Ana Plácido era filha de António
José Plácido Braga e de Ana Augusta Vieira. Quando contava 19 anos, o pai
obrigou-a a casar-se com o comerciante Manuel Pinheiro Alves, de 43 anos, que
estivera emigrado no Brasil e onde fizera fortuna. Estabeleceram residência na Rua
do Almada, no Porto.
Em 1856, Ana Plácido, que não era
fisicamente bonita, mas que possuía uma personalidade forte e atraente, insatisfeita com o seu casamento, iniciou uma ligação
adulterina com Camilo Castelo Branco.
Em 1858, teve um filho, Manuel
Plácido, reconhecido como sendo seu pelo marido Pinheiro Alves, mas que muitos
autores especulam ter sido filho de Camilo. Após queixa do marido contra o par
de adúlteros, Ana Plácido foi presa em 6 de Junho de 1860 e Camilo fugiu à
justiça durante algum tempo, mas acaba por se entregar a 1 de Outubro. Ambos
ficaram detidos na Cadeia da Relação, no Porto, aguardando o julgamento.
Depois de julgados e absolvidos
do crime de adultério, em 16 de Outubro de 1861, Camilo e Ana Plácido passaram
a viver juntos, tendo tido dois filhos, Jorge Camilo, nascido em 1863 e Nuno
Plácido, nascido em 1864.
Com a morte do primeiro marido em
1863, Manuel Plácido, o alegado legítimo filho de Pinheiro Alves, recebeu
avultada herança do pai, tendo Ana Plácido sido a administradora dos bens.
Camilo, Ana Plácido e os três
filhos passaram então a residir na casa de campo de Pinheiro Alves em São
Miguel de Seide, que mais tarde ficaria conhecida como Casa de Camilo
Castelo Branco. Camilo tinha então 38 anos de idade e Ana 32. Foi nessa
casa que Camilo escreveu grande parte da sua obra, enquanto Ana Plácido
administrava a propriedade.
Em 9 de Março de 1888, finalmente,
Camilo e Ana casaram-se. Camilo Castelo Branco, atormentado pela cegueira e
paralisia resultantes da sífilis de que sofria havia anos, suicidou-se em 1890.
Ana Plácido morreria anos mais tarde, subitamente, na noite de 20 de Setembro
de 1895. Os filhos não tardariam a segui-la (Manuel morrera em 1877) - Nuno
morreu em 1896 e Jorge em 1900.
Ana Plácido colaborou em diversas
publicações, nomeadamente na “Revista Contemporânea de Portugal e Brasil”
(1859/1865) e na “Gazeta Literária do Porto” (1868). Fez traduções,
ajudou Camilo em alguns textos e também se dedicou à poesia. No decurso da sua
carreira literária, assinou algumas vezes com pseudónimos, sendo os mais
conhecidos “Gastão Vidal de Negreiros” e “Lopo de Souza”.
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