Frequentou, com o seu irmão, o Colégio
Militar.
Recebeu o seu diploma de piloto
em 10 de Maio de 1917, numa sessão realizada na Sociedade de Geografia de
Lisboa, em que também foram entregues os diplomas aos outros 12 primeiros
pilotos militares portugueses que eram - além de José Manuel Sarmento de Beires
- Olímpio Ferreira Chaves, Azeredo Vasconcelos, Sousa Gorgulho, João Luís de
Moura, Luís Cunha e Almeida, António Cunha e Almeida, Miguel Paiva Simões,
Pereira Gomes J., Rosário Gonçalves, Duvale Portugal, Aurélio Castro e Silva, e
José Joaquim Ramires.
Foi o primeiro a realizar a
travessia aérea nocturna do Atlântico Sul, em 1927.
Foi condecorado com os graus de comendador
da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor,
Lealdade e Mérito em 5 de Outubro de 1924 (14º aniversário da República) e
de comendador da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo a 5
de Outubro de 1925 (15º aniversário da República).
Sarmento de Beires distinguiu-se
ainda como opositor ao regime ditatorial instaurado no país pelo golpe de 28
de Maio de 1926, que entretanto o condecorara com os graus de oficial
da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada,
do Mérito Científico, Literário e Artístico em 30 de Janeiro de 1928 e
de grande-oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e
Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 3 de Fevereiro de 1928, tendo
participado na última sublevação armada contra a Ditadura Nacional em
1928, antes de se exilar no Brasil.
Foi iniciado em 1930 na Maçonaria,
na loja Paz com o nome simbólico de Bartolomeu Dias.
Em 11 de Junho de 1964, foi
agraciado com o grau de comendador da Ordem do Império. Regressou
a Portugal depois da Revolução dos Cravos.
O seu nome perdura na toponímia portuguesa,
em nomes de arruamentos, e - em Vila Nova de Milfontes - foi erigido um
monumento em homenagem ao raid aéreo Lisboa-Macau.
Em 1924, os capitães António
Jacinto da Silva de Brito Pais e José Manuel Sarmento de Beires e o tenente
Manuel António Gouveia, fizeram a primeira viagem aérea Portugal-Macau, no
avião “Pátria”. Apesar de ficar conhecida na história por Raid
Lisboa-Macau, a partida deu-se do Campo dos Coitos, junto a Milfontes em 7
de Abril de 1924. Em homenagem aos aviadores e ao seu feito histórico, foi
erguido na Praça da Barbacã, junto ao forte, um monumento que recorda a heróica
viagem. Tendo o “Pátria” se perdido num acidente na Índia, um novo
aeroplano foi adquirido graças a contribuições da população portuguesa em ampla
campanha popular, o “Pátria II”, com o qual o percurso foi finalmente completado.
Concebido em 1924, o seu projecto
era o de realizar a circum-navegação aérea originalmente idealizada por Artur
de Sacadura Freire Cabral, repetindo o feito
marítimo de Fernão de Magalhães no século XVI. Para esse fim, adquiriu um
hidroavião Dornier Do J (Wal), metálico, com dois motores Lorraine-Dietrich
de 450 cv, que baptizou como “Argos”. A viagem iniciou-se finalmente a 7
de Março de 1927, sendo cumprido o trecho Alverca-Casablanca. A equipa era
composta por Sarmento de Beires e Duvalle Portugal (pilotos), Jorge de Castilho
(navegador) e Manuel Gouveia (mecânico). Em Bolama, problemas técnicos impedem
a decolagem e o piloto Duvalle sacrifica-se, permanecendo em terra para aliviar
o peso da aeronave e permitir o prosseguimento da viagem. Após outros
problemas, descolam no dia 16, às 18:08 h, rumo ao Brasil. Devido a problemas
de alimentação, o mecânico Gouveia necessitou intervir por duas vezes, salvando
o voo. O navegador Castilho dirigiu a aeronave até aos Penedos de São Pedro e
São Paulo, de onde inflectiu para Fernando de Noronha, onde chegaram às 12:20
h, perfazendo 2595 quilómetros em 18:12 h de voo. Recebidos pelo director do
presídio na ilha, este exclamou: «Não sabíamos de nada! Mais a mais, os
aviões não costumam chegar, pelo ar, a Fernando de Noronha».
O voo prosseguiu com escalas no
Recife, Natal e Rio de Janeiro. Nesta última cidade, Sarmento Beires escreveu
no seu diário: «Batemos um recorde, 14 discursos em 12 horas». De
Portugal, apenas chega um telegrama de felicitações assinado por Gago Coutinho:
a viagem desagradara à ditadura militar portuguesa,
que ordenou o regresso, frustrando a viagem de circum-navegação. Em Natal, no
retorno, encontram o “Jahu”, o avião
brasileiro que tinha acabado de realizar a primeira travessia aérea sem escalas
do Atlântico Sul.
Em 5 de Junho, descolam de Belém.
Uma porta mal reparada solta-se em pleno voo,
rasgando uma asa: era o fim da aeronave, retornando a tripulação de barco até
Lisboa.
Casou pela primeira vez em 25 de Março
de 1920 com Maria Luísa Lalande (1892/1969), da qual se divorciou e não havendo
descendência.
Casou pela segunda vez a 9 de Janeiro de 1958 com Lucília Helena Guimarães Lima, da qual também não teve qualquer filho.
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