terça-feira, 15 de novembro de 2022

15 DE NOVEMBRO - CLAUS VON STAUFFENBERG

EFEMÉRIDE - Claus Philipp Maria Schenk Graf von Stauffenberg, oficial do exército alemão, mais conhecido pela sua participação na liderança do Atentado de 20 de Julho de 1944, que tentou assassinar Adolf Hitler e remover o Partido Nazi do poder (Operação Valkyrie), nasceu em Jettingen-Scheppach no dia 15 de Novembro de 1907. Morreu em Berlim, em 21 de Julho de 1944.

Junto com outros oficiais, como Henning von Tresckow e Hans Oster, ele era uma das figuras centrais da Resistência Alemã dentro da Wehrmacht. Após o fracassado atentado, ele e outros conspiradores foram executados pelos nazis.

Claus, conde de Stauffenberg, pertencia a uma família nobre da Baviera, tradicionalmente católica, mais precisamente ligada ao antigo Reino de Württemberg, detentores do título nobiliárquico de graf, que na nobreza latina equivale a conde. Os seus pais eram Alfred Schenk Graf von Stauffenberg e Caroline Schenk Gräfin von Stauffenberg.

Claus era um intelectual e estudou Literatura e História antes de se juntar ao exército alemão. Foi o oficial alemão mais jovem a chegar ao posto de coronel, sendo uma estrela em ascendência no exército (Heer) das forças armadas alemãs (a Wehrmacht).

É sabido que Stauffenberg concordava com alguns aspectos da ideologia nacionalista do Partido Nazi alemão, chegando a apoiar a invasão da Alemanha contra a Polónia. Ele ainda foi ouvido fazendo comentários anti-semitas e expressou apoio pelo uso de mão de obra escrava polaca. Ainda assim, ele já era conhecido por não ser um simpatizante entusiasmado, expressando repugnância por várias ideias nazis e recusou-se a tornar-se membro do partido.

Stauffenberg vacilava entre o seu desgosto pessoal por Hitler e o respeito pelo que o Führer havia feito com o país, rearmando o exército e reerguendo a nação. Mas, o tratamento dispensado aos judeus alemães e a supressão religiosa ofenderam o seu senso de catolicismo e moralidade.

Foi ferido num ataque aéreo em 7 de Abril de 1943 na campanha Norte-Africana quando servia no Afrika Korps. Perdeu dois dedos da mão esquerda, a mão direita e o olho esquerdo, além de graves ferimentos num joelho.

Stauffenberg, junto com vários militares alemães que já não suportavam as ordens de Hitler, organizou um atentado à bomba contra o mesmo. Tinham em mente levar duas pastas com explosivos a uma reunião militar onde ele estaria presente. Todo projecto foi coordenado com ajuda de cúmplices que aguardariam Stauffenberg a                                                                                                                                            colocar os dispositivos próximos de Hitler. Antes da explosão, ele forjaria uma saída inesperada da sala, alegando querer fazer um telefonema.

Foi um dos principais articuladores deste malsucedido atentado que tentou remover o líder nazis do poder. A tentativa de matar Hitler aconteceu no seu quartel-general, conhecido como a Toca do Lobo (em alemão, Wolfsschanze) situado nas proximidades de Rastenburg (actualmente Kętrzyn, junto à aldeia na época chamada de Görlitz, hoje Gierłoż na Prússia Oriental, actual território da Polónia).

Stauffenberg carregou consigo as duas pastas com 1 kg de explosivos cada, sendo que só conseguiu levar uma das bombas à sala de reunião onde ocorreu o atentado. Os explosivos foram preparados para simularem o efeito de uma bomba britânica. Isto foi feito para encobrir a acção dos conspiradores. Uma grande e pesada mesa de madeira de carvalho protegeu o Führer da explosão.

Entre 11 feridos e 4 mortos, Hitler teve apenas ferimentos leves. Enquanto recebia socorro médico, Hitler disse: «eu sou imortal».

Horas mais tarde, Hitler recebeu Benito Mussolini no local. O duce ficou impressionado com os estragos causados pela explosão. Mas o líder italiano vê um bom presságio no facto de Hitler ter sobrevivido.

Este malsucedido atentado custou a vida do coronel von Stauffenberg e de outros conspiradores que se encontravam em Berlim. Foram traídos por um cúmplice,  o general Friedrich Fromm. Ao saber que Hitler tinha sobrevivido, Fromm denunciou os seus companheiros, como os generais Friedrich Olbricht, Hoepner, Erwin von Witzleben (posteriormente enforcado), o coronel Mertz e o tenente Werner von Haeften, os quais foram fuzilados naquele mesmo dia, após julgamento sumário.

No dia seguinte, uma lista com nomes do futuro governo da Alemanha pós-Hitler foi encontrada no cofre de Fromm. Esta era a prova de que ele participara no atentado e tentativa de golpe de estado. O ministro Albert Speer, em vão, tentou interceder em seu favor. Friedrich Fromm foi condenado a morte e fuzilado em 12 de Março de 1945.

Conforme apresentado no filme “The Desert Fox: The Story of Rommel”, o outro suspeito de participar da conspiração, ao marechal de Campo Erwin Rommel, conhecido como a “Raposa do Deserto”, foi-lhe concedida a opção de se suicidar, de que ele fez uso.

Claus von Stauffenberg dissera à sua família: «se eu conseguir, serei chamado pelo povo alemão de traidor, mas se eu não conseguir, estarei traindo a minha consciência».

Actualmente, Von Stauffenberg é considerado o modelo de soldado alemão pelo Bundeswehr: «um cidadão fardado».

Foi fuzilado nas primeiras horas do dia 21 de Julho de 1944, no Bendlerblock de Berlim. Diante do pelotão de fuzilamento, as suas últimas palavras foram: «Es lebe das heilige Deutschland!» («Vida Longa para a sagrada Alemanha!»).

Encontra-se sepultado no Memorial para a Resistência Alemã, na Stauffenbergstrasse, em Berlim.

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