Licenciado em Ciências
Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, em 1945, defendeu a tese “Esboço duma História do
Descobrimento da África”, com mais de 450 folhas e da qual faziam parte 18
mapas.
No âmbito do curso de Ciências
Históricas e Filosóficas, seguiu as lições de Henri Breuil, um dos maiores
nomes na área da Pré-História.
Na mesma faculdade, completou o
curso de Ciências Pedagógicas.
Em 1947, foi convidado para
assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde
regeu cursos teóricos e práticos das cadeiras de Arqueologia (onde foi o
primeiro docente da Faculdade a dar sistematicamente aulas de campo), Epigrafia,
História da Antiguidade Oriental, História da Antiguidade Clássica,
Numismática e Esfragística, História dos Descobrimentos e da
Colonização Portuguesa, História Medieval, História Moderna e Contemporânea e História Geral da
Civilização.
No ano de 1951, foi nomeado vogal
da Junta Nacional de Educação (secção de Arqueologia),
mantendo-se em funções até 1972.
Em 1958, foi nomeado auxiliar de
naturalista do Museu Nacional de Arqueologia, então denominado Museu
Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos, no qual procedeu a uma catalogação
dos materiais paleolíticos considerada modelar para a época.
Três anos depois, em 1961, foi
nomeado inspector da Inspecção Superior das Bibliotecas e Arquivos, mas
manteve a sua ligação à Junta Nacional de Educação tendo, nesta qualidade,
levado a cabo escavações arqueológicas no cemitério lusitano-romano da Praça da
Figueira (Lisboa), entre Fevereiro e Maio de 1962.
Da Inspecção Superior das
Bibliotecas e Arquivos transitou, em 1976, como técnico especialista, para
o departamento de Arqueologia da Direcção-Geral dos Assuntos
Culturais, posteriormente denominada Direcção-Geral do Património
Cultural e mais tarde transformada no Instituto Português do Património
Cultural.
Atingiu a idade da reforma em
1991, como assessor deste organismo.
Paralelamente à carreira que
desenvolveu, a partir de 1941 colaborou em vários jornais e revistas,
designadamente “Mundo Literário” (na qual publicou recensões bibliográficas), “Seara Nova” (onde
divulgou uma série de artigos intitulada “Viagens de Descobrimentos de
Iniciativa Privada no Tempo do Infante D. Henrique”), “Arqueólogo
Português” (artigos de Arqueologia e Epigrafia Latina), “Revista
de Guimarães” (artigos de Epigrafia e Arqueologia), “Brotéria”
(artigos de Epigrafia), “Revista da Faculdade de Letras de Lisboa”
(artigos sobre Arqueologia), “Conímbriga” (artigos sobre Arqueologia)
e “Bibliotecas-Arquivos-Museus” (publicação que dirigiu e na qual deu a
conhecer a primeira parte da obra “Alguns Topónimos Indicativos de
Monumentos Arqueológicos”, cuja continuação permanece inédita).
Em parceria com Justino Mendes de
Almeida, publicou as séries “Varia Epigraphica”, na “Revista da
Faculdade de Letras de Lisboa” e na “Revista de Guimarães”.
Colaborou ainda no Glossarium Archaeologicum e na Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.
Realizou várias comunicações
sobre Ciências Arqueológicas, Epigrafia e Toponímia na Sociedade
de Geografia de Lisboa e no extinto Instituto Português de Arqueologia.
Participou no XIII Congresso
Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências (1950), no II Congresso
Nacional de Arqueologia de Espanha (1951) e no Congresso Internacional
de História dos Descobrimentos (1960), que secretariou e onde apresentou
uma comunicação acerca do descobrimento de Madagáscar.
No que respeita a trabalhos de
campo, fez prospecções em vários locais arqueológicos de Lisboa e arredores,
Almada, Palmela, Setúbal, etc.; escavações sistemáticas na Tróia de Setúbal (participou em nove campanhas,
algumas das quais dirigiu, entre 1948 e 1957) e na estação lusitano-romana da
Praça da Figueira (Lisboa), que dirigiu no primeiro semestre de 1962.
Em 1976, foi convidado para vogal
da Comissão Nacional da Carta Arqueológica de Portugal, tendo
co-dirigido uma experiência-piloto: o levantamento arqueológico da área de
Alvito-Griola (Alentejo).
Tem ainda diversos trabalhos nas
áreas da História dos Descobrimentos, da Cartografia Antiga e da Linguística.
Em 19 de Julho de 1961, foi
agraciado com o grau de oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
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