segunda-feira, 21 de novembro de 2022

21 DE NOVEMBRO - FERNANDO MAURÍCIO

EFEMÉRIDE - Fernando da Silva Maurício, fadista português, nasceu na Mouraria, Lisboa, em 21 de Novembro de 1933. Morreu em Lisboa no dia15 de Julho de 2003.

Um dos maiores símbolos do fado castiço, Fernando Maurício nasceu na Rua do Capelão, no coração do tradicional Bairro da Mouraria. De uma família centenária deste bairro, com apenas oito anos começou a cantar numa taberna da rua onde morava, O Chico da Severa.

Em 1947, ficou em 3º lugar no concurso João Maria dos Anjos, organizado no Café Latino e participou na Marcha Infantil da Mouraria, interpretando o papel do conde de Vimioso.

Tendo abandonado a escola antes de finalizar a instrução primária, o pai mandou-o aprender o ofício de sapateiro, onde Fernando Maurício passava o tempo a estudar as letras de fado. Seria o seu próprio patrão a incentivá-lo a dedicar-se à carreira de fadista.

Durante um período de três anos, aos fins-de-semana, cantou em locais como o Café Latino, o Retiro dos Marialvas, o Vera Cruz ou o Casablanca, ao Parque Mayer.

Aos 17 anos, interrompeu a actividade a que voltaria apenas em 1954, no conhecido Café Luso. Actuou depois noutras casas como a Adega Machado e O Faia.

Nos anos 1960 e 1970, passou pela Nau Catrineta, a Kaverna, o Poeta, a Taverna d’El Rey e, novamente, o Café Luso. Estas casas conquistaram novos públicos com as suas actuações e Fernando Maurício, reconhecido pela autenticidade com que interpretava o fado, passou a ser apelidado de “Rei do Fado”.

Em 1969, recebeu o Prémio da Imprensa. É do mesmo período a sua dupla com Francisco Martinho, com quem partilhou muitas noites de fado na Adega Mesquita, cantando com êxito à desgarrada e a solo.

O disco “De Corpo e Alma sou Fadista” foi editado em 1984 pela Movieplay. Fernando Maurício recebeu os Prémios Prestígio e de Carreira da Casa da Imprensa em 1985 e 1986.

Em 1989, Amália descerrou na rua onde Maurício nasceu duas lápides evocativas das vozes do fado emblemáticas deste bairro: Maria Severa Onofriana e Fernando da Silva Maurício.

Em 1991, integrou o elenco de Os Ferreiras” deixando escola, ajudando a desenvolver grandes nomes do fado actual como, por exemplo, Ricardo Ribeiro, Raquel Tavares, Miguel Ramos, Diogo Rocha, Pedro Galveias, Mariza, Ana Maurício, entre outros, criando um mito eterno de uma das grandes referências do Fado.

A Câmara Municipal de Lisboa assinalou, em 1994, as bodas de ouro artísticas de Fernando Maurício no Teatro São Luiz.

Em 2001, foi publicada a sua biografia “O Fado É o meu Bairro” da autoria de Sara Pereira. Fernando Maurício faleceu em Julho de 2003.

Em 2004, foi lançada a compilação “Saudade de Fernando Maurício - Antologia 1961-1995”.

O realizador e produtor Diogo Varela Silva realizou o documentário “O Rei Sem Coroa”, um trabalho que também retrata o que foi a Lisboa popular entre os anos 1930 e 1980 do século XX.

Detentor de uma voz genuína e arreigado às suas raízes lisboetas, é considerado por muitos conhecedores da especialidade como o maior fadista da sua geração. São vários os fados que celebrizou, entre eles a “Igreja de Santo Estêvão”, com composição de Gabriel Oliveira e Joaquim Campos.

Nas proximidades do local onde nasceu, foi inaugurado - em 22 de Junho de 2014 - um busto em bronze do fadista, da autoria do escultor José Carlos Almeida.

Em 10 de Maio de 2001, no Coliseu dos Recreios, fora agraciado pelo presidente da República, com o grau de comendador da Ordem do Mérito.

Em Setembro de 2014, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade e aclamação a atribuição do nome de Fernando Maurício a um largo da Mouraria, bairro onde o fadista nasceu e cresceu.

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