EFEMÉRIDE
– José Carlos da Maia, oficial da Marinha de Guerra Portuguesa e destacado
político republicano, nasceu em Olhão no dia 16 de Março de 1878. Morreu em
Lisboa, em 19 de Outubro de 1921.
Aos
19 anos, alistou-se na Armada como aspirante e, em 1900, foi promovido a
guarda/marinha, sendo colocado na Divisão Naval do Atlântico Sul,
navegando entre Angola, Cabo Verde e S. Tomé.
Foi
promovido a 2º tenente em 1903, sendo colocado na Divisão Naval de
Macau até regressar ao Reino em 1905. Seguidamente, seguiu para Angola,
regressando a Lisboa em Fevereiro de 1907, para ser instrutor da Escola
Prática de Artilharia Naval. Fez a especialização de “oficial torpedeiro”,
voltou a Macau e regressou novamente a Lisboa em Agosto de 1909.
Desde
muito novo, participou em todas as conspirações contra o regime monárquico,
juntamente com Machado Santos e Almirante Reis, entre outros.
Foi
encarregue – com grande sucesso – pelo Almirante Reis de atrair para a causa
revolucionária muitos oficiais, de forma a que fosse possível a implantação da
República. Na madrugada de 4 de Outubro de 1910, tomou parte activa na revolta
republicana.
Após
as operações militares, Carlos da Maia correu a abraçar a mãe dizendo-lhe: «Minha
mãe, pode beijar-me que não matei ninguém».
Entre
outras funções que veio a desempenhar, foi deputado à Assembleia
Constituinte de 1911 e à Câmara de Deputados do Congresso da República,
governador de Macau (1914/16), presidente da Comissão Administrativa da
Câmara Municipal de Lisboa, de Janeiro a Março de 1918, e ministro da
Marinha durante três meses e meio, também em 1918.
Em
Março de 1919, foi feito comendador da Ordem Militar de Avis.
Encontrava-se afastado da política activa quando foi um dos assassinados na Noite
Sangrenta de 19 de Outubro de 1921.
A mini-série
da RTP, “Noite Sangrenta”, produzida em 2010, descreve os
acontecimentos daquela noite, nomeadamente o assassinato de Carlos da Maia e os
posteriores esforços da sua viúva, Berta da Maia, em encontrar os responsáveis pelo
crime.
Após
prolongadas investigações, os autores dos crimes foram duramente punidos em
julgamento iniciado em Novembro de 1922, tendo-se chegado à conclusão que se
tratara do desvario de um grupo tresloucado e alcoolizado que, a coberto da
revolução, cometeu aqueles assassinatos.
José
Carlos da Maia, pela sua vida idealista, a sua honestidade e humanidade
permanente (e talvez também pela sua morte trágica), foi alcunhado por alguns
como “o marinheiro romântico”.
Em
Novembro de 1927, foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem
Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. O seu nome é hoje
recordado em diversos arruamentos, sendo patrono de uma escola básica na sua
cidade natal.
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