domingo, 19 de janeiro de 2025

19 DE JANEIRO - BETTINO CRAXI

EFEMÉRIDE - Benedetto “Bettino Craxi, político italiano, morreu em   Hammamet no dia 19 de Janeiro de 2000. Nascera em Milão, em 24 de Fevereiro de 1934.

Foi secretário do Partido Socialista Italiano (PSI) de 1976 a 1993 e presidente do Conselho de Ministros (primeiro-ministro) entre 4 de Agosto de 1983 e 17 de Abril de 1987, tendo sido o primeiro membro do PSI a ocupar o cargo.

Craxi foi uma figura proeminente da chamada Primeira República Italiana (1948/1994). Promoveu uma renovação do PSI e da esquerda italiana, o que o levou a enfrentar dura resistência, tanto por parte do Partido Comunista Italiano como do seu próprio partido.

Durante o seu governo, a economia italiana consegue recuperar dos danos decorrentes do segundo choque do petróleo (1979). O governo Craxi é marcado por importantes eventos económicos, tais como o enfraquecimento do mecanismo de scala mobile (em português, “escada rolante”: reajuste automático dos salários ao nível dos preços), o declínio da inflação e o crescimento do PIB italiano que, em 1987, supera o PIB da Grã-Bretanha, fazendo da Itália a quinta maior economia do mundo - depois dos Estados Unidos, Japão, Alemanha e França. Por outro lado, a dívida pública aumenta drasticamente, e a corrupção na administração pública, assim como a colaboração do governo com personagens ambíguos, compromete gradualmente a imagem de Craxi. Ao mesmo tempo, a máfia sofre um grande revés, com o chamado Maxiprocesso de Palermo, iniciado em 1986.

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Permaneceu durante a maior parte da sua vida no PSI. Ascendeu rapidamente no partido. Em 1968, foi eleito deputado e imediatamente foi nomeado vice-secretário nacional.

Em 1976, em plena crise interna, foi eleito secretário-geral em substituição a Francesco De Martino. Inicia assim sua longa liderança do PSI, em que pode ser considerado um “secretário de transição” pela velha guarda socialista.

Em 1983, foi eleito primeiro com o apoio da aliança formada pelo PSI, DC, PSDI, PRI e PLI. Entre as suas principais políticas destacaram-se a assinatura de um novo acordo com a Santa Sé em 1984, a entrada de Itália no G7 e uma nova política de impostos.

A corrente política de Craxi dominava completamente o PSI, salvo pela corrente mais esquerdista do PSI dirigida por Riccardo Lombardi, que acusava o premier de ser de direita. Este domínio quase absoluto permitiu a Craxi levar o partido às suas posições moderadas dentro da social-democracia.

Em 31 de Outubro de 1987, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique de Portugal.

A sua queda ocorreu em 1992, com a iniciativa judicial denominada Operação Mãos Limpas, que tentou acabar com a corrupção imperante na política italiana. Craxi, apontado entre os corruptos, teve que se demitir do seu cargo. O PSI não tardaria a desaparecer.

Craxi mudou-se para a Tunísia em 1994, fugindo da justiça italiana e faleceu em 2000, na cidade litorânea de Hammamet.

Em 1989, com a queda do muro de Berlim e a resultante crise no Partido Comunista Italiano (PCI), Craxi propõe a união de todo o socialismo numa bandeira comum. Propunha a união do PSI, PSDI e do PCI, que abandonava o comunismo. Assim se buscava criar uma única força social-democrata.

Por culpa da recessão económica, e sobretudo da crise de corrupção dos anos 1990, a ideia nunca chegou a realizar-se, ainda que tenha permitido a aproximação de posições entre os políticos. Assim, muitos deles criaram o Partido Democrata de Esquerda, partido herdeiro dos comunistas. 

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