EFEMÉRIDE - Emília
da Piedade Teixeira Lopes de Sousa Costa, escritora e activista do
feminismo, considerada pioneira da literatura infantil em língua portuguesa,
morreu no Porto em 7 de Junho de 1959.
Nascera em Almacave, Lamego, no dia 15 de Dezembro de 1877.
Em 5 de Outubro de 1904, com
vinte e seis anos, casou na sua freguesia natal com o magistrado e escritor
Alberto Mário de Sousa e Costa, autor dos “Grandes dramas judiciários” e
de muitas outras obras.
Emília de Sousa Costa foi
defensora da educação feminina e uma das fundadoras da Caixa de Auxílio a
Raparigas Estudantes Pobres. Foi professora na Tutoria Central de Lisboa,
uma instituição vocacionada para a assistência a crianças delinquentes ou
abandonadas, e pertenceu ao conselho central da Federação Nacional dos
Amigos das Crianças.
Como escritora, Emília de Sousa
Costa dedicou-se principalmente à escrita de livros infantis. Escreveu também
contos e novelas com índole mais diversificada e para públicos adultos.
Em 1925, publicou o seu único
diário de viagem, intitulado “Como eu vi o Brasil”. Este livro
remete-nos para a viagem que a escritora fez ao Brasil, em 1923, cujo
itinerário passou por Lisboa, Madeira e Cabo Verde, chegando finalmente ao
Brasil. Ainda que horrorizada pela pobreza e pelas maleitas que assolavam Cabo
Verde, Emília de Sousa Costa não deixa de se maravilhar com as paisagens
brasileiras e, sobretudo, com a madeirense: «Surge enfim a Madeira,
maravilhoso retalho do Éden, que os nossos olhos ávidos espreitam num embevecimento
de admiração».
Em 1933, publicou a novela “Quem
tiver filhas no mundo...”, que incluía também vários contos.
Em 1935, publicou um livro de
contos de cariz histórico, intitulado “Lendas de Portugal”. A obra
inclui um conjunto de vinte e seis curtos contos sobre lendas e narrativas
portuguesas.
Em 1947, publicou a obra “No
reino do Sol”, em colaboração com Ofélia Marques.
Emília de Sousa Costa foi uma
grande divulgadora da obra dos irmãos Grimm (Jacob Grimm e Wilhelm Grimm)
através da adaptação de muitos dos seus contos no idioma português.
Nos seus últimos anos, Emília
Sousa Costa e o marido viveram na casa conhecida por Conventinho de Contumil,
onde faleceu aos oitenta e um anos de idade.
Em 5 de Outubro de 2010, na
comemoração do centenário da República Portuguesa, foram emitidos selos postais
em homenagem a mulheres que, nos princípios do século XX, pelos seus escritos e
acções, deram grandes contribuições sociais, culturais ou políticas para a
defesa dos direitos das mulheres. Um dos selos foi dedicado à escritora Emília
de Sousa Costa e à jornalista Virgínia Quaresma (1882/1973).
Sem comentários:
Enviar um comentário