Frequentou a Escola António Arroio,
onde fez amizade com Mário Cesariny, Marcelino Vespeira, Júlio Pomar e Fernando
Azevedo.
Em meados da década de 1940
aproximou-se pelo neo-realismo, de que se afasta quando aderiu aos
princípios do surrealismo. Juntamente com Mário Cesariny, António Maria
Lisboa, Carlos Calvet, Pedro Oom e Mário-Henrique Leiria, entre outros, integra
o Grupo Surrealista de Lisboa, resultante da
cisão do recém-formado movimento surrealista português. Participa na exposição
desse grupo em 1949 (1ª Exposição dos Surrealistas, Lisboa).
Em 1950, alista-se na Marinha
Mercante e viaja até África, Índia e Ásia. Em 1951, fixa-se em Angola,
desenvolvendo actividade no Museu de Luanda. Data desse tempo o início
da sua produção poética. Realizou as primeiras exposições individuais, que
levantam um acalorado movimento de opinião (a primeira
de desenhos sobre a evocação de Aimé Cesaire, em 1953; a segunda principalmente
de objectos e colagens, 1957).
Regressa a Portugal em 1964. Em
1966, foi convidado por Natália Correia para ilustrar a célebre obra “Antologia
de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica”.
Recebe uma bolsa da Fundação
Calouste Gulbenkian em 1967. Nesse mesmo ano, realiza uma pequena retrospectiva
na Galeria Buchholz (com folha volante de Pedro Oom e prefácio de Rui
Mário Gonçalves) e expôs na Galeria Divulgação, Porto. Em 1970, expõe
individualmente na Galeria de S. Mamede, Lisboa, um conjunto de desenhos
«de uma imagética cruel, ilustrações possíveis de
Lautréamont».
Trabalha como programador nas Galerias
111 e São Mamede, Lisboa. Viajou pela Europa; entra em contacto com
membros do surrealismo internacional. Radica-se no Algarve na década de 1980,
trabalhando como programador de diversas galerias. Colabora em revistas
internacionais ligadas ao surrealismo, a que sempre se manteve
fiel.
Viveu os últimos tempos da sua
vida na Casa do Artista, em Lisboa.
Faleceu aos 99 anos, no Hospital
de Santa Maria, em Lisboa.
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