Koso-Thomas, «por su trabajo, por separado, en
defensa y dignificación de la mujer».
Em
2007, anunciou que concorreria ao cargo de Presidente da Guatemala, tendo a
esperança de vir a ser a primeira mulher a ocupar o cargo no seu país, mas
obteve apenas 20,7% dos votos.
Rigoberta
é presidente das companhias Salud para Todos e Farmácias Similares,
que têm por finalidade fornecer a baixo custo medicamentos genéricos para as
populações mais carenciadas. Por intermédio da fundação com o seu nome, organiza
também diversas acções humanitárias.
domingo, 8 de janeiro de 2017
8 DE JANEIRO - ZHOU ENLAI
EFEMÉRIDE
– Zhou Enlai, por vezes escrito também Chu En-Lai , político chinês, morreu em Pequim no dia
8 de Janeiro de 1976. Nascera em Huai'an, Jiangsu, em 5 de Março de 1898.
Foi um célebre, influente e proeminente líder do Partido Comunista Chinês.
Desde
a fundação da República Popular da China (1 de Outubro de 1949) até à sua
morte, exerceu o cargo de primeiro-ministro e, entre 1949 a 1958, foi
igualmente um hábil e qualificado ministro dos Negócios Estrangeiros.
Teve
um papel importante na consolidação do controlo do poder pelo PCC,
organizou a política estrangeira do país e desenvolveu a economia chinesa.
Preconizou
a coexistência política com o Ocidente, depois do impasse da Guerra da
Coreia, participando nos acordos de Genebra em 1954 e ajudando a organização
da visita de Richard Nixon à China em 1972.
Esteve
na origem das políticas executadas face às crises diplomáticas com os Estados
Unidos, Taiwan, União Soviética (depois de 1960), Índia e Vietname.
Ficou
igualmente conhecido por ser um apoio de longa data de Mao Zedong, sobretudo no
que respeita à política estrangeira. «Apesar das suas personalidades opostas,
formaram uma equipa eficaz» segundo opinião de Henry Kissinger, diplomata
americano que trabalhou com ambos.
Em
grande parte graças à sua experiência, sobreviveu à purga de grandes dirigentes
durante a Revolução Cultural nos anos 1960, sendo mesmo mediador
em várias situações, o que o tornou ainda mais popular. Morreu oito meses antes de Mao Zedong.
sábado, 7 de janeiro de 2017
7 DE JANEIRO - CHARB
EFEMÉRIDE
– Charb, de seu nome Stéphane Charbonnier, desenhador satírico e
jornalista francês, morreu em Paris no dia 7 de Janeiro de 2015. Nascera em
Conflans-Sainte-Honorine, em 21 de Agosto de 1967. Foi chefe de redacção do
jornal satírico francês “Charlie Hebdo”, desde 2009 até à sua morte no atentado
contra aquele semanário, onde começara a trabalhar em 1992.
Estudou
no Colégio dos Louvais, em Pontoise, e publicou os seus primeiros
desenhos no jornal escolar “Cause toujours”. Ingressou depois no Liceu
Camille Pissarro, onde obteve o bacharelato (1987). Seguiu cursos de
publicidade, que abandonou para se dedicar inteiramente ao desenho. Assinava já
com o pseudónimo “Charb”. Os seus desenhos eram publicados por diversos
jornais e foi também autor de vários livros e álbuns.
A sua
carreira foi marcada por desenhos com críticas aos governos, às religiões, ao racismo,
etc. Maurice e Patapon são duas personagens habituais de Charb – Maurice
é um cachorro bissexual e anarquista e Patapon é um gato assexual, fascista
e ultra-capitalista, que gosta da morte e do sofrimento (dos outros).
Charb
participava também no jornal “Mon Quotidien”, dedicado aos jovens de
10/14 anos. Esteve ligado ao Partido Comunista Francês. Em 2013, após a
publicação das caricaturas do profeta Maomé, foi colocado na lista negra da Al-Qaeda.
Desde
2012, estava colocado sob protecção policial, após ter sido ameaçado de morte. O
seu nome e o seu retrato figuraram, junto com outras oito pessoas, numa lista
de personalidades «procuradas mortas ou vivas, por crimes contra o Islão»,
publicada em 2013 pela revista jihadista “Inspire”.
Fez
parte dos caricaturistas convidados para realizar desenhos humorísticos para a
edição de 2011 do “Petit Larousse illustré”.
Em 7
de Janeiro de 2015, Charb foi uma das vítimas do atentado perpetrado contra o “Charlie
Hebdo”. Entrando na sala onde se realizava a reunião da redacção, os
terroristas asseguraram-se da sua presença chamando pelo seu nome. Foi o primeiro
a ser abatido, antes de matarem um a um todos os outros redactores e
desenhadores presentes.
A
título póstumo, foram-lhe atribuídas em 31 de Dezembro de 2015 as insígnias de Cavaleiro
da Legião de Honra.
sexta-feira, 6 de janeiro de 2017
6 DE JANEIRO - FRANCESCO SCAVULLO
EFEMÉRIDE
– Francesco Scavullo, fotógrafo de moda norte-americano, conhecido pelas
suas fotografias de celebridades e pelas capas para a revista “Cosmopolitan”,
morreu em Nova Iorque
no dia 6 de Janeiro de 2004. Nascera na mesma cidade em 16 de Janeiro de 1921.
O
seu fascínio pelas imagens nasceu ao fotografar as irmãs, com a máquina do pai.
Após completar o ensino secundário, começou a trabalhar num estúdio que
produzia fotos para catálogos de moda. Depois disso, trabalhou três anos como
assistente de Horst P. Horst, fotógrafo da revista “Vogue”, estudando e
aprendendo as suas técnicas. Em 1946, fez uma foto de capa para a “Seventeen”,
que lhe valeu um contrato com a revista. Em pouco tempo, Scavullo abriu o seu
próprio estúdio em Manhattan.
Durante
anos, fotografou celebridades e eventos de moda para revistas, publicidade,
capas de álbuns de discos e cartazes de cinema e de espectáculos da Broadway.
Alguns dos seus trabalhos mais polémicos foram um foto nua do actor Burt
Reynolds para um poster central da revista “Cosmopolitan” – da qual fez
as capas durante décadas, dando uma identidade visual própria à publicação – e outra
da jovem Brooke Shields, que o chamava “Tio Frank”, que os críticos
consideraram muito sexualizada.
Entre
as diversas publicações para as quais trabalhou, estão também: “Harper's
Bazaar”, “Good Housekeeping”, “Rolling Stone” e “Vanity
Fair”.
Foi
ele quem ajudou a construir a maior supermodelo da sua época, a adolescente Gia
Carangi, de quem foi amigo, confidente e mentor e a quem apoiou mesmo quando a
carreira de Gia entrou em declínio nos anos 1980 por causa de vício em
drogas pesadas. Quando Gia já não conseguia arranjar trabalho na indústria, que
a evitava, Scavullo continuou a confiar nela e ajudou-a até à morte, causada
pelo vírus da SIDA, em 1986. Anos mais tarde, Angelina Jolie ganharia um
Globo de Ouro ao interpretar esta modelo no telefilme “Gia”, em que Scavullo foi
representado pelo actor Edmund Genest.
No
cinema, Francesco apareceu a interpretar-se a si próprio no filme “Lipstick”
(1976), fotografando a então top model americana e principal actriz do
filme, Margaux Hemingway.
Foi
um fotógrafo que influenciou dezenas de seguidores, admiradores do seu trabalho
e do seu estilo, especialmente dos seus retratos. Francesco Scavullo morreu de
insuficiência cardíaca, dez dias antes de completar 83 anos, quando estava a
caminho de uma sessão de fotos com o animador da CNN, o jornalista
Anderson Cooper.
Homossexual,
viveu de 1972 até à sua morte, em companhia do produtor de moda Sean M. Byrne,
que iniciara a carreira como seu assistente.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2017
5 DE JANEIRO - MOMOFUKU ANDO
EFEMÉRIDE
– Momofuku Ando, empresário japonês, de seu nome original Gô Peh-hok, fundador/presidente
da Nissin Food Products e inventor das massas instantâneas, morreu em Ikeda,
no dia 5 de Janeiro de 2007. Nascera em Chiavi, na província de Taïwan (que
fazia então parte do Império do Japão), em 5 de Março de 1910.
Órfão,
cresceu ma cidade de Tainan na companhia dos seus avós, que tinham um pequeno
armazém de têxteis. Aos 22 anos, inspirado no exemplo dos avós, abriu a sua
própria empresa têxtil em Eirakuchô (Taipei).
Depois
da Segunda Guerra Mundial, tornou-se oficialmente cidadão japonês.
Inscreveu-se na Universidade Ritsumeikan e, simultaneamente, com o
dinheiro da sua herança, fundou uma pequena empresa familiar.
Em
1948, foi condenado por fraude fiscal e esteve dois anos na prisão. Momofuku declarou
ter fornecido bolsas de estudo a outros estudantes da sua universidade, o que
era considerado na época um modo de fugir aos impostos. A sua empresa faliu,
mas ele abriria uma nova que se tornou na Nissin Foods, sediada em Ikeda. Paras começar,
produzia apenas sal.
Ao
sair da guerra, o Japão lutava com falta de víveres. O Ministério da Saúde
tentava encorajar a população a comer pão, feito de farinha de trigo fornecida pelos
Estados Unidos.
Momofuku
Ando perguntou porque razão o Estado recomendava o consumo de pão, quando os
japoneses estavam mais habituados às massas. O Ministério respondeu que os
fabricantes de massas eram empresas pequenas e instáveis para satisfazer as
necessidades da população. Ando decidiu então desenvolver ele próprio a
produção de massas.
Em
Agosto de 1958, com 48 anos, depois de meses de tentativas e falhanços, Momofuku
anunciou que, finalmente, aperfeiçoara o seu método de “cozedura relâmpago” que
levou à invenção do macarrão instantâneo. No começo, a sua invenção foi
considerada uma alimentação de luxo, devido ao preço.
Em
1964, para promover esta indústria, fundou a Instant Food Industry
Association, que fixava as normas para uma competição leal entre as
empresas do ramo. Passou também a ser indicada nas embalagens a data da
produção de cada produto.
Momofuku
começou a vender “Cup Noodles” (massas em taça) em Setembro de 1971.
Graças à baixa de preços, o negócio prosperou, sendo vendidas quantidades
astronómicas já neste século. Bastava acrescentar água quente e a refeição
estava pronta a comer.
Momofuku
Ando recebeu várias condecorações prestigiosas do governo e do imperador japonês,
entre as quais a Ordem do Sol Nascente 2ª classe (2002), que é a segunda
condecoração mais importante atribuível a um civil japonês.
Morreu
aos 96 anos, em consequência de um ataque cardíaco. Era casado e tinha três
filhos. Dizia que a sua longevidade se ficava a dever à prática de golfe e ao
consumo diário das suas famosas massas (chikin râmen).
quarta-feira, 4 de janeiro de 2017
4 DE JANEIRO - JAMES BOND
EFEMÉRIDE
– James Bond, ornitólogo norte-americano, conhecido não só pelo seu trabalho
mas também por ter inspirado o nome do espião James Bond criado por Ian
Fleming, nasceu na Filadélfia em 4 de Janeiro de 1900. Morreu na mesma
cidade em 14 de Fevereiro de 1989.
O seu
interesse pela história natural nasceu por ter acompanhado uma expedição que o
pai realizou em 1911 ao delta do Orinoco. Começou então a coleccionar
borboletas. Estudou na St. Paul's School em Concord, Nova Hampshire, mas
– depois da morte da mãe – mudou-se com o par para Inglaterra (1914).
Estudou
na Escola Harrow e, mais tarde, ingressou na Faculdade Trinity em
Cambridge, onde se formou em 1922.
Após
obter o bacharelato, voltou para aos Estados Unidos e empregou-se numa firma
bancária durante três anos. O seu interesse pela história natural fez com que pedisse
a demissão do emprego para se juntar a uma expedição de seis meses à Amazónia,
organizada pela Academy of Natural Sciences. Trabalhou como ornitólogo nesta
organização, na Filadélfia, ascendendo a curador de ornitologia, cargo que
ocupou até 1974.
Especializou-se
em pássaros das Caraíbas e escreveu um livro sobre o assunto (“A Field Guide
to the Birds of the West Indies”), publicado em 1936 e reeditado onze vezes
até 1993.
James
recebeu a Medalha Musgrave do Instituto da Jamaica em 1953, a Medalha
Brewster da American Ornithologists' Union em 1954 e o Prémio
Leidy da Academy of Natural Sciences em 1975.
Faleceu
aos 89 anos no Hospital Chestnut Hill, na Filadélfia, sendo sepultado no
jardim da Igreja do Messias em Gwynedd Valley , na Pensilvânia.
O
escritor Ian Fleming, que era um entusiasta da observação de aves, conhecia o
livro de James e escolheu o seu nome para ser o herói de “Casino Royale”,
em 1953. Fleming escreveu à esposa de James dizendo: «Ocorreu-me que esse
nome breve, não romântico, anglo-saxónico e muito masculino era exactamente o
que eu precisava e foi assim que nasceu um segundo James Bond...». Também
contactou o James Bond real para lhe falar sobre o uso do seu nome no
personagem e ele concordou. Em 1964, Ian ofereceu a James a primeira edição de “You
Only Live Twice”, livro dedicado «ao verdadeiro James Bond pelo ladrão da
sua identidade». Em Dezembro de 2008, este exemplar foi leiloado por 84 000
dólares.
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