sábado, 3 de dezembro de 2022

3 DE DEZEMBRO - CRUZEIRO SEIXAS

EFEMÉRIDE - Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas, «homem que pinta» (a designação de pintor aborrecia-o) e poeta português, nasceu na Amadora em 3 de Dezembro de 1920. Morreu em Lisboa no dia 8 de Novembro de 2020.

Frequentou a Escola António Arroio, onde fez amizade com Mário Cesariny, Marcelino Vespeira, Júlio Pomar e Fernando Azevedo.

Em meados da década de 1940 aproximou-se pelo neo-realismo, de que se afasta quando aderiu aos princípios do surrealismo. Juntamente com Mário Cesariny, António Maria Lisboa, Carlos Calvet, Pedro Oom e Mário-Henrique Leiria, entre outros, integra o Grupo Surrealista de Lisboa, resultante da cisão do recém-formado movimento surrealista português. Participa na exposição desse grupo em 1949 (1ª Exposição dos Surrealistas, Lisboa).

Em 1950, alista-se na Marinha Mercante e viaja até África, Índia e Ásia. Em 1951, fixa-se em Angola, desenvolvendo actividade no Museu de Luanda. Data desse tempo o início da sua produção poética. Realizou as primeiras exposições individuais, que levantam um acalorado movimento de opinião (a primeira de desenhos sobre a evocação de Aimé Cesaire, em 1953; a segunda principalmente de objectos e colagens, 1957).

Regressa a Portugal em 1964. Em 1966, foi convidado por Natália Correia para ilustrar a célebre obra “Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”.

Recebe uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian em 1967. Nesse mesmo ano, realiza uma pequena retrospectiva na Galeria Buchholz (com folha volante de Pedro Oom e prefácio de Rui Mário Gonçalves) e expôs na Galeria Divulgação, Porto. Em 1970, expõe individualmente na Galeria de S. Mamede, Lisboa, um conjunto de desenhos «de uma imagética cruel, ilustrações possíveis de Lautréamont».

Trabalha como programador nas Galerias 111 e São Mamede, Lisboa. Viajou pela Europa; entra em contacto com membros do surrealismo internacional. Radica-se no Algarve na década de 1980, trabalhando como programador de diversas galerias. Colabora em revistas internacionais ligadas ao surrealismo, a que sempre se manteve fiel.

Em 8 de Junho de 2009, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.

Viveu os últimos tempos da sua vida na Casa do Artista, em Lisboa.

Faleceu aos 99 anos, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

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