EFEMÉRIDE - Maria
Padilha Gonçalves, actriz e produtora brasileira, nasceu no Rio de
Janeiro em 8 de Maio de 1960.
Começou por actuar em peças
infantis. Fez inúmeros trabalhos no teatro, cinema e televisão. Foi capa da
revista “Playboy” em Março de 1994. Na TV, destacou-se em novelas da Rede
Globo, como “Água Viva”, “Mico Preto”, “O Dono do Mundo”,
“Anjo Mau”, “O Cravo e a Rosa”, “Mulheres Apaixonadas” e “Lado
a Lado”.
Estudou no Colégio Andrews
e teve aulas de teatro em O Tablado, com Louise Cardoso. Nessa época,
participou na montagem da peça “Maroquinhas Fru-Fru” de Maria Clara
Machado.
Em 1978, começou a cursar a Escola
de Desenho Industrial da UERJ, a ESDI. Nesse mesmo ano, fez
um curso no Teatro dos Quatro, com Sérgio Britto, Amir Haddad, Hamilton
Vaz Pereira e Eric Nielsen. Foi quando a profissão de actriz entrou em
definitivo nos seus horizontes.
No final de 1978, foi convidada
para actuar numa adaptação do texto “A Revolução dos Bichos” de George
Orwell: “As quatro patas no poder” com direcção de Clóvis Levi. Aqui,
Maria encontrou Miguel Falabella e Paulo Reis. Os três adoravam a peça “O Despertar
da Primavera”, de Wedekind, e começaram a tentar montar o espectáculo. Em
paralelo, com Miguel e outros actores, convidou Marília Pêra, que nunca tinha
dirigido teatro antes, para dirigir “A Menina e o Vento”.
Em 1979, deixou a faculdade.
Estreou “A Menina e o Vento” em Abril e “O Despertar da Primavera”
em Outubro. Decidiu viver do ofício. Além do teatro, começou a dar aulas no Colégio
Andrews, com Falabella, onde montou clássicos como “O Tempo e os Conways”
de J. B. Priestley, “Sonho de uma Noite de Verão” de Shakespeare e “Ubu-Rei”
de Alfred Jarry. No final de 1979, foi convidada para fazer a telenovela “Água
Viva” de Gilberto Braga.
Pela actuação em “O Despertar
da Primavera”, foi finalista do Prémio Mambembe como Actriz
Revelação. A montagem foi um grande sucesso e o grupo ganhou o nome de O
Pessoal do Despertar. Maria actuava e produzia os espectáculos junto com a
companhia. Em 1981, foi finalista do Prémio Mambembe como Melhor Actriz
pelo trabalho na peça “Happy End” de B. Brecht e K. Weill. Em 1982,
o grupo encenou “A Tempestade” de Shakespeare e, ainda durante a
temporada, foi convidada por Ivan Albuquerque e Rubens Corrêa para participar,
no Teatro Ipanema, na peça “Quero”, o primeiro texto para teatro
de Manoel Puig.
A parceria com O Pessoal do
Despertar durou até 1984. O grupo tinha, além de Falabella e Maria, Paulo
Reis, Daniel Dantas, Fábio Junqueira, Rosane Gofman, Ângela Rebello e Zezé
Polessa, entre outros. O grupo montou ainda “O Círculo de Giz Caucasiano”
de Bertolt Brecht.
Na década de 1980, continuou a
actuar em espectáculos dirigidos por grandes nomes da cena teatral: “As you
like it” de Shakespeare e “A Bandeira dos 5
mil réis” de Geraldo Carneiro, “Amor por Anexins” de Arthur Azevedo e
“Lucia McCartney” de Rubem Fonseca. Nos anos 1990, actuou em “La
Ronde” de Arthur Schnitzler, “O Mercador de Veneza” de Shakespeare e
“As Três Irmãs” de Tchecov.
Em 1994 produziu e actuou na peça
“A Falecida” de Nelson Rodrigues. Ganhou os Prémios Sharp e Sated de Melhor
Actriz.
No ano de 1995, Maria fez o curso
The Actor and the Text ministrado por Cicely Berry, na Royal
Shakespeare Company em Stratford-upon-Avon.
De 1999 a 2001, assumiu a direcção
artística do Teatro Glória no Rio de Janeiro. Aqui co-produziu muitas peças
teatrais e criou diversos projectos, entre eles um ciclo de leituras de textos
escritos nos anos da ditadura militar no Brasil.
Em 2000, interpretou uma das
personagens mais marcantes na teledramaturgia brasileira, a interesseira Dinorá
em “O Cravo e a Rosa”, novela de Walcyr Carrasco para a Rede Globo.
No enredo, a sua personagem era casada com Cornélio (Ney Latorraca), filha de
Josefa (Eva Todor) e irmã do vilão Heitor (Rodrigo Faro). A novela foi um êxito
nas audiências.
A estreia no cinema, deu-se em “Das
Tripas Coração” (1982), da realizadora Ana Carolina. Em 1995, chegou aos
ecrãs na comédia “Sábado” de Ugo Giorgetti. Em 1998, ganhou o Prémio
de Melhor Actriz no Festival de Miami e o de Melhor Actriz
Coadjuvante no Festival de Cinema de Natal, pela actuação no filme “Os
Matadores”. Em 2009, conquistou o Prémio de Melhor Actriz no Festival
de Cinema de Pernambuco, com “Praça Saens Peña”. Em 2012, recebeu o Prémio
de Melhor Actriz no Festival de Cinema do Maranhão, com o filme “País
do Desejo”.
Ainda em 2012, esteve presente no
elenco da telenovela “Lado a Lado”, vencedora do Emmy Internacional,
dando vida à personagem Diva Celeste. Em 2015, voltou à televisão, em “A
Regra do Jogo”, da Rede Globo.
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