terça-feira, 31 de outubro de 2017

31 DE OUTUBRO - MICHAEL COLLINS


EFEMÉRIDE - Michael Collins ex-astronauta norte-americano e tripulante da missão Apollo 11, a primeira a pousar na Lua, em Julho de 1969, nasceu em Roma no dia 31 de Outubro de 1930. Ele foi o piloto do Módulo de Comando que ficou em órbita do nosso satélite e o único dos três tripulantes da missão a não pisar o solo lunar.
Collins nasceu em Itália, filho de um general do exército americano que serviu em diversas partes do mundo. Passou parte da adolescência em Porto Rico, base temporária do pai, onde fez o seu primeiro passeio de avião. Com a entrada dos EUA na II Guerra Mundial, voltou com a família para Washington e entrou para as forças armadas americanas, seguindo o caminho dos homens da sua família e escolhendo a Força Aérea para fazer carreira. Nos anos 1950, serviu como piloto de combate junto das forças americanas da NATO na Europa.
Estimulado pela façanha de John Glenn um ano antes, entrou para a NASA em 1963 e cumpriu a sua primeira missão ao espaço a bordo da Gemini X em 1966, juntamente com o astronauta John Young. Realizou então dois períodos de actividades extra-veiculares. Na segunda viagem ao espaço, fez parte - com Neil Armstrong e Edwin Aldrin - da histórica e pioneira missão Apollo 11, entrando para a história apesar de ser o menos lembrado dos três, por ter sido o único que não pisou a Lua.
Durante o tempo em que voou a solo em órbita lunar, enquanto os seus companheiros se encontravam na superfície, Collins nunca se sentiu sozinho, porque esteve sempre a participar activamente na missão, em contacto constante com Houston e com a restante tripulação. Na sua autobiografia, ele descreveu a sua participação, como «uma epopeia sem igual na história da humanidade, em que ele era o terceiro de uma equipa de três homens, não sendo o actor principal, mas sem o qual os actores principais não poderiam deixar o palco».
Após o regresso e uma quarentena forçada de 21 dias, junto com os seus companheiros, Michael Collins participou num tour mundial de comemoração do feito da Apollo 11, aceitando após isso o cargo de Assistente Especial de Negócios Públicos no governo do presidente Richard Nixon.
Mais tarde, assumiu as funções de director do Museu Nacional Aeroespacial dos Estados Unidos. Após se aposentar da Força Aérea como major-general, passou a dar aulas na Universidade de Harvard, até começar a cuidar dos seus próprios negócios na iniciativa privada, em 1985.
Michael Collins é o autor da insígnia da Missão Apollo 11, a famosa águia – símbolo dos Estados Unidos - pousando na Lua e transportando um ramo de oliveira. Ele desenhou a marca baseado numa fotografia da revista “National Geographic”.
Tem três filhos e a sua filha mais velha, Kate Collins, é actriz e protagonizou a série da TV americana “All My Children”. A banda inglesa de rock Jethro Tull homenageou-o na música “For Michael Collins, Jeffrey and Me”, do disco “Benefit” (1970). O asteróide 6471 Collins foi assim baptizado em sua homenagem pela União Astronómica Internacional.
Assim como vários outros homens que viajaram pelo espaço, ele também se dedicou à pintura e, durante muitos anos, pintou e vendeu quadros, que nunca assinou, para que eles não tivessem o preço inflacionado apenas por terem sido pintados por ele.

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

30 DE OUTUBRO - ADELAIDE ANNE PROCTER


EFEMÉRIDE - Adelaide Anne Procter, poetisa, editora e filantropa inglesa, nasceu em Bloomsbury no dia 30 de Outubro de 1825. Morreu em Londres, em 2 de Fevereiro de 1864. Trabalhou em prol de uma série de causas, principalmente em defesa das mulheres desempregadas e sem-abrigo, tendo estado envolvida em grupos e jornais feministas. Procter nunca se casou. Sofria de problemas de saúde, possivelmente devido ao seu intenso trabalho de caridade, e morreu de tuberculose aos 38 anos de idade.
A carreira literária de Procter começou quando era ainda adolescente. Os seus poemas foram primeiramente publicados nos periódicos de Charles Dickens, “Household Words” e “All the Year Round”, e mais tarde em forma de livro. O seu labor pró-caridade e a sua conversão ao catolicismo parecem ter influenciado fortemente a sua poesia, cujos temas estão muito ligados à pobreza, aos sem-abrigo e às mulheres marginalizadas.
Procter era a poetisa predilecta da rainha Vitória. A sua poesia passou por inúmeras edições no século XIX. Os seus poemas foram transformados em música e hinos, sendo publicados também nos Estados Unidos e na Alemanha. No entanto, no início do século XX, a sua fama diminuiu e poucos críticos modernos têm dado atenção ao seu trabalho.
Dickens falou muito da inteligência precoce de Adelaide. Para ele, a jovem compreendia sem dificuldade os assuntos que lhe interessavam. Quando ainda era uma menina muito pequena, aprendeu com facilidade vários dos problemas de Euclides. À medida que foi crescendo, aprendeu os idiomas francês, italiano e alemão. Aprendeu a tocar piano e a desenhar. Porém, à medida que superava as dificuldades de qualquer objecto de estudo, perdia interesse pelo que aprendera e passava a outra coisa.
Como leitora ávida, foi em grande parte autodidacta. Contudo, completou os estudos superiores no Queen’s College de Londres, em 1850.
Adelaide Anne demonstrou uma paixão pela poesia desde tenra idade, trazendo sempre consigo, enquanto ainda era criança, um carnet minúsculo, no qual as passagens favoritas de certos poemas eram copiadas para ela pela mãe, antes que ela mesma soubesse escrever. Isto como qualquer outra garotinha traria consigo uma boneca...
Procter publicou o seu primeiro poema quando ainda era adolescente, “Ministering Angels”, que apareceu em “Heath's Book of Beauty” em 1843. Em 1853, apresentou o seu trabalho na revista “Household Words” de Dickens, sob o pseudónimo de Mary Berwick, desejando que ele fosse julgado pelos próprios méritos e não pela relação de amizade de Dickens para com o seu pai. Dickens não soube da real identidade de Berwick até ao ano seguinte. A publicação do poema deu início a uma longa associação de Procter com os periódicos de Dickens. Ao todo, Procter publicou 73 poemas em “Household Words” e sete em “All the Year Round”, a maioria dos quais foi reunida nos seus dois primeiros volumes de poesia, intitulados “Legends and Lyrics”. Foi também editora da revista “Victoria Regia”, que se tornou o paradigma da Victoria Press, uma empresa editorial explicitamente feminista.
Em 1851, Procter converteu-se ao catolicismo e tornou-se extremamente activa em várias causas beneficentes e feministas. O seu terceiro volume de poesia, “A Chaplet of Verses” (1861), foi publicado em benefício de um Abrigo Nocturno Católico para Mulheres e Crianças, fundado em 1860 em Providence Row, no leste de Londres.
Procter adoeceu em 1862, ficou acamada durante um ano e faleceu em 1864.  A sua morte foi descrita pela imprensa como um «desastre nacional». Os seus livros foram reeditados várias vezes em 1881. 

domingo, 29 de outubro de 2017

29 DE OUTUBRO - PEPETELA


EFEMÉRIDEPepetela, de seu verdadeiro nome Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos, escritor angolano, nasceu em Benguela no dia 29 de Outubro de 1941.
A sua obra reflecte a história contemporânea de Angola e os problemas que a sociedade angolana enfrenta. Durante a guerra colonial, Pepetela, angolano de ascendência portuguesa, lutou juntamente com o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) para a libertação da sua terra natal. O seu romance “Mayombe” retrata as vidas e os pensamentos de um grupo de guerrilheiros durante aquela guerra; “Yaka” segue a vida de uma família de colonos na cidade de Benguela ao longo de um século; e “A Geração da Utopia” mostra a desilusão existente em Angola depois da independência.
A história angolana antes do colonialismo também faz parte do conteúdo das obras de Pepetela e pode ser lida em “A Gloriosa Família” e “Lueji”. A sua obra nos anos 2000 critica a situação angolana, num estilo satírico, e inclui a série de romances policiais denominada “Jaime Bunda”. As suas obras mais recentes incluem “Predadores”, uma crítica áspera às classes dominantes de Angola; “O Quase Fim do Mundo”, uma alegoria pós-apocalíptica; e “O Planalto e a Estepe”, que se debruça sobre as ligações entre Angola e outros países.
Licenciado em Sociologia, Pepetela foi docente na Faculdade de Arquitectura da Universidade Agostinho Neto em Luanda.
Pepetela é descendente de uma família de portugueses nascidos em Angola. Concluiu o ensino primário na cidade natal e, depois, partiu para o Lubango, onde lhe foi possível prosseguir os estudos. Foi no Liceu Diogo Cão que Pepetela completou o ensino secundário. Cresceu num ambiente da classe média, mas frequentou uma escola primária com crianças de várias raças e classes. Ele diz que a cidade de Benguela lhe deu mais oportunidades para conhecer angolanos de todas as raças, porque era a cidade mais multirracial naquela época. Durante a adolescência, um tio seu - que era jornalista - deu-lhe a conhecer uma variedade de pensadores de esquerda. Durante os seus anos no liceu em Lubango, Pepetela também foi influenciado por um padre esquerdista, de apelido Noronha, que o informava sobre eventos contemporâneos.
Em Lisboa, Pepetela frequentou - a partir de 1958 - o curso de Engenharia no Instituto Superior Técnico, mudando em 1960 para o curso de Letras na Universidade de Lisboa. Desde 1961, Pepetela fez a opção política que viria a mudar o rumo da sua vida e a marcar toda a sua obra, tornando-se narrador de uma história da Angola que ele conhecia. Pepetela tornou-se militante do MPLA em 1963.
Quando Pepetela se tornou militante, fugiu de Portugal para Paris e, posteriormente, para Argel. Foi aqui que ele conheceu Henrique Abranches, com quem trabalhou no Centro de Estudos Angolanos. Este Centro foi o local de trabalho do jovem Pepetela ao longo da década seguinte. Pepetela, Abranches e outros, trabalharam na documentação da cultura e sociedade angolanas e na propaganda das mensagens do MPLA ao exterior. Durante a sua estadia em Argel, Pepetela escreveu o seu primeiro romance, “Muana Puó”, uma obra que examinou a situação angolana através da metáfora das máscaras dos Côkwes, uma etnia de Angola. Pepetela não pretendia publicar o romance, mas acabou por fazê-lo em 1978, já ao serviço do governo angolano. Em 1969, o Centro de Estudos Angolanos mudou-se de Argel para Brazzaville, na República do Congo. Depois desta mudança, Pepetela começou a participar na luta armada. A experiência serviu-lhe de inspiração para uma das suas obras mais conhecidas, uma narrativa da guerra intitulada “Mayombe”.
O primeiro romance do Pepetela foi publicado em 1972, com o título “As Aventuras de Ngunga”. Foi uma obra literária para um público pequeno de universitários, onde analisava o crescimento revolucionário de Ngunga, um jovem guerrilheiro do MPLA, usando um tom épico e didáctico. O romance introduz o leitor nos costumes, na geografia e na psicologia de Angola. Pepetela criou um diálogo entre a tradição angolana e a ideologia revolucionária, debatendo quais as tradições que deviam ser alimentadas e quais as que deviam ser alteradas. O romance também é interessante porque foi escrito e publicado enquanto o autor lutava contra os portugueses na frente Leste. Embora Pepetela tivesse escrito outros livros já como guerrilheiro, eles só foram publicados depois da independência.
Com a independência de Angola em 1975, Pepetela foi nomeado vice-ministro da Educação no governo do presidente Agostinho Neto. O autor exerceu o mandato durante sete anos e retirou-se, em 1982, para se dedicar à literatura. A sua escrita diversificou-se, com a publicação de duas peças de teatro que tratavam da história angolana e das políticas revolucionárias. Nos anos 1970, Pepetela foi membro da direcção da União dos Escritores Angolanos.
Depois de sair do governo, Pepetela começou a sua obra mais ambiciosa “Yaka”. Publicada em 1984, é um romance histórico que descreve as vidas de uma família de colonialistas portuguesas que foram para Benguela no século XIX. Em 1986, o livro ganhou o Prémio Nacional de Literatura. Continuou a escrever ao longo da década, publicando em 1985 “O Cão e os Caluandas”, um romance que analisa os habitantes de Luanda e as mudanças que eles viveram desde a independência.
Nos anos 1990, a escrita de Pepetela continuou a mostrar o seu interesse pela história de Angola, mas também começou a examinar a situação política do país com um maior sentido de ironia e crítica. O seu primeiro romance da década, “A Geração da Utopia” (1992), confronta muitos problemas já na perspectiva da realidade de Angola pós-independência. A guerra civil angolana e a corrupção intensa no governo levou-o a um questionamento dos valores revolucionários.
Em 1996, publicou um romance de um género diferente, “A Gloriosa Família”. Esta obra examina a história da família Van Dunem, uma família proeminente de ascendência holandesa. Pepetela passara anos a pesquisar a história dos flamengos em Angola para escrever este livro. A obra não manifesta o tom cínico e desiludido dos seus outros livros da década.
A situação política piorou em Angola ao longo dos anos 1990 e Pepetela passou cada vez mais tempo em Lisboa e no Brasil, o que fez ele tornar-se mais reconhecido no mundo lusófono. Em 1997, foi galardoado com o Prémio Camões pelo conjunto da sua obra. Pepetela foi o primeiro autor angolano e o segundo escritor africano que ganhou este prémio prestigioso. Foi também o autor mais jovem a receber o prémio.
Pepetela continuou a ser um escritor prolífico no novo milénio. Escreveu uma série de romances denominada “Jaime Bunda”, livros policiais que satirizam a vida em Luanda na nova década. Publicados pela editora Dom Quixote, foram muito populares em Portugal, também tendo tido êxito noutros países europeus como a Alemanha, onde Pepetela era praticamente desconhecido até então.
Em 2000, publicou “A Montanha de Água Lilás”, um livro para crianças que comenta as raízes da injustiça social. Em 2005, depois do sucesso da série “Jaime Bunda”, publicou “Predadores”, a sua crítica mais mordaz sobre as classes poderosas de Angola.
O romance de 2007, “O Terrorista de Berkeley, Califórnia”, desenrola-se nos Estados Unidos e tem pouca ligação com Angola.
Em 1999, recebeu o Prémio Príncipe Claus (Holanda) e, em 2010, foi doutorado honoris causa pela Universidade do Algarve. Faz parte do comité de apadrinhamento do Tribunal Russel sobre a Palestina desde 2009.

sábado, 28 de outubro de 2017

28 DE OUTUBRO - ALBERTINHO FORTUNA


EFEMÉRIDEAlbertinho Fortuna, de seu verdadeiro nome Alberto Fortuna Vieira de Azevedo, cantor luso-brasileiro, nasceu em Vila Nova de Gaia no dia 28 de Outubro de 1922. Morreu em Niterói, em 1 de Julho de 1995.
Foi para o Brasil aos seis meses de vida, quando a família se fixou em Niterói. Residia no bairro Santa Rosa e estudava no Colégio Salesiano, destacando-se no coro da escola.
Aos oito anos, foi convidado por um amigo da família para cantar na Rádio Mayrink Veiga e, tendo agradado ao público, voltou lá várias vezes, já recebendo um cachet de dez mil réis.
Continuou os seus estudos no Instituto de Humanidades, cujo director era Gomes Filho, conhecido jornalista e compositor, que estava a abrir em Niterói a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, da qual seria director. Albertinho foi um dos pioneiros da emissora, em 1936.
Nesse mesmo ano, Zezé Fonseca providenciou o seu regresso para a Mayrink Veiga, pedindo a César Ladeira, director artístico da rádio, que lhe fizesse um casting. Albertinho foi aprovado e contratado por 400 mil réis mensais, recebendo também de Ladeira o epíteto de ‘O garoto que vale ouro’. Apenas com treze anos, apresentou-se várias vezes juntamente com Carmen Miranda, a maior estrela da emissora.
Parou de cantar durante dois anos devido à fase da mudança de voz, voltando -  em 1938 - então para a Rádio Tupi. Depois de uma temporada na mesma, foi para a Rádio Educadora do Brasil, convidado por Saint Clair Lopes e Luís Vassalo.
Em 1940, mudou-se para a Rádio Nacional, onde passou a fazer parte do Trio Melodia, criado para o lançamento do programa “Um milhão de melodias”, que começou a ser apresentado em 1943, ao lado de Nuno Roland e Paulo Tapajós. Pela qualidade dos seus integrantes, o trio gravou vários discos e acompanhou - em espectáculos - muitos dos melhores cantores da época.
Entretanto, Albertinho continuou, paralelamente, a sua carreira a solo e, em 1944, gravou o primeiro disco na Continental, com o samba “Ai, que saudades da Amélia”. A sua segunda gravação, no ano seguinte, foi a valsa “Meu coração te fala”, de Pedro Raimundo, que o acompanhou no acordeão. Foi um grande sucesso. Também alcançou grande êxito no Carnaval de 1947, com a “Marcha dos gafanhotos”.
Apesar de tudo, Albertinho ganhou prestígio principalmente como cantor romântico. Gravou muitas músicas, entre as quais a do tango “Mano a mano” de Carlos Gardel, em 1952. Em 1959, gravou o samba-canção “Eu sei que vou te amar” de Tom Jobim e Vinicius de Moraes.
Lançou ainda, na editora Continental, os LP: “Tangos de ontem e hoje” (1956), “Albertinho Fortuna canta tangos inesquecíveis” (1957), “Tudo é amor” (1959), “Tangos inesquecíveis” (1960) e “Prelúdio” (1963). Faleceu aos 72 anos de idade.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

27 DE OUTUBRO - FREDERICK DE CORDOVA


EFEMÉRIDE - Frederick Timmins de Cordova, actor e realizador de cinema norte-americano, mais conhecido na qualidade de produtor de programas televisivos como o “Tonight Show”, apresentado por Johnny Carson, nasceu em Nova Iorque no dia 27 de Outubro de 1910. Morreu em Los Angeles, em 15 de Setembro de 2001.
De Cordova trabalhava na Broadway quando foi contratado pela Warner Bros. como director de diálogos, em 1944. No ano seguinte, realizou a sua primeira película, “Juventude Impetuosa”. Em 1948, foi para a Universal, onde continuou a realizar filmes de aventuras e comédias familiares, caracterizados pelo bom acabamento e profissionalismo, mas também por falta de profundidade, daí destinarem-se, sobretudo, às sessões duplas dos cinemas. De destacar, na sua obra, “Vítimas da Sorte” (1952), comédia que teve a excelente interpretação de Tom Ewell.
A partir de meados da década de 1950, passou a dedicar-se à televisão, onde dirigiu sitcoms e produziu shows importantes, como o “Jack Benny Program” e, principalmente, o “Tonight Show Starring Johnny Carson”, que lhe deram fama e reconhecimento. Na década de 1960, ensaiou um breve retorno ao cinema, mas logo voltou à TV, onde ficou até à sua reforma.
Foi nomeado para os prémios Emmy dezasseis vezes, tendo vencido em cinco oportunidades. Faleceu de causas naturais, aos 90 anos de idade.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

26 DE OUTUBRO - MURILLO ARAUJO


EFEMÉRIDE - Murillo Araujo, poeta brasileiro, nasceu no Serro em 26 de Outubro de 1894. Morreu no Rio de Janeiro no dia 1 de Agosto de 1980.
Murillo mudou-se em 1907 para o Rio de Janeiro e ingressou como interno no Colégio Pedro II, onde mais tarde seria professor de Desenho. Embora se tivesse formado em Direito (1921), pouco exerceu esta profissão, dedicando-se ao jornalismo.
Foi um dos expoentes do Modernismo Brasileiro, movimento de que foi um dos pioneiros, ao publicar - em 1917 - o livro “Carrilhões”, cinco anos antes da Semana de Arte Moderna.
Como índice da modernidade de Murillo Araujo, desponta o facto do seu poema “Macumba” ter recebido, em 1930, entusiasta alusão na conferência “Poesia Moderníssima do Brasil”, proferida no curso de férias da Faculdade de Letras de Coimbra, pelo professor da cadeira de Estudos Brasileiros, dr. Manoel de Souza Pinto.
Seguiram-se a este livro “A galera” (1915, mas publicado anos depois), “Árias de muito longe” (1921), “A cidade de ouro” (1927), “A iluminação da vida” (1927), “A estrela azul” (1940), “As sete cores do céu” (1941), “A escadaria acesa” (1941), “O palhacinho quebrado” (1946), “A luz perdida” (1952) e “O candelabro eterno” (1955).
A sua obra em prosa limita-se a quatro livros: “A arte do poeta” (1944), “Ontem ao luar” (1951), “Aconteceu em nossa terra” e “Quadrantes do Modernismo Brasileiro” (1958). Murillo Araujo também traduziu o livro “O inspector geral” do escritor russo Gogol.
Em 1960, a Editora Pongetti lançou, em três volumes, toda a sua obra poética, com o título “Poemas Completos de Murillo Araujo”.
Ele integrou o grupo Festa, que contou com a participação de Cecília Meireles e outros escritores de renome. Murillo foi um dos escritores do Modernismo mais influenciado pelo Simbolismo. O grupo Festa editava uma revista com o mesmo nome.
Entre os poetas que influenciaram Murillo Araujo. estão Walt Whitman, António Nobre e Émile Verhaeren.
Em 1971, recebeu o Prémio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da sua obra.
Parte das suas poesias foram musicadas. O compositor Heitor Villa-Lobos compôs três obras com letras dele: “Canção da Imprensa” (1940), “Juramento” e “Canção de Cristal” (1955).

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

25 DE OUTUBRO - GRANT ALLEN


EFEMÉRIDE - Charles Grant Blairfindie Allen, escritor britânico de origem canadiana, defensor da teoria da evolução de Darwin, morreu em Hindhead, Surrey, no dia 25 de Outubro de 1899, vítima de cancro no fígado. Nascera em Kingston, província do Canadá, em 24 de Fevereiro de 1848.
Foi educado em casa até que, aos 13 anos, a família mudou-se para os Estados Unidos, depois para a França e, finalmente, para o Reino Unido. Foi educado na King Edward's School em Birmingham e no Merton College em Oxford, ambos no Reino Unido. Após a formatura, estudou em França, leccionou no Brighton College em 1870/71 e, aos vinte e cinco anos de idade, tornou-se professor do Queen's College, uma escola para crianças negras na Jamaica.
Apesar do pai ser um religioso (pastor protestante irlandês emigrado para o Canadá, em virtude da fome que grassava no seu país), Allen tornou-se agnóstico e socialista. Em 1876, voltou a Inglaterra, onde transferiu o seu talento para a escrita, ganhando fama com ensaios científicos e outras obras literárias. Foi influenciado inicialmente pela psicologia associacionista. Depois, os argumentos darwinianos substituíram os velhos conceitos.
Após auxiliar Sir W. W. Hunter no seu “Gazeteer of India”, no início da década de 1880, Allen voltou a sua atenção para a ficção e, entre 1884 e 1899, produziu cerca de trinta romances. Em 1895, o seu livro intitulado “The Woman Who Did”, disseminou certas visões surpreendentes sobre o casamento e questões afins, começando por causar escândalo, mas vindo a tornar-se num bestseller. O livro conta a história de uma mulher independente que tem um filho fora do matrimónio.
Durante a sua carreira, Allen publicou dois livros sob pseudónimos femininos. Um deles foi a novela “The Type-writer Girl”, que escreveu sob o nome de Olive Pratt Rayner.
Ele foi também um pioneiro na ficção científica, com o romance “The British Barbarians”, em 1895. Este livro, publicado na mesma época de “The Time Machine” por H. G. Wells, descreve igualmente uma viagem no tempo, embora o enredo seja bem diferente. O seu conto “The Thames Valley Catastrophe” (publicado em 1901, no “The Strand Magazine”) descreve a destruição de Londres por uma súbita e massiva erupção vulcânica.
Allen casou-se duas vezes e teve um filho. Morreu antes de terminar “Hilda Wade”. Por já se encontrar acamado, o último episódio deste romance foi ditado ao seu amigo, médico e vizinho Sir Arthur Conan Doyle.

terça-feira, 24 de outubro de 2017

24 DE OUTUBRO - BOB KANE


EFEMÉRIDE - Bob Kane, de seu verdadeiro nome Robert Kahn, guionista, desenhador e autor de BD norte-americano, famoso por ter criado o Batman, nasceu em Nova Iorque no dia 24 de Outubro de 1915. Morreu em Los Angeles, em 3 de Novembro de 1998.
Muito jovem ainda, começou a desenhar e foi encorajado pelo pai, que era operário. Frequentou dois cursos, o segundo – em Manhattan – com uma bolsa. Ainda antes de acabar os estudos, começou a trabalhar num estúdio onde eram produzidas bandas desenhadas. Depois, colaborou noutro estúdio, onde se tornou responsável por Popeye, entre outros personagens.
Artista habilidoso, começou a publicar - em 1936 - a sua própria revista, que passou por diversas reformulações. Foi quando o personagem Super-homem foi criado, alavancando as vendas das revistas de quadradinhos, que Kane e o escritor Bill Finger resolveram desenvolver outro combatente do crime mascarado - o Bat-Man (como era escrito originalmente). Bob Kane, entretanto, foi quem apresentou a ideia aos editores e foi o único a ficar com os créditos pelo personagem.
O homem-morcego alcançou rapidamente o sucesso, depois da sua primeira aparição na edição nº 27 de “Detective Comics”, garantindo-lhe o emprego na National Periodical Publications (hoje, DC Comics) durante vários anos.
A maioria das suas contribuições para o Batman ocorreram nos anos 1940, na chamada Era de Ouro da Banda Desenhada, com vários outros autores a ajudarem-no, como Jerry Robinson, que criou o Coringa. Entretanto, devido à política editorial, Bob Kane continuou a receber os créditos totais por todas as histórias de Batman até à década de 1960. Foi depois consultor de Tim Burton, para os filmes do Batman no grande ecrã.  
Nos anos 1960, Bob Kane criou ainda os personagens de desenhos animados Courageous Cat and Minute Mouse, série com 130 episódios produzidos originalmente no período de 1960/62.
Depois de se aposentar, Kane passou a expor os seus trabalhos em diversas galerias de arte. Faleceu aos 83 anos de idade, sendo sepultado no Forest Lawn Memorial Park (Hollywood Hills).

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

23 DE OUTUBRO - LEBO MATHOSA


EFEMÉRIDE - Lebo Mathosa, popular cantora sul-africana, morreu em Joanesburgo no dia 23 de Outubro de 2006. Nascera em Daveyton, perto da capital, em 16 de Julho de 1977.
Começou a cantar aos sete anos de idade, no coro da igreja local. Quando a família se instalou em Joanesburgo, ela descobriu a música de vários artistas que ficaram a ser os seus ídolos.
Era uma cantora de kwaito, um dos primeiros estilos musicais pós-apartheid, misturando vária tradições sul-africanas. Ela encarnava igualmente, pelo seu look e com os seus textos, várias facetas do feminismo.
Com um visual apelativo - ela era negra e usava os cabelos loiros - esta rapper surgiu no mundo pop em 1994, com 17 anos, integrando o grupo Boom Shaka, como sua principal cantora.  Iniciou a carreira a solo em 1999, chegando ao topo das paradas africanas com o disco “Drama Queen” (2004). Obteve vários South African Music Awards, nas categorias de Melhor Álbum de Dança e de Melhor Cantora. Participou também, como actriz, em várias séries da televisão no seu país. 
A cantora, expoente do hip hip da África do Sul e que trilhava os caminhos do sucesso, actuou em vários locais do mundo, desde os Estados Unidos até à Malásia, passando por Londres durante a celebração do 85º aniversário de Nelson Mandela.
Morreu num acidente de automóvel, aos 29 anos de idade. A notícia foi confirmada pelo seu empresário. Segundo informações da agência de notícias SAPA, o seu motorista perdeu o controle da viatura numa estrada perto de Joanesburgo.

domingo, 22 de outubro de 2017

22 DE OUTUBRO - JÁNOS ARANY


EFEMÉRIDE - János Arany, jornalista, escritor e tradutor húngaro, morreu em Budapeste no dia 22 de Outubro de 1882.  Nascera em Nagyszalonta, em 2 de Março de 1817. É frequentemente chamado de ‘Shakespeare das baladas’, tendo escrito mais de quarenta baladas, que foram traduzidas para cima de cinquenta idiomas, assim como a trilogia épica “Toldi” (1846/1848/1879), para referir apenas as suas obras mais famosas.
Era o mais novo de dez irmãos, mas - devido aos casos de tuberculose na família - apenas dois viveram para além da infância. No momento do seu nascimento, a sua irmã mais velha já era casada. János Arany aprendeu a ler e a escrever muito cedo e sabia ler qualquer coisa que encontrasse em húngaro e latim. Arany começou a trabalhar com a idade de catorze anos, como professor associado.
A partir de 1833, frequentou o Colégio Reformado de Debrecen, onde estudou alemão e francês. Depressa se cansou da vida académica e, temporariamente, juntou-se a uma trupe de actores de teatro. Mais tarde, trabalhou em Nagyszalonta, Debrecen e Budapeste como professor, editor de jornal e em diversas funções em escritórios.
Em 1840, casou-se com Julianna Ercsey, com tem teve dois filhos. Em 1845, ganhou o concurso literário Kisfaludy Társaság com “Az elveszett alkotmány”.
Arany foi contratado como professor em Nagykőrös, onde o museu local tem hoje o seu nome. Foi eleito membro da Academia de Ciências da Hungria em 1858 e secretário-geral da mesma a partir de 1865. Além disso, foi também eleito director da Sociedade Kisfaludy, a maior associação literária da Hungria.
Com a morte prematura da sua filha Julianna, em 1865, deixou de escrever poesia. Só recomeçou no Verão de 1877, iniciando novo ciclo poético com “Őszikék. Őszikék”. Esta obra é substancialmente diferente dos seus trabalhos anteriores, versando temas como a velhice ou a iminência da morte. Faleceria cinco anos mais tarde.
Traduziu três dramas de Shakespeare para o húngaro: “Sonho de Uma Noite de Verão”, “Hamlet” e “Rei João”. Ajudou outros tradutores húngaros com os seus comentários e traduziu obras de Aristófanes, Mikhail Lérmontov, Alexandre Pushkin e Molière.
A poesia épica de János Arany refere as lendas e o passado histórico do seu país. “A Morte do Rei Buda” (1864), a primeira parte de uma projectada trilogia sobre os hunos, é um dos melhores poemas narrativos da literatura húngara. As outras partes da trilogia (“Ildikó” e “Príncipe Csaba”) ficaram inacabadas.
Arany é considerado como um dos maiores poetas húngaros. “Arany-album”, um álbum folk metal da banda húngara Dalriada é baseado em obras populares de Arany, tendo ganho o HangSúly – Hungarian Metal Awards de 2009, concorrendo com setenta outros competidores.
O poema épico “Toldi” foi adaptado ao cinema, numa longa-metragem de animação realizada em 1984 (“Tempos Heróicos” por József Gémes).

sábado, 21 de outubro de 2017

21 DE OUTUBRO - CELIA CRUZ


EFEMÉRIDECelia Cruz, de seu nome completo Úrsula Hilaria Celia Caridad Cruz Alfonso, cantora cubana, nasceu em Havana no dia 21 de Outubro de 1925. Morreu em Fort Lee, Nova Jersey, em 16 de Julho de 2003, vítima de um tumor cerebral.
Celia era originária de Santos Suárez, um bairro pobre de Havana. Criança ainda, ganhou o seu primeiro par de sapatos, cantando para um casal de turistas. Já adolescente, uma tia levava-a para cantar em cabarets. O pai gostaria que ela prosseguisse os estudos para ser professora, mas uma professora disse-lhe que Celia receberia para cantar num dia o que ela levava um ano para ganhar. Venceu vários concursos de canto e, em 1950, tornou-se vocalista do grupo cubano La Sonora Matancera.
Emigrou para o México em 1959, onde gravou vários álbuns com outros artistas, (oito com Tito Puente). Do México, mudou-se para Nova Iorque, onde passou a maior parte da sua vida. Naturalizou-se norte-americana em 1965.
Celia Cruz foi uma das maiores intérpretes cubanas, tendo recebido vinte discos de ouro e sendo apelidada de Rainha da Salsa. Muitas das suas gravações são ainda hoje notáveis, como “Guantanamera, entre outras. Em colaboração com Larry Harlow, deu um concerto no Carnegie Hall de Nova Iorque. Na década de 1970, fez uma tournée com Johnny Pacheco, tendo actuado em França, Reino-Unido, Zaire e América Latina.
Nos anos 1980, fez parte de vários duos e deu diversos concertos. Em 1988, participou no filme de Hollywood “Salsa” e, em 1992, contracenou com Antonio Banderas em “Os Mambo Kings”.
Entrou na telenovela mexicana “El alma no tiene color” (1997). Foi casada, durante 41 anos, com o também cantor e trompetista cubano Pedro Knight.
Depois da sua morte, o corpo embalsamado foi levado para Miami e Nova Iorque, onde mais de 150 mil pessoas puderam prestar-lhe homenagem. Aliás, o mundo inteiro rendeu-lhe homenagens, com a América Latina a render-se aos seus pés e a comunidade artística mundial a reconhecê-la como um dos seus maiores expoentes. O funeral, em Nova Iorque, constituiu um dos maiores que esta cidade recorda, superando inclusivamente o de Judy Garland em 1969. Foi sepultada no Cemitério de Woodlawn.
Em Fevereiro de 2004, o seu último álbum, publicado postumamente, ganhou um dos Prémios Lo Nuestro, como Melhor Álbum de Salsa do Ano. Recentemente, teve uma música sua inserida no jogo “Call of duty Black Ops”.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

20 DE OUTUBRO - BÁLINT BALASSI


EFEMÉRIDE - Bálint Balassi, barão de Kékkő e Gyarmat, poeta lírico do Renascimento húngaro, nasceu em Zvolen no dia 20 de Outubro de 1554. Morreu em Esztergom, em 30 de Maio de 1594. Escreveu principalmente em húngaro, mas também utilizou outros oito idiomas: latim, italiano, alemão, polaco, turco, eslovaco, croata e romeno. Foi o fundador da moderna poesia lírica e da poesia erótica da Hungria.
Foi educado pelo bispo luterano Péter Bornemisza e por sua mãe, uma superdotada protestante.
A sua primeira obra foi a tradução de “Würtzgertlein fur die krancken Seelen”, de Michael Bock (publicada em Cracóvia), para consolar o seu pai durante o exílio na Polónia, condenado por ofensas políticas (1570/72). Durante a reabilitação do pai, Bálint acompanhou-o à Corte e, em Setembro de 1572, esteve presente na coroação de Rodolfo II em Pressburg (actual Bratislava), capital da Hungria Real.
Depois, juntou-se ao exército e lutou contra os otomanos, como oficial. Apaixonou-se por Anna Losonczi, filha de um capitão de Timișoara e, nos seus versos, ficou claro que amor não foi correspondido. Perseguiu-a com presentes e poemas, mas ela permaneceu fiel aos seus votos matrimoniais.
Em 1574, Balassi foi enviado ao acampamento de Gáspár Bekes, para o ajudar na luta contra Estêvão Báthory, mas as suas tropas foram atacadas e dispersaram-se pelo caminho. Ele próprio foi ferido e feito prisioneiro. O seu cativeiro durou dois anos. Voltou à Hungria logo após a morte de seu pai (1576).
Em 1584, Balassi casou-se com uma prima, Krisztina Dobó. Isto tornou-se a causa de muitas das suas desgraças subsequentes. Os parentes da sua esposa, gananciosos e avarentos, quase o arruinaram com processos nos tribunais e, quando em 1586, ele se tornou católico para escapar a perseguições, caluniaram-no dizendo que ele se tinha convertido ao islamismo. A separação da esposa e diversos problemas legais foram seguidos por alguns anos de incertezas, mas - em 1589 - Balassi foi convidado para ir à Polónia para servir na guerra iminente contra o Império Otomano. O conflito não ocorreu e, depois de um período no Colégio dos Jesuítas de Braunsberg, Balassi - um pouco decepcionado - voltou para a Hungria em 1591. Na Grande Guerra, ele juntou-se ao Exército e acabou por morrer no cerco a Esztergom, como consequência de grave ferimento nas pernas, causado por uma bala de canhão.
Os poemas de Balassi dividem-se em quatro tipos: hinos, canções patrióticas e marciais, poemas de amor originais e adaptações do latim e do alemão. São na maioria originais, extremamente objectivos e excelentes no estilo. Os poemas eróticos são as suas melhores produções. Eles circularam em manuscritos durante gerações e nunca foram impressos até 1874, quando Farkas Deák descobriu uma cópia perfeita deles na Biblioteca Radvánszky.
A Espada Comemorativa “Bálint Balassi” é um prémio literário europeu, criado em 1997, em Budapeste, para reconhecimento das figuras eminentes da poesia húngara, assim como dos poetas europeus que se dedicam à tradução da lírica de Bálint Balassi.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

19 DE OUTUBRO - MANOLO ESCOBAR


EFEMÉRIDE Manolo Escobar, de seu verdadeiro nome Manuel García Escobar, cantor espanhol, nasceu em El Ejido no dia 19 de Outubro de 1931. Morreu em Benidorm, vítima de cancro, em 24 de Outubro de 2013. Também actuou em vários filmes. Entre os seus sucessos musicais, estão “Porompompero”, “Mi carro”, “La minifalda” e “Y viva España”.
Manolo Escobar foi o quinto dos 10 filhos de Antonio García e María del Carmen Escobar, a quem dedicou a canção “Madrecita María del Carmen”. Ainda criança, conheceu um maestro republicano aposentado, que lhe deu abrigo e se ocupou da formação de todos os seus irmãos, incluindo na música. Manolo começou por tocar alaúde e piano.
Aos 14 anos, emigrou com os irmãos para Barcelona, onde trabalhou como aprendiz de vários ofícios. Começou no show business com o grupo Manolo Escobar y sus guitarras, de que faziam parte os seus irmãos Salvador e Baldomero. Mais tarde, com o sucesso do grupo, outro irmão se lhes veio juntar, Juan Gabriel. Tanto Juan Gabriel e José María, como outro irmão - García Escobar - escreviam as canções para o grupo.
No campo sentimental, três meses depois de conhecer a alemã Anita Marx, casou-se com ela em Colónia, na Alemanha, sem falarem o idioma um do outro. Tiveram uma filha adoptiva, a quem Manolo dedicou a canção “Mi pequeña flor”.
Em 1962/63, subiu ao estrelato com as canções de mestre Solano; com a sua estreia em Madrid e Barcelona; e como protagonista do filme “Los Guerrilleros”.
No início da década de 1990, estabeleceu-se na sua casa de campo em Benidorm, à qual deu o nome de Porompompero em honra da canção homónima. Fez mais de 20 filmes, dos quais três estão entre os 10 mais vistos pelo público em Espanha. Dos seus álbuns - quase oitenta - 24 foram discos de ouro e uma cassete foi disco de platina. O seu álbum mais vendido foi “Y Viva España”, que vendeu 6 milhões de cópias (mais 10 milhões em ulteriores reedições). Foi o álbum mais vendido na história da música espanhola, desde 1973 até 1992.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

18 DE OUTUBRO - GRANDE OTELO


EFEMÉRIDE - Grande Otelo, nome artístico de Sebastião Bernardes de Souza Prata (ou Sebastião Bernardo da Costa), actor - sobretudo comediante, cantor, produtor e compositor brasileiro, nasceu em Uberlândia no dia 18 de Outubro de 1915. Morreu em Paris, em 26 de Novembro de 1993.
Grande artista de casinos cariocas e do chamado teatro de revista, participou também em diversos filmes brasileiros de sucesso, entre os quais as famosas comédias das décadas de 1940/50, que protagonizou em parceria com o cómico Oscarito, e a versão cinematográfica de “Macunaíma”, realizada em 1969.
A sua vida teve várias tragédias. O pai morreu esfaqueado e a mãe era alcoólatra. Quando já era actor consagrado, a mulher suicidou-se depois de matar com veneno o filho de seis anos de idade, que era enteado do actor.
Grande Otelo vivia em Uberlândia, quando conheceu uma companhia de teatro e foi-se embora com eles, com o consentimento da directora do grupo, Abigail Parecis, que o levou para São Paulo. Voltou a fugir e foi entregue ao Tribunal de Menores, onde foi adoptado pela família do político Antonio de Queiroz. Otelo estudou então, no Liceu Coração de Jesus.
Participou, na década de 1930, na Companhia Negra de Revistas, que tinha Pixinguinha como maestro.
Em 1932, entrou para a Companhia Jardel Jércolis, um dos pioneiros do teatro de revista. Foi nessa época que passou a ser apelidado de Grande Otelo, como viria a ficar conhecido.
No cinema, participou em 1942 no filme “It's All True”, de Orson Welles. Este intérprete e realizador norte-americano considerava Grande Otelo o maior actor brasileiro.
Otelo fez inúmeras parcerias no cinema, sendo mais conhecida a que teve com Oscarito. Depois, os produtores formariam uma nova dupla dele com o cómico paulista Ankito. No final dos anos 1950, Grande Otelo contracenaria, em vários espectáculos musicais e também no cinema com Vera Regina, uma negra de alta estatura, que tinha semelhanças com a famosa dançarina americana Josephine Baker. Com o fim da dupla com Vera Regina, Otelo passou por um período de crise até voltar ao sucesso no cinema, com a sua grande actuação em “Macunaíma” (1969), filme baseado no romance de Mário de Andrade, com o mesmo nome. Participou também no filme de Werner Herzog, “Fitzcarraldo” (1982), filmado na floresta amazónica.
A partir dos anos 1960, Otelo foi contratado pela TV Globo, onde actuou em diversas telenovelas de grande sucesso, como “Uma Rosa com Amor”, entre outras. Também trabalhou no humorístico “Escolinha do Professor Raimundo”, no início dos anos 1990. O seu último trabalho foi uma participação na telenovela “Renascer”, pouco antes de morrer.
Grande Otelo faleceu aos 78 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante, quando viajava com destino a Paris para receber uma homenagem no Festival de Nantes.
Entre os galardões que recebeu durante a carreira, saliente-se o Prémio Air France, o Troféu Candango e a Coruja de Ouro, todos em 1969, pelo seu desempenho em “Macunaíma”. Recebeu o Troféu Oscarito em 1990, outorgado pelo Instituto Nacional de Cinema, durante o Festival de Gramado. Teve cinco filhos, um deles também actor (José Prata).

terça-feira, 17 de outubro de 2017

17 DE OUTUBRO - MIGUEL DELIBES


EFEMÉRIDE - Miguel Delibes Setién, escritor da Geração de 36, jornalista e catedrático espanhol, nasceu em Valladolid no dia 17 de Outubro de 1920.  Morreu na mesma cidade em 12 de Março de 2010.
Foi membro da Real Academia Espanhola desde 1975 até à sua morte. Começou a carreira nos anos 1950, como desenhador, colunista e jornalista do “El Norte de Castilla”, periódico que chegou a dirigir (1958).
Estudou Direito e, paralelamente, recebeu formação de Desenho e de Pintura, tendo sido também professor.
Durante a sua longa carreira, recebeu numerosos galardões, entre os quais o Prémio Princesa das Astúrias de 1982, o Prémio Nacional das Letras Espanholas em 1984, o Prémio Cervantes de 1993 (pelo conjunto da sua obra) e o Prémio Nacional de Narração por duas vezes (1955 e 1999).
Em 1947, o seu primeiro romance “La sombra del ciprés es alargada” recebeu o Prémio Nadal. Os seus romances desenrolam-se, na sua maior parte, na Castela do pós-guerra, alguns descrevendo o meio rural. Outros passam-se em cidades médias de província. Em 1998, publicou “El hereje”, um romance histórico da época da contra-reforma em Valladolid.
As suas obras são marcadas por um profundo humanismo de inspiração cristã progressista. Teve vários problemas com a Censura, na era de Franco.

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

16 DE OUTUBRO - PALMEIRO


EFEMÉRIDE - Francisco Luís Palmeiro Rodrigues, futebolista português, nasceu em Arronches no dia 16 de Outubro de 1932. Morreu em 22 de Janeiro de 2017, aos 84 anos de idade. Ao serviço do SL e Benfica, marcou 36 golos em 117 jogos, num total de oito temporadas.
Envergou por três vezes a camisola da selecção nacional de Portugal, sempre em jogos amigáveis, tendo marcado três golos, todos eles num Portugal-Espanha realizado em Junho de 1956 e que Portugal venceu por 3-1.
Aos 13 anos, na temporada 1945/46, iniciou-se no Atlético Clube de Arronches, filial do Atlético Clube de Portugal, tendo passado para a equipa principal na temporada 1949/50. Pouco depois, representou O Elvas CAD, seguindo-se a ida para o GD Portalegrense (1951/53).
Aos 20 anos, ingressou nas reservas do Benfica, estreando-se em 25 de Dezembro de 1953. O último jogo em representação do clube ocorreu em Maio de 1961, na 1ª mão dos oitavos-de-final da Taça de Portugal, frente ao Vitória de Setúbal.  Depois, jogou no Atlético CP (1961/63) e no Almada AC (1963/65).
Enquanto jogador do Benfica, foi o primeiro futebolista a marcar um golo no antigo Estádio da Luz, em 1 de Dezembro de 1954 (inauguração do estádio), e o primeiro jogador do clube a marcar nas competições europeias, na Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 19 de Setembro de 1957, contra o Sevilha FC.
No total, venceu três Campeonatos Nacionais (1954/55, 1956/57 e 1959/60) e três Taças de Portugal (1954/55, 1956/57 e 1958/59).
Jogou ainda no campeonato distrital de Setúbal: no GD Pescadores Costa da Caparica (1965/66) e Monte da Caparica AC (1966/67).
A sua terra natal, Arronches, homenageou-o com a atribuição do seu nome ao estádio municipal, o Estádio Municipal Francisco Palmeiro.

domingo, 15 de outubro de 2017

MERCEDES SOSA - "Todo cambia" (ao vivo)


15 DE OUTUBRO - JOHN L. SULLIVAN


EFEMÉRIDE - John Lawrence Sullivan, pugilista norte-americano, nasceu em Boston no dia 15 de Outubro de 1858. Morreu na mesma cidade em 2 de Fevereiro de 1918. Foi o primeiro campeão mundial dos pesos-pesados da era moderna do boxe e o último campeão da época em que ainda se combatia com as mãos nuas.
Descendente de imigrantes irlandeses, Sullivan nasceu em Roxbury, hoje um bairro de Boston. Na sua juventude, a fim de contribuir para os proventos familiares, que viviam na pobreza, John teve de fazer trabalhos braçais, que lhe trouxeram a sua notável força física.
Em 1878, aos 20 anos de idade, começou a interessar-se pelo boxe e fez as suas primeiras exibições no Cockerhill Hall, em Boston. Dois anos mais tarde, já se tinha tornado uma pequena celebridade local, tendo inclusivamente lutado e vencido alguns lutadores de renome.
No intuito de tornar Sullivan conhecido em todo os Estados Unidos, o seu empresário Billy Madden tirou-o de Boston e levou-o para Nova Iorque. Sullivan lançou então um desafio público, oferecendo 250 dólares a qualquer homem que lutasse contra ele. Em seguida, iniciou uma viagem pelo país, em busca de adversários que aceitassem o desafio.
Em 1882, Paddy Ryan, o então campeão dos pesos-pesados, aceitou enfrentar John Sullivan, colocando o seu título em disputa. Conforme as regras vigentes na época, os pugilistas lutaram com as mãos nuas, num embate previsto para 24 assaltos. Todavia, a luta não chegou nem próximo de seu último assalto, visto que, ao nono assalto, Sullivan pôs Ryan KO.
Com a vitória sobre Ryan, Sullivan passou a ser aclamado como o novo campeão mundial dos pesos-pesados; porém, para muitos historiadores do boxe, este era um título ao qual Sullivan não fazia jus na época, porque - até àquele momento - ele nunca tinha combatido fora dos Estados Unidos.
Portanto, existem defensores da tese que Sullivan somente se tornou campeão mundial em 1888, quando fez o seu primeiro combate fora dos Estados Unidos, mais precisamente em França, contra o pugilista britânico Charley Mitchell.
Outros ainda, por sua vez, creditam o título mundial a Sullivan somente a partir de 1889, quando enfrentou e derrotou Jake Kilrain, numa luta épica que durou 75 assaltos. Este combate levou ambos os lutadores ao limite das suas capacidades físicas. Foi a última vez na história, que um título mundial foi disputado com as mãos nuas.
Sullivan, que já se havia tornado num pugilista “de luvas”, antes da luta contra Kilrain, nunca mais voltou a lutar de mãos nuas após aquele combate. Considerado oficialmente como o primeiro campeão mundial dos pesos-pesados, a partir de 1885, data em que as regras modernas do boxe passaram a vigorar de facto, Sullivan perdeu o seu trono, em 1892, quando foi batido por KO pelo boxeur Jim Corbett.
Depois desta derrota, Sullivan resolveu aposentar-se e, nos 12 anos seguintes, somente entrou nos ringues para participar em exibições. Foi também actor, locutor, árbitro de basebol, repórter desportivo, proprietário de bar e deu o seu apoio a vários movimentos antialcoólicos.
Sullivan faleceu aos 59 anos. O funeral foi um verdadeiro evento nacional, pois todos os americanos lamentaram a perda de um grande ídolo.
Em 1990, John L. Sullivan fez parte, a título póstumo, da primeira selecção de pugilistas que entraram para o International Boxing Hall of Fame.

sábado, 14 de outubro de 2017

14 DE OUTUBRO - HAROLD ROBBINS


EFEMÉRIDE - Harold Robbins, escritor norte-americano, morreu em Palm Springs no dia 14 de Outubro de 1997. Nascera em Nova Iorque, em 21 de Maio de 1916.  Passou a infância num orfanato. Frequentou a Escola Secundária George Washington e, depois de deixar os estudos, começou a trabalhar em vários empregos.
Assim, aos 20 anos, vendia açúcar para o comércio grossista. No início da Segunda Guerra Mundial, mudou-se para Hollywood, onde trabalhou nos estúdios da Universal, primeiro como encarregado de expedições, depois já no próprio estúdio.
No seu primeiro livro, “Nunca Ame um Estranho” (1948), utilizou a própria vida de órfão nas ruas de Nova Iorque. Seguiu-se “Os Comerciantes de Sonho” (1949), sobre a indústria do cinema em Hollywood. Novamente, Robbins misturou as suas próprias experiências com factos históricos, melodrama, sexo e acção, numa história rápida e comovente.
O romance “Uma prece para Danny Fisher” (1952) foi adaptado ao cinema sob o título” Crioulo de Rei” (1958), contando com a participação de Elvis Presley.
Robbins veio a tornar-se num dos maiores autores de best-sellers do mundo, publicando mais de 20 livros, que foram traduzidos em 32 idiomas e vendidos em mais de 750 milhões de exemplares. Entre os livros mais conhecidos dele, está “Os Carpetbaggers”, baseado na vida de Howard Hughes, que leva o leitor de Nova Iorque para a Califórnia, da prosperidade da indústria aeronáutica para o fascínio de Hollywood. A continuação deste livro (“The Raiders”) foi publicada em 1995.
Em 1982, devido a problemas num quadril, foi forçado a usar uma cadeira de rodas, não deixando nunca de escrever.
Visitou muitas vezes a Riviera Francesa e Monte Carlo. Morreu de insuficiência cardiorrespiratória, aos 81 anos de idade. Foi cremado e as suas cinzas encontram-se no Forest Lawn Memorial Park (Cathedral City), na Califórnia. Tem uma estrela na Calçada da Fama, em Hollywood.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

13 DE OUTUBRO - PAUL POTTS


EFEMÉRIDE - Paul Robert Potts, tenor britânico, nasceu em Bristol no dia 13 de Outubro de 1970. Foi o vencedor da primeira série do concurso de talentos “Britain's Got Talent”, transmitido pela ITV, onde cantou uma ária de ópera, surpreendendo o júri e a plateia com um timbre vocal excepcional. Foi-lhe proporcionada a gravação de um álbum.
Potts tinha cantado ópera como amador de 1999 a 2003, mas um acidente de bicicleta obrigou-o a uma pausa na carreira musical. Caiu em depressão e, para agravar a situação, tinha dificuldades financeiras.
Trabalhou então numa cadeia de supermercados e numa empresa de telemóveis. Tem a sua vida contada num filme intitulado “Apenas uma chance” (2013).
Em Junho de 2007, fez parte de uma busca de Simon Cowell para o show “Britain's Got Talent”. Cantou uma ária de Puccini (“Nessun dorma” da ópera “Turandot”). O vídeo do espectáculo foi disponibilizado no YouTube e em sites similares, atingindo rapidamente mais de 7 milhões de visualizações nos primeiros dias. Na semifinal, em 14 de Junho, Paul cantou alguns versos da ária “Con te partirò”. Por fim, na final de 17 de Junho, cantou a ária “Nessun dorma” por inteiro, acabando por receber mais votos do que a pequena Connie Talbot, que era a favorita nas casas de apostas.
Paul cresceu nos arredores de Bristol. De origem modesta, o pai era condutor de autocarros e a mãe caixa num supermercado. Desde criança que gostou de cantar, fazendo parte de vários coros, na escola e em igrejas. Aos 16 anos, comprou o seu primeiro disco de ópera.  Em 1993, obteve uma licenciatura em Ciências Humanas.
Em 1999, lançou-se na aventura da ópera.  Participou num karaoke, “mascarado” de   Luciano Pavarotti e concorreu a um jogo da televisão (“My Kind of Music”) em que ganhou 8 000 libras, o que lhe permitiu fazer uma viagem de três meses a Itália, para aprender a língua e estudar canto. Durante a sua formação, teve ocasião de realizar o sonho da sua vida – cantar em frente de Pavarotti.
Iniciou então a sua carreira, começando por pequenos papéis. Foi depois 2º solista em quatro óperas. Cantou também num espectáculo da Royal Philharmonic Orchestra, perante 15 000 espectadores.
Em Dezembro de 2007, actuou para a rainha Isabel II, durante a “Royal Variety Performance”. O primeiro-ministro Gordon Brown entregou-lhe, então, um disco de platina, por ter vendido 2 milhões de exemplares do seu álbum.
Em Janeiro de 2008, começou uma tournée mundial que previa 55 espectáculos, mas que acabou por ter mais de cem atendendo à sua crescente popularidade. Actuou em 23 países, tanto em salas de concerto como em estádios e arenas. 
Em Fevereiro de 2009, ganhou o Echo Award 2009 na Alemanha e, em Maio, publicou o seu 2º álbum (“Paixão”). Paralelamente, fez nova tournée mundial, apresentando-se na Austrália, Estados Unidos, Canadá, Europa, América do Sul e Ásia.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

PAUL POTTS - Espectáculo Surpresa na Alemanha


12 DE OUTUBRO - MARION JONES


EFEMÉRIDE - Marion Jones (Thompson), jogadora de basquetebol e atleta norte-americana, especializada em saltos e provas de velocidade, nasceu em Los Angeles no dia 12 de Outubro de 1975. Depois de se tornar um dos grandes nomes internacionais do atletismo, na viragem do século XXI, ao conquistar cinco medalhas em Jogos Olímpicos – três delas de ouro – e sete medalhas em Campeonatos Mundiais de Atletismo, confessou ter usado anabolizantes desde 1999.
Jones tornou-se o grande nome do atletismo feminino nos Jogos Olímpicos de Sydney 2000, ao conquistar três medalhas de ouro nos 100, 200 e estafeta 4x100 metros, além de duas medalhas de bronze no salto em comprimento e na estafeta 4x400m.
Em Outubro de 2007. confessou ter participado naqueles Jogos sob o efeito de esteróides anabolizantes e devolveu todas as medalhas olímpicas ao Comité Olímpico Internacional.
Na entrevista colectiva em que admitiu o uso de anabolizantes, após ter prestado depoimento num tribunal federal, aceitou a pena de dois anos de suspensão que lhe foi imposta pelo Comité Olímpico dos Estados Unidos, devolveu ao COI as medalhas conquistadas em Sydney e anunciou o fim da sua carreira.
Em reunião realizada em Dezembro de 2007, o COI retirou oficialmente as cinco medalhas a Marion Jones e baniu a atleta de competir nos Jogos de 2008 em Pequim, além de lhe retirar ainda o quinto lugar conquistado na prova de salto em altura nos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004.
Em Janeiro de 2008, um tribunal de Nova Iorque condenou a velocista a seis meses de prisão, por ter cometido delitos de falso testemunho. Cumpriu a pena numa prisão do Texas.
Marion Jones casou-se três vezes, a ultima das quais em Fevereiro de 2007, com o sprinter de Barbados Obadele Thompson. Encontrava-se arruinada financeiramente. Tem um filho de um anterior casamento.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

11 DE OUTUBRO - FERNANDO SABINO


EFEMÉRIDE - Fernando Tavares Sabino, escritor e jornalista brasileiro, que exerceu também actividades como cineasta, morreu no Rio de Janeiro em 11 de Outubro de 2004. Nascera em Belo Horizonte no dia 12 de Outubro de 1923.
Aos 13 anos, começou a escrever contos. A sua primeira publicação, uma história policial, ocorreu na “Argus”, uma revista da polícia de Minas Gerais. Durante a adolescência, enviava com regularidade crónicas para a revista mineira, que promovia um concurso permanente. Sabino vencia com frequência, tanto que chegava a receber adiantado o dinheiro do prémio.
Desportista, era nadador do Minas Ténis Clube, tendo diversos recordes no estilo de costas, a sua especialidade, tornando-se mesmo campeão sul-americano em 1939.
No início da década de 1940, começou a cursar a Faculdade de Direito de Minas Gerais e ingressou no jornalismo como redactor da “Folha de Minas”. O seu primeiro livro de contos, “Os grilos não cantam mais”, foi publicado em 1941, no Rio de Janeiro, quando o autor tinha dezoito anos, sendo que alguns contos do livro haviam sido escritos quando Sabino tinha apenas quatorze anos. Nesse período, formava - com Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende e Paulo Mendes Campos - um grupo literário, apelidado de Grupo dos Vintanistas, devido ao facto de todos estarem na casa dos vinte anos. Esse grupo discutia literatura e fazia passeios boémios nas noites de Belo Horizonte. Entretanto, Sabino publicava contos e artigos nas revistas “Mensagem”, “Alterosa” e “Belo Horizonte”.
Depois da publicação de “Os grilos não cantam mais”, Sabino iniciou - em 1942 - correspondência com o escritor paulista Mário de Andrade. A troca de cartas durou até 1945, ano da morte de Mário, e pode ser lida no livro “Cartas a um jovem escritor e suas respostas”.
Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1944. Tornou-se colaborador regular do jornal “Correio da Manhã”, onde conheceu Vinicius de Moraes, de quem se tornou amigo. No mesmo ano, publicou a sua segunda obra, a novela “A marca”. Em 1945, conheceu a escritora Clarice Lispector, no Rio, de quem se tornou também amigo e, mais tarde, correspondente. Depois de se formar em Direito, em 1946, viajou com Vinicius até aos Estados Unidos. Fernando Sabino morou durante dois anos em Nova Iorque, onde exerceu função burocrática no consulado brasileiro. Colaborou com crónicas no “Diário Carioca” e em “O Jornal”, que foram publicadas na obra “A cidade vazia” (1950). No mesmo período, Sabino escreveu “Os movimentos simulados” (publicado em 2004, ano do seu falecimento) e os esboços das obras “O encontro marcado” (1956) e “O grande mentecapto” (1979).
Em 1957, Sabino decidiu viver exclusivamente como escritor e jornalista. Iniciou uma produção diária de crónicas para o “Jornal do Brasil”, escrevendo mensalmente para a revista “Senhor”. Em 1960, publicou o livro “O homem nu”, na Editora do Autor, fundada por ele, Rubem Braga e Walter Acosta. Publicou, em 1962, “A mulher do vizinho”, que recebeu o Prémio Fernando Chinaglia, do Pen Club do Brasil. Em 1964, mudou-se para Londres, onde passou a exercer a função de adido cultural junto da embaixada brasileira. Tornou-se correspondente do “Jornal do Brasil” e colaborou na BBC e nas revistas “Manchete” e “Claudia”.
Através da Editora do Autor, publicou nomes importantes da literatura brasileira e latino-americana. Deixou a editora em 1966 e fundou a Editora Sabiá. Em 1973, funou a Bem-te-vi Filmes, com David Neves, por meio da qual produziu várias curtas-metragens com escritores brasileiros. Realizou, na década de 1970, uma série de viagens ao estrangeiro para se documentar.
O grande mentecapto”, publicado em 1979, rendeu-lhe o Prémio Jabuti e acabaria por ser adaptado ao cinema em 1989 (e também ao teatro). Publicou em 1982, “O menino no espelho”; em 1985, “A faca de dois gumes” e, em 1989, “O tabuleiro de damas”, uma obra autobiográfica. Escreveu com regularidade na década de 1990. Em Julho de 1999, recebeu da Academia Brasileira de Letras o Prémio Machado de Assis pelo conjunto da sua obra. Em 2002, publicou “Cartas sobre a mesa” e, em 2004, “Os movimentos simulados”.
Fernando Sabino faleceu na sua casa em Ipanema, vítima de cancro no fígado, na véspera de completar 81 anos. Foi sepultado no Rio, no Cemitério São João Batista. 

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