EFEMÉRIDE
– Augusto Fraga, cineasta português, morreu em Lisboa no dia 6 de Janeiro de
2000. Nascera na mesma cidade em 18 de Setembro de 1910.
Durante
a década de 1930, ainda muito jovem, foi jornalista e crítico de cinema.
Dirigiu a revista “Cinéfilo” (1938/39) e colaborou nas revistas de
cinema “Imagem”, “Animatógrafo” e “Mundo Gráfico”. Nos
anos 1940, foi redactor de “O Século” e do suplemento “Êxito”
do “Diário de Lisboa”.
Realizou
o seu primeiro documentário em 1935, “O Lançamento do Pedro Nunes”. Em
1940, colaborou com a Comissão das Festas centenárias, ao realizar “Portugal,
Oito Séculos de História”. Depois de privilegiar o jornalismo durante
alguns anos, voltou ao cinema em 1947, para realizar diversos interlúdios
musicais (alguns com Amália Rodrigues), pequenos filmes que ilustravam canções
popularizadas pela rádio. Ainda naquele ano, partiu para Espanha, onde
permaneceu até finais de 1948, realizando algumas curtas-metragens e sendo
também argumentista, actividade que prosseguiu na rádio na década de 1950.
Regressado
a Portugal, foi intercalando a realização de documentários com
longas-metragens, mas nunca ultrapassando o convencionalismo a nível dos
argumentos e dos processos técnicos.
O
seu primeiro filme de fundo (“Sangue Toureiro”, 1958) foi a primeira
película a cores feita em
Portugal. As presenças da fadista Amália Rodrigues e do
toureiro Diamantino Vizeu, nos principais papéis, visavam atrair o público, mas
– mesmo a nível comercial – foi um falhanço. Após vários fracassos, idealizou o
mesmo estratagema, juntando dois nomes então muito populares, os cantores
António Calvário e Madalena Iglésias, no filme “Uma Hora de Amor”
(1964). O sucesso comercial surgiu desta vez, não propriamente pelo argumento
mas pela fama dos protagonistas.
Em
1965, em plena Guerra
Colonial rodou “29 Irmãos”, um dos poucos filmes a
abordar o tema, embora muito ao de leve. Seguiu-se “A Voz do Sangue”,
inteiramente filmado em
Angola. A pouca aceitação do público e da crítica
acentuar-se-ia na sua última longa-metragem, “Traição Inverosímil”
(1970), adaptada do romance homónimo de Domingos Monteiro.
Após
a Revolução dos Cravos em 1974, Augusto Fraga abandonou o cinema para se
dedicar à co-autoria de espectáculos de revista. Alguns deles foram verdadeiros
êxitos deste género teatral.
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