Representou Portugal na Bienal
de Veneza de 2013, depois de se afirmar internacionalmente na exposição que
fez no Palácio de Versalhes, por convite feito em 2012 pelo presidente
da instituição, Jean-Jacques Aillagon, dando seguimento ao programa de arte
contemporânea iniciado em 2008.
Depois do americano Jeff Koons,
dos franceses Xavier Veilhan e Bernar Venet e do japonês Takashi Murakami,
Joana Vasconcelos foi a primeira mulher e a mais jovem artista contemporânea a
expor em Versalhes, exposição esta que teve o maior número de visitantes dos últimos
cinquenta anos até à sua data.
A representação na Trienal de
Echigo Tsumari, no Japão, em 2006, a exposição Contaminação, em
2008, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, no Brasil, ou a participação
na importante exposição colectiva Un Certain État du Monde? A Selection of
Works From François Pinault Foundation Collection, realizada no Garage
Centre for Contemporary Culture, em Moscovo, em 2009, deram sequência a uma
singular carreira internacional.
Sem Rede, a grande
antológica apresentada em 2010, no Museu Colecção Berardo, constituiu um
enorme sucesso junto do público, estabelecendo-se como a exposição, realizada
em Portugal, mais visitada de sempre.
Em Junho 2011, a instalação Contaminação
de Vacas (Se as vacas voassem, chovia leite) abriu a importante
exposição colectiva The World Belongs to Yolo, que o Palazzo Grassi
inaugurou em Junho de 2009.
Inaugurou nova exposição em
Portugal (23 de Março a 25 de Agosto de 2013) no Palácio Nacional da Ajuda
(Lisboa).
Joanas Vasconcelos é filha de
pais portugueses emigrados em França. O pai era fotógrafo, a mãe estudou na Fundação
Ricardo Espírito Santo Silva e a avó era pintora. Com 3 anos, veio com a
família para Portugal.
Estudou na Escola António
Arroio, em Lisboa, e depois na Ar.Co, onde estudou Artes.
Nesta escola, foi apoiada por Delfim Sardo e por Castro Caldas.
Entrou na Galeria 1111,
onde conheceu Júlio Pomar, Paula Rego, Graça Morais e vários escultores dos
anos 1970.
A natureza do processo criativo
de Joana Vasconcelos assenta na apropriação, descontextualização e subversão de
objectos pré-existentes e realidades do quotidiano. Esculturas e instalações,
reveladoras de um agudo sentido de escala e domínio da cor, assim como o
recurso à performance e aos registos vídeo ou fotográfico, colaboram na
materialização de conceitos desafiadores das rotinas programadas do quotidiano.
Partindo de engenhosas operações
de deslocação, reminiscência do Ready-made e das gramáticas nouveau réaliste e pop, a artista oferece-nos
uma visão cúmplice, mas simultaneamente crítica da sociedade contemporânea e
dos vários aspectos que servem os enunciados de identidade colectiva, em
especial aqueles que dizem respeito ao estatuto da mulher, diferenciação
classista, ou identidade nacional. Resulta desta estratégia, um discurso atento
às idiossincrasias contemporâneas, onde as dicotomias artesanal-industrial, privado-público,
tradição-modernidade e cultura popular-cultura
erudita surgem investidas de afinidades aptas a renovar
os habituais fluxos de significação característicos da contemporaneidade.
Em 2013, a artista representou
Portugal com no pavilhão português da Bienal de Veneza. A exposição
individual intitulada “Trafaria Praia” aconteceu em um barco ancorado e
funcionou como uma galeria de arte flutuante.
Em 2018, apresentou a exposição
retrospectiva “I’m Your Mirror” no Guggenheim de Bilbao
(Espanha), tendo sido a única artista portuguesa a realizar o feito. Na ocasião,
foram expostos 30 trabalhos cobrindo cerca de 25 anos da sua carreira em artes.
Em 2020, Joana Vasconcelos foi
convidada a apresentar a sua primeira exposição individual nos Estados Unidos,
para a inauguração do MassArt Art Museum, em Boston, no estado de
Massachusetts. A exposição intitulada “Joana Vasconcelos: Valkyrie Mumbet”
honra a memória de Elizabeth Freeman, a mulher escravizada que abriu o primeiro
processo por liberdade baseada nas leis de igualdade do estado, na época. A
exposição deu continuidade ao trabalho da artista em celebrar a vida de
mulheres importantes da história internacional.
As intervenções no domínio de
arte pública assumem especial relevância no trabalho da artista, destacando-se
os projectos: Portugal a Banhos, Doca de Santo Amaro, Lisboa (2010); La
Théière, Le Royal Monceau, Paris (2010); Sr. Vinho, Mercado Municipal de
Torres Vedras, Torres Vedras (2010); Jardim Bordallo Pinheiro, Jardim do
Museu da Cidade, Lisboa (2009); Vitrine, Rua do Alecrim, nº12, Lisboa
(2008); Varina, Ponte D. Luís I, Porto (2008); A Jóia do Tejo, Torre
de Belém, Lisboa (2008); e Suspensão, Santuário de Fátima, Cova da
Iria (2017).
Em 2006, recebeu o prémio The
Winner Takes It All, da Fundação Berardo, com a obra “Néctar”,
actualmente instalada no Museu Colecção Berardo.
Em 2003, recebeu a distinção Mulheres
Criadoras de Cultura, na categoria Artes Plásticas, atribuída pelo Governo
Português.
Em 2003, foi-lhe também atribuído
o prémio Fundo Tabaqueira Arte Pública pelo seu projecto de intervenção
no Largo da Academia das Belas Artes, em Lisboa.
Em 2000, venceu o Prémio EDP
Novos Artistas.
Em 10 de Junho de 2009, foi feita
comendadora da Ordem do Infante D. Henrique. Premiada também com a Ordem
das Artes e das Letras em 2022.
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