EFEMÉRIDE
– Camilla (Wergeland) Collett, romancista norueguesa, geralmente
descrita como a primeira feminista da Noruega, nasceu em Kristiansand no dia 23
de Janeiro de 1813. Morreu em Kristiania, actual cidade de Oslo, em 6 de Março
de 1895. Era a irmã mais nova do poeta Henrik Wergeland e é reconhecida como
das primeiras autoras a contribuir para o Realismo na literatura
norueguesa.
Camilla,
pertencente à grande burguesia de Kristiania, defendeu a emancipação das
mulheres, deixando alguns escritos que constituem uma bíblia do feminismo
burguês.
Filha
de um pastor, Camilla começou por ser uma rapariga bem educada que observava e
seguia os irmãos mais velhos. O pai tinha sido chamado a desempenhar – em 1814 –
um papel importante no turbilhão da política norueguesa causado pelo tratado de
Kiel e pela rivalidade entre a Suécia e a Dinamarca.
Para
melhorar uma educação já bastante esmerada, Camilla foi enviada em 1827 para
uma instituição interna de raparigas em Christianfeldt, onde estudou alemão e
literatura europeia. Em 1830, regressou a Kristiania.
Com
17 anos, Camilla assistiu ao início da carreira literária do irmão Henrik, viu
o casamento infeliz da irmã e apaixonou-se por um jovem poeta (Johan Sebastian
Welhaven) originário de uma família burguesa arruinada. Johan preferiu, no
entanto, dedicar-se apenas à vida literária. O pai de Camilla incitou-a, então,
a viajar pela Europa. A jovem habituou-se a viajar desde 1834 e, nos anos 1860,
passaria mesmo mais tempo nas capitais europeias do que na Escandinávia.
Livre
na sua vida, mas sentindo-se revoltada constantemente pela dominação masculina,
viveu dos recursos familiares e habitou a casa do pai até ao casamento com o
jurista Jonas Collett em 1841. O casal teve quatro filhos e Jonas faleceu em
1851.
Camilla,
que escrevia um diário desde a adolescência e tinha os meios de se dedicar à
literatura, lançou-se na elaboração de pequenas novelas, sublimando a sua vida
pessoal e inspirando-se na vida sentimental descrita nos seus diários íntimos. Uma
recolha destas primeiras novelas foi publicada em 1860.
Em
1854/55, escreveu o seu primeiro romance psicológico, “As filhas do prefeito”,
onde aborda o papel do amor e disseca o direito das mulheres a disporem das
suas vidas e dos seus sentimentos.
Escreveu
mais novelas e romances entre 1861 e 1885. Postumamente, em 1912/13, foram
publicadas todas as suas obras (“Samlede voerker”).
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