domingo, 27 de dezembro de 2020

27 DE DEZEMBRO - GÉRARD DEPARDIEU

EFEMÉRIDE - Gérard Xavier Marcel Depardieu, actor, cantor, realizador e produtor de cinema, de origem francesa, naturalizado russo, nasceu em Châteauroux no dia 27 de Dezembro de 1948.

Com origens humildes, é filho de um operário metalúrgico. Antes de ser considerado «o presente francês para o cinema»", ou ainda, «o Robert De Niro francês», o terceiro dos seis filhos de um pobre operário, abandonou a escola aos 12 anos, fugiu de casa e viveu com prostitutas. A vida delinquente e vândala de Depardieu estendeu-se até aos 16 anos de idade, quando foi incentivado por uma assistente social a sair das ruas e investir numa carreira artística. Desde então, começou a marcar presença nos palcos de teatros parisienses e daí a começar a participar em filmes foi mera questão de tempo. A sua carreira de actor conta já com um total de 163 filmes. Ao optar pelos palcos, Depardieu transformou-se no actor carismático que, hoje, é famoso em todo o mundo.

A sua carreira de actor teve início quando pôs os pés no Théâtre National Populaire (TNP), em Paris. Depois de fazer alguns testes e mostrar talento suficiente para continuar a actuar, começou a participar em pequenas peças num café-teatro chamado Café de la Gare, ao lado do actor Patrick Dewaere e da actriz Miou-Miou. Depardieu trabalhou no teatro em mais de quinze peças, entre as quais algumas produções de Marguerite Duras, Peter Handke, David Strey, Israel Horowitz, Moliere e Nathalie Sarraute. Mas foi no cinema que conseguiu, realmente, o reconhecimento para o seu talento.

Estreou-se no cinema, ainda adolescente, com a curta-metragem “Le Beatnik et le Minet” (1965) Depois de actuar em pequenos papéis, populariza-se com “Os Corações Loucos” (1974). Na década de 1980, consolidou-se como um importante actor francês, com as suas performances nos filmes “Cyrano” (1990) e “Le dernier métro”. Este último valeu-lhe igualmente um prémio de Melhor Actor. Depardieu ganhou o César (o Oscar francês) de Melhor Actor, além de hoje ser dono de um dos maiores títulos franceses, que é o de Chevalier de la Légion d’Honneur (Cavaleiro da Legião da Honra). O seu porte favorecia igualmente a sua interpretação do herói de BD  Obélix, em “Astérix e Obélix Contra César”, adaptação para o cinema da obra de Goscinny e Uderzo. O filme foi um enorme sucesso em França e no mundo, sendo continuado, em 2002, com Astérix & Obélix: Missão Cleópatra”.

Nos anos 1980 e 1990, Depardieu consolidava-se como um dos maiores actores de todo o mundo. Em 1976, Bernardo Bertolucci deu-lhe um papel especial no filme “1900”, a partir do qual surgiram mais convites de realizadores famosos, como André Téchiné (“Barocco”, 1976), Marguerite Duras (“Le Camion”, 1977) e Bertrand Blier (“Préparez vos Mouchoirs”, 1978). Em 1980, foi nomeado para o César de Melhor Actor pelo filme “O Último Metro”, dirigido por François Truffaut, onde contracenou com a actriz Catherine Deneuve.

Em 1981, Gérard Depardieu participou no filme “La Chèvre”, dirigido por Francis Veber (guionista da segunda versão do filme “A Gaiola das Loucas”, e realizador da comédia “O Closet”, de 2002, da qual Depardieu também fez parte). Esta comédia deu origem à trilogia composta pelos outros filmes, “Les Compères” (1983) e “Les Fugitives” (1986), ambos também dirigidos por Veber. A década de 1990 pode ser considerada uma época dourada na carreira do actor, que continuou a trabalhar com os mais famosos realizadores europeus.

De entre muitos personagens de destaque, Depardieu interpretou, em 1982, o revolucionário Danton, no filme com o mesmo nome, dirigido por um dos maiores realizadores polacos, Andrzej Wajda. Tornou-se conhecido do público americano com os filmes “The Return of Martin Guerre” (1982), “Jean de Florette” (1986) e “Camille Claudel” (1988). Em 1990, protagonizou a comédia romântica “GreenCard”, de Peter Weir, ao lado de Andie MacDowell, papel que o fez conquistar de vez o público norte-americano.

Em 1990, um escândalo envolveu o nome do actor que, até então, estava acostumado apenas a actuar no círculo de cinema europeu. Neste ano, protagonizou o filme “Cyrano” (Cyrano de Bergerac), drama dirigido pelo realizador francês Jean-Paul Rappeneau, que lhe valeu uma nomeação para o Oscar de Melhor Actor. Depardieu era apontado como favorito a levar o prémio, mas um terrível engano na publicação de uma declaração sua, afastou-o do favoritismo. Num artigo publicado pela revista norte-americana “Time”, o actor declarava que havia presenciado um estupro, o que foi erroneamente traduzido para o inglês como «eu participei num estupro». O equívoco afastou o actor do merecido prémio, como também de outras produções - tudo devido ao facto de a revista “Time” não ter reparado o erro.

Ainda por “Cyrano”, o actor recebeu a sua segunda nomeação para o César. Outros dos seus memoráveis filmes são “1492 - A Conquista do Paraíso” (1992), lançado pela Paramount para celebrar os 500 anos do descobrimento da América pelo navegador italiano Cristóvão Colombo, “Os Miseráveis” (2000) e “102 Dálmatas” (2000), grandes sucessos junto do público.

O actor já ganhou um Leão de Ouro pelo conjunto da sua carreira (em 1997) e continua com grandes projectos em mente. A sua participação no filme “Astérix e Obélix contra César” (1999), como o gordo Obélix, fez tanto sucesso que ele voltou a participar na continuação do mesmo, “Astérix e Obélix: Missão Cleópatra” (2002).

Entre 1970 a 1996, Depardieu foi casado com a actriz Élisabeth Depardieu. O apelido foi revertido para o nome de solteira, Élisabeth Guignot, após o divórcio em 1996. Do casamento, nasceram dois filhos, Guillaume e Julie, também actores. Depardieu tem mais uma filha, chamada Roxane, nascido em Janeiro de 1992. A mãe, Karine Silla, foi uma ligação extraconjugal de Depardieu. Em 1998, ele casou-se com a bem conhecida actriz Carole Bouquet, uma amiga de longa data. Este casamento também terminou em divórcio em 2005. De três mulheres, Depardieu tem agora quatro filhos.

Em 2012 renunciou formalmente à sua cidadania francesa, devido a discordâncias ideológicas com o governo socialista de François Hollande. Em Janeiro de 2013, foi-lhe atribuída a cidadania russa pelo presidente Vladimir Putin.

 Numa entrevista que concedeu em Novembro de 2015, Depardieu admitiu ter problemas com o alcoolismo. 

Sem comentários:

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
- Lisboa, Portugal
Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...