Frequentemente
chamado de o «pai do cinema independente dos Estados Unidos», tornou-se uma
referência no seu país por conta do seu estilo autoral e quase artesanal de
trabalho, o qual incluía orçamento reduzido, produção independente e a mesma
equipa de técnicos e actores - geralmente amigos do cineasta.
Como
actor, é mais conhecido pela sua actuação em “Os 12 Condenados” e “O
Bebé de Rosemary”.
Filho
de imigrantes gregos, Nicholas John Cassavetes e Katherine Demetri, cresceu em
Long Island e cursou o curso secundário na Blair Academy, de Nova
Jérsei, antes de estudar na American Academy of Dramatic Arts. Após se
graduar em 1950, seguiu a actuar no teatro, fez pequenos papéis em filmes e
começou a trabalhar na televisão, onde actuou na série “Alcoa Theatre”.
Durante
aquele tempo, conheceu e casou-se com a actriz Gena Rowlands. Em 1956,
Cassavetes começou a ensinar actuação teatral com palestras em Nova Iorque. Foi
durante um seminário que surgiu em Cassavetes a ideia de escrever e dirigir um
filme sobre a improvisação. Este foi “Shadows”, seu filme de estreia, em
1959.
Cassavetes
angariou recursos para a produção de seu filme junto de amigos e familiares.
Não conseguindo distribuidores nos Estados Unidos, o jovem cineasta levou “Sombras”
para a Europa, onde o filme foi contemplado com o Prémio da Crítica no Festival
de Veneza. Distribuidores europeus lançaram o filme mais tarde.
Embora
o público norte-americano tenha desprezado “Sombras”, a obra chamou a
atenção dos estúdios de Hollywood. Assim, Cassavetes mudou-se e produziu dois
filmes para Hollywood, no começo da década de 1960: “A Canção da
Esperança” (1961) e “Minha Esperança É Você” (1963). Neste último,
um desentendimento com um produtor levou Cassavetes a desistir do cinema dos
grandes estúdios e foi o passo definitivo para se tornar um realizador
independente.
Paralelamente
à carreira de cineasta, Cassavetes actuou em filmes como “Os 12 Condenados”
(de Robert Aldrich, 1967), pelo qual recebeu a nomeação para o Oscar de Melhor
Actor coadjuvante) e “O Bebéde Rosemary” (de Roman Polanski, 1968).
Outras notáveis aparições incluem “The Killers” (de Donald Siegel, 1964)
e “A Fúria” (de Brian DePalma, 1978).
O
seu próximo filme como director (e sua segunda obra independente) foi “Faces”,
filme que teve no elenco a esposa Gene Rowlands. Adaptado de uma peça teatral
do próprio cineasta, “Faces” relatava a lenta desintegração de um
casamento e recebeu três nomeações para os Oscars - Melhor Guião
Original, Melhor Actor coadjuvante (para Seymour Cassel, que
acompanharia Cassavetes em outras produções do cineasta) e Melhor Actriz coadjuvante
ia (para Lynn Carlin).
A
seguir, viriam “Husbands”, de 1970, o qual estrelaram Cassavetes, Peter
Falk e Ben Gazzara, outro actor que acompanharia o cineasta nas suas produções.
No ano seguinte, foi lançado “Tempo de Amar” (ou “Assim falou o amor”),
com Gene Rowlands e Seymour Cassel no elenco.
As
suas três obras-primas durante os anos 1970 foram produções
independentes. “Uma Mulher sob Influência”, de 1974, no qual Gena
Rowlands actuou de modo brilhante como uma problemática incompreendida
dona de
casa de classe média-baixa norte-americana.
Ela recebeu uma nomeação para o Oscar de Melhor Actriz, enquanto
Cassavetes foi nomeado para ao Prémio de Melhor Director.
Ben
Gazzara protagonizou o dono de um clube de strip em “A Morte de um Apostador
Chinês”, de 1976. Em “Noite de Estreia”, de 1977, Gena Rowlands,
John Cassavetes e Ben Gazzara encontraram-se (Peter Falk aparece no final do
filme num papel não creditado). Rowlands fez o papel de uma actriz em crise por
ter visto uma de suas fãs morrer, ao mesmo tempo que
lida com uma complicada produção teatral na qual ela se sente insegura de
interpretar um papel complexo no qual não consegue identificar-se. Por este
papel, Rowands recebeu uma nomeação para o Globo de Ouro como Melhor
Actriz - Drama em 1978.
Um
de seus filmes mais populares foi “Glória”, de 1980, estrelado por
Rowlands que recebeu a sua segunda nomeação para o Oscar. Quatro anos depois,
Cassavetes dirige “Amantes”, obra em que actua também com Rowlands, o
último de ambos juntos. E “Um Grande Problema”, de 1986, seria o último
filme do realizador.
Cassavetes
morreu de cirrose hepática em 1989, aos 59 anos, deixando a esposa Gene
Rowlands e três filhos. Um deles, Nick Cassavetes, seguiu os passos do pai como
actor e director.
Foi sepultado no Westwood Village Memorial Park Cemetery.
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