terça-feira, 24 de janeiro de 2017

24 DE JANEIRO - MARIA DELLA COSTA

EFEMÉRIDE – Gentile Maria Marchioro Della Costa Polloni, actriz brasileira, morreu no Rio de Janeiro em 24 de Janeiro de 2015. Nascera em Flores da Cunha, Rio Grande do Sul, no dia 1 de Janeiro de 1926.
Estreou-se no palco, como show-girl, no Casino Copacabana. Em 1944, iniciou-se no teatro com “A Moreninha” de Joaquim Manuel de Macedo. Em seguida, veio para Portugal, estudar arte dramática com a actriz Palmira Bastos, no Conservatório de Lisboa.
De volta ao Brasil, passou a fazer parte do grupo Os Comediantes, participando em espectáculos como “Rainha Morta” de Henry de Montherlant, “Terras do Sem-Fim” de Jorge Amado, “Vestido de Noiva” de Nelson Rodrigues e “Não Sou Eu” de Edgard da Rocha Miranda.
Fundou em 1948 (juntamente com o marido, o também actor Sandro Polloni) o Teatro Popular de Arte, estreando depois a peça “Anjo Negro” de Nelson Rodrigues, no Teatro Fénix (Rio de Janeiro).
Em 1954, inaugurou a sua própria casa de espectáculos, o Teatro Maria Della Costa, no bairro da Bela Vista em São Paulo, projectado por Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Sandro Polloni, à frente da casa, criou um repertório considerado dos melhores de sempre do teatro brasileiro. Montagens como “Tobacco Road” de Erskine Caldwell e Jack Kirkland (1948), “Prostituta Respeitosa” de Jean-Paul Sartre (1948), “Com a Pulga Atrás da Orelha” de Feydeau (1955), “A Moratória” de Jorge Andrade (1955), “Rosa Tatuada” de Tennessee Williams (1956) e “A Alma Boa de Setsuan” de Bertolt Brecht (1958), marcaram esta fase.
A sua Companhia fez seguidamente uma excursão pela Europa e, em 1963, lotaram – durante 45 dias – diversas casas de espectáculos em Buenos Aires. Ao visitar Nova Iorque, conheceu o autor Arthur Miller e dele trouxe, para comemorar os dez anos do seu teatro (1964), a famosa peça “Depois da Queda”, dirigida por Flávio Rangel. Com este mesmo director, fez também os espectáculos “Homens de Papel” de Plínio Marcos (1967) e “Tudo no Jardim” de Edward Albee (1968), entre outros.
No cinema, actuou em diversos filmes: “O Cavalo 13” (1946) e “O Malandro e a Grã-fina” (1947), ambos realizados por Luiz de Barros; “Inocência” (1949); “Caminhos do Sul” (1949); e “Moral em Concordata” (1959). Foi dirigida pelo italiano Camillo Mastrocinque no premiado “Areião” (1952), produção da Maristela Filmes.
Na televisão, teve pouca participação: fez a novela “Beto Rockfeller” na TV Tupi, em 1968, e – na TV Globo – actuou em “Estúpido Cupido” (1976) e “Te contei?” (1978).
Em 2002, Maria Della Costa foi homenageada pelo Ministério da Cultura Brasileiro com a Ordem do Mérito Cultural.
Nos seus últimos anos de vida, residiu no município fluminense de Parati, onde administrava o seu próprio hotel. Faleceu aos 89 anos, vítima de edema pulmonar agudo.

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