Viveu com os pais na Guiné (Farim) até aos 8 anos de idade e só regressou à Guiné
quase 30 anos depois.
Foi aluno do Liceu Camões
e, em 1932, entrou no 1º ano de Direito em Lisboa. Foi colega nomeadamente de Álvaro Cunhal, que deve ter tido uma
influencia muito positiva no posicionamento político de Artur Augusto.
Ainda estudante, foi director da
revista “Momento”, réplica lisboeta da
coimbrã “Presença”, onde se propunha com outros literatos jovens abrir
uma «tribuna livre» em que livremente se discutisse e todos pudessem
falar. Foi amigo de Fernando Pessoa, que lhe dedicou o livro “Mensagem”.
Com o amigo Thomaz de Mello, lançou
em 1936, a revista de Arte “Cartaz”. Contribuiu com poemas para a
revista cabo-verdiana “Claridade”.
Publicou vários artigos, fez
reportagens, dirigiu saraus literários, organizou exposições de arte moderna,
promoveu conferências culturais na Casa da Imprensa, na Sociedade
Nacional de Belas Artes, no Grémio Alentejano e em vários outros
locais de Portugal.
Licenciou-se em Direito em
1938. Em 1939, partiu para Angola, onde trabalhou como secretário do governador
geral. De 1941 a 1949, exerceu advocacia em Lisboa, em Alcobaça e em Porto de
Mós.
Em Outubro de 1945, participou - com
um grupo de opositores ao Estado Novo - na criação do Movimento de
Unidade Democrática que Salazar ilegalizou em 1947.
Já na Guiné, foi um dos
intelectuais que trabalhou desde 1948 para erguer o Colégio Liceu de Bissau
(actual Liceu Nacional Kwame N’Krumah), que iniciou as suas actividades
em 1950, ainda ocupando umas salas do Museu da Guiné. Chegou a ser
professor na instituição.
Em 1949, começou a ser citado
numa série de documentos da PIDE relativos a indivíduos suspeitos de
pertencerem ao Partido Comunista e com a repressão violenta nas eleições
com Norton de Matos, antes de ser preso, parte para a Guiné onde foi advogado,
notário e substituto do delegado do procurador da República. Foi também membro
do Centro de Estudos da Guiné, juntamente com Amílcar Cabral, de quem
era grande amigo.
Visitou vários países africanos,
recolhendo elementos que, mais tarde, lhe serviriam para escrever, entre outros
livros, “Os Usos e Costumes Jurídicos dos Fulas”.
Um dos seus comprometimentos cívicos em que mais se empenhou
consistiu em defender presos políticos. Foi defensor em 61 julgamentos, um
deles com 23 réus, tendo tido apenas duas condenações. Durante estes
julgamentos, fazia questão de mostrar a incoerência das acusações da PIDE
e a sua capacidade no fabrico de provas falsas.
Em Dezembro 1965, Artur Augusto
enviou aos amigos um cartão de boas-festas ao qual se juntava um conto
de Natal. A PIDE numa nota desse mesmo mês declarou que o advogado Artur
Augusto Silva «tem prosápias de filosofo..., mas barato e pataqueiro».
Em 1966, já em plena luta de
libertação da Guiné, foi preso pela PIDE, no aeroporto de Lisboa. Meses
mais tarde, por intervenção de Marcelo Caetano e de outros responsáveis
políticos que, embora discordassem das suas ideias políticas, o admiravam como
homem de carácter, foi libertado, mas proibiram-lhe que regressasse à Guiné,
sendo-lhe fixada residência em Lisboa.
Em 1967, Marcelo Caetano,
convidou-o para ir trabalhar como advogado na Companhia de Seguros Bonança.
Também Adriano Moreira o convidou para leccionar no Instituto de Ciências
Ultramarinas, o que ele recusou, fazendo ver ao portador do convite a
incoerência de o terem prendido pelas suas ideias sobre o colonialismo
português e depois o convidarem para leccionar matérias relacionadas com
África.
Em 1976, de visita à
Guiné-Bissau, foi convidado pelo então presidente Luís Cabral para trabalhar
como juiz no Supremo Tribunal de Justiça. Também leccionou Direito
Consuetudinário na Escola de Direito de
Bissau.
É pai dos economistas Henrique
Augusto Schwarz da Silva, de João Schwarz da Silva e do agrónomo guineense Carlos Schwarz da Silva.
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