quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDENorman Kingsley Mailer, escritor norte-americano, nasceu em Long Branch, Nova Jersey, em 31 de Janeiro de 1923. Morreu em Nova Iorque, no Hospital Monte Sinai, em 10 de Novembro de 2007, vítima de insuficiência renal.
Estudou Engenharia Aeronáutica na Universidade de Harvard, onde se interessou também pela escrita, tendo publicado a primeira história aos dezoito anos.
O seu modo de escrever balança entre o realismo de John Dos Passos e a escrita jornalística de Ernest Hemingway. A sua fama e reconhecimento internacionais começaram em 1948, com a publicação de “Os Nus e os Mortos”, romance baseado em experiências vividas na Segunda Guerra Mundial. Norman Mailer foi duas vezes premiado com o Prémio Pulitzer - em 1968 com “Os Exércitos da Noite” e em 1979 com “A Canção do Carrasco”.
Em 1983 recebeu a comenda francesa da ”Ordem das Artes de das Letras” e em 2006 a Legião de Honra do mesmo país.
Foi um dos fundadores do influente jornal alternativo “The Village Voice” e voz activa contra a Guerra do Vietname, o que lhe custou uma prisão. A biografia de Marilyn Monroe, publicada em 1973, foi um de seus grandes sucessos de vendas e provocou enorme celeuma, com a versão de que a morte da actriz fora provocada pelo FBI e pela CIA, que condenavam o seu suposto romance com o senador Robert Kennedy. Escreveu também as biografias de Pablo Picasso e Lee Harvey Oswald (presumível assassino do presidente Kennedy).
Casou-se seis vezes e teve nove filhos, um dos quais adoptado. Sobre Bush, actual presidente americano, declarou que «era o pior presidente que tinha visto em oitenta anos de vida».

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDECoretta Scott King, defensora da igualdade racial nos Estados Unidos da América e no mundo, viúva de Martin Luther King, morreu em 30 de Janeiro de 2006, perto de Tijuana, no México, onde se encontrava internada devido a doença oncológica. Estiveram presentes no seu funeral, a que assistiram dezenas de milhares de pessoas, o actual presidente americano e três ex-presidentes.
Coretta nascera em Marion, no Alabama, em 27 de Abril de 1927. Obteve o seu curso de liceu numa escola privada para negros, prosseguindo os seus estudos na Universidade de Antioch, no Ohio, tendo-se licenciado em Música e Educação Elementar. Em 1951, inscreveu-se no Conservatório da Nova Inglaterra em Bóston, graças a uma bolsa de estudos. Foi nesta cidade que conheceu Martin Luther King, que se estava a doutorar em Teologia e com quem casou dois anos mais tarde.
Apesar de ter investido a maior parte do seu tempo na educação dos quatro filhos, Coretta King esteve presente nos grandes acontecimentos relacionados com os direitos cívicos nos anos 1950 e 1960. Pôs ao serviço destas causas a sua formação musical, participando em “Concertos da Liberdade”, que incluíam a leitura de poesias, cantos e conferências. Acompanhou o seu marido em viagens ao Ghana e à Índia, respectivamente em 1957 e 1959, e implicou-se em vários organismos consagrados à Paz e à Justiça.
Depois do assassinato de Martin Luther King, prosseguiu a filosofia de “não-violência” por ele defendida. Quatro dias depois do crime de Memphis, Coretta King substituiu-o numa importante manifestação que tinha sido aliás a razão da deslocação de Martin àquela cidade.
Fundou em 1968 o Centro King, com a finalidade de auxiliar a promoção da igualdade entre negros e brancos e ajudou a lançar a “Campanha da Luta contra a Pobreza”. No ano seguinte, publicou a autobiografia “A Minha Vida com Martin Luther King”. A última aparição em público teve lugar catorze dias antes da sua morte, de cadeira de rodas, justamente na data em que se celebrava a memória do marido.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Oprah Gail Winfrey, actriz, empresária, produtora e animadora da televisão norte-americana, nasceu em Kosciusko, no Mississippi, em 29 de Janeiro de 1954. Venceu vários Prémios Emmy com o seu programa “The Oprah Winfrey Show”, o talk show com maior audiência da história da televisão norte-americana, que está no ar há mais de dez anos e é difundido actualmente em mais de cem países.
É igualmente uma influente divulgadora de livros e, como actriz, foi nomeada para um Óscar com o filme “A Cor Púrpura”, de Steven Spielberg. É ainda editora da revista “O, The Oprah Magazine”. Foi a primeira mulher negra a ser milionária e é também considerada a mais filantrópica de todos os tempos. Ganha cerca de 50 milhões de dólares mensais.
Habita alternativamente em Chicago, Santa Bárbara e Havai. A sua Fundação criou uma rede de ajuda aos deserdados. Em 2007, inaugurou em Joanesburgo, ao lado de Nelson Mandela, uma escola para raparigas por ela financiada. Têm acesso a esta escola as jovens cujos pais tenham rendimentos inferiores a 290 euros e a finalidade é formá-las de modo a tornarem-se futuros quadros da África do Sul.
Em Dezembro de 2007, declarou o seu apoio a Barack Obama para candidato democrata às próximas Presidenciais americanas.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Astrid Anna Emilia Lindgren, escritora sueca de literatura infantil, morreu em Estocolmo, no dia 28 de Janeiro de 2002. Nascera em Vimmerby, em 14 de Novembro de 1907. Parte da sua obra está traduzida em 85 idiomas e em mais de cem países. Muitos dos seus livros são baseados na sua família e em memórias da infância. “Pipi das Meias Altas”, a sua personagem mais famosa, foi inventada originalmente para entreter a sua filha, que estava acamada com uma pneumonia.
Astrid, em 1944, ganhou o seu primeiro prémio literário e, no ano seguinte, ganhou um 1º prémio, já com uma história da Pipi. A irreverência de muitos dos personagens dos seus romances provocou por vezes a ira das pessoas adultas mais conservadoras.
Uma revista feminina enviou-a aos Estados Unidos em 1948, com a finalidade de escrever algumas crónicas. O que mais a chocou então foi a discriminação contra os negros.
Em 1976, sentindo-se prejudicada pela elevada tributação de impostos na Suécia, escreveu um artigo que provocou um aceso debate público e levou à queda do governo social-democrata pela primeira vez em quarenta anos.
Astrid apoiava igualmente a defesa dos direitos das crianças e dos animais e era contra os castigos corporais
Em 1950, recebeu o Prémio Nils Holgersson e, em 1958, venceu o Prémio Hans Christian Andersen, um galardão internacional de literatura infanto-juvenil. Em 1994, recebeu também o Right Livelihood Award, conhecido igualmente como "Prémio Nobel Alternativo”, como reconhecimento pela sua defesa dos direitos das crianças. Quando completou 90 anos, foi escolhida para "Personalidade do Ano" por um programa da rádio sueca.
Após a sua morte, em 2002, foi instituído o Prémio Astrid Lindgren que é a maior recompensa financeira, em todo mundo, para livros de literatura infanto-juvenil (cerca de 550 000 euros).
Os manuscritos originais das suas obras fazem parte do património cultural da UNESCO.

domingo, 27 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEJohannes Chrysostomus Wolfgangus Theophilus Mozart, um dos maiores compositores de música clássica europeus, nasceu em Salzburgo, no dia 27 de Janeiro de 1756. Morreu em Viena, em 5 de Dezembro de 1791, portanto com trinta e cinco anos, o que não o impediu de compor mais de seiscentas obras, abraçando todos os géneros musicais da época. Mozart passou a vida a mudar a forma como se chamava, ficando para a posteridade como Wolfgang Amadeus Mozart ou, muito simplesmente, como Mozart.
Foi uma criança prodígio, começando a compor com a idade de seis anos. Antes de saber ler, escrever e contar, ele já sabia decifrar e tocar uma partição musical. Aos sete anos, o pai levou-o, juntamente com a irmã, numa viagem através da França, Inglaterra e outros países europeus. Em Londres, conheceu um filho de Johann Sebastian Bach, que viria a exercer uma grande influência nas suas primeiras obras.
Aos vinte e cinco anos, Mozart já vivia das receitas dos seus concertos, da publicação das suas obras e de aulas particulares. Em 1786, compôs a sua primeira ópera “As bodas de Fígaro”. Recebeu então a encomenda de uma outra, que viria a ser “Don Giovanni”, considerada por muitos a sua obra-prima. As suas composições, porém, não reuniam a unanimidade da crítica e a sua popularidade começou a diminuir junto do público de Viena o que, embora fizesse piorar a sua situação financeira, não o impediu de continuar a compor verdadeiras obras-primas.
Em 1791 compôs as suas duas últimas óperas: “A Flauta Mágica” e “A Clemência de Tito”, o seu último concerto para piano e um belo concerto para clarinete. Na Primavera desse ano, recebeu a encomenda de um Requiem que não chegou a acabar e que seria finalizado por um seu discípulo. Segunda uma lenda, Mozart teria sido envenenado com arsénico pela Maçonaria, teoria contudo não confirmada. Foi enterrado numa vala comum em Viena.

sábado, 26 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Paul Newman, actor, realizador e produtor de cinema norte-americano, nasceu em Cleveland, no dia 26 de Janeiro de 1925.
Fez pequenas peças teatrais no colégio onde estudou e, depois de se formar, esteve um ano na Yale Drama School, indo depois para Nova Iorque, onde frequentou a conhecida escola de formação de actores Actor's Studio.
Estreou-se na Broadway com “Picnic” (1953), o que lhe valeu um contrato com a Warner Brothers. O seu primeiro filme “Cálice Sagrado” (1954) foi um fiasco e Paul Newman chegou ao ponto de publicar um anúncio numa página inteira de um jornal, pedindo desculpas a quem tivesse visto o filme.
A partir do segundo filme (1956), os êxitos nunca mais pararam, tanto junto da crítica como do público. No fim dos anos 1950, consagrou-se como grande estrela de Hollywood com “Gata em Telhado de Zinco Quente”. Na década seguinte tornou-se um líder das bilheteiras. “Golpe de Mestre / A Golpada” venceu o Óscar de melhor filme de 1973.
Foi igualmente produtor e realizador de vários filmes, tendo ganho o “Globo de Ouro” de Melhor Realizador com “Rachel, Rachel” em 1969. Nomeado nove vezes pela Academia como melhor actor, venceu em 1986 com “A Cor do Dinheiro”. No ano anterior tinha recebido um Oscar Especial pelo conjunto da sua carreira.
Nos anos 90 passou a dedicar-se mais à sua fábrica de molhos e condimentos "Newman's Own", com a qual terá ganho mais dinheiro do que no cinema, mas doando quase todos o lucros a instituições de apoio a crianças, drogados e alcoólicos.
Newman também é conhecido politicamente pelo seu apoio empenhado aos Democratas. É um apaixonado do automobilismo, onde chegou a obter um 2º lugar nas 24 horas de Le Mans (1979).
Está casado desde 1958 com a também actriz Joanne Woodward, o que é um recorde, indo a caminho dos 50 anos de casamento. Em Maio de 2007, anunciou o fim da sua carreira, vivendo actualmente em Connecticut.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A distracção do Cardeal

Os perigos dos conhecimentos "virtuais"

EFEMÉRIDEVirginia Woolf, feminista e uma das mais importantes escritoras inglesas, nasceu em Londres no dia 25 de Janeiro de 1882, tendo morrido em Lewes, em 28 de Março de 1941.
Filha de um editor, começou muito cedo a frequentar o mundo das Letras. Ela própria fundaria, em 1917, juntamente com o marido, uma editora que publicou muitas das suas obras e que revelou também alguns outros escritores célebres como T.S. Eliot.
Estreou-se na literatura em 1915 com “A Viagem” e posteriormente escreveu uma série de obras notáveis, que lhe valeu o título de "A Proust inglesa". O seu romance “Mrs. Dalloway” conta várias histórias, mistura a vida da própria autora numa das personagens e descreve um único dia da personagem principal, ocupada na preparação de uma festa. A sua obra mais conhecida terá sido “Orlando” publicada em 1928.
Virginia Woolf tinha frequentes crises depressivas. Especialistas actuais julgam que elas seriam devidas a abusos sexuais de que foi vítima em jovem, da parte de dois dos seus meios-irmãos. Em 1941, no auge de uma dessas crises, deixou um bilhete de despedida ao seu marido: "Tenho a certeza de estar a ficar louca. Sinto que não conseguiremos passar por novos tempos difíceis. E não quero revivê-los. Começo a escutar vozes e não consigo concentrar-me. Vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me muitas possibilidades de ser feliz. Estiveste presente como ninguém. Não posso lutar mais. Sei que estarei tirando um peso das tuas costas, pois, sem mim, poderás enfim trabalhar. Foste sempre paciente comigo e realmente bom. O que ficará é a certeza da tua bondade. Não posso atrapalhar a tua vida. Não acredito que duas outras pessoas pudessem ter sido tão felizes como nós». Depois, encheu as algibeiras de pedras e atirou-se a uma ribeira, perto de casa…

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

"A Fonte dos Desejos" - Benny Hill

EFEMÉRIDE Yves Navarre, escritor francês, suicidou-se em Paris no dia 24 de Janeiro de 1994. Tinha nascido em Condom, em 24 de Setembro de 1940. Recebeu o prestigioso Prémio Goncourt em 1980, com o livro “O Jardim de aclimatação”.
Depois de estudar Espanhol, Inglês e Literatura Moderna, Yves Navarre trabalhou em publicidade, dedicando-se só mais tarde à escrita. Iniciou uma carreira literária bastante produtiva, com “Lady Back” romance que tem por personagens os travestis, publicado em 1971.
O livro “Les Loukoums” tornou-o bastante conhecido em 1973. Seguiu-se a publicação de várias obras em que, frequentemente, o enredo gira à volta do amor entre dois homens. Escreveu igualmente várias peças de teatro. De 1981 a 1989 foi porta-voz do presidente francês Mitterrand, para assuntos relacionados com a homossexualidade.
Sentindo-se incompreendido como romancista, foi viver para o Quebec de 1990 a 1993, onde continuou a escrever. De regresso a França, atingido por profunda depressão, suicidou-se com uma elevada dose de barbitúricos, numa noite fria de Janeiro. Escrevera cerca de quarenta livros, entre romances (mais de 30), peças teatrais e autobiografias.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEStendhal, de seu verdadeiro nome Henri Beyle, escritor francês, nasceu em Grenoble no dia 23 de Janeiro de 1783. Morreu em Paris, vítima de um ataque de apoplexia em plena rua, em 23 de Março de 1842.
Foi criado por seu pai e por uma tia, visto ter ficado órfão de mãe aos sete anos. A partir de 1796 estudou na Escola Central de Grenoble, conseguindo o primeiro prémio de matemática três anos mais tarde. Cedo rejeitou as virtudes monárquicas e religiosas que lhe tentavam inculcar.
Abertamente republicano, acolheu com entusiasmo a execução do rei. Graças a um parente longínquo, que foi o seu protector, trabalhou no Ministério de Guerra e seguiu a carreira militar que no entanto o desiludiu, tendo-a abandonado em 1801.
Passou a aparecer em salões e teatros parisienses, sempre acompanhado de uma mulher diferente e começou, sem grande sucesso, a cultivar ambições literárias. Em péssima situação económica, voltou à vida militar entre 1806 e 1808. Admirador de Napoleão, exerceu cargos oficiais e participou nas campanhas imperiais. Em 1814 exilou-se em Itália, fixando residência em Milão, onde se pôde dedicar finalmente à vida literária, começando pela crítica de arte.
Quando terminou a perseguição aos aliados de Napoleão, em França, voltou a Paris, vivendo do que ganhava com a sua colaboração em revistas e jornais literários.
Começou a cimentar o seu nome de escritor graças à “Vida de Rossini” e “Racine e Shakespeare”, autêntico manifesto do Romantismo. Redigiu depois a sua primeira novela (“Armance”). Afectado de novo por uma má situação económica, conseguiu o cargo de cônsul, primeiro em Trieste e depois em Civitavecchia, enquanto se entregava definitivamente à literatura.
Em 1830 publicou a sua primeira obra-prima “O vermelho e o Negro”, uma crónica analítica da sociedade francesa. Em 1839 publicou uma outra: a “Chartreuse de Parme”, que escreveu em apenas dois meses e mereceu o elogio de Honoré de Balzac.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Louis Pergaud, romancista francês, nasceu em Belmont, em 22 de Janeiro de 1882. Morreu no dia 8 de Abril de 1915, depois da batalha de Woëvre na Primeira Guerra Mundial.
Em 1905, pediu a demissão de professor, devido aos protestos da população local que criticava a sua recusa em ir à missa e de ensinar o catolicismo. Foi para Paris onde continuou a carreira no Ensino, dedicando-se simultaneamente à sua maior paixão - a escrita.
Publicou o primeiro livro em 1910, a que se seguiu uma recolha de poemas e de novelas, que ganhou o Prémio Goncourt do mesmo ano. Em 1912 escreveu “A Guerra dos Botões”, a sua obra mais famosa, que teve mais de trinta reedições em França e foi adaptada três vezes ao cinema (1936, 1961 e 1994). Na primeira adaptação cinematográfica, uma das crianças protagonistas foi o cantor Charles Aznavour, então com apenas onze anos. Escreveu numerosas histórias sobre o reino animal, algumas só publicadas depois da sua morte.
Triste ironia do destino, ele - que era um pacifista, mesmo antimilitarista - foi mobilizado para a guerra, em vez de ser considerado reservista, por já ter cumprido o serviço militar doze anos antes. Ferido pelas balas alemãs, foi socorrido pelos próprios soldados inimigos que o levaram para um hospital provisório. O edifício seria no entanto bombardeado pelo exército francês, que ignorava a sua natureza. Louis Pergaud e muitos compatriotas contaram-se entre as vítimas mortais. O corpo nunca foi encontrado.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

O Eurodeputado

Aprenda a estacionar!!

Amigo da onça...

EFEMÉRIDE Peggy Lee, de seu verdadeiro nome Norma Deloris Egstrom, cantora, compositora, autora de canções e actriz norte-americana, faleceu em Bel Air (Califórnia) no dia 21 de Janeiro de 2002. Nascera em Jamestown (Dakota do Norte) em 26 de Maio de 1920.
Peggy é reconhecida como uma das maiores influências musicais do século XX, tendo influenciado as obras e actuações de Paul McCartney, Madonna, Elvis Costello e muitos outros. Como compositora colaborou com vários músicos, entre os quais Duke Elligton que disse um dia «Se eu sou o Duque, então Peggy é uma Rainha…». Como actriz foi nomeada para os Óscares.
Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Judy Garland, Dean Martin, Bing Crosby e Louis Armstrong citavam-na como uma das cantoras suas preferidas.
Filha mais nova de uma família com sete filhos, Lee procurou na música um modo de escapar à loucura da sua madrasta que lhe batia. Começou por trabalhar numa rádio patrocinada por um restaurante que lhe pagava a sua colaboração com comida. Durante e após os seus estudos trabalhou em quase toda a espécie de empregos. Cansada porém dos maus-tratos, abandonou a família e foi para Los Angeles.
No princípio da década de 1940 gravou os seus primeiros êxitos. Cantou com Benny Goodman em dois filmes. Colaborou com a discográfica “Capitol” durante mais de trinta anos, somando êxitos após êxitos.
Compôs inúmeras canções de sucesso, inclusivamente para filmes de Walt Disney, em que também deu a voz a vários personagens.
Quando a Juventude começou a interessar-se pelo rock'n'roll, ela foi um dos pilares da “Capitol” e também uma das primeiras a reconhecer o novo género de canção.
Foi nomeada para doze Grammy Awards, tendo ganho o de “Melhor Voz Feminina” com uma canção de 1969 e o “Grammy Lifetime Achievement Award” em 1995. Continuou a cantar até aos anos 1990, actuando por vezes já numa cadeira de rodas, espantando os críticos e o público. Morreu devido a complicações derivadas da diabetes e a uma crise cardíaca aos 81 anos.

domingo, 20 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDED. Sebastião I, 16º rei de Portugal, nasceu em Lisboa no dia 20 de Janeiro de 1554. Morreu em Alcácer-Quibir (Ksar el-Kébir) em 4 de Agosto de 1578, portanto apenas com 24 anos. Sebastião era uma criança frágil, julga-se que por ter na sua origem vários casamentos consanguíneos. Havia mesmo casos de demência na família, como por exemplo o de sua bisavó rainha Joana, a “Louca”, de Espanha.
Neto de D. João III, tornou-se herdeiro do trono depois da morte de seu pai, o príncipe João de Portugal, ocorrida duas semanas antes do seu nascimento. Tornou-se rei com a idade de três anos. Por ser um herdeiro tão esperado, para dar continuidade à Dinastia de Avis, ficou conhecido como “O Desejado”. Mais tarde passou também a ser lembrado como “O Encoberto” porque, segundo uma lenda, reapareceria numa manhã de nevoeiro, para salvar a nação.
Tendo crescido sob a educação dos Jesuítas, tinha grande fervor religioso e ocupava o seu tempo em caçadas, rodeado de bajuladores que o ajudaram a desenvolver uma personalidade extremamente teimosa. Assumiu a governação com catorze anos e os seus únicos interesses eram as batalhas, as conquistas e a expansão da Fé, dedicando quase ou nenhum tempo à governação do vasto império.
Manter algumas praças em Marrocos era apenas uma questão de prestígio e tradição, dada a ausência de interesses comerciais nessa época, mas isso pouco interessava ao jovem D. Sebastião. Tanto temerário como insensato, a sua grande ambição era conquistar Marrocos e iniciar uma nova cruzada contra os mouros do Norte de África.
Contra a opinião de Filipe II de Espanha, seu tio, começou a preparar uma expedição contra os marroquinos da cidade de Fez. O exército português desembarcou em Marrocos em 1578. Desprezando os conselhos dos seus generais, rumou imediatamente para o interior. Na consequente batalha de Alcácer-Quibir, os portugueses sofreram uma humilhante derrota e D. Sebastião acabou por morrer, não se sabe bem se durante a batalha ou se executado depois dela terminar. Este desastre teve graves consequências para Portugal e dos 17 000 efectivos do seu exército terão regressado menos de sessenta homens.
O seu sucessor Cardeal D. Henrique morreu sem deixar descendentes e, de 1580 a 1640, Portugal ficou sob o domínio espanhol.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Bebé com ideias fixas... e teimoso!

EFEMÉRIDE Fiama Hasse Pais Brandão, poetisa, dramaturga, ficcionista e ensaísta portuguesa, morreu em Lisboa, no dia 19 de Janeiro de 2007. Nascera também em Lisboa, em 15 de Agosto de 1938.
Estudou Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, tendo sido uma das fundadoras do Grupo de Teatro de Letras.
Teve uma estreia literária auspiciosa, pois o seu primeiro livro “Em Cada Pedra Um Voo Imóvel” ganhou o Prémio Adolfo Casais Monteiro, em 1957. É considerada uma das mais importantes escritoras do “Movimento 1961” que revolucionou a poesia nos anos 60. Foi igualmente premiada em 1996 com o Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores. O livro “Cenas Vivas” foi distinguido em 2001 com o prémio literário do P.E.N. Clube Português.
A sua actividade teatral iniciou-se em 1964 com um estágio no Teatro Experimental do Porto. Dez anos mais tarde, foi uma das fundadoras do Grupo Teatro Hoje, sendo a sua primeira encenadora com “Marina Pineda” de Federico García Lorca. Em 1961 recebeu o Prémio Revelação de Teatro com “Os chapéus-de-chuva”. É autora de várias peças de teatro, algumas já representadas em Lisboa, no Rio de Janeiro e em Nancy.
Traduziu várias obras de língua alemã, de língua inglesa e de língua francesa, de Bertold Brecht, Antonin Artaud, Novalis e Anton Tchekov, entre outros.
Colaborou em várias publicações, de que se salienta: Seara Nova, Cadernos do Meio-Dia, Brotéria, Revista Vértice e Colóquio-Letras. Fez pesquisa histórica e literária sobre o século XVI em Portugal.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Peça Infantil : Convite de Sofia Nicholson, uma boa amiga.
Que esperam para levar as vossas crianças?

EFEMÉRIDECharles-Louis de Secondat, barão de La Brède e de Montesquieu, moralista, percursor da sociologia, pensador político, filósofo e escritor francês, nasceu perto de Bordéus, em 18 de Janeiro de 1689. Os pais escolheram um mendigo para seu padrinho, para que ele se lembrasse toda a vida que os pobres são nossos irmãos. Morreu em Paris, em 10 de Fevereiro de 1755, vítima da febre-amarela, quando já tinha perdido quase totalmente a visão.
Estudou Direito e foi conselheiro do Parlamento de Bordéus. Apaixonou-se também pelas ciências e fez várias experiências no domínio da anatomia, botânica e física.
Foi eleito para a Academia Francesa em 1728, percorrendo depois a Europa numa série de longas viagens, prestando especial atenção à geografia, economia, política e costumes de cada país. Antes de 1735, foi iniciado na franco-maçonaria em Inglaterra.
Tornou-se famoso pela sua “Teoria da Separação dos Poderes”, actualmente consagrada em muitas das modernas constituições nacionais (Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, bases da Democracia). Curiosamente, defendia a possibilidade da Mulher poder governar mas, ao mesmo tempo, afirmava que ela não podia ser a responsável pela família.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEPatrice Émery Lumumba, líder africano independentista e, em 1960, Primeiro-ministro eleito da República Democrática do Congo (ex Congo Belga), morreu no Katanga, em 17 de Janeiro de 1961. Nascera em Onalaua, no dia 2 de Julho de 1925.
Frequentou uma escola de missionários e uma missão protestante dirigida por religiosos suecos. A Bélgica, então potência colonial, só proporcionava aos nativos um ensino rudimentar. Lumumba lia muitos livros, interessando-se sobretudo sobre a Revolução Francesa e a História do Haiti, dos Estados Unidos e da União Soviética. Foi empregado de escritório numa empresa mineira e posteriormente jornalista.
Em 1954, recebeu o seu cartão de “matriculado”, honra concedida apenas a cerca de 200 negros, entre os 13 milhões de habitantes da época. Compreendeu rapidamente que o seu país era um fornecedor importante de matérias-primas e que a potência colonial evitava que os nativos tomassem consciência das enormes potencialidades do Congo.
Em 1958, criou o Movimento Nacional Congolês e participou na Conferência Pan-africana de Accra. Lumumba foi preso, depois libertado e fez parte de reuniões organizadas pelas autoridades belgas, para discussão do futuro da colónia. Inesperadamente, em 1960, a Bélgica concedeu a independência ao Congo. O rei Balduíno da Bélgica disse então que «cabia aos congoleses mostrar que eram dignos da confiança neles depositada», ao que Patrice Lumumba respondeu, dizendo que a independência política não era o suficiente para libertar a África de seu passado colonial, era preciso também que ela deixasse de ser controlada economicamente pela Europa. Esta declaração alarmou as potências Ocidentais, cujas grandes empresas tinham importantes investimentos no Congo, que era um país rico em muitos minerais preciosos. Lumumba, não encontrando apoio no Ocidente nem da ONU quando da guerra civil no Katanga, viu-se obrigado a recorrer à União Soviética.
Soldados negros revoltaram-se e mataram oficiais brancos, o que levou á fuga da maioria dos quadros belgas. A Bélgica enviou tropas para proteger os seus nacionais, sobretudo na zona mineira do Katanga, apoiando a secessão desta porção de território, levada a cabo por Moïse Tshombé.
Cerca de dez semanas após a sua eleição, Lumumba foi deposto por um golpe de estado de Mobotu, detido e assassinado, com a conivência dos belgas, facto confirmado por documentos entrados entretanto no domínio público.
Lumumba foi homenageado após a sua morte por toda a comunidade dos países não alinhados e mesmo por Mobotu, um dos seus carrascos, que acabou por o consagrar herói nacional. O regresso ao Congo da sua esposa Pauline e dos seus cinco filhos, que se tinham exilado no Egipto, foi um acontecimento nacional. O dia da sua morte é actualmente feriado congolês.
O escritor Jean-Paul Sartre disse de Lumumba: Com a sua morte, desapareceu o Homem mas nasceu um símbolo de África.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEJosé Eugénio Soares, conhecido por Jô Soares, humorista, actor, director de teatro e apresentador de televisão brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro, em 16 de Janeiro de 1938. Dedica-se igualmente à literatura e à pintura, tendo mesmo exposto na Bienal de 1967, no MUBE (São Paulo) e na Casa França - Brasil (Rio de Janeiro).
Curiosamente, na juventude, dizia que queria ser diplomata, tendo estudado no Rio e na Suiça, justamente com esse objectivo. Cedo concluiu porém que o seu senso humorístico e a sua criatividade eram qualidades mais adequadas a uma outra carreira.
Sobressaiu num programa de televisão e participou em algumas comédias de cinema na década de 1960. Participou também em programas de vários canais de televisão, como participante, actor e redactor.
Na Rede Globo foi estrela principal de vários programas que ultrapassaram fronteiras, sendo muito populares também em Portugal: “Faça Amor, Não Faça a Guerra”, “Planeta dos Homens” e “Abaixo o Regime e Viva o Gordo”, entre outros. Apresenta actualmente o “Programa do Jô”, um talk-show muito conceituado.
É autor de vários livros, incluindo romances (“O Xangô de Baker Street”, adaptado ao cinema, “O Homem que Matou Getúlio Vargas” e “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras”). Escreveu igualmente algumas peças teatrais. Foi colunista da revista “Veja” durante muitos anos. Já apresentou mais de dez mil entrevistas na televisão, número atingido em 2006.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O melhor é mesmo não fumar! (apanhados)

Ao abreviar, cuidado com as iniciais...

(" Porra que ainda sou processado!! ")

EFEMÉRIDERosa Luxemburgo, escritora, filósofa marxista e militante revolucionária polaca, morreu em Berlim, no dia 15 de Janeiro de 1919. Nascera em Zamość, perto de Lublin, em 5 de Março de 1871. De família judaica, participou na fundação de um grupo de tendência marxista, que viria a tornar-se mais tarde no Partido Comunista da Alemanha. Tornou-se, em 1897, uma das primeiras mulheres a doutorar-se em Ciências Políticas e foi assassinada brutalmente por lutar pelos seus ideais.
Imbuída desde muito jovem de um espírito libertário, que muitos consideravam como rebeldia, iniciou a sua militância política no Partido Revolucionário Proletário.
Em 1880, exilou-se na Suiça para evitar uma detenção eminente e ali esteve durante nove anos, aproveitando para frequentar a Universidade de Zurique. Em 1892, participou na fundação do Partido Socialista Polaco, rompendo com o mesmo dois anos mais tarde, fundando então a Social-democracia do Reino da Polónia e a revista "A Causa Operária”.
Rosa casou-se, em 1897, com Gustav Lueck, filho de um amigo, a fim de adquirir a cidadania alemã. O casamento durou apenas 5 anos, o tempo mínimo estabelecido pela legislação do país, findo o qual se divorciaram. Fixou-se então em Berlim, tornando-se figura proeminente do socialismo europeu. Falava fluentemente polaco, russo, alemão, francês e a língua judaica.
Teve uma intensa actividade política que a levou a várias dissidências e prisões. No dia 9 de Janeiro de 1919, Berlim encontrava-se em estado de sítio. Rosa Luxemburgo, perseguida, sabia que já não tinha muito mais para onde fugir. Mudava constantemente de esconderijo e havia empresários de extrema-direita que ofereciam recompensas a quem a denunciasse. Acabou por ser presa, agredida com coronhadas e colocada num carro com destino desconhecido. Durante o percurso foi baleada na cabeça e atirada para um curso de água.
Deixou várias obras, algumas traduzidas para português: Liberdade de Crítica, Reforma ou Revolução, A Causa da Derrota, O Socialismo e as Igrejas, A Socialização da Sociedade e A Ordem Reina em Berlim, esta datada precisamente da véspera do seu assassinato.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Lewis Carroll, de seu nome verdadeiro Charles Lutwidge Dodson, matemático, fotógrafo e escritor inglês, faleceu em Guildford, no dia 14 de Janeiro de 1898. Nascera em Daresbury, no Lancashire, em 27 de Janeiro de 1832.
Professor de matemática, era solteirão e excêntrico, gostava de escrever textos “nonsense” e apreciava a companhia das crianças.
Entre as suas obras literárias, salienta-se a universalmente conhecida “Alice no país das maravilhas” de 1865. Publicou várias outras versões ao longo dos tempos, algumas delas ilustradas.
Desde criança que gostou de marionetas e ilusionismo, continuando a fazer ”passes de mágica” pela vida fora, especialmente para o público juvenil. Interessou-se pela fotografia, quando esta arte dava ainda os primeiros passos. Gostava de inventar enigmas e jogos matemáticos (alguns integrados nos seus livros), adorava o Teatro e era frequentador assíduo de espectáculos de Ópera.
Diga-se, como curiosidade, que tinha onze irmãos, só dois se casaram e todos eram canhotos e gaguejavam.

Alegria e Liberdade na Estrada...

domingo, 13 de janeiro de 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕESRádio e Televisão” de 4/1/1964. Chegada a Lisboa de Dalida que vinha dar vários espectáculos no Casino do Estoril. Sou o segundo à esquerda, com o “Livro de Honra” debaixo do braço, para ser mais tarde assinado pela artista francesa. À esquerda Albert Marty, chefe de escala de então, e à direita Rafael Bello de MoraesPublic Relations”, os dois já desaparecidos.

BAÚ DE RECORDAÇÕESO Século ilustrado” de 8/3/1969: a noite em que Portugal tremeu. Madrugada de 27 para 28 de Fevereiro, tremor de terra com epicentro a 230 km a sudeste de Lisboa com a magnitude de 7,3 Richter. Sessenta segundos que pareceram minutos. Pessoalmente, eu e o meu colega Santana (KLM) saímos dos nossos escritórios para o corredor e, olhando-nos nos olhos, parecíamos tentar adivinhar para que lado o edifício ia cair: para o lado do parque de estacionamento ou para o lado das pistas do aeroporto. Quando tudo acalmou, descemos ao hall principal, onde começavam a chegar pessoas em pijamas e camisas de dormir… O grande candelabro do tecto continuava a abanar…
BAÚ DE RECORDAÇÕESParis Match” de 9/12/1967: a censura de então não deixou divulgar toda a grandeza da tragédia. Cerca de 500 mortes provocadas pelas cheias. A aldeia de Quintas, perto de Vila Franca de Xira, foi uma das localidades mais atingidas pelo dilúvio: 90 mortos em 140 habitantes. Chovia desde sexta-feira sem parar. Sábado, a chuva aumentou de intensidade acompanhada de um vento violento. As águas do Tejo subiram quatro metros e meio. Habituados às cheias, os habitantes só se assustaram verdadeiramente à noite, quando faltou a electricidade e os telefones. Numa zona de 50 km tudo foi devastado. A lama, como um lençol de morte, cobriu a natureza e os homens. Na imagem, uma porta arrancada vai servir de maca para transportar um cadáver esculpido na lama que o tinha recoberto.

BAÚ DE RECORDAÇÕES – “Paris Match” de 14/3/1960: Agadir transformada num gigantesco cemitério. A cidade que fora um paraíso marroquino, à sombra de eucaliptos e de palmeiras, tinha sido sacudida por um violento tremor de terra que a deixou completamente em destroços. Os abutres esvoaçam e as epidemias são uma ameaça. A temperatura ronda os 35 graus à sombra. Já não se sabe onde eram as ruas e os prédios. Apenas se vêem ruínas.
EFEMÉRIDEO Tratado de Madrid foi assinado na capital espanhola, em 13 de Janeiro de 1750, entre os reis de Portugal e de Espanha, para definir os limites entre as então “colónias sul-americanas”, para pôr fim às constantes disputas. Simultaneamente, substituiu o Tratado de Tordesilhas, que já não era respeitado na prática.
As negociações privilegiaram a utilização de rios e montanhas para demarcação das fronteiras e consagrou o princípio de que “quem possui de facto, deve possuir de direito”, delineando os contornos aproximados do Brasil de hoje.
Portugal cedeu a Colónia do Sacramento e as suas pretensões ao estuário da Prata e, em contrapartida, recebeu os actuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o actual Mato Grosso do Sul, a imensa zona compreendida entre o alto Paraguai, o Guaporé e o Madeira de um lado e o Tapajós e Tocantins do outro, regiões então ainda desabitadas e que não pertenceriam aos portugueses, se não fossem as negociações do tratado. Para a região mais disputada, o Sul, os portugueses já tinham enviado, em 1746, famílias açorianas para garantir a posse do terreno. Os primeiros sessenta casais fundaram o Porto dos Casais, mais tarde Porto Alegre.
O tratado determinou que haveria sempre paz entre as colónias, mesmo quando as metrópoles estivessem em guerra; a Capital do Brasil foi mudada de Salvador para o Rio de Janeiro; foi dada a Portugal a posse da Amazónia e foi definido o Rio Uruguai como fronteira entre o Brasil e a Argentina.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Telejornal Brasileiro - Riso Incontido

BAÚ DE RECORDAÇÕESParis Match” de 26/10/1957: um novo vulcão surgiu no mar dos Açores. O enviado especial desta revista, guia de uma “Escola de Alta Montanha”, foi o primeiro a fazer a ascensão da cratera ainda em chamas. A “Ilha Nova”, como então fora chamado, proporcionara aos açorianos, nos últimos dias de Setembro de 1957, um espectáculo apocalíptico. Depois, no princípio de Outubro, uma mudança súbita dos ventos fez cair sobre o Faial um dilúvio de cinzas e de pedras, algumas com mais de cinquenta quilos. O Vulcão dos Capelinhos trazia assim a miséria aos pescadores e a fome aos homens e ao gado. Passou-se há mais de meio século!

EFEMÉRIDEJack London, de seu verdadeiro nome John Griffith Chaney, escritor norte-americano, nasceu em São Francisco, no dia 12 de Janeiro de 1876. Morreu, também na Califórnia, em 22 de Novembro de 1916. Segundo algumas fontes ter-se-ia suicidado por envenenamento, mas hoje acredita-se que morreu de uma doença (excesso de ureia no sangue) que o afligia desde as viagens que fez pelo Pacífico. Entre os seus livros salienta-se “O Grito da Selva”, “Caninos Brancos” e “O Lobo-do-Mar”.
Foi criado por uma antiga escrava, abandonou os estudos aos catorze anos e iniciou uma vida aventureira, tendo tido várias ocupações antes de seguir a carreira literária. Foi pescador, operário, revolucionário marxista, dono de uma fábrica de sumos mal sucedida, correspondente de guerra na Coreia, marinheiro e vagabundo. Navegou por terras distantes, o que lhe trouxe matéria para os seus futuros contos e romances. Autodidacta, procurou instruir-se lendo muito. Viveu no Canadá em 1897, durante a Corrida ao Ouro, tornando-se então escritor. Foi um dos primeiros americanos a fazer fortuna com a literatura. Escreveu mais de cinquenta livros.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEAlan Stewart Paton, escritor sul-africano, nasceu em Pietermaritzburg, no dia 11 de Janeiro de 1903, tendo morrido em Durban, em 12 Abril de 1988.
A família descendia de colonos ingleses e os pais pertenciam a uma comunidade religiosa protestante. Licenciou-se em Ciências na Universidade do Natal, obtendo igualmente um diploma de Ensino. Foi professor de liceu e, de 1935 a 1948, foi responsável de um centro de reeducação para jovens delinquentes. Introduziu nesta Instituição várias reformas progressistas, tornando mais brandas as condições de vida e propondo saídas precárias em caso de boa conduta. Os dormitórios eram mais abertos e alguns jovens tinham autorização para trabalhar no exterior. Autorizou igualmente o alojamento em famílias de acolhimento, sob controlo da Instituição.
Alan Paton quis alistar-se no exército durante a 2ª Guerra Mundial mas não foi aceite. Decidiu então viajar à sua custa para descobrir sistemas educativos estrangeiros e principalmente centros de reeducação. Visitou assim parte da Europa e os Estados Unidos. Quando esteve na Noruega, começou a escrever o seu primeiro romance “Chora, oh País bem amado”. Acabou-o em 1946, já em São Francisco, onde encontrou igualmente um editor. Entre as suas obras mais emblemáticas figura o livro “Terra Mártir” publicado em 1948.
Voltara à África do Sul em 1947 e, seis anos mais tarde, fundou o “Partido Liberal Sul-Africano” que militava pacificamente contra o apartheid. Foi seu presidente de 1956 a 1968, ano em que o partido foi dissolvido, por terem sido proibidos os partidos multiraciais. Reformou-se em Botha's Hill, na sua província natal, abandonando a política e a vida literária.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Jaroslav Seifert, escritor, poeta e jornalista checo, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 1984, morreu em Praga, no dia 10 de Janeiro de 1986, tendo nascido na mesma cidade, em 23 de Setembro de 1901. As suas obras mais conhecidas no Ocidente são: "As mãos de Vénus" (1936) e "Chapéu-de-chuva” (1978).
Publicou a sua primeira recolha de poemas em 1921. Nos anos 1920 foi considerado líder da vanguarda artística da Checoslováquia e um dos fundadores do movimento artístico Devětsi.
Em 1940, abandonou o jornalismo e consagrou-se inteiramente à literatura. Ganhou vários prémios de Poesia e, em 1967, foi nomeado “Artista Nacional”, embora tivesse sido excluído do Partido Comunista por divergências ideológicas, em 1929. Foi Presidente da União dos Escritores Checoslovacos de 1968 a 1970, ano em que entrou de novo em colisão com o Partido. Traduziu para checo vários autores franceses.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

O futebol "desata as línguas" e depois sai mer*a...

EFEMÉRIDELuísa Todi, de seu verdadeiro nome Luísa Rosa de Aguiar, cantora lírica portuguesa, nasceu em Setúbal, no dia 9 de Janeiro de 1753. Morreu em Lisboa em 1 de Outubro de 1833. Foi a meio-soprano portuguesa mais célebre de todos os tempos.
Aos catorze anos já fazia teatro musicado e, juntamente com a sua irmã Cecília, cantou óperas cómicas, como as personagens de Tartufo de Molière.
Em 1769, com apenas dezasseis anos, casou com um violinista de Nápoles, que lhe deu o apelido e a incentivou a aprender canto, com um conhecido mestre de capela português. Veio a actuar em todas as cortes europeias, ganhando renome internacional.
A sua estreia nacional teve lugar na corte portuguesa de D. Maria I e a internacional no King’s Theatre de Londres. Em 1778 cantou em Paris e Versalhes, sendo aclamada dois anos depois em Turim, onde assinou um contrato como prima-dona. Foi considerada desde logo uma das melhores vozes de sempre.
Continuou as suas actuações no estrangeiro, com grandes êxitos na Áustria, Alemanha e Rússia. Voltou a Portugal em 1783, regressando depois a Paris.
Foi convidada para se fixar na Rússia, com o maridos e os filhos, na corte de Catarina II, onde ficou de 1784 a 1788, sendo presenteada com jóias fabulosas. Como reconhecimento, escreveram especialmente para a Imperatriz a ópera “Pollinia”. De 1787 a 1789 foi convidada por Frederico Guilherme II da Prússia, que lhe proporcionou um contrato principesco, aposentos no palácio real, carruagem e mesmo os serviços dos seus próprios cozinheiros.
Percorreu a Alemanha, onde terá sido ouvida por Beethoven , e cantou em muitas cidades italianas.
Luísa Todi cantava na perfeição em cinco línguas: português, francês, inglês, italiano e alemão. Pôs ponto final na sua carreira internacional em Nápoles e regressou a Portugal, onde ainda actuou no Porto em 1801. Enviuvou em 1803. Viveu na capital nortenha, onde viria a perder todas as suas jóias no célebre acidente da Ponte das Barcas, quando da fuga durante as invasões napoleónicas em 1809. Veio viver para Lisboa em 1811, onde ficou até ao final da sua vida, com grandes dificuldades e quase cega. Além disso, alguns dos filhos morreram e uma filha foi internada num hospício para doentes mentais.
Setúbal dedicou-lhe um monumento e deu o seu nome a uma das principais avenidas da cidade.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕESA empresa Auto-Industrial SARL publicou, na década de 1970, um curioso (e valioso) álbum intitulado “O Jornal do Dia” , em que historiava, com excelentes textos e fotografias, os primeiros setenta anos do século.
Folheando-o novamente, quase quarenta anos depois, relembro entre outros acontecimentos: a fundação do Real Automóvel Clube de Portugal (1903); o começo da construção da Estátua do Saldanha (1904); a existência do ”Homem Macaco”, na realidade Albano de Jesus, um conhecido ”nevrótico” que, em momentos de crise, fazia cabriolas, saltava muros de dois metros, bebia baldes cheios de água e saltava para cima de carros eléctricos (1904); em viagem a Londres, D. Carlos dominou a pulso um cavalo desenfreado, salvando simultaneamente a vida do condutor de uma carruagem (1904); um leopardo fugiu do Jardim Zoológico lisboeta e só foi abatido depois de ferir gravemente um soldado (1905); a maioria da população de Lisboa continuava a deliciar-se nas praias de Algés, Dafundo, Cruz Quebrada e Paço d’Arcos. Os mais afortunados alugavam casas na Cruz Quebrada… (1906); num “acto de extrema audácia” , um automóvel atingiu a velocidade de 57 km / hora (1906); Afonso Costa e o Conde de Penha Garcia defrontaram-se em duelo 1908); assassinado D. Carlos (1908); proclamada a República (1910); Teófilo Braga, Presidente do Governo, continuava a utilizar o eléctrico nas suas deslocações (1910); um português (Alberto Antunes) inventou um automóvel movido a ar comprimido, sem ruído, sem cheiro e sem fumo (1911); inaugurado o Teatro Politeama (1913); projectada a construção do Parque Eduardo VII (1914); Portugal entrou na 1ª Grande Guerra Mundial (1916); Almada Negreiros foi correspondente de guerra de “O Século” (1917); celebrações do Armistício (1918); Gago Coutinho e Sacadura Cabral concluíram a travessia aérea de Lisboa ao Rio de Janeiro (1922); iam iniciar-se as carreiras comerciais aéreas em Portugal (1925); rebentou o escândalo das notas falsas, envolvendo Alves dos Reis (1925); primeira demonstração pública de Televisão em Nova Iorque (1927); Maria de Lourdes Sá Teixeira foi a primeira portuguesa a obter o brevet de aviadora (1928); Salazar ascendeu a Presidente do Ministério (1932); Carlos Bleck iniciou a sua viagem aérea até à Índia (1934); inaugurado o monumento do Marquês de Pombal (1924); Trindade e Nicolau continuavam a travar duelos de gigantes no ciclismo português (1936); abriu a Feira Popular (1932); a Paz voltou à Europa e ao Mundo (1945); Prémio Nobel de Medicina para o Professor Egas Moniz (1949); aviões a jacto atravessaram os céus de Lisboa (1953); Von Braun afirmou que o homem pisaria a Lua em 1977 (1955); a Televisão chegou a Portugal (1955); a rainha Isabel de Inglaterra visitou o nosso País (1957); inauguração do Metropolitano de Lisboa (1960); assinado o contrato para a construção da Ponte sobre o Tejo (1963); Américo Tomás visitou Angola (1963); o Teatro D. Maria transformou-se num braseiro, salvando-se apenas as paredes (1964); Marcelo Caetano visitou o Brasil (1969) e, avançado no tempo, contrariando as previsões de Von Braun, o Homem chegou à Lua em 1969, oito anos antes do previsto.
EFEMÉRIDE Marco Polo, viajante veneziano do fim da Idade Média, um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda, morreu na então República de Veneza, em 8 de Janeiro de 1324, tendo nascido também em Veneza no dia 15 de Setembro de 1254. Os seus relatos das viagens pelo Oriente foram durante largos tempos uma das poucas fontes de informação sobre os territórios asiáticos.
Em 1271, juntamente com o seu pai e um tio, dirigiu-se à corte do imperador Kūbilaï Khān, neto do poderoso Gengis Khān e, ao seu serviço, percorreu a Turquia, Arménia, Geórgia, Rússia, Ásia Central, Iraque, Irão, Afeganistão, Cachemira, Himalaias, Turquestão, Tartária, Indochina, Japão, Sumatra, Indonésia, Vietname, Birmânia, Tailândia, Ceilão, Índia, Arábia, Madagáscar, África, Tibete e China, onde Marco Polo ficou durante dezassete anos (1274-1291).
Regressado a Veneza, com uma grande fortuna em pedras preciosas, comandou uma galera na guerra contra Génova, acabando por ser feito prisioneiro. Durante o cativeiro, ditou as suas aventuras a um companheiro de prisão, o que veio a constituir o primeiro documentário geográfico e etnográfico sobre os países e os povos da Ásia. O “Livro de Marco Polo”, publicado em 1298, foi depois traduzido para várias dialectos italianos e línguas estrangeiras. A primeira tradução portuguesa surgiu em 1502. Ainda hoje não é bem claro se as histórias narradas foram todas vividas por Marco ou ouvidas de outros viajantes. A par de diversas aventuras, são descritas organizações económicas, narrado o desenvolvimento de estradas e transportes, nomeadas técnicas militares e o aparecimento do papel-moeda. Muita gente tentou fazer crer que Marco Polo efabulava muitas das suas descrições, mas o futuro viria a provar o contrário na maioria das vezes.
Em homenagem ao seu mais ilustre concidadão, os venezianos deram o seu nome ao aeroporto internacional de Veneza e também as notas de 1 000 liras tiveram durante muito tempo a sua efígie.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕES – Na década de 1950, o magazine italiano “Tempo” publicou um número especial, para passar em revista a primeira metade do século em Itália. Entre muitos outros acontecimentos, o assassinato de Umberto I, avô de Umberto II que viveu depois exilado em Cascais; a morte de Giuseppe Verdi; as duas Grandes Guerras Mundiais; a subida e queda do fascismo; Sacco e Vanzeti, dois operários comunistas, condenados à morte nos Estados Unidos e, embora sem provas, executados em 1927; nascimento do Estado do Vaticano em 1929; intervenção italiana na Guerra Civil Espanhola; morte do poeta Gabriele d’Annunzio; execução de Mussolini e da sua amante, etc.
Os filmes de Totó trouxeram um pouco de alegria à Itália pós-guerra; Gina Lollobrigida classificou-se em 3º lugar num concurso de beleza e enveredou pela carreira cinematográfica.
Quase no final deste meio século, o avião que transportava a equipa de futebol do Torino, tetra-campeão italiano e uma das melhores equipas mundiais, chocou com a colina de Superga, não havendo sobreviventes. Regressava de Portugal, onde tinha defrontado o Benfica em jogo de homenagem ao capitão benfiquista Francisco Ferreira. Na imagem, as esposas confortam-se e, ao lado, os atletas que não mais voltariam a pisar os estádios por onde tinham passeado a sua classe, ao serviço do Torino e da Selecção Italiana. Aconteceu em 4 de Maio de 1949.

EFEMÉRIDE Inês de Castro, nobre espanhola, amante do futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve vários filhos, foi executada em Coimbra no dia 7 de Janeiro de 1355, por ordem de D. Afonso IV, pai do príncipe Pedro. Nascera na Galiza em 1320.
Inês de Castro, que era filha de um fidalgo galego e de uma dama portuguesa, chegou a Portugal em 1340, como aia de Constança Manuel que iria casar com o príncipe Pedro, herdeiro do trono português. Este apaixonou-se, no entanto, por Inês, pouco tempo depois, negligenciando a mulher legítima e pondo em perigo as relações entre Castela e Portugal.
Sendo o romance Inês / Pedro vivido às claras e tendo D. Afonso IV promulgado leis contra este tipo de relações, foi decretado o exílio de Inês num Castelo na fronteira espanhola (1344). A distância não apagou a chama daquele amor e eles continuaram a corresponder-se. Pedro enviuvou e aproveitou o facto para fazer voltar Inês do exílio. Em vão D. Afonso IV tentou organizar outro casamento para o seu filho. Decidiu então que a melhor solução era pura e simplesmente eliminar Inês. Aproveitando a ausência de Pedro numa caçada, enviou Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco para a executar em Coimbra, o que eles fizeram degolando-a. O facto provocou uma guerra civil.
Após se ter tornado oitavo rei de Portugal em 1357, D. Pedro I legitimou os filhos que tivera com Inês e declarou ter-se casado secretamente com ela em 1354, a palavra do rei e do seu capelão tendo sido as únicas provas desse casamento.
Dois dos assassinos de Inês foram apanhados e executados na presença do rei, que lhes fez arrancar o coração, um pelo peito e outro pelas costas.
D. Pedro I fez construir dois túmulos no Mosteiro de Alcobaça, um em frente do outro, “para que ele e Inês se possam olhar nos olhos no dia do juízo final”. Ali estão sepultados até aos nossos dias. A vida de Inês de Castro foi imortalizada em prosa e verso por vários escritores portugueses, espanhóis e franceses.

domingo, 6 de janeiro de 2008

BAÚ DE RECORDAÇÕES – “L’Express” de 27/10/1979. 25 anos depois da rebelião de Novembro de 1954 na Argélia, a França recorda um quarto de século, entre remorsos e vontade de esquecer. Os Acordos de Évian de 1962 tinham posto fim à guerra e um referendo realizado no mesmo ano levara à independência do território. Ao terrorismo de esquerda seguira-se um período de terrorismo de extrema-direita. Houve um milhão de “retornados”, para utilizar a terminologia portuguesa. Uma nova nação tinha nascido. Há poucos partos sem dor...
BAÚ DE RECORDAÇÕES – “Paris Match” de 21/4/1973: Pablo Picasso tinha morrido, deixando para a posteridade 15 000 quadros, 100 000 estampas, 34 000 ilustrações e 300 esculturas. Acabara a vida fabulosa de um homem que transformava em obras de arte tudo aquilo em que tocava.
BAÚ DE RECORDAÇÕES – “Paris Match” de 27/5/1967. Peregrinação histórica de Paulo VI a Fátima, cinquenta após as aparições. «Vim orar pela Paz» - disse perante um milhão e meio de peregrinos, “a maior concentração de fiéis da história do cristianismo”.


BAÚ DE RECORDAÇÕESA capa de “L’Express” de 6/11/1967 foi concebida e realizada pelo grande pintor Vasarely, pai da “Op Art”, para comemorar o 50º aniversário da Revolução Russa. Era a primeira vez que um pintor de renome internacional aceitava uma incumbência do género. A foice apresentava-se sob a forma de um ponto de interrogação “não dirigido à URSS, mas sim a todas as revoluções”. Por este trabalho, Vasarely quis receber apenas a importância que seria paga a um simples fotógrafo.

EFEMÉRIDEPaul Gustave Doré, pintor, desenhador e ilustrador francês, reconhecido internacionalmente, nasceu em Estrasburgo, no dia 6 de Janeiro de 1832. Faleceu em Paris, em 23 de Janeiro de 1883, vítima de crise cardíaca.
Começou a desenhar ainda criança, com treze anos, e um ano depois publicou o seu primeiro álbum "Os Trabalhos de Hércules”. Aos quinze anos já trabalhava como caricaturista no "Journal pour rire”.
Em 1849, após a morte do pai, passou a maior parte do tempo junto de sua mãe. Em 1851 fez algumas esculturas sobre temas religiosos e colaborou em várias revistas e jornais. Em 1854 foi publicada uma edição das obras de Rabelais, com uma centena de gravuras feitas por Doré. Entre 1861 e 1868 realizou a ilustração da “Divina Comédia” de Dante.
A sua grande paixão era mesmo ilustrar obras literárias, tendo ilustrado mais de cento e vinte, de autores como Honoré de Balzac, Miguel de Cervantes, Théophile Gautier, Victor Hugo, Jean de La Fontaine, Condessa de Ségur, Lorde Byron e Edgar Allan Poe. Ilustrou O Chapéuzinho Vermelho, O Gato de Botas, A Bela Adormecida, O Pequeno Polegar e Cinderela, entre outras obras-primas. Ilustrou igualmente a Bíblia.
Ganhou muito dinheiro a ilustrar livros e obras públicas, mas nunca deixou de desenvolver trabalhos que lhe davam apenas prazer pessoal. Gustave Doré morreu pobre, pois todo o dinheiro que havia ganho foi utilizado para pagar diversas dívidas. Deixou incompletas as ilustrações para uma edição não divulgada de Shakespeare. A sua obra, com mais de 10 000 peças, influenciou muitos dos ilustradores que lhe sucederam.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Quem ajuda a velhinha? (apanhados)

EFEMÉRIDE Carlos de Orleães, conhecido sobretudo pela sua obra poética, morreu em Amboise no dia 5 de Janeiro de 1465, tendo nascido em Paris em 24 de Novembro de 1394. Era irmão do rei Carlos VI de França. Escreveu mais de quinhentos poemas, a maioria dos quais produzidos durante os 25 anos em que foi prisioneiro de guerra dos ingleses.
Ascendeu a duque aos catorze anos e a mãe, no seu leito de morte, fê-lo jurar que vingaria a morte do pai, lutando contra os borgonheses. Acabou por ser um dos muitos nobres franceses que se feriram na batalha de Agincourt ocorrida em 1415. Feito prisioneiro, foi levado para Inglaterra como refém. As condições em que esteve preso não eram muito rígidas, mas não deixava de ser um cativeiro.
Só foi libertado em 1440, em virtude dos esforços de seus antigos inimigos Filipe II de Espanha e sua esposa Isabel de Portugal e mediante o pagamento de um resgate de 220 000 “écus”. Falava então melhor inglês do que a língua mãe, segundo se dizia. Foi pai aos 63, 68 e 70 anos no seu terceiro casamento. Os filhos chamavam-se Maria, Luís e Ana. Luís seria o futuro rei Luís XII de França.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDELouis Braille, inventor do sistema de escrita para cegos que recebeu o seu nome, nasceu em Coupvray, perto de Paris, em 4 de Janeiro de 1809, tendo falecido em Paris, no dia 6 de Janeiro de 1852, vítima de tuberculose.
Aos três anos, feriu-se no olho esquerdo e a infecção que se seguiu alastrou-se ao olho direito, provocando-lhe a cegueira total. Para que Louis levasse uma vida o mais normal possível, os pais e o padre da paróquia inscreveram-no numa escola. Louis tinha uma enorme facilidade em aprender tudo o que ouvia e foi por vezes escolhido mesmo como “chefe de turma”.
Aos dez anos ganhou uma bolsa de estudos de um “Instituto de jovens cegos”, cujo fundador fazia experiências com a gravação em alto-relevo de letras que possibilitassem a leitura pelos cegos. Com este sistema as crianças aprendiam a ler, mas não podiam escrever. Constatando as limitações do sistema, Louis Braille diria «Se os meus olhos não me deixam escrever informações sobre os homens e os eventos, sobre ideias e doutrinas, terei de encontrar uma outra forma».
Em 1821, Charles Barbier, um capitão reformado da artilharia francesa, visitou o Instituto e apresentou um sistema de comunicação, que consistia no uso de pontos em relevo e que tinha aplicações práticas no campo de batalha, quando era necessário transmitir e ler mensagens sem usar a luz, que poderia revelar as posições ao inimigo. Louis Braille dedicou-se de forma entusiástica ao método, efectuando melhorias e simplificando o código. Começou a ensiná-lo em 1824 e publicou-o em 1829. Exceptuando algumas pequenas modificações, o método mantém-se basicamente o mesmo até hoje.
Na época, muitas pessoas não se convenceram das vantagens do sistema, chegando a proibi-lo. Ele só seria adoptado oficialmente naquele Instituto dois anos após a morte de Louis Braille. A invenção seria finalmente reconhecida pelo Estado francês.
No centenário da sua morte, os seus restos mortais foram transferidos para o Panteão. As mãos ficaram, no entanto, enterradas no túmulo original, em homenagem à sua vila. Actualmente há pessoas com tanta prática que conseguem ler em “Braille” duzentas palavras por minuto.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDE Rosa Montero, jornalista e escritora espanhola, nasceu em Madrid no dia 3 de Janeiro de 1951. Seu pai era bandarilheiro mas abandonou os touros quando Rosa completou cinco anos, para montar uma fábrica de azulejos.
Começou a ler ainda muito pequena, quando esteve doente durante quatro anos, padecendo de tuberculose e anemia, só tendo começado a frequentar a escola aos nove anos. Aos 17 anos cursou Filosofia e Jornalismo, tendo feito também Teatro com grupos vanguardistas. Iniciou a colaboração em jornais durante as férias do Verão de 1969. Mais tarde colaboraria em numeroso periódicos trabalhando no jornal “El País” há mais de trinta anos.
Em 1978 ganhou o Prémio Manuel del Arco de Entrevistas concedido pela primeira vez a uma mulher. Publicou o seu primeiro romance aos 28 anos (Crónica do Desamor), tendo escrito até agora cerca de trinta livros.
Em 1980 foi nomeada directora de “El País Semanal” e, nesse mesmo ano, recebeu o Prémio Nacional de Periodismo, na modalidade de Artigos e Reportagens.
Em 1984 Rosa Montero foi um dos escritores mais vendidos em Espanha, juntamente com Vizcaíno Casas e Camilo José Cela. Em 1987 recebeu o Prémio Mundo de Entrevistas e, no ano seguinte, a sua novela “Amado amo” foi o livro mais vendido na Feira do Livro de Madrid. Tem escrito igualmente livros infantis. Juntamente com a compositora Marisa Machado, escreveu o libreto de uma ópera baseada na sua novela “Temblor”, estreada em Madrid em 1994 com o título “O Cristal de Água Fria”.
Ganhou o 1º Prémio Primavera de Narrativa com a obra “A Filha do Canibal” que foi o livro mais vendido em Espanha durante o ano de 1997. No ano seguinte vários dos seus livros foram lançados nos países de língua espanhola da América Latina. Em 1999 obteve o Prémio Círculo de Leitores do Chile.
Em 2005 a Associação da Imprensa de Madrid concedeu-lhe o Prémio Rodriguez Santamaría pela sua carreira profissional. No mesmo ano, a sua novela “A Louca da Casa” ganhou em Itália o Prémio Grinzane Cavou por ter sido considerada a melhor novela estrangeira.
Rosa Montero é actualmente considerada uma das representantes do “Novo Jornalismo”, mescla de informação e literatura.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEUrbano Duarte de Oliveira, militar, jornalista, cronista, humorista e dramaturgo brasileiro, nasceu em Lençóis, no dia 2 de Janeiro de 1855, tendo morrido no Rio de Janeiro, em 10 de Fevereiro de 1902. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Como militar, fez o curso de artilharia na Escola Militar, chegando ao posto de major em 1893. Fez parte do gabinete de química da Escola Superior de Guerra.
Dedicou-se desde cedo à vida literária, participando mesmo num “grupo de boémia” de que fazia parte Olavo Bilac.
Durante mais de vinte anos colaborou em vários jornais, destacando-se com um dos maiores humoristas brasileiros tanto na imprensa como no teatro.
Entre as suas obras literárias salienta-se “O anjo da vingança” (drama, em 1882), “O escravocrata” (drama, em 1884), “Os gatunos” (comédia, em 1884) e “Humorismo” (colectânea de algumas das suas crónicas, em 1895).

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

EFEMÉRIDEMaurice Béjart, de seu verdadeiro nome Maurice-Jean Berger, dançarino e coreógrafo francês, nasceu em Marselha, em 1 de Janeiro de 1927. Faleceu em Lausanne, no dia 22 de Novembro de 2007. Começou por seguir cursos de dança a conselho dos médicos e sonhou ser toureiro.
Fascinado com um recital de Serge Lifar decidiu dedicar-se unicamente à dança, entrando para a Ópera de Paris com catorze anos. Paralelamente, fez os seus estudos secundários e universitários, licenciando-se em Filosofia. O seu nome artístico foi uma maneira que arranjou de homenagear Molière, cuja mulher se chamava Armande Béjart.
Fundou em 1953 os “Ballets de l'Étoile”, que deram origem posteriormente ao Ballet-Théâtre de Paris. Depois do seu primeiro grande sucesso, “Sinfonia para um homem só” em 1955, foi convidado pelo Théâtre Royal de la Monnaie, em Bruxelas, para aí criar uma companhia de bailado. Ali nasceria a sua obra-prima - “Le Sacre du printemps”. Fundou o Ballet do Século XX, que maravilhou o mundo da dança durante três décadas, até ser transformado em 1987 no Béjart Ballet Lausanne. Ao longo da sua vida coreografou mais de 200 ballets. A sua última obra “A Volta ao Mundo em 80 Minutos”, ainda inacabada, foi estreada já depois da sua morte e em sua homenagem.
Béjart actuou por duas vezes em Lisboa, apresentando o mesmo bailado (Romeu e Julieta). Na primeira, em 1968, subiu ao palco após o espectáculo para anunciar o assassinato de Robert Kennedy e fazendo um discurso inflamado contra as ditaduras. Mais não foi necessário para que a polícia política o fosse buscar ao hotel durante a noite, deixando-o às 3 da manhã num posto fronteiriço espanhol. Em 1974, voltou a Portugal, logo a seguir à Revolução dos Cravos, apresentando a mesma obra, na mesma sala.
Em 1998, o Presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, agraciou-o com o Grande Oficialato da Ordem do Infante D. Henrique. Foi membro da Academia das Belas-Artes Francesa desde 1994.

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