quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Deolinda - Movimento Perpétuo Associativo

EFEMÉRIDESimone Signoret, de seu verdadeiro nome Simone-Henriette-Charlotte Kaminker, famosa actriz francesa, morreu em Autheuil-Authouillet, na Normandia, em 30 de Setembro de 1985. Nascera em Wiesbaden, na Alemanha, então sob ocupação francesa, no dia 25 de Março de 1921.
Considerada uma das melhores actrizes do cinema francês, começou a sua carreira em 1942 com o filme “Bolero”, rodado durante a ocupação nazi. Em 40 anos de carreira interpretou uma grande variedade de personagens.
Em 1944 casou-se com o realizador Yves Allegret de quem se divorciou em 1949. Em 1951 contraiu matrimónio com o cantor e actor Yves Montand. Juntamente com ele, militou até ao início dos anos 1980 no Partido Comunista Francês.
O seu primeiro grande papel foi em “Démons de l'aube” (1946) e, pouco depois, impôs a sua beleza em “La ronde” (1950), uma comédia provocadora. Actuou sob a direcção de Luís Buñuel em “La mort en ce jardin” (1956) e obteve o Oscar de Melhor Actriz com o filme “Room at the Top” que também lhe valeu o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Cannes.
Simone Signoret formava com Yves Montand um casal lendário. Estavam unidos por uma profunda ternura, por muitas causas e lutas políticas vividas juntos e pelo longo casamento que os ligou “até a morte os separar”. Trabalharam juntos pela primeira vez, já casados, na peça de Arthur Miller, “As feiticeiras de Salém”. Fariam depois mais cinco filmes, entre eles “Paris está em chamas” (1966) e “A confissão” (1970).
Outros seus desempenhos brilhantes ocorreram em “O gato”, de 1970, com o grande actor francês Jean Gabin e em “A viúva”, de 1971, ao lado de Alain Delon.
Em 1977, com a sua interpretação em “La Vie devant soi”, ganhou o César Francês de Melhor Actriz.
A sua autobiografia, “A nostalgia já não é o que costumava ser”, foi publicada em 1977.
Em 1981, a saúde de Simone Signoret, que fumava e bebia muito, deteriorou-se. Foi operada à vesícula biliar e, depois, foi perdendo a visão progressivamente, já não reconhecendo, no fim, senão a silhueta dos objectos. Em 1985 ainda publicou o romance “Adeus Volodia”. Faleceu vítima de cancro no pâncreas. Repousa no cemitério Père Lachaise, ao lado de Yves Montand, falecido em 1991.
O apelido Signoret, porque ficou conhecida, era o de sua mãe. Curiosamente, a cantora Nina Simone escolheu o seu nome artístico «como homenagem à sua actriz preferida».

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Isto não pode ser verdade!! - Só para rir...

EFEMÉRIDETintoretto, de seu verdadeiro nome Jacopo Robusti, pintor italiano da Renascença, um dos artistas mais radicais do “Maneirismo”, nasceu em Veneza no dia 29 de Setembro de 1518. Morreu na mesma cidade em 31 de Maio de 1594.
Em virtude da sua energia ao pintar, foi chamado “Il Furioso”. A sua utilização da perspectiva e dos efeitos da luz fizeram dele também um dos precursores do “Barroco”.
Na infância, Jacopo, um pintor nato, começou a decorar as paredes da tinturaria paterna. Vendo o seu talento, o pai levou-o ao atelier de Ticiano, na época com mais de cinquenta anos, para aprender o ofício. Dizem que o mestre ficou pouco tempo com ele, por ter percebido o talento e a independência da criança, o que faria dele um óptimo pintor mas nunca um bom aprendiz.
Tintoretto estudou então por conta própria, observando as obras dos grandes mestres. Estudou especialmente alguns modelos de Michelangelo.
Os seus primeiros trabalhos foram dois murais: “A Festa de Balthasar” e “Carga de Cavalaria”. O primeiro trabalho a ter repercussão mais ampla foi um retrato dele e do irmão com um efeito nocturno. Tintoretto foi um dos poucos pintores que conseguiu reconhecimento sem uma aprendizagem convencional.
A obra que coroaria o trabalho de Tintoretto, a última pintura de importância que executou, foi “Paraíso”, considerada a maior pintura jamais feita sobre uma tela. É admirável pela escala e pela pureza da inspiração, com apaixonada imaginação visual e uma quase magia para as formas e para as cores. Ele trabalhou a obra em estúdio e só depois a levou para o local definitivo, para aí fazer os retoques finais.
Depois, Jacopo Robusti levou uma vida mais repousada, não realizando mais nenhum trabalho relevante. Morreu de uma doença estranha, que começou como uma dor de estômago seguida de febre.
Teve poucos pupilos, existindo porém influências suas na obra do contemporâneo Veronese e na do espanhol El Greco, que tomou contacto com as suas pinturas numa viagem a Veneza.
Tintoretto saía pouco da sua cidade. Ele amava todas as artes, tocava vários instrumentos musicais, alguns de sua invenção, desenhou roupas e adereços para o teatro, era versado em mecânica e era uma companhia agradável. Dificilmente admitia porém algum amigo no local de trabalho e mantinha as suas ideias e modelos escondidos dos olhares estranhos e mesmo dos seus assistentes.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

EFEMÉRIDEConfúcio, a figura histórica mais conhecida na China como mestre, filósofo e teórico político, nasceu em Tsou no dia 28 de Setembro de 551 a.C. . Morreu em Qufu, em 11 Maio de 479 a.C.. A sua doutrina, o “Confucionismo”, teve forte influência não apenas na China mas também sobre toda a Ásia oriental.
Conhece-se muito pouco da sua vida. Parece que os seus antepassados eram de linhagem nobre, mas ele viveu pobre e, desde a infância, teve de ser mestre de si próprio. Na sua época, a China estava praticamente dividida em reinos feudais cujos senhores dependiam muito pouco do rei.
A sua filosofia enfatizava a moralidade pessoal e governamental, a exactidão nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. O Confucionismo foi introduzido na Europa pelo jesuíta italiano Matteo Ricci, que foi o primeiro a latinizar o seu nome para "Confúcio".
Dos onze irmãos, Confúcio era o mais novo. O pai morreu quando ele tinha três anos de idade, o que o obrigou a trabalhar desde muito jovem para ajudar a família. Aos quinze anos, resolveu dedicar também as suas energias à aprendizagem. Foi pastor, vaqueiro, funcionário e guarda-livros.
Confúcio viajou por diversos dos reinos chineses, esteve em íntimo contacto com o povo e pregou a necessidade de uma mudança total do sistema de governo para outro que se destinasse a assegurar o bem-estar dos súbditos, pondo em prática processos tão simples como a diminuição de contribuições e o abrandamento das penalidades. Embora tentasse ocupar um alto cargo administrativo que lhe permitisse desenvolver as suas ideias na prática, nunca o conseguiu, pois tais ideias eram consideradas “muito perigosas” pelos governantes. Aquilo que ele não pôde fazer pessoalmente, acabou por seu feito por alguns dos seus discípulos que, graças à boa preparação por ele ministrada, se guindaram aos cargos mais elevados da governação. Já cansado, retirou-se para a sua terra natal, onde morreu aos 72 anos.
Confúcio foi uma representação típica do herói chinês. Era alto, forte, enxergava longe, tinha uma barriga cheia de Chi, usava longa barba (símbolo de sabedoria), vestia-se bem e era simples. Com um comportamento exemplar, demonstrou sempre a sua doutrina através dos seus actos.
Pescava com anzol e caçava com um arco pequeno, para que os animais tivessem a possibilidade de fugir. Comia sem falar, era directo, franco e acreditava ser um representante do “céu”.
A sua ideologia de organização da sociedade procurava também recuperar os valores antigos, perdidos pelos homens da época. A sua doutrina apregoava a criação de uma sociedade capaz, culturalmente instruída e disposta ao bem comum. A sua escola foi sistematizada nos seguintes princípios: humanidade (altruísmo), cortesia ritual, conhecimento ou sabedoria moral, integridade, fidelidade, rectidão e honradez. A sua bibliografia consta de três livros básicos, sendo que os dois últimos são igualmente atribuídos aos seus discípulos: “Diálogos, Analectos”, “Grande Ensinamento” e “Doutrina do Meio”.
Após sua morte, Confúcio recebeu o título de “Lorde Propagador da Cultura, Sábio Supremo e Grande Realizador”, nome que se encontra inscrito no seu túmulo.
Os discípulos de Confúcio continuaram a sua escola filosófica, após o desaparecimento do Mestre. Estes esforços contribuíram para divulgar os ideais de Confúcio junto dos estudantes que, depois, se tornaram funcionários em muitas dos cortes da China, dando assim ao Confucionismo o primeiro teste em grande escala do seu dogma.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

EFEMÉRIDE – Jean Antoine René Édouard Corbière, marinheiro, armador, jornalista e escritor francês, considerado o pai do romance marítimo em França, morreu em Morlaix no dia 27 de Setembro de 1875. Nascera em Brest, em 1 de Abril de 1793.
Órfão de pai aos nove anos, entrou muito novo para a Marinha para ajudar economicamente a família (mãe e três irmãos). Na Restauração foi afastado em virtude das suas opiniões liberais.
Tornou-se panfletário, tendo vários problemas com a justiça real. Decidiu voltar ao mar, desta vez através da Marinha Mercante. Durante cinco anos navegou sobretudo entre o Havre e a Martinica, como capitão de longo-curso num velho barco de três mastros sob bandeira britânica - o “Nina”.
Voltou a terra em 1828, tendo sido convidado pelo gerente do “Journal du Havre” para chefe de redacção, lugar que ocupou até 1839. Continuou a fazer parte da equipa do jornal até 1943. Sob a sua impulsão, este quotidiano, que era pouco mais que uma simples “página de anúncios”, tornou-se num órgão de informação comercial e marítima de grande importância.
Entretanto Édouard Corbière escreveu vários romances dos quais o mais conhecido, “Negreiro” (1832), lhe proporcionou a celebridade em França.
Em 1839 foi criada a “Companhia de Paquetes a Vapor” de Finisterra, para assegurar a ligação entre Le Havre e Morlaix. Corbière foi um dos administradores e depois director até à sua morte.
Em 1844, após o seu casamento, fixou-se definitivamente em Morlaix onde dinamizou a realização de uma Regata em 1851. Tentou também, mas sem sucesso, arranjar fundos para subsidiar a presença de um iate francês na Regata à volta da Ilha de Wight, animada pelo Royal Yacht Squadron.
Corbière foi ainda membro do Conselho Municipal de Morlaix em 1855 e 1860. Entrou para a “Câmara de Comércio” em 1848, sendo seu vice-presidente de 1866 a 1868 e presidente de 1868 até 1875.
Quando se soube da sua morte, todos os navios que estavam no porto de Finisterra puseram as bandeiras a meia-haste em sua homenagem.

domingo, 26 de setembro de 2010

Um golo que valeu 3 pontos...

EFEMÉRIDEAlexandra Lencastre, de seu verdadeiro nome Maria Alexandra de Alencastre Telo Teodósio Pedrosa, actriz portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 26 de Setembro de 1965.
Abandonou o curso de Filosofia da Faculdade de Letras de Lisboa para ingressar na Escola Superior de Teatro e Cinema, onde se diplomou em Teatro - Formação de Actores (1986). Nesse mesmo ano, com a peça “Frei Luís de Sousa”, de Almeida Garrett, ganhou o Prémio de Actriz Revelação da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro.
Já protagonizou cerca de 20 peças de teatro, tendo interpretado peças de Anton Tchekov, Pier Paolo Pasolini, Aristófanes e Jorge de Sena, entre outros..
Tornou-se uma das mais populares actrizes portuguesas através da televisão. Começou na série infantil “Rua Sésamo” (1990), passando depois por novelas e séries, como “A Banqueira do Povo” (1993), “Cabaret” (1994), “Não és homem, não és nada!” (1999), “Querido Professor” (2000), “Fúria de Viver” (2002) e “Ana e os Sete” (2003). Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Actriz de TV em 2003. Ainda na televisão, apresentou alguns programas, como o polémico “Na Cama Com…” em 1993.
No cinema, destacou-se nas longas-metragens de Fernando Lopes “O Delfim”, com a qual ganhou o Globo de Ouro de Melhor Actriz de Cinema (2002) e “Lá Fora” (2004), onde contracenou com Rogério Samora. Protagonizou ainda “A Mulher Que Acreditava Ser Presidente dos EUA” (2003) de João Botelho. Foi dirigida por outros cineastas, como Teresa Villaverde, João Mário Grilo, António Pedro Vasconcelos, João César Monteiro, João Canijo e Leonel Vieira.
Foi casada com o actor Virgílio Castelo e com o produtor de televisão holandês Piet-Hein Bakker, tendo dois filhos deste último. É prima da escritora Inês Pedrosa.
Em 2007, o “The Biography Channel” dedicou-lhe um documentário biográfico. Ao todo, para além do teatro, fez perto de 20 novelas e séries de televisão e cerca de 30 filmes.

sábado, 25 de setembro de 2010

MEMÓRIAS DE ADRIANO
(conto)

Adriano Marques encontrava-se agora num albergue, adaptação de um antigo convento. Arrastava consigo um passado bastante sofrido. Tinha os oitenta anos já bem perto e todas as maleitas próprias da idade.
Nascera numa família muito modesta e que vivia com enormes dificuldades. Fez apenas a instrução primária o que, para a época, era já considerado um privilégio. Ajudou os pais no trabalho do campo e, logo que teve idade, nos anos 1950, inscreveu-se como voluntário para a Marinha. O tempo ali passado (cerca de quatro anos) foi um parêntesis feliz na sua vida, como veremos mais adiante.
Ofereceram-lhe emprego num estaleiro naval e ele aceitou, embora temeroso e cheio de dúvidas. Ali permaneceu vários anos, mas veio uma vaga de despedimentos e encontrou-se no desemprego. Tinha-se casado entretanto com a Anabela, costureira muito conhecida na terra, pelo jeito que tinha para os lavores. Vinha a caminho o primeiro bebé. Adriano sentiu-se desorientado, apesar da força que a mulher lhe tentava incutir.
Quando a roda da sorte desanda, não há nada porém que se possa fazer. Uma noite, Anabela sentiu-se mal. Transportada de urgência para o hospital, veio a sucumbir de complicações relacionadas com a gravidez interrompida. Adriano não chegou a ser pai e ficou viúvo.
A sua vida nunca mais foi a mesma. Eram desaires atrás de desaires. Vivia de pequenos empregos sem futuro, de expedientes e da ajuda de alguns vizinhos mais idosos que o conheciam praticamente desde criança. Chegou a pedir esmola e a lavar e arrumar automóveis. Começou a meter-se na bebida, logo que tinha algumas moeditas. Como um desastre nunca vem só, teve um AVC e ficou dependente. A pensão que passou a receber, mal lhe dava para comer e para os remédios. Uma assistente social vinha diariamente tratar dele, mas o dinheiro já não dava sequer para pagar a renda da velha casa em que habitava.
Conseguiram metê-lo num lar, mas o eterno problema da reforma miserável levou a que tivesse de ser estudada outra solução para a sua triste sobrevivência.

O albergue, onde Adriano foi colocado, estava ocupado sobretudo por imigrantes “sem abrigo” de países do Leste. Tinham várias camaratas, balneários e WC. Uma carrinha trazia os pequenos-almoços de manhã e uma equipa da segurança social ocupava-se da higiene e da toma de medicamentos de alguns acamados. Durante o dia eram servidos os almoços e os jantares.
Sentia-se porém como numa pequena Torre de Babel, com cada um a falar a sua língua. Havia bósnios, croatas, ucranianos e sobretudo romenos. Africanos haviam poucos. Portugueses pouquíssimos e havia um timorense. Notórias dificuldades de comunicação. Pior ainda para Adriano que, entre outras sequelas do AVC, ficara também com dificuldade em articular as palavras.
Chegada a noite e, antes de adormecer, Adriano ficava muitas vezes a pensar nos paradoxos da vida. Ali estava um grupo de pessoas irmanadas pela desgraça e pela pobreza, mas separados pela linguagem. Durante o tempo em que estivera na Marinha, quantas vezes sentira a alegria de falar e de se entender com pessoas pertencentes a outros povos e raças, mas com uma língua comum, que servia para unir as pessoas em qualquer parte do Universo.

Durante os quatro anos que esteve na Marinha, percorreu meio Mundo. Em diversos portos, sobretudo nos das ex-colónias, era-lhes permitido desembarcar e ter dias livres. As guerras de libertação e as independências ainda vinham longe.
Assim conheceu Santo António do Zaire e Luanda, em Angola; Lourenço Marques (hoje Maputo) e Beira, em Moçambique; Macau, território na China, e Goa, na então “Índia Portuguesa”. Fizera também uma viagem ao Brasil.
Que sensação estranha, mas agradável, ao encontrar os habitantes de outras terras, outras gentes, por vezes de outras raças, a falarem a mesma língua. Com as suas diferenças e os seus sotaques distintos, mas constituindo um verdadeiro elo a unir pessoas que habitavam continentes a milhares de quilómetros de distância.
Com muita pena sua, nunca fora a Timor, mas visitou Malaca na Malásia. Depois de ter sido território português, Malaca foi governada por holandeses e ingleses. No entanto, existe um “Bairro Português” onde, passados alguns séculos, podemos encontrar luso-descendentes, que falam um pouco da nossa língua. Sem qualquer ensino especial, apenas por tradição oral.
Adriano comove-se, ainda hoje, ao relembrar o encontro que tivera com um malaio, à sombra de uma frondosa árvore, e as palavras que ele lhe dissera num português inteligível: «A língua serve de ponte para nos entendermos. Pena é que essa ponte não sirva para a podermos atravessar e chegar até Portugal. Como eu gostava de conhecer o País dos meus antepassados!».

Adormecia muitas vezes com um sorriso nos lábios. Frequentemente sonhava com viagens e até com a mulher. E com o filho que não chegara a ter.
Quando acordava, lembrava-se que lá fora havia gente feliz. Talvez não sonhassem no entanto como ele. Para eles, os sonhos seriam sobre o dia-a-dia e a luta pelo futuro. Para si era o passado.
Apesar de todos os dissabores que a vida lhe trouxera, Adriano Marques considerava-se feliz, a seu jeito. Não se arrependia de ter nascido e dava graças a Deus por ainda estar vivo.

Gabriel de Sousa


NB – Menção Honrosa no XIII Concurso Literário Algarve - Brasil / 2010Clube da Simpatia – Olhão

UNIÃO
(quadras)

1

Orgulho de Portugal,
Alegria nos corações,
Nossa língua maternal
É ponte, entre nações!

2

Nos quatro cantos do Mundo,
A língua dos portugueses
Une, de modo profundo,
Brancos, Negros e Chineses!

3

Esta língua de Camões
É no Mundo, um sinal
De união entre nações
Com “cheirinho” a Portugal!


Gabriel de Sousa

Recordando os últimos Mundiais na África do Sul

EFEMÉRIDEPetit, de seu verdadeiro nome Armando Gonçalves Teixeira, futebolista português, nasceu em Estrasburgo no dia 25 de Setembro de 1976.
Representou o Benfica como médio entre 2002 e 2008, tendo jogado antes nos seguintes clubes: Esposende, Gondomar, Lamas, Gil Vicente (1999/2000) e Boavista (2000/2002). Fez parte da Selecção Portuguesa 57 vezes (2001/2008).
Em Maio de 2008, em conferência de imprensa no âmbito da preparação para o Euro 2008, anunciou que provavelmente aquela seria a última competição em que jogava com a camisola das quinas.
Em Julho de 2008 foi transferido para o Colónia da Alemanha, informando desde logo que seria seu desejo regressar ao Boavista no termo deste contrato, independentemente do escalão em que o clube estiver nessa ocasião.
Foi Campeão de Portugal pelo Boavista em 2001 e pelo Benfica em 2005. Venceu uma Taça de Portugal (2004) e uma Super Taça (2005) em representação do Benfica. Foi o Jogador do Ano em 2001. É um especialista na marcação de livres.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

EFEMÉRIDETupac Amaru, último líder do povo inca na época da conquista espanhola, morreu em 24 de Setembro de 1572. Nasceu em data desconhecida.
Filho de Manco Inca, foi feito sacerdote e guardião do corpo de seu pai. Depois de Titu Kusi Yupanqui, seu meio irmão, morrer em 1570, Tupac Amaru assumiu o título de “Supa inca”, na época em que o Império Inca já havia perdido a capital Cuzco e resumia-se apenas à região de Vilcabamba, a dezenas de quilómetros ao norte.
Se bem que novo e inexperiente, mas com um espírito rebelde, Tupac Amaru foi um inimigo implacável dos “conquistadores”. Os espanhóis decidiram capturá-lo, enviando um exército de 300 soldados, comandados por Martin Hurtado de Arbieto e Martin Garcia Oñaz de Loyola. Durante o ataque a Vilcabamba, Tupac Amaru conseguiu fugir em direcção da floresta mas foi capturado, julgado e depois mandado executar em Cuzco, tendo o seu corpo sido cortado aos bocados. Os seus membros foram enviados para quatro cidades diferentes do Peru e o resto do corpo foi queimado. Um dos seus restos mortais está hoje na Igreja Santo Domingo de Lima.
A sua mulher, filhos e partidários foram também mortos, seguindo-se a exterminação da sua posteridade até ao 4º grau.
O seu nome (que significa “serpente brilhante” em quechua) e a sua história inspiraram o movimento revolucionário “Tupamaro”.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

É muito rápido... Veja bem a mão do rei quando a levanta pela segunda vez...
EFEMÉRIDEJulio José Iglesias Puga de la Cueva, ex-futebolista, cantor e empresário espanhol de fama internacional, nasceu em Madrid no dia 23 de Setembro de 1943.
Com especiais aptidões para a prática desportiva, Julio Iglesias chegou a jogar no Real Madrid como guarda-redes júnior, entre 1958 e 1963. Sofreu entretanto um grave acidente de viação que pôs termo à sua carreira futebolística, devido a graves lesões nos braços e nas pernas, das quais aliás nunca recuperou totalmente. Esteve paralisado durante um ano e meio.
Passou a dedicar-se então às canções, tornando-se o mais bem sucedido artista latino de todos os tempos, com números impressionantes: 250 milhões de discos vendidos, 2600 “discos de ouro e de platina” e quatro mil espectáculos em mais de quinhentas cidades do Mundo.
Iglesias canta em espanhol, francês, inglês, italiano, alemão e português. Em 1977, assinou um contrato milionário com a CBS, o mais importante contrato de cantores não norte-americanos.
Fez vários duos com outras estrelas internacionais, como: Frank Sinatra, Stevie Wonder, Diana Ross, Nana Mouskouri, Dalida, Françoise Hardy e Charles Aznavour.
Mora em Miami com a sua esposa, cidade de onde administra a sua portentosa carreira.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

EFEMÉRIDEAnna Karina, de seu verdadeiro nome Hanna Karin Blarke Bayer, actriz dinamarquesa, um dos ícones da “Nouvelle Vague”, realizadora, cantora e escritora, nasceu em Solbjerg no dia 22 de Setembro de 1940.
Começou a sua carreira na Dinamarca, onde cantava em cabarets, era modelo, fazia publicidade e participava em algumas curtas-metragens. Com dezassete anos foi para Paris, onde encontrou Coco Chanel que a incitou a mudar de nome. Foi nesta época que foi descoberta por Jean-Luc Godard, que era então jornalista dos “Cahiers du cinéma” e com o qual se casou em 1961. Divorciou-se em 1968 para se casar com Pierre Fabre. Em 1974, novo divórcio para esposar quatro mais tarde Daniel Duval, de quem se divorciou em 1981. Casou-se então com Dennis Berry.
Em 1959 recusou um papel importante em “À bout de souffle”, porque incluía uma cena em que deveria aparecer nua.
Entrou em vários filmes de Jean-Luc Godard. Em 1961 obteve o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Berlim com o filme “Une femme est une femme”. A sua carreira não se limitou porém aos filmes de Godard, tendo obtido sucesso com outros realizadores, entre os quais Luchino Visconti e Rainer Werner Fassbinder.
Em 1967, Serge Gainsbourg homenageou-a com o seu único filme musical “Anna”. Ela interpreta, nesta comédia musical, sete fragmentos de canções, ao lado do próprio Gainsbourg e de Jean-Claude Brialy.
Desde 1980, como cantora, fez vários espectáculos e tournées sobretudo em França, mas também noutros países. Escreveu quatro romances, realizou alguns filmes e protagonizou igualmente várias séries televisivas.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

EFEMÉRIDEGabriel Malagrida, jesuíta italiano, missionário no Brasil e depois pregador em Portugal, morreu em Lisboa no dia 21 de Setembro de 1761. Nascera em Menaggio do Lago de Como, em 5 de Dezembro de 1689.
Com doze anos, foi estudar com os Padres Somascos em Como e, tendo demonstrado interesse pela vida religiosa, após ter acabado o seu segundo grau de ensino, fixou-se em Milão, iniciando os estudos de Filosofia e Teologia no Colégio Helvético. Em 1711, querendo tornar-se religioso, aproximou-se dos Jesuítas de Como e foi admitido como noviço naquele mesmo ano. Completou os estudos de Teologia em Génova.
Partiu em missão para o Brasil em 1721. Já ordenado padre, foi para Belém a fim de aprender a língua indígena e trabalhar como pároco na cidade. Só em 1723 é que foi enviado como missionário, pela primeira vez, para junto dos índios Caicazes, ao longo do rio Itapicuru e Munim, no Maranhão. Desta nação indígena foi para outras: os Guanarés e os Barbados, no rio Mearlim, onde passou maus bocados, quer pela resistência dos feiticeiros da tribo, quer pela epidemia de peste que assolava os índios. Até ao ano de 1727 ficou sempre entre índios, com aventuras apostólicas arriscadas e dignas de um romance. É retirado definitivamente da missão indígena por volta de 1729, para ensinar no Colégio de São Luís do Maranhão e preparar futuros missionários jesuítas.
A partir de 1735 iniciou a segunda fase de "missionário apostólico" ou missionário popular, saindo de São Luís e dirigindo-se para o sul, via Piauí, em direcção da Bahia, pregando missões populares por todas as localidades em que passava e promovendo a renovação espiritual por meio dos Exercícios Espirituais Inacianos e animando a vida religiosa do interior, até então desamparado religiosamente. Chegou a Salvador em 1738 e continuou as suas pregações populares com grandes conversões, em número e qualidade. Iniciou então um Convento para “convertidos” e um Seminário para o clero diocesano. De 1741 a 1745 andou pelo território de Pernambuco e Paraíba, sempre a pregar e dinamizando a fundação de Conventos e Seminários. De 1746 a 1749 voltou ao Maranhão e Pará, onde continuou a sua acção de pregador de missões populares, até que concebeu a ideia de vir a Portugal para solicitar a aprovação do Rei para o funcionamento legal das suas fundações e também para obter fundos.
Veio a Lisboa em 1750 e assistiu aos últimos momentos da vida do rei D. João V, tendo permanecido aqui até 1751. Neste ano, regressou ao Maranhão onde esteve até 1754, ano em que regressou definitivamente a Portugal a rogo de D. Mariana de Áustria, viúva de D. João V. Este foi talvez o maior erro da sua vida.
Muito religioso, aproveitou o terramoto de 1755 para exortar os lisboetas à reforma dos seus costumes. Acicatado pela explicação das causas naturais da catástrofe, que circulou em folheto mandado publicar pelo poderoso ministro do rei D. José I, o Marquês de Pombal, o padre Gabriel Malagrida escreveu uma pequena obra chamada “Juízo da verdadeira causa do terramoto” (1756) em que atribuía o cataclismo a um castigo divino e em que defendia que o infortúnio dos desalojados seria amenizado com procissões e exercícios espirituais.
O Marquês de Pombal não gostou do que Malagrida escreveu e, considerando-se desautorizado naquela obra, ele que não gostava de ser criticado, decidiu desterrá-lo em Setúbal. Neste desterro, Malagrida era visitado por muitas pessoas e, entre elas, alguns membros da poderosa família Távora, tão odiada pelo Marquês de Pombal.
O suposto atentado de 3 de Setembro de 1758 e o processo dos Távoras que se lhe seguiu proporcionaram ao Marquês de Pombal a ocasião para perseguir Malagrida ainda com maior severidade, acusando-o de colaboração na tentativa de regicídio e denunciando-o à Inquisição como falso profeta, impostor e, pior que tudo, de ser um herege, o que equivalia à morte na fogueira. Septuagenário, alquebrado pelos trabalhos passados e pela prisão doentia, tornou-se demente, continuando a defender obstinadamente as suas crenças.
Foi entregue à Inquisição de Lisboa e, após um processo considerado por vários historiadores como grotesco, foi acusado de herege e posteriormente condenado ao garrote e fogueira num auto-de-fé realizado em 21 de Setembro de 1761, tendo sido queimado no Rossio, a praça principal de Lisboa. Na opinião do escritor francês Voltaire, na obra “Cândido”, «ao excesso de absurdo, juntou-se o excesso de horror».

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O jogo de ontem. Para recordar...

EFEMÉRIDE Sophia Loren, de seu verdadeiro nome Sofia Villani Scicolone, actriz italiana, nasceu em Roma no dia 20 de Setembro de 1934.
Quando ainda era pequena, a mãe mudou-se para o município napolitano de Pozzuoli, onde viveu até à adolescência numa situação económica bastante difícil.
Incentivada pela mãe, foi para Roma aos dezasseis anos, na mira de uma carreira cinematográfica. Foi descoberta em 1952 pelo produtor de cinema Carlo Ponti que, posteriormente, viria a tornar-se seu marido, apesar de ser 22 anos mais velho. Em 1955 apareceu na capa da revista “Life magazine”.
Veio a trabalhar com grandes realizadores como Vittorio De Sica, Federico Fellini, Ettore Scola e Robert Altman, entre outros.
Foi uma estrela incontornável do cinema italiano, tendo protagonizado numerosos filmes desde o fim dos anos 1950. Sophia Loren ganhou fama mundial em 1962, ao receber o Oscar de Melhor Actriz, com o filme “Duas mulheres”, com o qual ganhou igualmente o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Cannes.
Nos anos 1960 representou grandes papéis, de que se salienta a personagem dramática de “La Ciociara”, ao lado de Jean-Paul Belmondo. Entre 1957 e 1961, decorreu o seu período de Hollywood. Com “Orquídea Negra”, recebeu o Prémio Volpi de Melhor Actriz no Festival de Veneza. Nesta época teve ocasião de lidar com monstros sagrados do cinema como Cary Grant, Frank Sinatra, John Wayne, Anthony Perkins, Anthony Quinn, George Sanders, Peter Sellers e Clark Gable.
Em “Ontem, hoje e amanhã” fez um striptease à frente de Marcello Mastroianni, cena que ficou como uma das mais célebres da história do cinema, No ano seguinte, sob a direcção de Vittorio De Sica, interpretou, novamente com Mastroianni, “Casamento à italiana”.
Casou-se duas vezes com o produtor Carlo Ponti (falecido em 2007). A primeira vez, em 1957, foi anulada por não ter sido ainda registado o divórcio de Carlo Ponti. A situação foi regularizada em 1966.
Em 1977, a película de Ettore Scola “Um dia particular” terá sido o seu último grande filme. Continuou a filmar com a sua inegável classe, mas já sem os êxitos anteriores, em parte também devido à mudança de gostos dos espectadores.
Desde 1984, os prémios e homenagens recebidos têm sido sobretudo atribuídos pela sua brilhante carreira. Em 1991 recebeu a Legião de Honra.
Em Julho de 1986, com 71 anos, posou para a 33ª edição do Calendário Pirelli, tornando-se o modelo com mais idade a ter posado para aquele célebre calendário italiano.
Esteve muito recentemente em Portugal, sendo homenageada no “Festival Douro Film Harvest”.

domingo, 19 de setembro de 2010

Na próxima Volta a Portugal em bicicleta...

Dueto de gatos...

EFEMÉRIDE – José Carlos Nepomuceno Mozer, ex-futebolista brasileiro, com uma carreira de sucesso no Flamengo, no Benfica e no Olympique de Marseille, nasceu em Imperatriz no dia 19 de Setembro de 1960.
Recusado nas categorias de formação do Botafogo em virtude do seu físico franzino, Mozer chegou ao Flamengo em 1980. Em meados de 1981 já era um dos titulares. Fez parte da campanha vitoriosa do Flamengo na “Taça Libertadores da América” em 1981, que levou a equipa à final do Mundial Interclubes. Mozer foi titular naquela memorável partida contra o Liverpool, que colocou o Flamengo na lista das equipas campeãs mundiais.
Em 1987 saiu do Flamengo e veio jogar no Benfica. Impecável nas marcações, conquistou o coração dos benfiquistas e o título de Campeão Nacional na temporada 1988/89. Deixou o clube português dois anos depois, para vestir a camisola do Olympique de Marseille. Neste novo clube, Mozer sagrou-se Tricampeão Francês e recebeu o sugestivo apelido de “Muralha”.
Voltou ao Benfica em 1992, para alegria dos adeptos do clube, que viram Mozer conquistar mais dois títulos pelo clube: o Campeonato Português de 1993/1994 e a Taça de Portugal de 1992/1993.
Seguidamente, decidiu encarar o desafio de jogar no futebol japonês e assinou contrato com o “Kashima Antlers”. No Japão, encerrou a sua carreira com a conquista do Campeonato Japonês de 1996 e da Taça e Supertaça do Japão de 1997.
Pela Selecção Brasileira participou em 36 jogos, de 1983 a 1994, não jogando nos Mundiais de 1994, nos Estados Unidos, por se encontrar lesionado.
No Brasil, venceu dois Campeonatos Nacionais (1982 e 1983), dois Campeonatos Cariocas (1981 e 1986), três Taças Guanabara (1981, 1982 e 1984) e três Taças do Rio (1983, 1985 e 1986).
Após acabar a sua carreira de jogador, Mozer regressou a Lisboa onde abriu um restaurante.
Após vários anos afastado do futebol, decidiu aceitar a proposta de treinar a equipa angolana do “Inter Luanda” (2006/2009), tendo ganho o Campeonato de Angola de 2007 e a Supertaça Angolana de 2008. Em 2009 foi treinar o clube marroquino Raja de Casablanca. É visto frequentemente na televisão como comentador desportivo.

sábado, 18 de setembro de 2010

EFEMÉRIDETicha Penicheiro, de seu verdadeiro nome Patrícia Nunes Penicheiro, basquetebolista portuguesa de renome internacional, nasceu na Figueira da Foz em 18 de Setembro de 1974.
Em 1999 foi agraciada pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique e, em 2005, pelo Governo Português com a Medalha de Honra de Mérito Desportivo.
Ticha jogou em clubes profissionais desde a sua adolescência, embora nunca tenha jogado a nível sénior, até ter ido jogar para os Estados Unidos na “Old Dominion University”.
Em 1998 foi contratada pelas “Sacramento Monarchs”. Foi seleccionada para o “WNBA All-Star” por quatro vezes. Já igualou o recorde de assistências num só jogo da WNBA por duas vezes. Em 1999 e 2000 foi seleccionada para a equipa ideal da WNBA. Em 1999 estabeleceu o seu recorde pessoal de pontos na WNBA, com 27, num jogo contra as “Minnesota Lynx.
Ticha Penicheira é a jogadora da WNBA que fez mais assistências em toda a história desta Liga, liderando também nas assistências por jogo. Detém ainda o recorde de maior número de “roubos” de bola num jogo, com 10.
É muito conhecida pela sua forma de jogar brilhante e espectacular. Em 2005 ajudou as “Sacramento Monarchs” a conquistar o primeiro título de campeãs da WNBA desde sempre.
É membro da Selecção Nacional Portuguesa de basquetebol feminino. Aproveitando-se da sua notoriedade, apoia as “Olimpíadas Especiais” e as pesquisas sobre o cancro nos ovários. Para além do Português, fala fluentemente Inglês e Italiano. Colecciona relógios e roupas.
O pai, que foi também jogador de basquetebol, é agora treinador do seu irmão mais velho, que joga profissionalmente em Portugal.
Completou graus académicos em Comunicação e Estudos interdisciplinares na Universidade de Old Dominion.
Foi Campeã de Portugal em 1992/93; venceu duas Taças de Portugal em 1992/93 e 1993/94; foi duas vezes Campeã da Polónia em 1999/2000 e 2000/2001; venceu a Taça de Itália em 2001/2002; foi Campeã de França em 2004/2005; venceu a “Conferência Oeste da WNBA” em 2005; ganhou a WNBA em 2005 e a “Eurocup” de 2006, em representação do Spartak de Moscovo.
Representou também, entre outros, os seguintes clubes: “Lotos Gdynia”, “ASD Basket Parme”, “UMMC Iekaterinbourg”, “Union Sportive Valenciennes Olympic” e “TTT Rīga”.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

EFEMÉRIDE Dominique de Roux, escritor e editor francês, nasceu em Boulogne-Billancourt no dia 17 de Setembro de 1935. Faleceu em Suresnes, em 29 de Março de 1977.
Nascido no seio de uma família nobre de Languedoc, próxima dos meios monárquicos, Dominique de Roux manifestou uma independência precoce, ligada à vontade de se consagrar à literatura.
Interrompeu os seus estudos e, no fim dos anos 1950, fez vários estágios linguísticos e períodos de trabalho na Alemanha, em Espanha e na Inglaterra. De regresso a França fundou, juntamente com vários amigos, o boletim “L'Herne”, onde publicou as suas crónicas “Confidences à Guillaume”. Na mesma época efectuou o seu serviço militar numa base aérea francesa.
Em 1960 publicou o primeiro romance “Mademoiselle Anicet” e refundou a sua revista, sob uma forma definitiva e com o nome “Cahiers de l'Herne”, uma colecção de monografias livremente consagradas a figuras desconhecidas ou malditas da Literatura, compreendendo artigos, documentos e textos inéditos. Foram publicados cadernos dedicados a Georges Bernanos, Borges, Céline, Ezra Pound, Ungaretti, Lewis Carroll, Soljenitsyne, Dostoïevski, Thomas Mann, Edgar Poe, Júlio Verne e muitos outros.
Em 1966, a publicação do seu ensaio “A Morte de L.-F. Céline” inaugurou a editora que fundou juntamente com Christian Bourgois. Apenas com 30 anos, Roux já era uma
personalidade incontornável da literatura francesa.
O seu contacto com poetas e outros escritores da “beat generation” revelaram-lhe a possibilidade de um recuo em relação à agitação parisiense. Dois acontecimentos decisivos e traumatizantes decidem-no a partir: a censura da sua recolha de aforismos “Immédiatement” (1971), a pedido de Roland Barthes, e a tomada de controlo das edições da “L’Herne” por Constantin Tacou (1973).
Dominique de Roux começou então uma vida errante, refugiando-se em Lisboa e depois em Genebra. Foi nestas condições que ele animou a nova revista “Exil” e lançou os seus novos cadernos, “Os Dossiers H”. Publicou vários panfletos e consagrou bastante energia ao jornalismo escrito e televisivo, sobretudo coimo correspondente e enviado especial ao Ultramar Português, à beira da implosão.
De Roux foi tecendo várias redes activas nos meios lusófonos. Em Abril de 1974, quando da “Revolução dos Cravos”, ele era o único jornalista francês presente em Lisboa e provavelmente um dos estrangeiros com acesso mais directo ao general Spínola. Consagrou depois vários anos a secundar o opositor angolano Jonas Savimbi, junto da imprensa internacional e das chancelarias. Esta contribuição para a história do seu tempo deu impulso às suas últimas obras: “O Quinto Império”, que foi publicada quinze dias antes da sua morte súbita, com 41 anos, vítima de crise cardíaca, e postumamente “A rapariga do balão vermelho” e “O Livro negro”.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Quem diria??

EFEMÉRIDEVíctor Lidio Jara Martínez, professor, director de teatro, poeta, cantor, compositor, músico e activista político chileno, morreu em Santiago no dia 16 de Setembro de 1973. Nascera em Lonquén, em 28 de Setembro de 1932.
Oriundo de uma família de camponeses pobres, Jara tornou-se um reconhecido director de teatro, dedicando-se ao desenvolvimento da arte no país, dirigindo uma vasta gama de obras locais, assim como clássicos da cena mundial. Simultaneamente, desenvolveu uma carreira no campo da música, desempenhando um papel central entre os artistas que estabeleceram o movimento da Nueva Canción Chilena, que gerou uma revolução na música popular de seu país durante o governo de Salvador Allende. Também era professor, tendo leccionado Jornalismo na Universidade do Chile.
Aos seis anos de idade, Víctor já trabalhava no campo, para ajudar a família constituída pelos pais e cinco filhos. O pai tornou-se alcoólico e violento, abandonando a família quando Victor ainda era criança. A mãe criou os filhos insistindo na ideia de que todos deveriam frequentar a escola.
Em consequência de um grave acidente no lar sofrido por uma irmã de Víctor, a família foi morar para a capital do país, Santiago, à procura de melhores condições de vida. Víctor ingressou no Liceu Ruíz-Table, onde se destacou como bom estudante e completou os estudos primários.
O duro trabalho da mãe trouxe algum progresso económico para a família, mas obrigou-a a dedicar pouco tempo aos filhos. A mudança para o bairro de “Chicago Chico” deu ao jovem Víctor a possibilidade de se relacionar com outros jovens da mesma origem e condição, agrupando-se na altura em torno do Partido Democrata Cristão. Cantavam, escutavam música clássica, saíam em excursões, jogavam futebol e formaram um coro. Os estudos religiosos faziam parte da sua formação. Durante os estudos secundários, no chamado “Instituto Comercial”, parece ter existido em Víctor o sonho secreto de seguir a carreira de padre. Em 1950, a mãe morreu repentinamente.
Mudaram-se para Población Nogales e deixou os estudos para trabalhar numa fábrica de móveis. Seguindo os conselhos do padre Rodríguez, ingressou depois no seminário e na Congregação dos Redentoristas, em San Bernardo.
Dois anos mais tarde, em 1952, abandonou o seminário, ao constatar a sua falta de vocação, mas lembraria positivamente o canto gregoriano e as interpretações litúrgicas. A saída do seminário coincidiu com a ida para a tropa.
Aos 21 anos entrou no coro da Universidade do Chile, participando na montagem de “Carmina Burana” e começou o seu trabalho de pesquisa e compilação folclórica. Três anos mais tarde, fez parte do grupo de teatro “Compañía de Mimos de Noisvander” e começou a estudar "Actuação e Direcção" na Escola de Teatro da Universidade do Chile.
Em 1957 faz parte do grupo de cantos e danças folclóricas “Cuncumén”, onde conheceu Violeta Parra, que o encorajou a continuar na profissão.
Com 27 anos dirigiu a sua primeira obra de teatro “Parecido a la Felicidad”, encenando-a em vários países latino-americanos. Como solista do grupo folclórico, gravou o seu primeiro disco, “Dos Villancicos”. No ano a seguir, participou como assistente de direcção na montagem de “La Viuda de Apablaza” e dirigiu “ La Mandrágora”.
Em 1961, como director artístico do grupo “Cuncumén”, viajou pela Holanda, França, União Soviética, Checoslováquia, Polónia, Roménia e Bulgária.
Em 1961 compôs a sua primeira canção, “Paloma Quiero Contarte”, continuando o seu trabalho como assistente de direcção e director de várias peças teatrais. Começou a trabalhar como director na Academia de Folclore da Casa da Cultura de Ñuñoa, função que desempenhou até 1968. Nessa época, e até 1970, faz parte da equipa residente de directores do Instituto de Teatro da Universidade do Chile. Entre 1964 e 1967 foi professor de Actuação na Universidade.
Recebeu o prémio “Laurel de Oro” de Melhor Realizador, o “Prémio da Crítica do Círculo de Jornalistas” pela Melhor Direcção, com “La Maña”, e um Disco de Prata da discográfica EMI-Odeón.
Com a canção “Plegaria a un labrador” ganhou o 1º prémio do “Primeiro Festival da Nova Canção Chilena” e viajou até Helsínquia para participar num Comício Mundial de Jovens pelo Vietname.
Em 1970 participou em Berlim na Convenção Internacional de Teatro e em Buenos Aires no Primeiro Congresso de Teatro Latino-Americano. Envolveu-se na campanha eleitoral da Unidade Popular e editou o disco “Canto Libre".
Foi nomeado Embaixador Cultural do Governo da Unidade Popular e entrou para o Departamento de Comunicações da Universidade Técnica do Estado. Na editora Dicap, editou o disco “El Derecho de Vivir en Paz”, que foi premiado com um “Laurel de Oro”.
Trabalhou como compositor de música na Televisão Nacional do Chile desde 1972 até 1973, foi à URSS e a Cuba e dirigiu a homenagem a Pablo Neruda pela obtenção do Prémio Nobel.
Participou em trabalhos voluntários para impedir a paralisação do país, que as forças reaccionárias queriam conseguir mediante a greve dos camionistas. Respondendo ao apelo de Pablo Neruda, participou como director e cantor num ciclo de programas da TV contra a guerra e contra o fascismo.
O golpe de estado de Pinochet, em 11 de Setembro de 1973, surpreendeu Jara na universidade. É detido, juntamente com outros alunos e professores, e conduzido ao Estádio Chile, convertido em campo de concentração. Torturado, cortaram-lhe os dedos com um machado, como parte do “castigo” dos militares, pelo seu trabalho de consciencialização social junto dos sectores mais desfavorecidos do povo chileno. Seguidamente pediram-lhe para cantar e ele virando-se para os outros detidos cantou o Hino da Unidade Popular que, em breve, se tornaria num coro imenso. Morreu então crivado de balas. Jara era membro do Partido Comunista do Chile e, antes de ser preso e assassinado, integrava o Comité Central das Juventudes Comunistas do Chile.
Em Setembro de 2003, trinta anos após o seu assassinato, o Estádio Chile foi rebaptizado como Estádio Victor Jara, em homenagem ao cantor e à sua família.
O seu enterro definitivo só teve lugar em 2009, depois de três dias de homenagens populares, no Cemitério Geral de Santiago. À cerimónia assistiu a viúva, as suas duas filhas, a Presidente do Chile Michelle Bachelet e mais de 5000 pessoas.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

EFEMÉRIDELetizia Ortiz Rocasolano, ex-jornalista espanhola e actual esposa do herdeiro da Coroa de Espanha, o Príncipe das Astúrias Filipe de Bourbon, nasceu em Oviedo no dia 15 de Setembro de 1972. É a princesa herdeira consorte do Reino de Espanha, recebendo os títulos nobiliárquicos de Princesa das Astúrias, de Girona e de Viana, Duquesa de Montblanc, Condessa de Cervera e Senhora de Balaguer.
Letizia é filha de uma enfermeira e de um jornalista, divorciados em 1999. Uma das suas duas irmãs faleceu em 2007 após uma depressão.
Iniciou os estudos na sua cidade natal, no Colégio Público Gesta e no Instituto Alfonso II. Quando tinha quinze anos, a família mudou-se para Madrid devido a compromissos de trabalho do pai, onde Letizia concluiu os seus estudos no Instituto Ramiro de Maeztu.
Licenciou-se em Ciências da Informação (Jornalismo), na Universidad Complutense de Madrid em 1995. Enquanto ainda era universitária começou a trabalhar no jornal ABC e na agência de notícias EFE. Entre 1992 e 1993 foi estagiária no jornal “Nueva España” em Oviedo, dedicando-se às áreas de economia, televisão e espectáculos. Seguidamente fez um mestrado em Jornalismo Audiovisual e mudou-se para o México, onde iniciou o doutoramento, que não concluiu. Trabalhou simultaneamente para o jornal “Siglo 21” de Guadalajara.
Em Agosto de 1998 casou-se com um professor de Literatura, após um namoro de cerca de dez anos. Um ano depois o casal decidiu divorciar-se.
A carreira televisiva de Letizia iniciou-se na “CNN+”, onde trabalhou durante dois anos. No ano 2000 começou a trabalhar na Televisão Espanhola (TVE). Fez a cobertura das eleições presidenciais americanas de 2000, foi enviada especial a Nova Iorque durante os atentados do 11 de Setembro e cobriu igualmente a Guerra no Iraque e o desastre do “Prestige” na Galiza. A partir de Setembro de 2003 tornou-se apresentadora do noticiário principal da TVE emitido às 21 horas.
Conheceu Filipe de Bourbon em meados de 2002, tendo iniciado com ele uma relação que se consolidou durante o ano de 2003 e que permaneceu desconhecida dos meios da comunicação social.
Em Novembro de 2003, a Casa Real Espanhola emitiu um comunicado no qual anunciava o noivado do Príncipe Filipe com Letizia Ortiz Rocasolano. O casamento celebrou-se em 2004, na Catedral de Santa María la Real de la Almudena em Madrid.
Em 2005 a Casa Real anunciou que os príncipes esperavam o nascimento de um filho no mês de Novembro. No dia 31 de Outubro de 2005, nascia a Infanta Dona Leonor de Todos os Santos que é actualmente segunda na linha de sucessão da coroa de Espanha. Em 2006 a Casa Real de Espanha emitiu novo comunicado anunciando que os príncipes de Astúrias esperavam o nascimento do seu segundo filho para inícios de Maio de 2007. Em 29 de Abril nascia a Infanta Dona Sofia.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A "Marselhesa" - versão de Serge Gainsbourg

EFEMÉRIDEVladimir Volkoff, escritor francês de origem russa, morreu em Bourdeilles (Dordogne) no dia 14 de Setembro de 2005. Nascera em Paris, em 7 de Novembro de 1932.
É um autor prolífico de romances históricos, onde predominam temas da Rússia e da Guerra da Argélia. Escreveu também romances de espionagem para a juventude, sob o pseudónimo de “Tenente X” (anos 1970).
Filho de emigrantes russos, o pai ganhava a vida lavando viaturas, antes de se alistar na Legião Estrangeira. O jovem Vladimir foi educado num ambiente que lhe recordava os valores da Mãe Pátria de origem, mas também os da lealdade para com a terra de acolhimento.
Estudou no Liceu Claude-Bernard, obtendo em seguida o Diploma de Letras Clássicas e um doutorado em Filosofia. Mais tarde seguiu a carreira de romancista e ensaísta.
É autor de numerosas obras, marcadas pelos temas da guerra-fria, das “informações” e das “manipulações”.
Depois dos estudos nas Universidades da Sorbonne e de Liège, tornou-se professor de Inglês em Amiens (1955/1957). Alistado como voluntário no Exército Francês (1957/62) durante a Guerra da Argélia, prestou serviço como oficial de informações (decorado com a Cruz de Valor Militar), uma experiência que o marcou e iria inspirar parte da sua obra. Foi lá que ele compreendeu que uma guerra não se joga somente com armas à luz do dia, mas também na sombra e nas embaixadas.
Depois de desmobilizado partiu para os Estados Unidos, onde trabalhou como tradutor (1963/65) e professor de francês e de russo (1966/67). Fascinado pelo país, ali ficou durante dez anos. Entre as suas obras da época, salientam-se “O Agente triplo” (1962), “Metro para o Inferno” (1963), “Os Mosqueteiros da República” (1964) e “Vers une métrique française” (1977).
Publicado em 1979, o livro “Le Retournement” trouxe-lhe renome internacional. Dedicado a Graham Greene, um dos seus mestres, foi traduzido em doze línguas.
Com “Le Montage”, obteve o Grande Prémio da Academia Francesa (1982). Em 1995 recebeu o Grande Prémio Jean Giono pelo conjunto da sua obra. No mesmo ano, foi feito cavaleiro da Legião de Honra Francesa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Olegário já era um velho "amigo" do Benfica, lembram-se?

EFEMÉRIDEItalo Svevo, de seu verdadeiro nome Hector Schmitz Aron, escritor italiano, morreu em Motta di Livenza no dia 13 de Setembro de 1928, vítima de um acidente rodoviário. Nascera em Trieste, em 19 de Dezembro de 1861.
Tendo por origem uma família judaica (pai judeu alemão e mãe italiana), era também conhecido como Ettore Schmitz. Foi, no entanto com o seu pseudónimo que se tornou mundialmente conhecido, sobretudo com “A consciência de Zeno”. É considerado o pai do romance psicanalítico.
Com doze anos, foi enviado para um internato em Segnitz, perto de Wurtzbourg, na Baviera. O pai achava que era necessário conhecer bem a língua alemã para se tornar negociante. Trieste estava então situada no Império Austro-Húngaro e assim ficou até ao fim da Primeira Guerra Mundial. Assimilou rapidamente o alemão e descobriu grandes pensadores alemães, como Arthur Schopenhauer. Em 1878 abandonou os estudos e voltou a Trieste para trabalhar num banco.
Em 1892 publicou “Una vita” e, em 1898, “Senilità”. Devido ao fracasso crítico e comercial, renunciou a literatura durante cerca de vinte anos.
Durante este período, encontrou James Joyce, que viria a ser seu professor de inglês na Escola Berlitz de Trieste. Deu-lhe a ler “Senilità”, que Joyce apreciou ao ponto de o incitar a retomar a escrita e a começar a elaboração de um novo romance. Descobriu igualmente, em 1910, o psicanalista Sigmund Freud do qual traduziu “A Ciência dos Sonhos”.
Em 1923 conheceu a celebridade com a obra já referida (“A consciência de Zeno”), um romance que comporta numerosas referências autobiográficas.

domingo, 12 de setembro de 2010

Médico previdente...

EFEMÉRIDEAnthony Perkins, actor norte-americano, morreu em Los Angeles no dia 12 de Setembro de 1992. Nascera em Nova Iorque, em 4 de Abril de 1932.
O pai, que foi também actor e protagonizou “Scarface”, um clássico de 1932, faleceu quando ele tinha apenas cinco anos. Foi criado pela mãe, que ele próprio definiu como «muito possessiva e bastante problemática».
Subiu ao palco pela primeira vez aos 14 anos e estreou-se no cinema em 1954. Em 1956 foi nomeado para o Oscar de Melhor Actor Secundário em “Sublime Tentação”. Em 1957, ao lado de Gary Cooper, interpretou “A Lei do Senhor”que recebeu a Palma de Ouro do Festival de Cannes.
Paralelamente à sua carreira cinematográfica, no meio dos anos 1950, gravou vários discos.
Entrou para a galeria dos grandes nomes de Hollywood, ao interpretar em 1960 o papel de Norman Bates, um assassino em série do filme “Psycho” de Alfred Hitchcock.
A partir de “Psycho”, passou a interpretar personagens neuróticos ou atormentados com grandes problemas psicológicos, como “Crimes de Paixão” (1984) e “Dr. Jekyll e Mr. Hyde” (1989).
Era casado com a irmã da actriz Marisa Berenson, Berinthia, com a qual teve dois filhos, mas nunca negou ter sido homossexual. Teria posteriormente reconsiderado a sua sexualidade. Morreu aos 60 anos, vítima de complicações de saúde decorrentes da Sida que contraíra em 1985. Corajoso e com uma total discrição acerca da doença, alguns dos seus próximos só o souberam pouco antes da sua morte. A sua viúva (Berinthia Berenson) estava a bordo do voo da American Airlines que colidiu com a primeira torre do World Trade Center de Nova Iorque em 11 de Setembro de 2001.
Numa série de entrevistas que deu alguns meses antes da sua morte, Perkins revelou-se irreconhecível: envelhecido e fraco, mas com grande maturidade. Ao longo da sua carreira foram-lhe propostos poucos papéis à altura do seu talento. Não conseguiu desembaraçar-se do filme “Psycho”, cujo personagem estava tão colado à sua personalidade que teria dado a impressão que ele não sabia fazer outra coisa.

sábado, 11 de setembro de 2010

11 DE SETEMBRO Até eu, que não acredito em Deus, Orei. Orei pelos que morreram, Orei pelos que desapareceram, Orei pelos pais sem filhos, Orei pelos órfãos, Orei pelos lares destruídos, Orei pelos irmãos sem irmãos, Orei pelos amigos sem amigos, Orei pelos que não puderam voltar a casa! E chorei. Chorei olhando as labaredas e os aviões, Chorei vendo os destroços e o pânico, Chorei com as dores que vi nos rostos... E pensei. Pensei que os dias seguintes não iam ser fáceis, Pensei como tinha sido possível tal barbárie! (Seguramente, se Deus existisse, Os carrascos e seus aliados seriam castigados, Nem que levasse algum tempo...) Sim, orei e chorei em Santiago do Chile, No dia 11 de Setembro de 1973... Olhando as Torres de Nova Iorque a arder, Quase três décadas volvidas, Orei de novo por vítimas inocentes, Chorei de novo com o sofrimento alheio, Continuei a não acreditar em (nenhum) Deus! Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDEBento António Gonçalves, Secretário-Geral do Partido Comunista Português de 1929 a 1942, faleceu no Tarrafal em 11 de Setembro de 1942. Nascera em Fiães do Rio (Montalegre), em 2 de Março de 1902.
Em 1915, após concluir a instrução primária, começou a trabalhar em Lisboa como torneiro de madeira. Dois anos depois, em 1917, foi aprendiz de torneiro mecânico, tendo sido em 1919 admitido no Arsenal da Marinha.
Depois de desenvolver intensa actividade como sindicalista, Bento Gonçalves ingressou, em 1928, no Partido Comunista Português, participando activamente na reorganização de 1929. Neste mesmo ano, foi eleito Secretário-Geral.
Preso em 1930, foi deportado para os Açores e posteriormente para Cabo Verde.
Em 1933, de novo em liberdade, passou à clandestinidade e reassumiu as suas funções de Secretário-Geral. Em 1935, chefiou a delegação portuguesa ao VII Congresso da Internacional Comunista em Moscovo. Pouco depois do seu regresso, foi preso de novo, juntamente com José de Sousa e Júlio Fogaça, dois outros membros do Secretariado do PCP.
Em 1936 foi enviado para o campo de concentração do Tarrafal, onde morreu vítima de biliose.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Rentrée política portuguesa...
EFEMÉRIDENicolau Tolentino de Almeida, poeta português, nasceu em Lisboa no dia 10 de Setembro de 1740 (ou 1741). Morreu, também em Lisboa, em 23 de Junho de 1811.
Aos vinte anos ingressou na Faculdade de Leis em Coimbra mas, em vez de estudar, dedicava-se mais à boémia e à poesia. No ano de 1765, regressado a Lisboa, tornou-se professor de Retórica e Poética, numa das cátedras criadas pelo Marquês de Pombal após a expulsão dos jesuítas.
Foi professor durante quinze anos. No entanto, esta ocupação também não lhe agradava. Foi um inadaptado e um descontente até conseguir, em 1770, um lugar na Secretaria dos Negócios do Reino.
Bom metrificador, compôs sátiras descritivas e caricaturais, sonetos, odes e cartas que, em 1801, reuniu em dois volume intitulados “Obras Poéticas”.
Usavam-se, na época, penteados muito altos, daí o facto de Tolentino ter dito numa das suas sátiras que «ali se podiam esconder os mais variados objectos: uma arca, um colchão e até mesmo um homem». Ridiculariza as mulheres que se enfeitavam com vistosas cabeleiras, sem ao mesmo tempo melhorar o juízo; as velhas que recorriam à formosura postiça; os vadios e ociosos; os maridos que eram sovados pelas mulheres. Satirizou também os seus professores e as respectivas aulas.
Foi um dissidente da “Arcádia Lusitana”. Uma edição das suas obras foi organizada no cinquentenário da sua morte, com gravuras de Nogueira da Silva.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

EFEMÉRIDE Tarzan Taborda, de seu verdadeiro nome Albano Taborda Curto Esteves, lutador de wrestling português, faleceu em 9 de Setembro de 2005, vítima de ataque cardíaco. Nascera na Aldeia do Bispo, Penamacor, no distrito de Castelo Branco, em 27 de Maio de 1935.
Foi cinco vezes Campeão Mundial e quatro vezes Campeão Europeu. Taborda foi também bailarino no Lido de Paris e duplo em Hollywood, em filmes protagonizados por Brigitte Bardot, Alain Delon, John Wayne e Robert Mitchum.
Começou a sua carreira em Angola, tendo lutado em mais de 4 mil combates sem nunca ter sido derrotado. Apresentou-se também no Médio Oriente, em países como o Iraque, onde chegou a actuar em Bagdad para Saddam Hussein. Competiu até 1981.
Por curiosidade, indicam-se alguns dos nomes artísticos que também utilizou: Taborda Sputnik, Tarzan Curtys, Mr. México, Juan Perez, White Angel (em França) e King Kong (em África).

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

EFEMÉRIDE José Augusto da Costa Sénica Torres, antigo jogador de futebol do Benfica e da selecção portuguesa, nasceu em Torres Novas no dia 8 de Setembro de 1938. Faleceu em Lisboa em 3 de Setembro de 2010, vítima da doença de Alzheimer.
Representou o Benfica entre 1959 e 1971, atravessando portanto a época de oiro dos anos 1960. Desde cedo deu nas vistas, devido ao seu jogo aéreo. Servindo-se da elevada estatura, ganhou estatuto dentro do clube e foi titular durante a década de 1960, actuando ao lado de Eusébio na frente de ataque e sendo apoiado por figuras como Mário Coluna, António Simões e José Augusto. Teve papel activo na presença do Benfica nas finais europeias de 1963, 1965 e 1968.
Foi por nove vezes Campeão Nacional, foi o melhor goleador português na época 1962/1963 e venceu 6 Taças de Portugal.
Torres iniciara-se no clube da sua terra natal (o Torres Novas) e terminou a actividade no Grupo Desportivo Estoril Praia em 1980, com 42 anos de idade. Jogou igualmente no Vitória de Setúbal (1971/75).
Estreou-se na selecção nacional em Janeiro de 1963, fazendo o último jogo em Outubro de 1973 (34 internacionalizações). Curiosamente, o primeiro e último encontro com a camisola das quinas foram disputados contra a Bulgária.
Foi escolhido para seleccionador nacional da equipa que se apurou para o Mundial do México de 1986. Na época, ficou célebre a sua frase «deixem-me sonhar» quando, ao contrário de quase todo o país, continuava a acreditar no apuramento de Portugal.
Após o final da carreira, este apaixonado pela columbofilia, treinou ainda o Estrela da Amadora, o Varzim, o Vitória de Setúbal e o Boavista.
Respeitado por todos, como Homem e como desportista, o “bom gigante” deixou saudades.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

EFEMÉRIDEPaulo Paquet Autran, actor brasileiro de teatro, cinema e televisão, nasceu no Rio de Janeiro em 7 de Setembro de 1922. Faleceu em São Paulo no dia 12 de Outubro de 2007.
Mudou-se muito novo para São Paulo, onde passou a maior parte da sua vida, tendo estudado no Colégio Marista Arquidiocesano. Seguidamente estudou Direito na capital paulista por influência do pai - que era delegado de polícia - e licenciou-se em 1945, pensando inicialmente seguir a carreira diplomática.
Desapontado com a profissão de advogado, participou em algumas peças teatrais amadoras (1947), tendo sido convidado a estrear-se profissionalmente com a peça “Um Deus dormiu lá em casa”, com montagem do Teatro Brasileiro de Comédia (1949).
Após este seu primeiro êxito comercial, Autran resolveu abandonar a advocacia e passou a dedicar-se exclusivamente à carreira artística, dando prioridade ao teatro, a sua grande paixão. Actuou em alguns filmes e telenovelas, mas foi no palco que desenvolveu a sua arte e se tornou popular, vindo a receber o epíteto de “O Senhor dos Palcos”. Apesar de tudo, teve memoráveis actuações na televisão e no cinema, em especial pela sua participação em “Terra em Transe”, um clássico de Glauber Rocha.
Na televisão destacou-se em “Guerra dos Sexos”, em que contracenava com Fernanda Montenegro e onde protagonizou algumas cenas antológicas da teledramaturgia, e em “Pai Herói”. Nos últimos anos fez apenas participações especiais, principalmente em mini-séries. O seu último trabalho foi “Hilda Furacão” (1998).
No ano anterior à sua morte, Paulo Autran esteve internado várias vezes por causa de um cancro de pulmão. O tratamento (radioterapia e quimioterapia) não o impediram de participar em “O Avarento” e de continuar a fumar cerca de quatro maços de cigarros por dia.
Faleceu aos 85 anos, depois de sofrer um enfisema pulmonar e por complicações decorrentes da doença que tinha. A pedido da família, a causa mortis não foi divulgada pela equipa médica que o acompanhava. O seu corpo foi velado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo a sua mulher, Karin Rodrigues, ele pedira-lhe que fosse divulgado que o tabaco causara a sua morte.
Numa sabatina realizada pela “Folha” em 2005, Autran lembrou momentos insólitos de sua carreira, como quando cuspiu em Paulo Francis (1930-1997), então crítico de teatro, em defesa da sua amiga Tônia Carrero. «Juntei bastante cuspo e cuspi com prazer», recordou ele. Noutra oportunidade, tentou dar um soco no crítico pelo mesmo motivo, mas não foi muito bem-sucedido. «Nunca havia dado um soco em ninguém. É difícil, sabe? O corpo se contrai, o braço fica mole», revelou bem-humorado.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

EFEMÉRIDEJulien Green, de seu verdadeiro nome Julian Hartridge Green, escritor norte-americano de expressão francesa, nasceu em Paris no dia 6 de Setembro de 1900. Morreu na mesma cidade, em 13 de Agosto de 1998.
Depois da morte da mãe, uma devota protestante, converteu-se ao catolicismo em 1916, pouco tempo depois do pai e de várias das suas irmãs terem feito o mesmo. Em 1917 alistou-se no Serviço de Ambulâncias, mas não foi aceite devido à idade, sendo destacado no ano seguinte para a Artilharia, depois ter servido na Cruz Vermelha. Desmobilizado em Março de 1919, foi pela primeira vez aos Estados Unidos da América em Setembro desse ano. Completou os estudos na Universidade da Virgínia e escreveu o seu primeiro livro em inglês.
Em Julho de 1940, depois da derrota da França, voltou aos Estados Unidos e, em 1942, foi mobilizado e enviado para o “Serviço de Informações de Guerra” em Nova Iorque. Cinco vezes por semana participava no programa “Voz da América”, que era escutado em França. Só voltou a Paris depois da Segunda Guerra Mundial.
Toda a sua obra, que foi profundamente marcada pela sua homossexualidade e pela sua fé católica, está dominada pela questão da fé, do bem e do mal e da sexualidade. Em paralelo com um grande número de romances, publicou também um diário em 18 volumes, entre 1926 e 1998.
Foi eleito para a Academia Francesa em Junho de 1971, o que acontecia pela primeira vez a um “não francês”, sucedendo a François Mauriac. Demitiu-se da Academia em 1996, mas esta não elegeu nenhum sucessor antes da sua morte. Contrariamente ao que se pensou durante muito tempo, Green nunca teve nacionalidade francesa. O Presidente Pompidou fez-lhe uma proposta nesse sentido em 1972, após a sua eleição para a Academia, mas ele declinou. Foi enterrado em Klagenfurt, na Áustria, na Igreja de Santo Egídio. Emocionado por uma velha estátua da Virgem Maria, aquando da sua visita àquela Igreja em 1990, o escritor tinha expressado a vontade de ser inumado numa das suas capelas.
Entre os muitos prémios que recebeu salientam-se: “Prémio Príncipe Pierre do Mónaco” (1951), “Grande Prémio National das Letras” (1966), “Grande Prémio de Literatura da Academia Francesa” 1970), “Grande Prémio de Literatura da Polónia” (1988) e “Prémio Cavour de Itália” (1991).
Até agora, três das suas obras foram adaptadas ao cinema: “Léviathan” (1962), para o qual ele próprio escreveu o guião, “Adrienne Mesurat” (1953) e “A Dama de Paus” (1965).

domingo, 5 de setembro de 2010

EFEMÉRIDERaquel Welch, de seu verdadeiro nome Jo Raquel Tejada, actriz norte-americana, nasceu em Chicago, no Illinois, em 5 de Setembro de 1940. É ainda parente da ex-presidente da Bolívia, Lidia Gueiler Tejada.
Filha de pai boliviano, fez o liceu em La Jolla, na Califórnia, até 1957. Neste último ano ganhou o concurso de Miss Fairest of the Fair em San Diego. Frequentou aulas de dança.
Até completar vinte anos, foi Miss Photogenic, Miss Contour e Miss Maid of California. Em 1958 ingressou no San Diego State College em Artes Dramáticas.
Ao longo da vida foi sempre admirada pela sua beleza. Começou a trabalhar como empregada de bar, servindo cocktails, sendo depois modelo em Dallas. Em breve começou a actuar no cinema, tornando-se num símbolo sexual dos anos 1960/70. A revista Playboy considerou-a mesmo “A Mulher mais Desejada” dos anos 1970.
Participou em cerca de 50 filmes entre 1964 e 2005. Ganhou um Globo de Ouro de Melhor Actriz com “Três Mosqueteiros” em 1974, sendo também nomeada em 1987. Tem uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard. Foi casada quatro vezes.

sábado, 4 de setembro de 2010

EFEMÉRIDE Juliusz de Leliwa-Słowacki, poeta e dramaturgo polaco, nasceu em Krzemieniec no dia 4 de Setembro de 1809. Morreu em Paris, em 3 de Abril de 1849.
É um dos poetas românticos mais célebres da Polónia, sendo considerado um dos maiores poetas do país.
Só após o seu desaparecimento é que foi dado o verdadeiro valor à habilidade linguística e ao modo lírico e filosófico como se aproximava da realidade. A sua obra combina o romantismo do Norte da Europa com a tradição clássica do Sul.
Quando da Insurreição de Novembro de 1830, o governo provisório confiou-lhe uma missão diplomática em Londres. Falhada a revolta, Juliusz Słowacki instalou-se em Paris, como muitos dos seus compatriotas, vivendo no exílio até ao fim da vida.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

EFEMÉRIDEIrene Pappas, de seu verdadeiro nome Iríni Lelékou, actriz e cantora grega, nasceu em Chiliomódi no dia 3 de Setembro de 1926.
Já actuou em mais de setenta filmes, numa carreira superior a cinquenta anos. Os seus mais célebres trabalhos foram as películas “Zorba, o Grego”, “Os canhões de Navarone”, “Z” e “Elektra”. Em Portugal trabalhou pontualmente com o realizador Manoel de Oliveira.
Como cantora, a sua voz foi utilizada em álbuns de Vangelis (“Odes” em 1979 e “Rapsódias” em 1986). Interpretou igualmente Mikis Théodorakis em “Canções de Théodorakis” (1968).
Juntamente com Melina Mercouri, são as duas grandes figuras do cinema grego.
Descoberta por Elia Kazan e admirada por Fellini, foi amiga íntima de Katharine Hepburn. Personalidade forte, ficaram célebres algumas das suas frases, tais como: «Nunca ganhei um Oscar… e os Oscares nunca me ganharam a mim», ou «Melina Mercouri era uma estrela, eu sou apenas uma idealista lutadora».

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