terça-feira, 14 de janeiro de 2025

14 DE JANEIRO - GIULIO ANDREOTTI

EFEMÉRIDE - Giulio Andreotti, político democrata-cristão italiano, nasceu em Roma no dia 14 de Janeiro de 1919. Morreu na mesma cidade em 6 de Maio de 2013. Ocupou por diversos mandatos o cargo de primeiro-ministro de Itália. Desde 1991, foi senador vitalício por nomeação presidencial.

Líder do Partido Democrata-Cristão italiano, foi primeiro-ministro nos períodos de 1972/1973, 1976/1979 e 1989/1992.

Iniciou a carreira política em 1946 como deputado, embora fosse dirigente da Democracia Cristã desde 1944. Antes, foi jornalista de profissão, tendo sido co-fundador do “Popolo”, o jornal do seu partido. Foi colaborador de Alcide De Gasperi, passando por todos os seus governos com as mais variadas funções.

Em 1954, foi ministro do Interior; em 1955, das Finanças; em 1966, fez parte do terceiro governo de Aldo Moro; entre Fevereiro de 1972 e Junho do ano seguinte, presidiu um governo democrata-cristão, com o apoio dos partidos do centro; em Junho de 1976, após as eleições gerais, assumiu o poder com um gabinete democrata-cristão minoritário, que só pôde governar devido à abstenção do grupo parlamentar comunista.

Em 1978, Andreotti formou governo com o Partido Comunista Italiano, dispondo assim de uma maioria absoluta parlamentar. No ano seguinte, o gabinete de coligação chegou ao fim devido à polémica adesão da Itália ao sistema monetário europeu, à qual os comunistas se opunham. A forte oposição dos socialistas impediria Andreotti de cumprir à risca o seu programa de luta contra a inflação.

Em 1983, assumiu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros e, em 1989, formou um governo de coligação, sucedendo a Ciriaco De Mita.

Em 31 de Outubro de 1987, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito; a 12 de Setembro de 1990, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e, em 29 de Junho de 1990, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique.

Até ao ano da sua demissão, em 1992, conduziu governos de centro-direita, centro-esquerda e de unidade nacional. No que diz respeito à política externa, mostrou-se tendenciosamente pró-árabe, mas também atlantista.

Em 1993, para além de vários escândalos políticos, a Justiça acusou Andreotti de delitos com ligação à Máfia e a esquemas de financiamento ilegal de partidos políticos. O seu julgamento teve início em 1995, mas Andreotti acabou por ser absolvido em 1999. Em 2003, o tribunal de apelação de Palermo rejeitou a sentença de absolvição emitida, estabelecendo que provaram relações com a Máfia até 1980 (crime cometido, mas prescrito); em 2004, a sentença foi confirmada pelo Supremo Tribunal.

Em 2002, Giulio Andreotti foi enfim condenado a 24 anos de prisão, por cumplicidade com os assassinos do jornalista Mino Pecorelli, em 1979. No entanto, não foi preso, pois gozava de imunidade, dada a sua condição de senador vitalício. Pecorelli fora assassinado por dois indivíduos, após ter anunciado que tencionava publicar uma reportagem sobre supostas cobranças de comissões ilegais por Andreotti. O repórter baseara-se em documentos do líder da Democracia Cristã, Aldo Moro, morto pelas Brigadas Vermelhas no ano anterior. O tribunal de apelação de Perugia rejeitou a sentença de absolvição emitida, em 1999, por um tribunal de primeira instância - segundo o qual Andreotti, na altura com 83 anos, nada tinha a ver com a morte do jornalista. Em 2003, o Supremo Tribunal anulou a sentença e absolveu Andreotti por não ter cometido o crime.

Os seus anos no poder foram tratados no filme “Il Divo” (2008), de Paolo Sorrentino.

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...