Junto com outros oficiais, como
Henning von Tresckow e Hans Oster, ele era uma das figuras centrais da Resistência
Alemã dentro da Wehrmacht. Após o fracassado atentado, ele e outros
conspiradores foram executados pelos nazis.
Claus, conde de Stauffenberg, pertencia
a uma família nobre da Baviera, tradicionalmente católica, mais precisamente
ligada ao antigo Reino de Württemberg, detentores do título nobiliárquico de graf,
que na nobreza latina equivale a conde. Os seus pais eram Alfred Schenk Graf von Stauffenberg e Caroline Schenk
Gräfin von Stauffenberg.
Claus era um intelectual e
estudou Literatura e História antes de se juntar ao exército
alemão. Foi o oficial alemão mais jovem a chegar ao posto de coronel, sendo uma
estrela em ascendência no exército (Heer)
das forças armadas alemãs (a Wehrmacht).
É sabido que Stauffenberg
concordava com alguns aspectos da ideologia nacionalista do Partido Nazi
alemão, chegando a apoiar a invasão da Alemanha contra a Polónia. Ele ainda foi
ouvido fazendo comentários anti-semitas e expressou apoio pelo uso de mão de obra escrava polaca. Ainda assim, ele já era
conhecido por não ser um simpatizante entusiasmado, expressando repugnância por
várias ideias nazis e recusou-se a tornar-se membro do partido.
Stauffenberg vacilava entre o seu
desgosto pessoal por Hitler e o respeito pelo que o Führer havia feito
com o país, rearmando o exército e reerguendo a
nação. Mas, o tratamento dispensado aos judeus alemães e a supressão religiosa ofenderam
o seu senso de catolicismo e moralidade.
Foi ferido num ataque aéreo em 7
de Abril de 1943 na campanha Norte-Africana quando servia no Afrika Korps.
Perdeu dois dedos da mão esquerda, a mão direita e o olho esquerdo, além de
graves ferimentos num joelho.
Stauffenberg, junto com vários
militares alemães que já não suportavam as ordens de Hitler, organizou um
atentado à bomba contra o mesmo. Tinham em mente levar duas pastas com
explosivos a uma reunião militar onde ele estaria presente. Todo projecto foi
coordenado com ajuda de cúmplices que aguardariam Stauffenberg a colocar
os dispositivos próximos de Hitler. Antes da explosão, ele forjaria uma saída
inesperada da sala, alegando querer fazer um telefonema.
Foi um dos principais
articuladores deste malsucedido atentado que tentou
remover o líder nazis do poder. A tentativa de matar Hitler aconteceu no
seu quartel-general, conhecido como a Toca do Lobo (em alemão, Wolfsschanze)
situado nas proximidades de Rastenburg (actualmente Kętrzyn, junto à aldeia na
época chamada de Görlitz, hoje Gierłoż na Prússia Oriental, actual território
da Polónia).
Stauffenberg carregou consigo as
duas pastas com 1 kg de explosivos cada, sendo que só conseguiu levar uma das
bombas à sala de reunião onde ocorreu o atentado. Os explosivos foram
preparados para simularem o efeito de uma bomba britânica. Isto foi feito para
encobrir a acção dos conspiradores. Uma grande e pesada mesa de madeira de
carvalho protegeu o Führer da explosão.
Entre 11 feridos e 4 mortos,
Hitler teve apenas ferimentos leves. Enquanto recebia socorro médico, Hitler
disse: «eu sou imortal».
Horas mais tarde, Hitler recebeu
Benito Mussolini no local. O duce ficou impressionado com os estragos
causados pela explosão. Mas o líder italiano vê um bom presságio no facto de
Hitler ter sobrevivido.
Este malsucedido atentado custou
a vida do coronel von Stauffenberg e de outros conspiradores que se encontravam
em Berlim. Foram traídos por um cúmplice, o general Friedrich Fromm. Ao saber que Hitler
tinha sobrevivido, Fromm denunciou os seus companheiros, como os generais
Friedrich Olbricht, Hoepner, Erwin von Witzleben (posteriormente enforcado), o coronel
Mertz e o tenente Werner von Haeften, os quais foram fuzilados naquele mesmo
dia, após julgamento sumário.
No dia seguinte, uma lista com
nomes do futuro governo da Alemanha pós-Hitler foi encontrada no cofre de
Fromm. Esta era a prova de que ele participara no atentado e tentativa de golpe
de estado. O ministro Albert Speer, em vão, tentou interceder em seu favor. Friedrich
Fromm foi condenado a morte e fuzilado em 12 de Março de 1945.
Conforme apresentado no filme “The
Desert Fox: The Story of Rommel”, o outro suspeito de participar da
conspiração, ao marechal de Campo Erwin Rommel, conhecido como a “Raposa do
Deserto”, foi-lhe concedida a opção de se suicidar,
de que ele fez uso.
Claus von Stauffenberg dissera à
sua família: «se eu conseguir, serei chamado pelo povo alemão de traidor,
mas se eu não conseguir, estarei traindo a minha consciência».
Actualmente, Von Stauffenberg é
considerado o modelo de soldado alemão pelo Bundeswehr: «um cidadão
fardado».
Foi fuzilado nas primeiras horas
do dia 21 de Julho de 1944, no Bendlerblock de Berlim. Diante do pelotão
de fuzilamento, as suas últimas palavras foram: «Es
lebe das heilige Deutschland!» («Vida Longa para a sagrada Alemanha!»).
Encontra-se sepultado no Memorial
para a Resistência Alemã, na Stauffenbergstrasse, em Berlim.
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