Foi membro do Parlamento
de 1994 a 2003 e de 2009 até à sua morte, tendo sido vice-ministra de Artes
e Cultura de 1994 a 1996. Membro do Congresso Nacional Africano (ANC)
como membro do Comité Executivo Nacional do ANC e chefiou a Liga
das Mulheres. Winnie era conhecida pelos seus apoiantes como a “Mãe da
Nação”.
Ficou mundialmente conhecida como
esposa de Nelson Mandela durante o período da prisão do líder sul-africano. Com
a libertação deste, escândalos do seu envolvimento em crimes e de infidelidade
causaram a separação do casal e uma consequente perda de prestígio.
Fez os estudos elementares em
Bizana e dali, ingressou na Shawbury High School. Em 1953, mudou-se para
Joanesburgo onde foi admitida na Jan Hofmeyr School of Social Work, onde
se formou dois anos depois, ocasião em que recusa uma bolsa dos EUA, optando,
todavia, por trabalhar num hospital para negros da capital.
Durante o seu trabalho, realizou
uma pesquisa de mortalidade infantil no subúrbio de Alexandra, o que a levou a
interessar-se pela política, envolvendo-se com o Congresso Nacional Africano;
ali, em 1957, conheceu Nelson Mandela, que então respondia a um Julgamento
por Traição, e casaram em 19 de Junho de 1958, passando ambos a morar no subúrbio
pobre de Soweto.
Teve as suas filhas Zenani (1959)
e Zinzi (1960) e, em 1961, Mandela foi absolvido. Contudo, a sua actividade
política levou-o a sucessivas prisões, sendo que a última delas foi passada a
maior parte do tempo na Ilha de Robben, durou vinte e seis anos; ali, ela podia
visitá-lo, mas sem maiores contactos.
Winnie sofreu acções
persecutórias do regime racista do Apartheid, a partir de 1962: ordens
judiciais de restrição que a impediam de trabalhar e de lutar em causas sociais
e a mantinham restrita ao distrito de Orlando, em Soweto. Tudo isso a levou a
trabalhar clandestinamente no CNA. Após enviar as duas filhas para um
internato na Suazilândia, visando privá-las das perseguições que seus pais
sofriam, foi detida em 1969 sob auspícios da Lei
Anti-terrorismo, passando dezassete meses na cadeia e, a partir de 1970, em
prisão domiciliar - período em que foi alvo de vários processos.
Em 1976, durante as revoltas
juvenis, criou a Federação das Mulheres Negras e a Associação dos
Pais Negros, ambas afiliadas ao Movimento da Consciência Negra -
organização que rejeitava todos os valores brancos e adoptava uma visão
positiva da cultura negra; este envolvimento levou-a a nova prisão, em 1977, e o
seu banimento para o Estado Livre de Orange.
Retornando em 1986, a sua oposição ao regime passou a incluir métodos de
castigo aos dissidentes, como o uso do “colar bárbaro”, que consistia em
colocar um pneu ao pescoço da vítima e, com gasolina, atear fogo. Criou, ainda,
uma milícia particular, travestida de equipa de futebol (o Mandela United
Football Club), o que aumentou o seu distanciamento dos demais militantes
anti-apartheid, em 1988.
Quando da libertação de Mandela,
em 11 de Fevereiro de 1990, Winnie ainda apareceu ao seu lado, como a “mama” da luta contra o regime - mas, dois anos depois.
divorciaram-se.
Após isto, ela transformou a sua
casa em Orlando num museu, e adoptou o sobrenome de Madikizela-Mandela.
Desde 1991, a sua vida enfrentou diversas polémicas, sendo então banida do CNA
e doutras instituições, quando foi acusada da morte de um jovem militante, que
suspeitava ser informante da polícia. Condenada no ano seguinte, teve a pena de
prisão comutada em multa; apesar disso, em 1993 voltou ao cenário político,
sendo eleita presidenta da Liga das Mulheres do CNA, cargo que ocupou
até 2003. Durante o governo do ex-marido, Winnie ocupou o cargo de ministra das
Artes, Cultura, Ciência e Tecnologia (1994), mas foi demitida sob
alegação de malversação financeira, em 1994.
Em 2001, foi acusada de dezenas
de crimes, sendo considerada culpada por 43 acusações de fraude e 25 de roubo,
condenada a cinco anos de prisão; recorrendo, em 2004 foi absolvida das
acusações de roubo, mas não das de fraude, e teve suspensa a pena de três anos e
seis meses de cadeia.
Em 2003, renunciou à presidência
da Liga das Mulheres, mas foi eleita para o Comité Executivo Nacional
do CNA, na sua 52ª Conferência (2009).
Faleceu em 2018, após doença
prolongada.
Em 1985, o cantor e compositor
brasileiro Milton Nascimento, em parceria com Marco Antônio Guimarães, compôs a
música “Lágrima do Sul” dedicada a Winnie. A música integrou o disco “Encontros
e Despedidas”.
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