Foi
secretário do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993 e presidente
do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) entre 4 de Agosto de 1983 e
17 de Abril de 1987, tendo sido o primeiro membro do PSI a ocupar o
cargo.
Craxi
foi uma figura proeminente da chamada Primeira República Italiana (1948/1994).
Promoveu uma renovação do PSI e da esquerda italiana, o que o levou a
enfrentar dura resistência, tanto por parte do Partido Comunista Italiano
como do seu próprio partido.
Durante
o seu governo, a economia italiana consegue recuperar dos danos decorrentes do
segundo choque do petróleo (1979). O governo Craxi é marcado por importantes
eventos económicos, tais como o enfraquecimento do mecanismo de scala mobile
(em português, “escada rolante”: reajuste automático dos salários ao
nível dos preços), o declínio da inflação e o crescimento do PIB
italiano que, em 1987, supera o PIB da Grã-Bretanha, fazendo da Itália a
quinta maior economia do mundo - depois dos Estados Unidos, Japão, Alemanha e
França. Por outro lado, a dívida pública aumenta drasticamente, e a corrupção
na administração pública, assim como a colaboração do governo com personagens
ambíguos, compromete gradualmente a imagem de Craxi. Ao mesmo tempo, a máfia
sofre um grande revés, com o chamado Maxiprocesso de Palermo, iniciado
em 1986.
*****
Permaneceu
durante a maior parte da sua vida no PSI. Ascendeu rapidamente no
partido. Em 1968, foi eleito deputado e imediatamente foi nomeado
vice-secretário nacional.
Em
1976, em plena crise interna, foi eleito secretário-geral em substituição a
Francesco De Martino. Inicia assim sua longa liderança do PSI, em que pode
ser considerado um “secretário de transição” pela velha guarda socialista.
Em
1983, foi eleito primeiro com o apoio da aliança formada pelo PSI,
DC, PSDI, PRI e PLI. Entre as suas principais
políticas destacaram-se a assinatura de um novo acordo com a Santa Sé em 1984,
a entrada de Itália no G7 e uma nova política de impostos.
A
corrente política de Craxi dominava completamente o PSI, salvo pela
corrente mais esquerdista do PSI dirigida por Riccardo Lombardi, que
acusava o premier de ser de direita. Este domínio quase absoluto
permitiu a Craxi levar o partido às suas posições moderadas dentro da
social-democracia.
Em
31 de Outubro de 1987, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do
Infante D. Henrique de Portugal.
A
sua queda ocorreu em 1992, com a iniciativa judicial denominada Operação
Mãos Limpas, que tentou acabar com a corrupção imperante na política
italiana. Craxi, apontado entre os corruptos, teve que se demitir do seu cargo.
O PSI não tardaria a desaparecer.
Craxi
mudou-se para a Tunísia em 1994, fugindo da justiça italiana e faleceu em 2000,
na cidade litorânea de Hammamet.
Em
1989, com a queda do muro de Berlim e a resultante crise no Partido
Comunista Italiano (PCI), Craxi propõe a união de todo o socialismo
numa bandeira comum. Propunha a união do PSI, PSDI e do PCI,
que abandonava o comunismo. Assim se buscava criar uma única força
social-democrata.
Por culpa da recessão económica, e sobretudo da crise de corrupção dos anos 1990, a ideia nunca chegou a realizar-se, ainda que tenha permitido a aproximação de posições entre os políticos. Assim, muitos deles criaram o Partido Democrata de Esquerda, partido herdeiro dos comunistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário