EFEMÉRIDE - Adelina da
Glória Berger, activista feminista e republicana portuguesa, nasceu em Lagos no
dia 28 de Março de 1865. Morreu em Lisboa, em 29 de Julho de 1922.
Foi b baptizada em Janeiro de
1866, com o nome de Adelina da Glória Paletti. Os pais eram oriundos de modestas,
mas respeitadas famílias da região algarvia.
Com vinte e quatro anos, desposou
o professor José Júlio Lapelier Berger, que presidiu, ainda durante a
Monarquia, à vereação republicana do Município. Tiveram quatro filhos.
Foi na sua casa que, na noite de
27 de Fevereiro de 1909, por seu convite, se realizou uma reunião de mulheres
interessadas em ter um papel activo na sociedade e na reivindicação dos seus
direitos. Teve assim lugar a sessão inaugural do núcleo da Liga Republicana
da Mulheres Portuguesas de Lagos. Adelina Berger foi nomeada presidente
desta associação, tendo sido responsável por inúmeras iniciativas de cariz
social e de apoio à luta pelos direitos das mulheres na sociedade portuguesa.
Foram a ela atribuídos: o envio
de donativos para as vítimas do terramoto que abalou o Ribatejo em 1909; a
organização de um protesto pela morte do pedagogista e criador da Escola
Moderna Francisco Ferrer; o envio de uma carta a saudar Afonso Costa pelas
posições assumidas na Questão Hinton; e, uma missiva de 9 de Julho de
1910, a congratular Miguel Bombarda pela adesão ao Partido Republicano.
Republicana convicta, com a Implantação
da República, deslocou-se a Lisboa e, em 27 de Outubro de 1910, acompanhou
a direcção nacional da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas na
entrega da primeira representação aos membros do Governo Provisório.
Realizou ainda a recolha e entrega das listas ou abaixo-assinados a pedir a
aprovação da Lei do divórcio, em conjunto com os restantes membros da
direcção da Liga.
Fixando-se na capital com a
família, Adelina da Glória começou a intervir também dentro do núcleo fundador
da associação feminista, liderado por Ana de Castro Osório, alinhando sempre na
ala mais radical, liderada por Maria Veleda, a qual apelava pela total
igualdade de direitos de géneros, desde o poder do voto até à remuneração não discriminatória
no trabalho.
Faleceu com 57 anos. A Câmara
Municipal de Lagos atribuiu o seu nome a uma rua na cidade, na sessão de 27
de Setembro de 1995. A placa toponímica foi descerrada numa cerimónia realizada
no Dia Mundial da Mulher, em 8 de Março de 1996, na qual discursou a
escritora Glória Marreiros, do Movimento Democrático de Mulheres.
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