sábado, 10 de setembro de 2022

10 DE SETEMBRO - FERNNDO BANDEIRA FERREIRA

EFEMÉRIDE - Fernando Alberto Ricca de Sousa Maldonado Bandeira Ferreira, visconde de Montalvo, arqueólogo português, com amplo trabalho de campo desenvolvido e uma vasta carreira docente, nasceu em Lisboa no dia 10 de Setembro de 1921. Morreu em Setúbal, em 2 de Agosto de 2002.

Licenciado em Ciências Históricas e Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1945, defendeu a tese “Esboço duma História do Descobrimento da África”, com mais de 450 folhas e da qual faziam parte 18 mapas.

No âmbito do curso de Ciências Históricas e Filosóficas, seguiu as lições de Henri Breuil, um dos maiores nomes na área da Pré-História.

Na mesma faculdade, completou o curso de Ciências Pedagógicas.

Em 1947, foi convidado para assistente da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde regeu cursos teóricos e práticos das cadeiras de Arqueologia (onde foi o primeiro docente da Faculdade a dar sistematicamente aulas de campo), Epigrafia, História da Antiguidade Oriental, História da Antiguidade Clássica, Numismática e Esfragística, História dos Descobrimentos e da Colonização Portuguesa, História Medieval, História Moderna e Contemporânea e História Geral da Civilização.

No ano de 1951, foi nomeado vogal da Junta Nacional de Educação (secção de Arqueologia), mantendo-se em funções até 1972.

Em 1958, foi nomeado auxiliar de naturalista do Museu Nacional de Arqueologia, então denominado Museu Etnológico do Dr. Leite de Vasconcelos, no qual procedeu a uma catalogação dos materiais paleolíticos considerada modelar para a época.

Três anos depois, em 1961, foi nomeado inspector da Inspecção Superior das Bibliotecas e Arquivos, mas manteve a sua ligação à Junta Nacional de Educação tendo, nesta qualidade, levado a cabo escavações arqueológicas no cemitério lusitano-romano da Praça da Figueira (Lisboa), entre Fevereiro e Maio de 1962.

Da Inspecção Superior das Bibliotecas e Arquivos transitou, em 1976, como técnico especialista, para o departamento de Arqueologia da Direcção-Geral dos Assuntos Culturais, posteriormente denominada Direcção-Geral do Património Cultural e mais tarde transformada no Instituto Português do Património Cultural.

Atingiu a idade da reforma em 1991, como assessor deste organismo.

Paralelamente à carreira que desenvolveu, a partir de 1941 colaborou em vários jornais e revistas, designadamente “Mundo Literário” (na qual publicou recensões bibliográficas), “Seara Nova” (onde divulgou uma série de artigos intitulada “Viagens de Descobrimentos de Iniciativa Privada no Tempo do Infante D. Henrique”), “Arqueólogo Português” (artigos de Arqueologia e Epigrafia Latina), “Revista de Guimarães” (artigos de Epigrafia e Arqueologia), “Brotéria” (artigos de Epigrafia), “Revista da Faculdade de Letras de Lisboa” (artigos sobre Arqueologia), “Conímbriga” (artigos sobre Arqueologia) e “Bibliotecas-Arquivos-Museus” (publicação que dirigiu e na qual deu a conhecer a primeira parte da obra “Alguns Topónimos Indicativos de Monumentos Arqueológicos”, cuja continuação permanece inédita).

Em parceria com Justino Mendes de Almeida, publicou as séries “Varia Epigraphica”, na “Revista da Faculdade de Letras de Lisboa” e na “Revista de Guimarães”.

Colaborou ainda no Glossarium Archaeologicum e na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira.

Realizou várias comunicações sobre Ciências Arqueológicas, Epigrafia e Toponímia na Sociedade de Geografia de Lisboa e no extinto Instituto Português de Arqueologia.

Participou no XIII Congresso Luso-Espanhol para o Progresso das Ciências (1950), no II Congresso Nacional de Arqueologia de Espanha (1951) e no Congresso Internacional de História dos Descobrimentos (1960), que secretariou e onde apresentou uma comunicação acerca do descobrimento de Madagáscar.

No que respeita a trabalhos de campo, fez prospecções em vários locais arqueológicos de Lisboa e arredores, Almada, Palmela, Setúbal, etc.; escavações sistemáticas na Tróia de Setúbal (participou em nove campanhas, algumas das quais dirigiu, entre 1948 e 1957) e na estação lusitano-romana da Praça da Figueira (Lisboa), que dirigiu no primeiro semestre de 1962.

Em 1976, foi convidado para vogal da Comissão Nacional da Carta Arqueológica de Portugal, tendo co-dirigido uma experiência-piloto: o levantamento arqueológico da área de Alvito-Griola (Alentejo).

Tem ainda diversos trabalhos nas áreas da História dos Descobrimentos, da Cartografia Antiga e da Linguística.

Em 19 de Julho de 1961, foi agraciado com o grau de oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

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