EFEMÉRIDE
– Jürg Federspiel, escritor suíço, morreu em Basileia no dia 12 de Janeiro
de 2007. Nascera em Lindau, cantão de Zurique, em 28 de Junho de 1931.
É um
dos principais nomes da literatura suíça de expressão alemã, chegando a ser
considerado como o mais internacional escritor suíço da sua geração.
Notabilizou-se ao escrever obras como: “Museu dos ódios” (1969), “Balada
de Maria Tifos” (1982) e “Geografia do Prazer” (1989), o romance que
é considerado a sua obra-prima. Ao longo da carreira literária, publicou mais
de vinte romances e colectâneas de contos. Os seus livros foram traduzidos para
seis idiomas.
A
primeira vez que Federspiel chamou a atenção foi em 1961, quando publicou “Laranjas
e Mortes”. O influente crítico literário Marcel Reich-Ranicki apontou-o,
então, como uma das grandes esperanças da literatura suíça.
Foi
muito influenciado pelo estilo de contos americanos. Segundo as suas palavras,
«antes da Segunda Guerra Mundial havia muitas traduções de autores como
Ernest Hemingway e William Faulkner. Li esses livros e fiquei fascinado por
esse novo mundo que se abria para mim.».
Viveu
oito anos em Nova Iorque ,
rendendo-se ao charme da cidade. A sua escrita nova-iorquina foi feita de
contos e ensaios, tais como: “Museum des Hasses”, “Die beste Stadt
für Blinde und andere Berichte” e “Kilroy”.
Em
língua inglesa, talvez tenha sido o romance “Die Ballade von der Typhoid
Mary” (“The Balade of Tiphoid Marie”, na versão inglesa) a obter
maior sucesso. Considerado um trabalho de crítica social, é baseado na história
real de Mary Mallon que, na Nova Iorque do início do século XX, se recusou a
aceitar que era a fonte de numerosos surtos de febre tifóide. De qualquer
forma, o autor afirmaria que a novela tinha apenas cinco por cento de realidade
e o resto era ficção.
O
seu livro mais conhecido na Alemanha é “Geographie der Lust” (“Geografia
do Prazer”), a história de uma bela mulher que aceita uma proposta
milionária para deixar tatuar um mapa nas suas nádegas. Enquanto o milionário
se apaixona por ela, a mulher escolhe casar com um cego que – assim – nunca
verá a marca gravada na sua pele. As feministas criticaram o livro, mas o autor
estava longe de conseguir consensos, sendo um escritor controverso.
Federspiel,
de 75 anos de idade, que sofria de diabetes e da doença de Parkinson e que já
não escrevia há 6 anos, desapareceu no dia 12 de Janeiro de 2007. Foi
encontrado morto, um mês e meio depois, numa barragem no rio Reno. O corpo foi
descoberto acidentalmente por uma pessoa que passava no local e que o avistou a
boiar, chamando a polícia.
Jürg
Federspiel não se preocupava muito com o facto de vir a morrer, sendo a morte
um tema recorrente na sua obra. Casou-se três vezes e deixou um filho.
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