sábado, 28 de março de 2020

28 DE MARÇO - ADELINA DA GLÓRIA BERGER


EFEMÉRIDE - Adelina da Glória Berger, activista feminista e republicana portuguesa, nasceu em Lagos no dia 28 de Março de 1865. Morreu em Lisboa, em 29 de Julho de 1922. 
Foi b baptizada em Janeiro de 1866, com o nome de Adelina da Glória Paletti. Os pais eram oriundos de modestas, mas respeitadas famílias da região algarvia. 
Com vinte e quatro anos, desposou o professor José Júlio Lapelier Berger, que presidiu, ainda durante a Monarquia, à vereação republicana do Município. Tiveram quatro filhos. 
Foi na sua casa que, na noite de 27 de Fevereiro de 1909, por seu convite, se realizou uma reunião de mulheres interessadas em ter um papel activo na sociedade e na reivindicação dos seus direitos. Teve assim lugar a sessão inaugural do núcleo da Liga Republicana da Mulheres Portuguesas de Lagos. Adelina Berger foi nomeada presidente desta associação, tendo sido responsável por inúmeras iniciativas de cariz social e de apoio à luta pelos direitos das mulheres na sociedade portuguesa.
Foram a ela atribuídos: o envio de donativos para as vítimas do terramoto que abalou o Ribatejo em 1909; a organização de um protesto pela morte do pedagogista e criador da Escola Moderna Francisco Ferrer; o envio de uma carta a saudar Afonso Costa pelas posições assumidas na Questão Hinton; e, uma missiva de 9 de Julho de 1910, a congratular Miguel Bombarda pela adesão ao Partido Republicano
Republicana convicta, com a Implantação da República, deslocou-se a Lisboa e, em 27 de Outubro de 1910, acompanhou a direcção nacional da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas na entrega da primeira representação aos membros do Governo Provisório. Realizou ainda a recolha e entrega das listas ou abaixo-assinados a pedir a aprovação da Lei do divórcio, em conjunto com os restantes membros da direcção da Liga
Fixando-se na capital com a família, Adelina da Glória começou a intervir também dentro do núcleo fundador da associação feminista, liderado por Ana de Castro Osório, alinhando sempre na ala mais radical, liderada por Maria Veleda, a qual apelava pela total igualdade de direitos de géneros, desde o poder do voto até à remuneração não discriminatória no trabalho. 
Faleceu com 57 anos. A Câmara Municipal de Lagos atribuiu o seu nome a uma rua na cidade, na sessão de 27 de Setembro de 1995. A placa toponímica foi descerrada numa cerimónia realizada no Dia Mundial da Mulher, em 8 de Março de 1996, na qual discursou a escritora Glória Marreiros, do Movimento Democrático de Mulheres.

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