segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

9 DE JANEIRO - RIGOBERTA MENCHÚ

EFEMÉRIDE Rigoberta Menchú Tum, indígena guatemalteca, nasceu em Uspantán, El Quiché, no dia 9 de Janeiro de 1959. Foi agraciada com o Prémio Nobel da Paz em 1992, pela sua acção em defesa dos direitos humanos, especialmente dos povos indígenas, sendo Embaixatriz da Boa Vontade da UNESCO (1993) e vencedora do Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional.
Filha de duas personalidades bastante respeitadas na sua comunidade natal, o pai era um activista na defesa das terras e dos direitos indígenas e a mãe uma parteira indígena, mister que é passado de geração em geração.
O Nobel foi atribuído a Rigoberta em reconhecimento da «sua acção pela justiça social e reconciliação étnico/cultural baseadas no respeito dos direitos dos povos indígenas».
Na leitura que fez quando da recepção do prémio, reivindicou os direitos históricos negados aos povos indígenas e denunciou a perseguição sofrida desde a “descoberta” do continente americano por Colombo, momento em que foi destruída uma civilização plenamente desenvolvida em todos os âmbitos do conhecimento. Insistiu na necessidade da paz, desmilitarização e justiça social no seu país, assim como no respeito pela natureza e pela igualdade para as mulheres.
Parte da sua popularidade adveio do livro auto-biográfico de 1982/83 “Me llamo Rigoberta Menchú y así me nació la conciencia”. O livro foi escrito pela venezuelana Elisabeth Burgos, a partir de várias entrevistas com Rigoberta. Neste livro, ela explica como iniciou a vida de trabalhadora numa plantação de café, aos cinco anos de idade, em condições tão péssimas que foram a causa da morte de um irmão e de um amigo.
Já adulta, participou em manifestações de protesto contra o regime militar, pelos seus abusos contra os direitos humanos. A Guerra Civil da Guatemala teve lugar entre 1962 e 1996, embora a violência tenha sido iniciada antes. Em 1980, o pai foi assassinado na embaixada espanhola na cidade da Guatemala, juntamente com outras vinte pessoas. Diversas ameaças forçaram-na ao exílio no México, em 1981.  
Em 1991, participou na elaboração da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas elaborada no seio da ONU.
Quando findou a guerra civil, tentou sem sucesso levar a tribunal diversos políticos e militares, por assassinato de cidadãos espanhóis e por genocídio contra o povo Maia da Guatemala. As acusações incluíam o ditador e ex-militar Efraín Ríos Montt.
Em 1998, foi galardoada com o Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional, juntamente com Fatiha Boudiaf, Fatana Ishaq Gailani, Somaly Mam, Emma Bonino, Graça Machel e Olayinka Koso-Thomas, «por su trabajo, por separado, en defensa y dignificación de la mujer».
Em 2007, anunciou que concorreria ao cargo de Presidente da Guatemala, tendo a esperança de vir a ser a primeira mulher a ocupar o cargo no seu país, mas obteve apenas 20,7% dos votos.
Rigoberta é presidente das companhias Salud para Todos e Farmácias Similares, que têm por finalidade fornecer a baixo custo medicamentos genéricos para as populações mais carenciadas. Por intermédio da fundação com o seu nome, organiza também diversas acções humanitárias.

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