EFEMÉRIDE
– Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, militar do exército
britânico, fundador do escutismo, morreu em Nyeri no dia 8 de Janeiro de 1941.
Nascera em Londres, em 22 de Fevereiro de 1857.
O
pai morreu quando Robert tinha 3 anos, deixando a mãe com numerosos filhos, dos
quais o mais velho tinha 12 anos e o mais novo apenas 1 mês de vida. Robert
cedo se habituou a viver ao ar livre com os irmãos, fazendo passeios e
acampamentos em vários locais.
Em
1870, ingressou na Escola Charterhouse em Londres, com uma bolsa de
estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros, mas
era um dos mais vivos.
Aos
19 anos, não tendo podido entrar na universidade, aceitou de imediato uma
oportunidade que lhe foi proporcionada para ir à Índia, então colónia inglesa,
como subtenente de um regimento de cavalaria.
Em
1887, participou numa campanha contra os Zulus, em África. Foi promovido
a major em 1889 e, em Abril de 1896, dirigiu uma expedição contra os Matabele,
na Rodésia.
Mais
tarde, participou na campanha contra a tribo dos Ashantís. Os nativos
temiam-no tanto que lhe davam o nome de “Impisa” (“lobo-que-nunca-dorme”),
devido à sua coragem, à sua perícia como explorador e à sua impressionante
habilidade em seguir pistas. As suas promoções na carreira militar eram quase
automáticas tal a regularidade com que ocorriam, Em breve se tornaria famoso.
Corria
o ano de 1899 e Baden-Powell tinha sido promovido a coronel. Na África do Sul,
começava uma agitação e as relações entre a Inglaterra e o governo da República
do Transval tinham chegado ao ponto de ruptura. B-P recebeu ordens para
organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma
cidade no coração da África do Sul.
Veio
a Guerra dos Boers e, durante 217 dias, ele e os seus homens defenderam
Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores. Tropas de socorro
conseguiram finalmente abrir caminho para o auxiliar (Maio de 1900).
Já
como major general, tornou-se um herói aos olhos dos seus compatriotas, tanto
adultos como crianças. Em 1901, regressou da África do Sul, descobrindo com
surpresa que a sua popularidade tinha transformado num “bestseller” o livro que
ele escrevera para militares, “Ajudas à Exploração Militar”. A obra
estava mesmo a ser usada como um compêndio nas escolas masculinas. Baden-Powell
viu naquilo um desafio, compreendendo que tinha ali uma oportunidade para
ajudar a juventude.
Se
um livro para adultos, sobre as actividades dos exploradores, pudera exercer
tal atracção sobre os rapazes e servir-lhes mesmo de fonte de inspiração, outro
livro, escrito especialmente para eles, poderia decerto despertar ainda maior
interesse e entusiasmo.
Pôs-se
então a trabalhar, aproveitando e adaptando a sua experiência na Índia e em
África, entre os Zulus e outras tribos selvagens. Reuniu uma biblioteca
especial e estudou nestes livros os métodos usados em todas as épocas para a
educação e o adestramento dos rapazes, desde jovens espartanos, antigos bretões
e peles-vermelhas, até aos nossos dias. Lenta e cuidadosamente, foi
desenvolvendo a ideia do escutismo. Queria estar certo de que a ideia podia ser
posta em prática e por isso, no Verão de 1907, foi com um grupo de 20 rapazes –
separados em 4 patrulhas – para a Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, com a
finalidade de realizar o primeiro acampamento escoteiro que o mundo presenciou.
Foi um êxito completo.
Nos
primeiros meses de 1908, lançou – em seis fascículos quinzenais – o seu manual
de adestramento, o “Escutismo para Rapazes”, sem sequer sonhar que este
livro iria pôr em acção um movimento que afectaria a juventude de todo o mundo.
Mal
começou a aparecer nas livrarias e nas bancas de jornais e já surgiam patrulhas
e escoteiros, não só em Inglaterra mas em muitos outros países. O movimento
cresceu tanto que, em 1910, Baden compreendeu que o Escutismo seria a obra a
que ele dedicaria o resto da sua vida. Teve a visão de reconhecer que podia
fazer mais pelo seu país adestrando a nova geração para a boa cidadania do que
preparando homens para as guerras. Pediu a demissão do exército e ingressou na
sua “segunda vida”, como ele dizia.
Em
1912, fez uma viagem à volta do mundo para contactar os escoteiros de muitos
países. Foi este o primeiro passo para fazer do Escutismo uma fraternidade
mundial.
A Primeira
Guerra Mundial veio interromper por uns tempos este trabalho. Em Junho de
1919, foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo. Com o fim das
hostilidades, recomeçou a sua missão e, em 1920, escoteiros de todas as partes
do mundo reuniram-se em Londres para a primeira concentração internacional, o
primeiro Jamboree Mundial. Na última noite deste Jamboree, em 6
de Agosto, Baden-Powell foi proclamado “Escoteiro-Chefe-Mundial” sob os
aplausos da multidão de rapazes.
O
Movimento Escoteiro continuou a crescer. No dia em que atingiu a “maioridade”,
completando 21 anos de actividade, contava com mais de 2 milhões de membros em
praticamente todos os países do mundo.
Quando
as suas forças começaram a declinar, depois de completar 80 anos de idade,
regressou à sua amada África com a esposa, Lady Olave Baden-Powell, que fora
uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços e que era a Chefe-Mundial
das “Girl Guides”, movimento também iniciado por Baden-Powell. Fixaram
residência no Quénia, onde Robert morreu e foi sepultado.
Lady
Olave Baden-Powell continuou a obra do marido, tendo falecido em 1977.
Actualmente, existem mais de 28 milhões de escoteiros em cerca de 216 países.
Sem comentários:
Enviar um comentário