Diplomado pela Escola de
Regentes Agrícolas de Santarém, Alberto Ferreira percorreu o país no
exercício da sua profissão de técnico agrário.
Posteriormente, licenciou-se
em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa.
Colaborou activamente nas
revistas “Vértice” e “Seara Nova”, chegando a ser director desta
última. Publicou diversos ensaios e obras de ficção.
Foi um resistente antifascista
lúcido e íntegro. A sua obra representou a voz da
oposição contra a repressão salazarista. Com o seu afecto e a sua cultura
marcou várias gerações de alunos.
Era militante do PCP desde
1942 e foi uma voz da referência na década de 1960. Tornou-se principalmente conhecido do grande público pela
publicação da monumental obra, em quatro volumes, “Bom senso e bom gosto
(Questão coimbrã)” em colaboração com a esposa, Maria José Marinho, e
do romance-ensaio “Diário de Édipo”, publicado em 1965, com três
edições, que representou, durante algum tempo, a voz da oposição contra a
repressão do Estado-Novo.
Pertenceu também a uma equipa
pedagógica que ministrava, em horário pós-laboral, na Cooperativa dos
Trabalhadores de Portugal, um curso para adultos politizados ou em vias de
politização com “aulas livres” sobre os períodos
históricos. As aulas eram um misto de aprendizagem das ferramentas históricas e
de sessões de demarcação do regime fascista.
Em Outubro de 1963, foi preso e
levado para o Aljube onde, durante seis meses, foi
sujeito a várias torturas como a tortura do sono. Depois da sua libertação,
continuou a perseguição política e foi proibido de leccionar no ensino público.
Só reiniciou a carreira de professor após a Revolução do 25 de Abril.
Já bastante doente (sofria da
doença de Parkinson), ainda publicou dois romances. Faleceu aos 80 anos,
deixando um vasto acervo de documentação, que foi doado à Biblioteca
Nacional.
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