domingo, 3 de novembro de 2019

3 DE NOVEMBRO - MANUEL ANTUNES


EFEMÉRIDE - Manuel Antunes, padre jesuíta, professor universitário e ensaísta português, nasceu na Sertã em 3 de Novembro de 1918. Morreu em Lisboa no dia 18 de Janeiro de 1985. Destacou-se pela sua erudição e capacidade de comunicação e pedagogia. Há uma biblioteca com o seu nome na sua terra natal. 
Filho de uma família bastante humilde, aos 14 anos, deu entrada num Seminário Menor da Companhia de Jesus, em Guimarães. Com 18 anos, tornou-se jesuíta. Mais tarde, doutorou-se em Filosofia e Teologia, com a tese “Panorama da Filosofia Existencial de Kierkegaard a Heidegger”, na Faculdade de Teologia de Granada, em Espanha.
Em 1949, com 31 anos, tornou-se sacerdote e professor de História da Literatura Grega e de História da Literatura Latina, na Sociedade de Jesus. Em 1957, a convite de Vitorino Nemésio, torna-se professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde leccionou várias disciplinas do curso de Filologia Clássica, com realce para a História da Cultura Clássica, onde se manteve até 1983. Em 1981, foi-lhe conferido, pela Faculdade de Letras de Lisboa, o grau de doutor honoris causa
Os seus primeiros escritos foram publicados na “Brotéria - Revista de Cristianismo e Cultura”, de cuja redacção passou a fazer parte em 1955 e cuja direcção assumiria mais tarde, durante cerca de 20 anos. A sua obra escrita abrange temas literários, filosóficos e culturais, muitos deles publicados com 124 pseudónimos. Colaborou igualmente na “Revista Portuguesa de Filosofia” e na “Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura”. Era um grande amigo de António Sérgio, Vitorino Nemésio, José Régio, Jorge de Sena e Almada Negreiros. Dele, terá Almada Negreiros dito um dia: «Este homem é só espírito». 
Foi um mestre excepcional que marcou para a vida toda milhares de estudantes que, ao longo de mais de um quarto de século, passaram pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, desde 1957. A sua memória continuou viva a iluminar o caminho de muitos. O professor, cuja competência, sentido humanista e abertura à actualidade atraíram o interesse e admiração dos alunos, também estendeu a mais vastos públicos o seu magistério, graças aos inúmeros artigos que foi publicando.
Mais tarde, foi conselheiro do presidente da República, António Ramalho Eanes. Em Agosto de 1983, foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada
Manuel Antunes está imortalizado numa estátua na Sertã, da autoria de Vasco Berardo, inaugurada em Junho de 2005. 
Em Novembro de 2018, foi agraciado, a título póstumo, com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, no encerramento do Congresso que assinalou o centenário do nascimento do «professor íntegro profundo». 
No 20º aniversário da sua morte, em 2005, realizou-se um Congresso Internacional subordinado ao tema “Padre Manuel Antunes: Interfaces da Cultura Portuguesa e Europeia”. Este evento científico teve lugar em três palcos diferentes: na Fundação Calouste Gulbenkian, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e na Casa da Cultura da Sertã.

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