Até ao fim da Primeira Guerra
Mundial, a região onde nasceu pertencera ao Império Austro-Húngaro e, por
isso, o alemão, ao lado do romeno, eram as principais línguas de comunicação da
aristocracia cultural de origem judaica, à qual o poeta pertencia e que constituía
quase metade da população da cidade.
Entre 1918 a 1939, Cernăuţi foi
predominantemente uma cidade judia de língua alemã, com uma produção literária
expressiva, que se encerrou no fim da Segunda Guerra Mundial. Todavia,
mesmo algum tempo depois de 1945, predominava ainda a língua alemã. Paul
traduziu mais de quarenta poetas de diferentes línguas, inclusive do português
Fernando Pessoa.
Os seus progenitores foram
enviados em 1942 para um campo de concentração nazi, onde o pai morreu vítima
do tifo e a mãe teria sido executada com um tiro na nuca. Paul, pelo seu lado, esteve num campo de
concentração desde 1943, sendo libertado pelo Exército Vermelho em 1944,
sobrevivendo assim ao Holocausto.
Instalou-se em Bucareste, como
tradutor e editor. Adoptou vários pseudónimos para os seus trabalhos
literários, fixando-se finalmente em “Paul Celan”.
Em 1947, deixou a Roménia e foi
para Viena, onde publicou o seu primeiro livro. Fixou-se depois em Paris, onde
trabalhou como leitor de alemão e tradutor, na Escola Normal Superior.
Casou-se em 1942 com uma senhora
francesa, que conhecera um ano antes. No resto da vida, escreveu-lhe mais de
700 cartas, publicadas postumamente em livro (2001).
Paul Celan foi considerado um dos
mais importantes poetas modernos de língua alemã.
Nos últimos anos de vida,
apresentava tendências autodestrutivas, delírio persecutório e episódios de
amnésia. Esteve internando várias vezes, desde 1965, em hospitais
psiquiátricos, onde escreveu alguns textos em hebreu. Em Outubro de 1969, ainda
se desloca a Israel, para proferir várias conferências.
Suicidou-se por afogamento, no
rio Sena, aos 49 anos de idade.
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