EFEMÉRIDE
– Cassiano Ricardo Leite, jornalista, ensaísta e poeta brasileiro,
morreu no Rio de Janeiro em 14 de Janeiro de 1974. Nascera em São José dos Campos, São Paulo,
no dia 26 de Julho de 1894.
Representante
do “modernismo de tendências nacionalistas”, esteve associado aos Grupos
Verde-Amarelo e da Anta, sendo co-fundador do Grupo da Bandeira,
reacção de cunho social-democrata àqueles grupos. A sua obra foi-se transformando
ao longo da carreira, evoluindo formalmente de acordo com as novas tendências dos
anos 1950 e participando no “movimento da poesia concreta”. Pertenceu às
Academias Paulista e Brasileira de Letras.
Aos
16 anos, publicou o seu primeiro livro de poemas – “Dentro da noite”. Formou-se
em Direito no Rio de Janeiro, em 1917. Rumou depois para São Paulo, onde
trabalhou como jornalista em diversas publicações e chegou a fundar alguns
jornais. Aproximou-se de Menotti Del Picchia e de Plínio Salgado, na época da Semana
de Arte Moderna de 1922. Em 1924, fundou “A Novíssima”, uma revista
modernista. Em 1928, publicou “Martim Cererê”, dentro da mesma linha.
Afastou-se
das ideias de Plínio Salgado e fundou, com Menotti Del Picchia, o Grupo político
da Bandeira (1937). Neste mesmo ano, foi eleito para a Academia
Brasileira de Letras, sendo o segundo modernista aceite na instituição.
Em
1950, foi eleito presidente do Clube da Poesia de São Paulo e, entre
1953 e 1954, foi chefe do Escritório Comercial do Brasil em Paris, vindo
a ocupar outros cargos públicos nos anos seguintes.
A sua
obra passou por diversos momentos. Inicialmente, apresentou-se ligada ao Parnasianismo
e ao Simbolismo. Com a fase Modernista, explorou temas
nacionalistas e – depois – restringiu-se mais, louvando a epopeia bandeirante e
detendo-se em temas intimistas e próximos da realidade
observável.
A
partir da década de 1950, já no período das tendências que têm sido
chamadas por alguns críticos de “segunda vanguarda”, aproximou-se do grupo concretista
das revistas “Planalto” e “Invenção”, mostrando claramente o
seu espírito, desde sempre, vanguardista.
Em “Jeremias
sem chorar” de 1964, Cassiano Ricardo mostra a sua grande capacidade em se
reciclar, produzindo poemas tipográficos e visuais, sempre utilizando as
possibilidades espaciais da página escrita e sem perder as suas próprias
características. Cassiano Ricardo declarou que o verde-amarelismo tendo
resultado no Integralismo, não havia mais nada a dizer a este respeito. Foi
a causa do seu afastamento.
Na
época em que foi um dos editores da revista concretista “Invenção”,
sofreu uma certa rejeição do grupo, pela sua oposição, no passado, a Oswald de
Andrade. Além disso, Cassiano, em função das diferenças de fundo entre a poesia
concreta e a sua, considerava «radicais demais» os poetas concretistas.
Estes desacordos levaram-no a afastar-se do grupo. Faleceu no Rio de Janeiro
aos 79 anos de idade.
Sem comentários:
Enviar um comentário