Autodidacta, foi uma das
figuras mais importantes da intelectualidade portuguesa nos finais do século
XIX.
Teve uma infância repleta de
dificuldades. Contava apenas 19 meses, quando o seu pai morreu.
Frequentou o liceu em
Coimbra, tendo-se matriculado com 15 anos em Matemática na Universidade.
Insatisfeito com o ambiente
que aí encontrou, dois anos depois abandonou os estudos universitários. Impôs
então a si próprio um programa de estudos centrado em autores alemães,
aprendendo para o efeito a língua alemã.
Ao longo da sua vida,
realizou notáveis trabalhos em pedagogia, linguística, etnografia e
antropologia. Foi professor no Curso Superior de Letras, onde ensinou Filologia
Românica Comparada e Filologia Portuguesa e assistiu à sua
transformação em Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
Foi director da Escola
Primária Superior de Rodrigues Sampaio, criada por sua iniciativa. Exerceu
também actividades docentes na Escola Normal Superior de Lisboa.
Participou em várias
comissões de ensino médio e superior, como vogal ou presidente, tendo nessa
qualidade elaborado importantes relatórios.
Proferiu, nas célebres Conferências
do Casino, organizadas por Antero de Quental e Jaime Batalha Reis, a
conferência “A Questão do Ensino” (1871). No seu livro homónimo,
publicado no ano seguinte, Adolfo Coelho fala sobre a necessidade e fins do
ensino; examina as formas e tipos; o ensino em Portugal em decadência pela
aliança entre Igreja e Estado; defende a separação entre ambos e
a promoção da liberdade do pensamento.
As suas concepções
pedagógicas assentavam na convicção que através da educação seria possível
regenerar o país. Combateu a submissão do ensino às ideias religiosas.
Organizou um importante Museu
Pedagógico na Antiga Escola do Magistério Primário de Lisboa.
Encontra-se colaboração da
sua autoria nas publicações periódicas: “Renascença” (1878/1879?), “O
Pantheon” (1880/1881), “Froebel” (1882/1884), “Branco e Negro”
(1896/1898), “Serões” (1901/1911); e ainda no “Jornal dos Cegos”
(1895/1920).
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