quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

12 DE DEZEMBRO - ANTUNES FILHO


EFEMÉRIDE - José Alves Antunes Filho, director de teatro brasileiro, nasceu em São Paulo no dia 12 de Dezembro de 1929. É considerado pela crítica e por diversos artistas como um dos principais nomes teatrais do seu país.
Antunes fez parte da primeira geração de encenadores brasileiros, dissidentes do Teatro Brasileiro de Comédia, onde começou como assistente de direcção em 1952, tendo lá trabalhado com nomes estrangeiros decisivos que influenciaram a sua geração.
O seu trabalho está fortemente ligado à renovação estética, política e cénica do teatro brasileiro surgido nos anos 1960 e 1970, sobretudo com “Macunaíma” (1978), montagem que se tornou referência para a geração dos anos 1980. Com este espectáculo, Antunes Filho torna-se «o primeiro director a empreender uma obra dramatúrgica e cenicamente autoral».
Nessa época, Antunes montou o Centro de Pesquisa Teatral, hoje residindo no Sesc Consolação, onde desde então tem formado diversos actores com metodologia e técnica próprias.
Nasceu no bairro de Bela Vista, em São Paulo, filho de imigrantes portugueses. Começou por estudar direito, mas abandonou o curso para fazer Artes Dramáticas.
Entre os espectáculos que criou, estão “Macunaíma”, da obra homónima de Mário de Andrade, que foi apresentada em vinte países, e “Trono de Sangue”, baseado na obra “Macbeth” de William Shakespeare.
Vários actores de renome passaram pela sua supervisão, como Luís Melo, que foi protagonista de vários espectáculos, como “Trono de Sangue”.
Iniciou a carreira dirigindo grupos amadores. Montou peças para a série “Tele-Teatro”, como “O Urso”, de Anton Tchecov em 1950. Depois, foi convidado por Décio de Almeida Prado para trabalhar como assistente de direcção no Teatro Brasileiro de Comédia.
Trabalhou com o grande director Zbigniew Ziembiński, com quem aprendeu a disciplina e a técnica.
Em 1953, estreou-se como director, com a peça “Week-End”, de Noël Coward. Em 1958, dirigiu “O Diário de Anne Frank”, de Francis Goodrich e Albert Hackett, um de seus grandes sucessos.
Durante a ditadura militar, dirigiu a peça “Vereda da Salvação” (1964), de Jorge Andrade, que foi remontada na década de 1990.
É director do Centro de Pesquisas Teatrais, criado em 1982, onde já montou as peças “A Hora e a Vez” de Augusto Matraga (1986), “Paraíso Zona Norte” (1990), “Novas e Velhas Estórias” (1991), “Macbeth – O Trono de Sangue” (1992), “Gilgamesh” (1995) e “Drácula e outros Vampiros” (1996).
Em 1998, apresentou a evolução na pesquisa do actor com “Prêt-à-Porter”, uma série de espectáculos formados por peças curtas, escritas e dirigidas pelos próprios actores, através dos procedimentos desenvolvidos na busca de novos horizontes do teatro. Este núcleo revelou vários actores. Por este projecto, a Casa das Américas premiou o CPT com o Gallo de Habana, honraria só concedida a instituições que tenham contribuído com relevância para a evolução estética do teatro na América Latina.
Em 1999, montou a tragédia grega “Fragmentos Troianos” (1999), adaptação de “As Troianas”, de Eurípedes. Este espectáculo foi também apresentado no Festival de Istambul, na Turquia.
Em 2001 e 2002, apresentou duas versões para a tragédia “Medeia”, de Eurípides. Em 2004, dirigiu a peça “O Canto de Gregório”, apresentando o autor Paulo Santoro.
Voltou à tragédia em 2005, com a sua adaptação para “Antígona”, de Sófocles.
Dirigiu cinema apenas uma vez, com o filme “Compasso de Espera”, um drama sobre racismo, protagonizado por Zózimo Bulbul e Stênio Garcia.
Em 2006, recebeu o Prémio Bravo! de Melhor Espectáculo Teatral do Ano, pela peça “A Pedra do Reino” (2006).
Antunes Filho formou e influencia diversos encenadores e actores. Entre muitos outros, cite-se Raul Cortez e Luís Melo.

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