Liberace desfrutou de uma carreira que abrange quatro
décadas de concertos, gravações, televisão, filmes e outros eventos. No auge da
sua fama, nas décadas de 1950 a 1970, ele era o artista mais bem
pago no mundo, com residências e concertos estabelecidos em Las Vegas e uma
agenda de tournées internacionais.
Liberace adoptou um estilo de vida de excesso
extravagante dentro e fora do palco, adquirindo o apelido de “Sr.
Showmanship” (“Senhor Espectáculo”).
Ele nasceu numa família de músicos. O pai, o italiano
Salvatore Liberace (1885/1977), tocava trompa na Orquestra Filarmónica de
Milwaukee. A mãe, a polaco-americana Frances Zuchowski (1892/1980), tocava
piano. O irmão George era violinista. Desde menino, demonstrou uma aptidão
excepcional pelo piano.
Quando tinha 7 anos, tocou para Paderewski que,
impressionado com a precocidade do rapaz, ajudou-o a entrar como bolseiro no
Colégio de Música de Wisconsin. Os estudos do jovem estenderam-se por dezassete
anos.
Com apenas 11 anos, foi solista num concerto com
orquestra e, durante a sua adolescência, apareceu a tocar com importantes
orquestras.
Parecia que Liberace iria tornar-se um pianista
clássico; porém, ao apresentar um recital, escolheu tocar como encore não uma obra de um compositor erudito,
mas sim um arranjo virtuosístico de uma música popular. Nascia assim o showman
Liberace. Um pianista extraordinariamente treinado sob o ponto de vista da
escola tradicional do piano, mas que ousou fazer o inusitado, usar toda a sua
arte não apenas num repertório clássico, mas também na música popular.
Além de tocar, ele cantava e dançava. Posteriormente,
Liberace jamais executaria qualquer canção sem um arranjo pessoal e inimitável.
A sua inesgotável capacidade pianística levou-o a ser chamado de o “Liszt de
Las Vegas”.
A partir de 1953, apresentou um programa semanal na
televisão, em rede nacional. Nesta década, Liberace processa alguns jornais que
publicaram matérias alegando a sua suposta homossexualidade. O seu vestuário
era ao mesmo tempo luxuoso e espalhafatoso. Uma exposição de alguns dos
valiosos bens pertencentes a Liberace foi realizada em Hollywood, na Califórnia,
em 1966. Liberace era um notório coleccionador, principalmente de mobiliário
antigo, pianos antigos e carros de luxo. Entre os muitos pianos que chegou a
possuir, havia um que pertencera a Chopin e outro que pertencera a George
Gershwin.
Em 1973, Liberace publicou a sua autobiografia. Em Las
Vegas, foi inaugurado, em 1979, o Museu Liberace, uma oportunidade para os
seus admiradores verem os seus pianos, carros e outros objectos.
No auge da sua carreira, Liberace chegou a ganhar
cerca de cinco milhões de dólares anualmente, tendo construído cinco luxuosas
mansões. Nunca antes, na história da música, um instrumentista havia ganho
tanto dinheiro.
Em 1980, a morte da sua mãe deixou-o profundamente
abalado. O seu irmão George morre de leucemia em 1983.
A sua última aparição pública foi em Novembro de 1986,
no Radio City Music Hall, em Nova Iorque. Três meses depois, falecia aos
67 anos por complicações causadas pelo vírus da AIDS, na sua residência
de Palm Springs, na Califórnia. Os seus restos mortais jazem, juntamente com os
de sua mãe e de seu irmão, num túmulo encimado por uma bela estátua, no Cemitério
Forest Lawn, em Hollywood, Los Angeles.
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