EFEMÉRIDE - Glória
Magadan, de seu verdadeiro nome María Magdalena Iturrioz y Placencia,
autora de telenovelas cuibana, radicada no Brasil, morreu em Miami no dia 27 de
Junho de 2001. Nascera em Havana, em 1920.
Após a Revolução Cubana de
1959, Glória Magadan fixou-se em Porto Rico, onde conseguiu emprego na estação
de TV local Telemundo e acabou por ser contratada pela agência
publicitária da Colgate-Palmolive para desenvolver telenovelas,
auxiliada por Olga Ruilópez e patrocinadas pela empresa.
Pouco depois, foi enviada para
trabalhar na Venezuela e, em 1964, foi transferida para o Brasil, a fim de
produzir telenovelas. Ainda em 1964, auxiliada por Walter George Hurst e por
Daniel Más, iniciou a produção de telenovelas para a TV Tupi. São desta
época novelas como “Gutierres”, “Drama dos Humildes”, “A Cor
de Sua Pele” e “A Outra”.
No fim de 1965, foi contratada
pela TV Globo do Rio de Janeiro, na qual desenvolveu telenovelas
exóticas e superproduções. Em 1966, reescreveu uma nova versão da telenovela “Eu
Compro Esta Mulher”, que a própria autora escrevera em 1960 para a Telemundo.
Esta nova versão foi vendida para uma TV da Argentina, em 1968. Fez ainda “O
Sheik de Agadir” (1966) e “A Sombra de Rebeca” (1967), entre outras.
Em 1967, após o fracasso de “Anastácia,
a Mulher sem Destino”, inicialmente escrita por Emiliano Queiroz, mas sob a
sua supervisão, convidou a autora Janete Clair, que estava a realizar “Paixão
Proibida” pela TV Tupi, para escrever a parte final do enredo.
Glória acumulava as funções de
escritora, supervisora e produtora de novelas na Globo. Com o acumular
de funções, pediu para que Janete Clair continuasse a trabalhar no canal, o que
abriu caminho para Janete fazer sucesso com as suas próprias tramas, tirando o
lugar as novelas de Magadan. Isto gerou atritos entre as duas autoras. Magadan
acusou o director Daniel Filho de prestar maior atenção às produções de Janete
e isso levou o director a pedir a demissão. Magadan também proibia que Janete
comunicasse directamente com os elencos.
Ainda em 1968, a TV estava a
mudar. TV Excelsior e Tupi investiam em novos meios para a
teledramaturgia; a Excelsior, aproveitando-se da história do Brasil, realizava
novelas como “O Tempo e o Vento” e “A Muralha; a Tupi
investia em temas modernos, como “Beto Rockfeller” e “Nino, o
Italianinho”, enquanto na Globo a ordem era continuar a passar clássicos
da literatura mundial, mas as audiências globais continuava a declinar e, em
meados de 1969, a administração da Globo decide dispensar Glória
Magadan, depois da fraca audiência ao seu trabalho em “A Gata de Vison”,
em parte devido ao envolvimento amoroso da autora com um dos actores, Geraldo
del Rey, facto que acabou tendo influência no enredo da novela e provocou a
saída de Tarcísio Meira, que fazia um dos personagens principais. Era preciso
renovar e a Globo apostava numa renovação, com o trabalho contemporâneo
de Janete Clair.
Em 1970, dispensada pela Globo,
Magadan conseguiu voltar à Tupi, onde escreveu “E Nós, Aonde Vamos?”,
novela em que tentou mudar o seu estilo, ao desenvolver um enredo mais actual.
Após o fracasso desta nova
passagem pela Tupi, Glória foi morar em Miami, lar de muitos dos seus
compatriotas exilados. Nos Estados Unidos, continuou com a sua carreira de
escritora, mas agora como correspondente de jornais e revistas. Em 1996, foi
procurada pela Rede Manchete, que queria que ela escrevesse uma novela. Chegou
a entregar um projecto, chamado “Homens Sem Mulher”, mas as crises
constantes na Manchete puseram ponto final na sua carreira televisiva.
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