Detida quando estava grávida, foi
fuzilada logo que teve o seu filho, no Castelo de São Filipe, junto a
outras sete pessoas, pelos militares franquistas alçados contra a legalidade
republicana.
Amada García era muito activa na
sua militância, protagonizava comícios e outras actividades raramente assumidas
por mulheres, o que provocava o escândalo dos sectores mais reaccionários da
sociedade da época.
O acesso ao poder dos falangistas
e militares fascistas que protagonizaram o golpe de estado liderado pelo general
Francisco Franco em 1936 deu passagem a uma enorme repressão
em toda a Galiza, especialmente dura e extensa na comarca de Ferrol. Centenas
de pessoas morreram sem julgamento ou com farsas processuais orientadas para a
punição por motivos políticos.
Amada foi detida quando se
encontrava grávida, o que fez com que fosse aduada a execução até ao nascimento
do seu filho Gabriel. À espera desse momento, esteve presa no Cárcere de
Mulheres de Ferrol, até ser conduzida ao Castelo de São Filipe,
prisão militar nas margens da ria de Ferrol. Ali foi executada, dois dias
depois de ter o filho, por um pelotão de fuzilamento em Janeiro de 1938, no
mesmo dia em que também foram assassinados, no mesmo lugar, outras sete pessoas
da mesma comarca.
O conselho de guerra que lhe foi
imposto esteve cheio de irregularidades, incluídas declarações falsas assinadas
sem saber por testemunhas analfabetas e sob ameaças e multas às testemunhas da
defesa. Fontes orais afirmaram que houve um movimento de solidariedade entre os
presos para evitar o fuzilamento da jovem e que inclusive os soldados tiveram
de repetir os disparos, após terem evitado atingi-la na primeira rajada.
Ficando só ela em pé, o oficial ordenou, muito zangado, a repetição do fogo
contra a mulher, que caiu ferida de morte.
A filha mais velha tornou-se
freira, enquanto o recém-nascido, Gabriel, foi entregue primeiro ao pai, sendo
finalmente criado por umas tias muito católicas. A irmã de Amada entrou para o mosteiro
de Eiris, enquanto uma amiga da mãe, Maria José Leira, abandonou a Galiza
após ser-lhe comutada a pena de morte por ter bordado uma bandeira comunista,
sendo fuzilado o marido, um mestre-escola da comarca.
Na actualidade, o filho de Amada,
Gabriel, visita todos os anos o muro do castelo onde a mãe foi fuzilada,
enquanto continua a denunciar e difundir o acontecido a sua mãe, e a falta de reconhecimento das instituições actuais para as vítimas do
fascismo na Galiza.
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