Líder do Partido
Democrata-Cristão italiano, foi primeiro-ministro nos períodos de 1972/1973,
1976/1979 e 1989/1992.
Iniciou a carreira política
em 1946 como deputado, embora fosse dirigente da Democracia Cristã desde
1944. Antes, foi jornalista de profissão, tendo sido co-fundador do “Popolo”,
o jornal do seu partido. Foi colaborador de Alcide De Gasperi, passando por
todos os seus governos com as mais variadas funções.
Em 1954, foi ministro do Interior;
em 1955, das Finanças; em 1966, fez parte do terceiro governo de Aldo
Moro; entre Fevereiro de 1972 e Junho do ano seguinte, presidiu um governo democrata-cristão,
com o apoio dos partidos do centro; em Junho de 1976, após as eleições
gerais, assumiu o poder com um gabinete democrata-cristão minoritário,
que só pôde governar devido à abstenção do grupo parlamentar comunista.
Em 1978, Andreotti formou
governo com o Partido Comunista Italiano, dispondo assim de uma maioria
absoluta parlamentar. No ano seguinte, o gabinete de coligação chegou ao fim
devido à polémica adesão da Itália ao sistema monetário europeu, à qual os
comunistas se opunham. A forte oposição dos socialistas impediria Andreotti de
cumprir à risca o seu programa de luta contra a inflação.
Em 1983, assumiu o cargo de
ministro dos Negócios Estrangeiros e, em 1989, formou um governo de
coligação, sucedendo a Ciriaco De Mita.
Em 31 de Outubro de 1987, foi
agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito; a 12 de Setembro de
1990, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e, em 29 de
Junho de 1990, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D.
Henrique.
Até ao ano da sua demissão,
em 1992, conduziu governos de centro-direita, centro-esquerda e de unidade
nacional. No que diz respeito à política externa, mostrou-se tendenciosamente
pró-árabe, mas também atlantista.
Em 1993, para além de vários
escândalos políticos, a Justiça acusou Andreotti de delitos com ligação
à Máfia e a esquemas de financiamento ilegal de partidos políticos. O
seu julgamento teve início em 1995, mas Andreotti acabou por ser absolvido em
1999. Em 2003, o tribunal de apelação de Palermo rejeitou a sentença de
absolvição emitida, estabelecendo que provaram relações com a Máfia até
1980 (crime cometido, mas prescrito); em 2004, a sentença foi confirmada pelo Supremo
Tribunal.
Em 2002, Giulio Andreotti foi
enfim condenado a 24 anos de prisão, por cumplicidade com os assassinos do
jornalista Mino Pecorelli, em 1979. No entanto, não foi preso, pois gozava de
imunidade, dada a sua condição de senador vitalício. Pecorelli fora assassinado
por dois indivíduos, após ter anunciado que tencionava publicar uma reportagem
sobre supostas cobranças de comissões ilegais por Andreotti. O repórter
baseara-se em documentos do líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, morto
pelas Brigadas Vermelhas no ano anterior. O tribunal de apelação de
Perugia rejeitou a sentença de absolvição emitida, em 1999, por um tribunal de
primeira instância - segundo o qual Andreotti, na altura com 83 anos, nada
tinha a ver com a morte do jornalista. Em 2003, o Supremo Tribunal
anulou a sentença e absolveu Andreotti por não ter cometido o crime.
Os seus anos no poder foram
tratados no filme “Il Divo” (2008), de Paolo Sorrentino.
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