terça-feira, 1 de dezembro de 2020

1 DE DEZEMBRO - DANIEL PENNAC

EFEMÉRIDE - Daniel Pennac, de seu nome original Daniel Pennacchioni, escritor francês, nasceu em Casablanca, Marrocos, no dia 1 de Dezembro de 1944. Recebeu, em 2007, o prestigiado Prémio Renaudot, com o seu romance autobiográfico, “Mágoas de Escola”.

Para além da sua obra literária, escreveu também, argumentos para o cinema, televisão e banda desenhada.

Daniel Pennac é o quarto e último rapaz de uma família de origem corsa e provençal. O pai era engenheiro politécnico e tornou-se oficial do exército colonial, tendo atingido o grau de general no final da carreira. Passou a infância de acordo com as colocações do pai, em África (Djibuti, Etiópia, Argélia, África Equatorial), no sudeste asiático (Indochina) e em França (nomeadamente em La Colle-sur-Loup). Foi o pai, fã de poesia, quem lhe transmite o gosto pelos livros, que ele devorava na biblioteca familiar e na escola.

A sua escolaridade foi desastrosa. Em “Mágoas de Escola”, ele conta várias peripécias da sua aprendizagem. No entanto, o pai, militar, não se preocupou, afirmando que o filho recuperaria. Porém, o aluno, diz ter sido vítima de uma disortografia infantil. Estas versões, mais ou menos romanceadas, das suas dificuldades, não o impediram de conseguir o bacharelato e tornar-se mestre em Letras.

Adulto, trabalhou como taxista e ilustrador, antes de se tornar, em 1969, professor de Literatura, primeiro no Colégio Saint Paul, em Soissons, depois em Nice e, mais tarde, em Paris.

Mudou o seu apelido para Pennac, com medo de constranger o seu pai, ao assinar, em 1977, a sua primeira obra, “O serviço militar ao serviço de quem”, uma sátira sobre o serviço militar.

Em 1979, desesperado pela transformação do seu bairro de adopção, Belleville, realizou uma estadia de dois anos no Brasil, com a sua primeira mulher, Irène Pennac, e conseguiu um contrato de professor na Universidade Federal do Ceará, estadia que seria a fonte do seu romance “O ditador e a cama de rede”.

Regressou a França e começou a escrever para as crianças, ao mesmo tempo que continuava a leccionar. Acabou por publicar “O Paraíso dos Ogros” em 1985. Em 1995, deixou a profissão de professor para se dedicar inteiramente à literatura.

Daniel Pennac guarda da sua infância, uma nostalgia do lar e uma ternura pela família. Mesmo sendo a sua escrita divertida e cheia de uma imaginação desenfreada, Pennac escreveu também “Como um Romance”, um ensaio de pedagogia activa, lúcida e entusiasta.

A banda desenhada “La Débauche”, que assinou com Jacques Tardi, revela a sua consciência social e cívica. Desde o início, Pennac estuda e critica as instituições que negam o indivíduo.

Daniel Pennac defende o prazer da leitura em voz alta. Grande amante de livros em áudio, gravou - ele mesmo - vários dos seus livros para as edições Gallimard e para a associação Lire dans le noir.  Em cena, após ter interpretado “Merci” no Teatro do Rond-Point, leu “Bartleby le scribe” no Pépinière Théâtre. “Bartleby en coulisses” é um documentário, realizado por Jérémie Carboni, acerca da preparação deste espectáculo de leitura.

Em Outubro de 2012, Daniel Pennac leu “Journal d’un corps” no Théâtre des Bouffes du Nord. A sua peça “Le 6è Continent” foi representada na mesma sala de espectáculos.

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