quinta-feira, 10 de dezembro de 2020

10 DE DEZEMBRO - ALBERTO FERREIRA

EFEMÉRIDE - Alberto Ferreira, professor, jornalista, escritor e militante político português. morreu em Lisboa no dia 10 de Dezembro de 2000. Nascera na mesma cidade em 5 de Outubro de 1920.  

Diplomado pela Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, Alberto Ferreira percorreu o país no exercício da sua profissão de técnico agrário.

Posteriormente, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Professor do ensino secundário a partir de 1974, passou a leccionar Cultura Portuguesa na Faculdade onde estudou, a partir de 1977.

Colaborou activamente nas revistas “Vértice” e “Seara Nova”, chegando a ser director desta última. Publicou diversos ensaios e obras de ficção.

Foi um resistente antifascista lúcido e íntegro. A sua obra representou a voz da oposição contra a repressão salazarista. Com o seu afecto e a sua cultura marcou várias gerações de alunos.

Era militante do PCP desde 1942 e foi uma voz da referência na década de 1960. Tornou-se principalmente conhecido do grande público pela publicação da monumental obra, em quatro volumes, “Bom senso e bom gosto (Questão coimbrã)” em colaboração com a esposa, Maria José Marinho, e do romance-ensaio “Diário de Édipo”, publicado em 1965, com três edições, que representou, durante algum tempo, a voz da oposição contra a repressão do Estado-Novo.

Pertenceu também a uma equipa pedagógica que ministrava, em horário pós-laboral, na Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal, um curso para adultos politizados ou em vias de politização com “aulas livres” sobre os períodos históricos. As aulas eram um misto de aprendizagem das ferramentas históricas e de sessões de demarcação do regime fascista.

Em Outubro de 1963, foi preso e levado para o Aljube onde, durante seis meses, foi sujeito a várias torturas como a tortura do sono. Depois da sua libertação, continuou a perseguição política e foi proibido de leccionar no ensino público. Só reiniciou a carreira de professor após a Revolução do 25 de Abril.

Já bastante doente (sofria da doença de Parkinson), ainda publicou dois romances. Faleceu aos 80 anos, deixando um vasto acervo de documentação, que foi doado à Biblioteca Nacional.

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