terça-feira, 26 de janeiro de 2016

26 DE JANEIRO - PAULA REGO

EFEMÉRIDE – Maria Paula Figueiroa Rego, artista plástica portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 26 de Janeiro de 1935. Iniciou os seus estudos no Colégio Integrado Monte Maior, em Loures, continuando-os depois na St. Julian's School, em Carcavelos, onde os professores cedo lhe reconheceram talento para a pintura.
Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora do país salazarista dos anos 1950, partiu para Londres, onde estudou na Slade School of Fine Art, até 1956. Em Londres, conheceu o pintor Victor Willing, com quem se casou em 1959.
Ao longo da década de 1960, a viver na Ericeira, participou em exposições colectivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasmou a crítica ao expor individualmente, pela primeira vez, na Galeria de Arte Moderna da Escola de Belas-Artes de Lisboa.
No princípio dos anos 1970, com a falência da empresa familiar, vendeu a quinta da Ericeira e radicou-se em Londres. Tornou-se bolseira da Fundação Gulbenkian, em 1975, para fazer pesquisas sobre contos infantis. Figurou – com onze obras – na exposição Arte Portuguesa desde 1910 (1978), com realce para colagens. Voltou à pintura, mais livre e mais directa, retratando o mundo intimista e infantil, inspirada em dados reais ou imaginários. A obra literária de George Orwell inspirou-a para fazer o painel “Muro dos Proles”, com mais de seis metros de comprimento (1984).
Fez uma viragem radical na sua obra com a série da “menina e o cão”, onde a figura feminina assumiu claramente a liderança na acção, enquanto o cão era mimado e acarinhado. A menina fazia de mãe, de amiga, de enfermeira e de amante, num jogo de sedução e de dominação que continuou em obras posteriores. Tecnicamente, as figuras ganharam volume e o espaço ganhou solidez e autonomia.
Em 1987, Paula Rego assinou – com a galeria Marlborough Fine Art – o passo que lhe faltava para a divulgação internacional da sua obra. A morte do marido, também ocorrida nesse ano, foi assinalada em obras como “O Cadete e a Irmã”, “A Partida”, “A Família” e “A Dança”, de 1988. A convite da National Gallery, em 1990, ocupou um atelier no museu, onde pintou várias obras. Desse período, destaca-se “Tempo – Passado e Presente” (1990/91).
Em 2006, respondeu afirmativamente ao convite que lhe foi dirigido pelo presidente da Câmara Municipal de Cascais, para expor em permanência a sua obra no concelho onde viveu grande parte da infância. Paula Rego indicou o nome do arquitecto Eduardo Souto Moura para desenvolver o projecto e escolheu um dos terrenos que lhe foi apresentado, ao lado do Museu do Mar, como lugar do futuro museu. Foi inaugurada, em Setembro de 2009, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, que nasceu com o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra. A entidade responsável é a Fundação Paula Rego.
A par de Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, estando colocada entre os quatro maiores pintores vivos em Inglaterra.
Em Julho de 2012, apresentou uma série de pinturas novas, numa exposição em parceria com a artista Adriana Molder, inspirada na narrativa histórica de Alexandre Herculano e intitulada “A Dama Pé-de-Cabra”, com inauguração em 7 de Julho na Casa das Histórias em Cascais. Em Agosto de 2012, foi anunciada a vontade do Governo em encerrar a Fundação com o seu nome, com a oposição, entre outros, da Câmara Municipal de Cascais.
O quadro “Looking Back”, pintado em 1987, foi vendido por 861 960 euros em Junho de 2011, constituindo um recorde para a artista. Quatro anos depois, “The Cadet and his Sister”, de 1988, foi arrematado num leilão da Sotheby's por 1 614 795 euros, um novo recorde para Paula Rego.
Das distinções que recebeu, salienta-se o Prémio Celpa/Vieira da Silva de Consagração e o Grande Prémio Soquil. Em Junho de 2010, foi condecorada pela rainha Isabel II de Inglaterra com o oficialato da Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição para as Artes. Em Junho de 1995, foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Em Outubro de 2004, foi elevada a Grã-Cruz da mesma Ordem. Em Fevereiro de 2011, recebeu o doutoramento Honoris Causa da Universidade de Lisboa.

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