sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

25 DE DEZEMBRO - JOAN MIRÓ

EFEMÉRIDE - Joan Miró i Ferrà, escultor, pintor, gravurista e ceramista surrealista espanhol, morreu em Palma de Maiorca no dia 25 de Dezembro de 1983. Nascera em Barcelona, em 20 de Abril de 1893.

Quando jovem, frequentou a Reial Academia Catalana de Belles Arts de Sant Jordi da Barcelona e a Academia de Gali. Em 1919, depois de completar os seus estudos, esteve em Paris, onde conheceu Pablo Picasso e entrou em conato com as tendências modernistas como o fauvismo e o dadaísmo.

No início da década de 1920, conheceu o fundador do movimento surrealista André Breton, entre outros artistas. A pintura “O Carnaval de Arlequim”, 1924-1925, e “Maternidade”, 1924, inauguraram uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia, sem as profundezas das questões psicanalistas surrealistas. Participou na primeira exposição surrealista em 1925.

Em 1928, foi para Holanda, tendo pintado as duas obras “Interiores holandeses I” e “Interiores holandeses II”. Em 1937, trabalhou em pinturas-mural e, anos depois, em 1941, concebeu a sua mais conhecida e radiante obra: “Números e constelações em amor com uma mulher”. Mais tarde, em 1944, iniciou-se em cerâmica e escultura. Nas suas obras, principalmente nas esculturas, utiliza materiais surpreendentes, como a sucata.

Vários anos depois, rumou pela primeira vez aos Estados Unidos e, nos anos seguintes; durante um período muito produtivo, trabalhou entre Paris e Barcelona.

No fim da sua vida, reduziu os elementos da sua linguagem artística a pontos, linhas, alguns símbolos e reduziu a cor, passando a usar basicamente o branco e o preto. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto noutras se percebe a técnica feita com muito cuidado, e esse contraste também aparece nas suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs os seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.

Ainda que alguns leigos do mundo da arte rechacem o nível da técnica das pinturas de Miró, os grandes conhecedores da obra do artista reconhecem que «se há uma sensação de cliché no efeito de recepção da obra de Miró, isso resulta de quem vê - o artista não tem culpa». Miró atribuía, para cada elemento da realidade um símbolo, uma “tradução poética”, um signo que se repete em cada um dos seus quadros. O signo é muito mais metáfora do que imagem. Esses signos eram inseridos dentro de um vazio, e essa combinação entre vazio e signos é o que define esteticamente a obra de Joan Miró.

Em 1954, ganhou o prémio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prémio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra.

Em 1978, recebeu a Medalha de Ouro da Generalidade da Catalunha e o Prémio Antonio Feltrinelli.

O maior conjunto de obras a nível mundial de Joan Miró está em Portugal, no Porto, na Fundação de Serralves. Trata-se de um conjunto de 85 obras, nas quais se encontram desenhos, pinturas em vários suportes, seis tapeçarias de 1973, uma escultura, colagens, uma obra de um total de cinco da série “Telas queimadas” (criada para a grande retrospectiva de Miró no Grand Palais de Paris, em 1974) e várias pinturas murais, que abrangem seis décadas da carreira do artista, mais precisamente de 1924 a 1981.

Estas obras ficaram na posse do Estado Português depois da nacionalização do BPN - Banco Português de Negócios, a quem pertenciam. 

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