sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Apanhados: a cobra fugiu!

The Platters - Only You

Saudosismo (musical)
EFEMÉRIDE Alain Calmat, patinador artístico, médico e político francês, nasceu em Paris no dia 31 de Agosto de 1940. É membro da Academia dos Desportos Francesa desde 1975.
Foi Vice Campeão Olímpico em 1964 (Innsbruck), Campeão do Mundo em 1965 (Colorado Springs), duas vezes Vice Campeão do Mundo (1963 e 1964), três vezes Campeão da Europa (1962/63/64) e cinco vezes Campeão de França (1958/1962/1963/1964/1965).
Começou a praticar a modalidade aos 9 anos de idade e deixou de a praticar aos 24. Foi depois presidente do Comité de Patinagem da Federação.
Era considerado um patinador de grande elegância, dotado de um sentido artístico inato, mas também de uma viva sensibilidade que o teria prejudicado sobretudo quando dos Jogos Olímpicos. Foi um exemplo de vontade e de coragem, pois tendo nascido num meio modesto, conseguiu graças ao seu trabalho persistente (treinava-se todas as manhãs a partir das 5 horas), ser um dos primeiros desportistas a aliar bons resultados desportivos e uma importante carreira profissional.
Quando dos Jogos Olímpicos de Grenoble em 1968, foi ele quem acendeu a chama olímpica na presença de 60 000 espectadores. Não tendo já sobre os seus ombros o peso da competição, Alain Calmat contribuiu para criar no seio da equipa de França um ambiente de descontracção, de convivialidade e de festa, graças aos seus talentos de cantor e de guitarrista (Calmat conhecia perfeitamente todo o reportório de Brassens).  
Como médico, trabalhou nos Hospitais de Paris, tendo participado na equipa que fez os primeiros transplantes cardíacos em França. Foi posteriormente chefe do Serviço de Cirurgia no Hospital de Montfermeil, anatomista no Departamento de Anatomia do Professor Christian Cabrol e professor do Colégio Hospitalar  Pitié- Salpêtrière (1983).
Foi ministro da Juventude e dos Desportos em 1984/86 e deputado de 1986 a 1993 e de 1997 a 2002. Foi eleito presidente da Câmara de Livry-Gargan (Seine-Saint-Denis) em 1995, sendo reeleito em 2001 e 2008.
Recebeu, entre outras condecorações, a Medalha da Academia dos Desportos em 1963, a Legião de Honra (Cavaleiro) em 1967, a Medalha de Ouro da Juventude e Desportos e a Comenda da Ordem Nacional de Mérito em 1976 e o Oficialato da Legião de Honra em 1984. 

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Teste de um Airbag na Rússia...
EFEMÉRIDEGlenn Ford, de seu verdadeiro nome Gwyllyn Samuel Newton Ford, actor americano de origem anglo-canadiana, morreu em Los Angeles no dia 30 de Agosto de 2006. Nascera no Quebeque em 1 de Maio de 1916.
Mudou-se ainda criança para Santa Monica, na Califórnia, tornando-se cidadão americano em 1939. Sentia-se atraído pela Medicina, mas o teatro acabou por ocupar quase todo o seu tempo. Fez algumas tournées na costa oeste dos Estados Unidos. 
Ford é conhecido sobretudo pelos seus papéis como cowboy em filmes do far-west e como um homem normal em circunstâncias fora do comum. O seu primeiro grande papel no cinema foi em 1939, no filme “Heaven with a Barbed Wire Fence”. Teve contratos com a Fox Films e com a Columbia Pictures.
A sua carreira foi interrompida pela Segunda Guerra Mundial. Alistado como voluntário nos Marines em 1942, serviu no Pacífico e também em França. Casou-se com a actriz Eleanor Powell em 1943 e foi desmobilizado no ano seguinte. Pouco tempo depois, regressou ao cinema. Contracenou com Rita Hayworth em 1946. Divorciou-se de Eleanor Powell em 1959 e foi casado mais três vezes.  
Nos anos 1970, entrou no folhetim televisivo “Sam Cade”, que o tornou ainda mais popular junto do público. Interpretou também o papel de Jonathan Kent no filme “Super-homem” de Richard Donner. Entre 1939 e 1992, fez cerca de noventa filmes. Tem uma estrela na Calçada da Fama no Hollywood Boulevard e ganhou dois “Golden Apple Awards” em 1948 e 1957. Recebeu um Globo de Ouro em 1962, com o filme “Pocketful of Miracles”. 

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


A TERRA

1 (a)

Vejo a Terra do espaço:
É azul da cor do mar
E Portugal é regaço
Das ondas que o vão beijar.

2

Terra amada de Camões,
Heróis e Navegadores,
Rogo a Deus em orações
Que mantenhas teus valores!

Gabriel de Sousa

(a) – 2º Prémio no 2º Concurso de Quadras/2012 do Clube da Simpatia – Olhão
EFEMÉRIDE – José Maria Latino Coelho, militar, escritor, jornalista e político português, morreu em Sintra no dia 29 de Agosto de 1891. Nascera em Lisboa, em 29 de Novembro de 1825.
Aluno brilhante e aplicado, teve uma educação esmerada, estudando Francês, Inglês, Matemática e Ciências Exactas. Em 1837 e 1838 estudou Latim e Lógica no Liceu Nacional de Lisboa. Naqueles mesmos anos, estudou a língua grega e, tendo concluído os estudos preparatórios aos 13 anos, matriculou-se na Escola Politécnica de Lisboa, onde obteve o primeiro prémio em 9 cadeiras, sendo onze as disciplinas que constituíam os 4 anos do curso.
Ingressou depois na Escola do Exército, para seguir o curso de Engenharia Militar. Ganhou três prémios e habilitou-se com distinção para a carreira de Oficial de Engenharia. Assentou praça no Regimento de Infantaria n.º 16 em Novembro de 1843, sendo pouco tempo depois nomeado alferes-aluno. Foi promovido a alferes em Dezembro de 1848 e a tenente em Julho de 1851.
Em 1851, depois de um concurso brilhante, foi nomeado lente substituto da cadeira de Mineralogia e Geologia da Escola Politécnica de Lisboa. Para uso dos alunos da Escola Politécnica publicou um “Curso de Introdução à História Natural” (1850). Para além desta obra, preparou numerosos apontamentos destinados aos seus alunos, alguns dos quais publicou em revistas da especialidade.
Foi eleito sócio efectivo da Academia das Ciências de Lisboa em Maio de 1855. No ano seguinte, em virtude da sua excelente participação nos trabalhos académicos, foi nomeado secretário da Academia por votação unânime, sendo depois considerado secretário perpétuo.
Tendo em vista a necessidade de dotar as escolas primárias de uma obra de referência adequada aos conhecimentos de mestres e alunos, elaborou, em colaboração com o célebre lexicógrafo Francisco Júlio de Caldas Aulete e outros, uma “Enciclopédia Das Escolas de Instrução Primária” dividida em três partes. (1857).
Em 1870, foi incumbido pela Academia Real das Ciências de Lisboa de dirigir a comissão encarregada de dar continuidade à missão de elaborar o “Dicionário da Língua Portuguesa”, também produzido sob a égide da Academia de Ciência de Lisboa e que estava parado no final da letra A.
Escreveu várias biografias de figuras históricas, as melhores das quais foram publicadas na colecção Galeria de Varões Ilustres de Portugal. Recebeu também o encargo de escrever oficialmente uma história do cerco do Porto em 1832, tendo resultado dos seus esforços a publicação da “História Política e Militar de Portugal, desde os fins do Século XVIII até 1834” (3 volumes publicados entre 1874 e 1891).
Grande parte da sua obra académica encontra-se dispersa por jornais e revistas, as mais relevantes das quais estão nas “Memórias da Academia das Ciências”, na “Revista Peninsular”, na “Revista Contemporânea de Portugal e Brasil” e no “Arquivo Pitoresco”.
Tendo entretanto obtido habilitação como engenheiro militar e regressada a paz, passou à arma de engenharia como capitão em Agosto de 1864. Foi promovido a major de engenharia em Janeiro de 1872, a tenente-coronel em Maio de 1874, a coronel em Maio de 1878 e a general de brigada em Setembro de 1888.
Seguindo um percurso político que o levaria do Partido Regenerador ao Partido Republicano Português, com passagem por um governo do Partido Reformista, de que foi fundador e ministro, a sua carreira política percorreu todo o arco partidário da Monarquia Constitucional. Foi várias vezes eleito deputado, foi par do reino e exerceu as funções de ministro da Marinha e de vogal do Conselho Geral de Instrução Pública.
Nova dissidência, dessa vez em direcção aos ideais republicanos que começavam a despontar. Temporariamente afastado da política activa e ocupado pela sua intensa actividade literária e jornalística, ainda assim desempenhou um papel relevante na estruturação do Partido Republicano Português e esteve envolvido na fundação do Centro Republicano de Lisboa (1879). O seu apoio ao republicanismo foi feito sempre de forma moderada, o que permitiu que desenvolvesse a sua carreira militar e académica sem complicações de maior.
Em Dezembro de 1885 foi eleito par do reino, em representação das corporações científicas. Tomou assento na Câmara dos Pares em Janeiro de 1886. Nesta Câmara retomou, depois de 16 anos de ausência, a sua participação parlamentar centrando-se na defesa moderada dos princípios republicanos, numa linha doutrinária contida na sua obra “O preço da monarquia” (1886), uma edição aumentada da sua primeira intervenção parlamentar como par do reino. Nela defendeu a alternância entre um partido monárquico e conservador e um partido republicano e progressista, apostado em reformar as instituições.
Regressou à Câmara dos Pares, já como deputado republicano pelo círculo de Lisboa, eleito nas eleições gerais de 1889 e 1890.
Latino Coelho estreara-se como jornalista na “Revolução de Setembro”, escrevendo uma série de artigos sobre as questões que agitavam então a Europa e sobre as diferentes fases por que passavam na época os ideais democráticos. Durante alguns meses foi também redactor principal do jornal “A Emancipação”.
Em 1851, foi fundada “A Semana”, um semanário literário que tinha a colaboração dos principais escritores da época. Latino Coelho teve parte importante na sua redacção. Nesta fase, os seus melhores artigos versaram a biografia de personalidades eminentes das letras.
Em 1853, no “Portugal Artístico”, escreveu a maior parte dos artigos que acompanharam as gravuras em grande formato dos monumentos descritos, sendo da sua autoria as versões em português e em francês.
No “Panorama”, publicou uma minuciosa e extensa biografia de Almeida Garrett. Escreveu também na “Época”, “Farol”, “Civilização Popular”, “A Discussão”, “Política Liberal” e “Jornal do Comércio”, de que foi durante algum tempo redactor principal. Também colaborou com o jornal “A Democracia” e, no “Século”, escreveu durante muito tempo o editorial da edição de domingo. Como jornalista, distinguiu-se sempre pela elegância e pureza do estilo e pelo vigor e correcção com que discutia os assuntos que serviam de tema aos seus escritos. Era raro o jornal literário que não tivesse colaboração sua.
Tinha grande competência nalgumas línguas estrangeiras, tendo escrito em espanhol a biografia de Almeida Garrett, que foi publicada na “Revista Peninsular”. Foi director do “Diário de Lisboa”, então jornal oficial do governo, por ocasião da nova organização que lhe foi dada em 1859.
A Academia Real das Ciências de Lisboa realizou uma sessão solene em Dezembro de 1898, sete anos após a sua morte, com a presença do rei D. Carlos I, da rainha D. Amélia de Orleães e do infante D. Afonso, na qual vários académicos fizeram o elogio de Latino Coelho. Era comendador da Ordem de Cristo, grã-cruz da Ordem da Torre e Espada e grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Rifão Quotidiano

Mário Viegas dizendo poema de Mário Henrique Leiria

Discurso do Presidente do Uruguai, José Pepe Mujica na Rio+20 - Legendad...

Para ouvir e reflectir...
EFEMÉRIDEJoão Tordo, jornalista, escritor e guionista português, nasceu em Lisboa no dia 28 de Agosto de 1975.
É filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco, ligada ao cinema e mais tarde à moda. Estudou no Liceu Pedro Nunes, licenciando-se depois em Filosofia na Universidade Nova de Lisboa. Em 1999, foi para Londres fazer o mestrado em Jornalismo. A cidade influenciou-o a tantos níveis que quis ficar até «ao limite das suas possibilidades». Porém, quando deu por si a trabalhar num bar e a fazer traduções, percebeu que era tempo de partir. A paragem seguinte foi em Nova Iorque, para seguir cursos de Escrita Criativa no City College. Ia às aulas de manhã, servia às mesas de um restaurante durante o jantar e escrevia pela noite dentro. “Os Homens sem Luz”, o seu primeiro romance, nasceu assim.
Trabalha como guionista, depois de ter passado pelo jornalismo. Colaborou, como freelancer, nas seguintes publicações: “O Independente”, “Sábado”, “Jornal de Letras”, “ELLE” e “Egoísta”. Escreveu, em parceria, o guião para a longa-metragem “Amália, a Voz do Povo” (2008). Foi vencedor do Prémio Jovens Criadores em 2001.
Publicou até agora cinco romances: “O Livro dos Homens Sem Luz” (2004), “Hotel Memória” (2007), “As Três Vidas” (2009), “O Bom Inverno” (2010) e “Anatomia dos Mártires” (2011). Recebeu o Prémio José Saramago em 2009, com o romance “As Três Vidas”. Foi finalista dos prémios Portugal Telecom, Fernando Namora e Melhor Livro de Ficção Narrativa da SPA.
A escrita de João Tordo é influenciada por autores como Edgar Allan Poe, Herman Melville ou Dostoievski, e pela literatura policial e de mistério, construindo narrativas dentro de narrativas e absorvendo os leitores através da imersão emocional nas suas histórias.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

EFEMÉRIDEJorge Paulo Cadete Santos Reis, antigo jogador de futebol português, nasceu em Pemba, Moçambique, no dia 27 de Agosto de 1968.
Começou a sua carreira na Associação Académica de Santarém em 1983-1984 com 15 anos de idade, marcando uns espantosos 43 golos em apenas 18 jogos. Despertou de imediato o interesse dos grandes clubes. O Sporting Clube de Portugal ganhou a corrida pelo passe do jogador.
Ingressou na equipa principal em 1987, sendo emprestado ao Vitória de Setúbal na época seguinte. Voltou ao Sporting na época de 1989/1990, onde jogou até 1995/1996, tornando-se um dos mais emblemáticos jogadores do clube. Foi o melhor marcador do campeonato na época de 1992/1993 com 18 golos. Venceu uma Taça de Portugal e marcou no total 70 golos ao serviço do Sporting.
A vida de Cadete na equipa leonina tornou-se instável, acabando por ser transferido para o Brescia em Novembro de 1994. Manteve-se no clube italiano durante um ano, regressando ao Sporting na época de 1995/1996.
Em Abril de 1996, rescindiu o contrato com o Sporting e assinou pelo Celtic, onde rapidamente ganhou o estatuto de estrela. A sua estreia deu-se contra o Aberdeen em Celtic Park, onde Cadete saltou do banco e marcou o último golo da vitória por 5-0.
A transferência de Cadete tornou-se polémica. Apesar de ter sido inscrito dentro do prazo legal, a Associação de Futebol da Escócia atrasou o seu processo de registo antes do jogo da Taça da Escócia frente ao Rangers. Seguiu-se uma queixa do presidente do Celtic e o responsável da Associação de Futebol da Escócia foi afastado das suas funções ao ser considerado culpado de tentar deliberadamente atrasar a inscrição do jogador.
1996/1997 foi a única temporada completa na Escócia e a melhor de sempre. Acabou como o Melhor Marcador da Escócia, com 33 golos em 44 jogos, em todas as competições e sem a ajuda de grandes penalidades. Apesar disso, perdeu o título de campeão para o rival de sempre, o Rangers. Cadete jogou a sua última partida com o Celtic frente ao Dundee United. Quando foi substituído beijou o campo, dando a entender que estava de partida. Foi transferido para o Celta de Vigo, por uma verba a rondar os 3 milhões e meio de Libras.
Jogou no Celta de Vigo na época de 1997-1998, regressando a Portugal para jogar no Sport Lisboa e Benfica na temporada seguinte. Após essa época em Portugal, foi para Inglaterra representar o Bradford City na temporada de 1999/2000. Não tendo conseguido marcar um único golo em sete partidas, regressou ao Benfica no final da época. Veio a custo zero, sendo cedido ao Estrela da Amadora nas épocas de 2000/2001 e 2001/2002.
Após a sua saída do Estrela da Amadora, Cadete ficou sem clube. Sem ter encontrado uma equipa para iniciar a época, considerou terminada a sua carreira aos 33 anos. Participou então num reality show, o Big Brother.
Regressou à Escócia no princípio de 2003, decidido a voltar a jogar. Foi entrevistado num programa de televisão e assinou contrato com a equipa do Partick Thistle Football Club em Janeiro de 2004, terminando um período de 18 meses de inactividade. Fez a sua estreia em Fevereiro contra o Celtic, sendo aplaudido pelos adeptos que nunca o tinham esquecido.
Em breve estava de novo à procura de clube, tendo convites da Escócia, Japão e Qatar, nada chegando a concretizar-se.
Voltou a Portugal e, na época 2004/2005, assinou pelo Clube Desportivo Pinhalnovense, onde ficou apenas 5 jornadas, em virtude de ter aberto uma Academia de Futebol. Foi depois treinador do R. D. do Algueirão.
Fez ao todo 33 jogos pela Selecção Portuguesa (1990/1998), tendo marcado cinco golos.

domingo, 26 de agosto de 2012

EFEMÉRIDEMika Toimi Waltari, escritor finlandês, morreu em Helsínquia no dia 26 de Agosto de 1979. Nascera, igualmente na capital finlandesa, em 19 de Setembro de 1908.
Perdeu o pai, um pastor luterano, aos cinco anos de idade. Durante a infância, presenciou a Guerra Civil Finlandesa. Na juventude, ingressou na Universidade de Helsínquia para estudar Teologia, de acordo com os desejos da mãe, mas em breve mudaria para Filosofia, Estética e Literatura, obtendo o mestrado em 1929. Durante os estudos, já escrevia artigos para revistas. Começou também a escrever poesias e contos, publicando o seu primeiro livro em 1925, com dezassete anos de idade.
Em 1927, foi para Paris, onde escreveu um dos seus melhores romances, muito apreciado pela juventude finlandesa, “A Grande Ilusão”, uma história de vida boémia passada na cidade da luz. Esta obra, em termos de estilo, é considerada o equivalente finlandês dos trabalhos de escritores norte-americanos da Geração Perdida.
Durante as décadas de 1930 e 1940, trabalhou bastante como jornalista e crítico, escrevendo para um grande número de jornais e revistas e viajando por toda a Europa. Também foi director da revista “Suomen Kuvalehti”. Ao mesmo tempo, continuou a escrever livros de vários géneros, movendo-se facilmente de um estilo literário para outro.
Em 1945, foi publicado o seu primeiro e mais bem sucedido romance histórico, “O Egípcio”, que fala sobre a corrupção e os valores humanos num mundo materialista justamente depois da Segunda Guerra Mundial. O livro tornou-se um best-seller internacional, servindo de base para um filme de Hollywood com o mesmo nome.
Waltari escreveu outras sete obras históricas, que se desenrolam em ambientes de várias culturas antigas, como por exemplo “O Anjo Negro”, que se passa durante a queda de Constantinopla em 1453. Nessas obras, deu sempre bastante destaque ao seu pessimismo e em duas histórias passadas no Império Romano revelou as suas convicções cristãs. Tornou-se membro da Academia Finlandesa em 1957 e recebeu o título de doutor honoris causa da Universidade de Turku em 1970.
Foi um dos mais prolíficos escritores da Finlândia e é considerado o mais conhecido escritor do seu país. As suas obras estão traduzidas em mais de 40 línguas.

sábado, 25 de agosto de 2012

EFEMÉRIDE Tony Ramos, de seu verdadeiro nome António de Carvalho Barbosa, actor brasileiro, nasceu em Arapongas no dia 25 de Agosto de 1948.
É um dos mais importantes actores do Brasil, destacando-se sobretudo pelas suas interpretações em telenovelas. O nome anglicizado, Tony, era um costume da época em que se estreou na carreira artística, e Ramos era o apelido de um parente.
Nasceu no interior do Paraná e passou a juventude em Ourinhos, no interior de São Paulo. Desde pequeno que sonhava ser actor, quando assistia aos filmes de Oscarito e queria ser como ele. Depois, fez teatro amador participando no Teatro Cultura Artística de São Paulo, onde encenou peças infantis. Estudou Filosofia na Universidade de São Paulo. Aos 16 anos, participou na dupla musical Tony e Tom & Jerry, que chegou a apresentar-se no programa “Jovem Guarda”.
Em 1964 fez a sua estreia na televisão, actuando em sketches do programa “Novos em Foco”, na TV Tupi. No ano seguinte, actuou na sua primeira telenovela, “A Outra”.
Ainda na Tupi, participou em diversas novelas, entre elas, “António Maria” (1968), que impulsionou a sua carreira, “Simplesmente Maria” (1970), “Vitória Bonelli” (1972), “Rosa dos Ventos” (1973), “Ídolo de Pano” (1974), e “A Viagem” (1975).
Em 1977, transferiu-se para a Rede Globo, mudando-se para o Rio de Janeiro, onde consolidou a sua carreira com muito sucesso. A sua primeira actuação foi na novela “Espelho Mágico”. Nesse mesmo ano, dividiu também a apresentação do musical “Globo de Ouro” com a actriz Christiane Torloni. Estreou, no final daquele ano, a telenovela “O Astro”. Num dos episódios, protagonizou o primeiro nu masculino em telenovelas brasileiras, apesar da censura existente no regime militar da época.
Em 1979 entrou na novela “Pai Herói”. Depois, integrou o elenco de “Chega Mais”. Em 1981, encarnou os gémeos João Victor e Quinzinho na telenovela “Baila Comigo”. A sua actuação foi aclamada pela crítica, uma vez que sem usar maquilhagem, Tony Ramos recorreu apenas a recursos técnicos de voz, postura e respiração para interpretar duas personalidades completamente diferentes.
Posteriormente, protagonizou “Sol de Verão”, com uma sensível interpretação de um personagem surdo-mudo. De salientar ainda as suas actuações em “Champagne”, “Livre para Voar”, mini-série “Grande Sertão”, “Selva de Pedra”, “Bebé a Bordo”, mini-série “O Primo Basílio”, “Rainha da Sucata”, mini-série “O Sorriso do Lagarto” e “Felicidade”.
Em 1993 apresentou alguns episódios do “Você Decide”, tendo participado ainda na novela “Olho no Olho”. No ano seguinte, participou no embrião da série “A Comédia da Vida Privada”. Em 1995, protagonizou a telenovela “A Próxima Vítima” e, em 1996, voltou a apresentar o “Você Decide”, além de integrar o elenco fixo da série “A Vida Como Ela É” e de protagonizar a novela “Anjo de Mim”.
Em 1998, foi um dos personagens centrais da telenovela “Torre de Babel”. Em seguida, foi também figura de realce em “Laços de Família” e “As Filhas da Mãe”.
Em 2003, deu vida a um personagem de “Mulheres Apaixonadas”. Depois, co-protagonizou o remake de “Cabocla” e, em 2005, trabalhou na mini-série “Mad Maria” e na novela “Belíssima”. Em 2007, encarnou o empresário Antenor Cavalcanti na novela “Paraíso Tropical”. Em 2009, esteve no elenco da muito premiada telenovela “Caminho das Índias”.
Tony actuou ainda em mais de oitenta teleteatros e em mais de vinte peças. A sua estreia profissional no teatro deu-se em 1969, com “Quando as Máquinas Param”. Nesse ano, encenou também “Rapazes da Banda” e, em 1971, esteve em cartaz com “Pequenos Assassinatos”. Em 1989, participou no musical “Meu Refrão Olé Olá”, em homenagem aos 25 anos da carreira de Chico Buarque, onde interpretou o travesti Geni. Em 1997, actuou na peça “Cenas de um Casamento”, em que contracenou com Regina Braga. Por último, em 2002, interpretou um ex-torturador da polícia na peça “Novas Directrizes em Tempos de Paz”.
No cinema, começou com o filme “O Pequeno Mundo de Marcos”, em 1968. De entre outras produções, destaca-se ainda a sua actuação em “Bufo & Spallanzani”, que lhe rendeu o Prémio de Melhor Actor no Festival de Gramado e nos grandes sucessos de bilheteira “Se Eu Fosse Você” e “Se Eu Fosse Você 2”.
Em Maio de 2009, recebeu do Ministro das Relações Exteriores a Medalha da Ordem de Rio Branco, um reconhecimento oficial do Governo brasileiro pelos seus trabalhos no cinema, no teatro e na televisão. A cerimónia de entrega da condecoração foi realizada no Palácio do Itamaraty, em Brasília, e contou com a presença do presidente Lula da Silva.
Tony Ramos é considerado pelos seus colegas de profissão como uma pessoa íntegra e bem-humorada. O seu casamento é um dos mais estáveis do meio artístico. Casou-se em 1969 com Lidiane Barbosa, com quem teve dois filhos: Rodrigo, médico, e Andréa, advogada.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

EFEMÉRIDEHenrique Lopes de Mendonça, militar, historiador, arqueólogo naval, professor, conferencista, dramaturgo, poeta, cronista e romancista português, morreu em 24 de Agosto de 1931. Nascera em Lisboa no dia 12 de Fevereiro de 1856.
Ingressou na Armada Portuguesa como Aspirante de Marinha em Outubro de 1871, sendo promovido a Guarda-Marinha em Novembro de 1874 e a Capitão de Mar-e-Guerra em Agosto de 1909, posto em que foi reformado três anos mais tarde.
Durante a sua carreira naval embarcou em diversos navios da Armada. As suas longas comissões de serviço tiveram nele efeitos diversos. Algumas viagens em portos estrangeiros permitiram-lhe satisfazer os seus anseios culturais e artísticos, mas algumas das comissões em portos coloniais foram-lhe algo penosas, quer por razões de saúde quer por o manterem afastado do convívio intelectual e cultural.
Foi por diversas vezes professor da Escola Prática de Artilharia Naval, então instalada no rio Tejo, a bordo da Fragata D. Fernando II e Glória.
Em Janeiro de 1887 foi nomeado para coadjuvar o conselheiro João de Andrade Corvo na publicação de estudos sobre as possessões ultramarinas.
Em Agosto de 1889 foi nomeado para proceder à elaboração de uma obra onde se historiassem metodicamente os feitos da Armada Portuguesa. Como fruto dessas investigações e do seu interesse pela arqueologia naval, publicou uma obra que designou “Estudos sobre Navios Portugueses dos séculos XV e XVI”.
Como escritor e dramaturgo, iniciou a sua carreira em 1884 com a peça “A Noiva”. A obra seguinte, a peça teatral “A Morta”, foi galardoada com o Prémio D. Luís I da Academia das Ciências de Lisboa.
Por ocasião do Ultimato Inglês de 1890, escreveu, com música de Alfredo Keil, a marcha “A Portuguesa” que, em 1910, o Governo da República adoptou como Hino Nacional.
Entre 1897 e 1901 foi bibliotecário da Escola Naval, passando depois a professor da cadeira de História na Escola de Belas-Artes de Lisboa.
Em 1900 foi eleito membro efectivo da Academia das Ciências de Lisboa e, em 1915, foi nomeado seu presidente.
Em 1916 foi agregado à comissão nomeada pelo governo para propor as versões oficiais e definitivas do Hino Nacional, para piano, canto, orquestra e banda.
Em 1922 foi nomeado presidente da comissão destinada a perpetuar a primeira viagem aérea Lisboa-Rio de Janeiro. Em 1925 foi co-fundador da Sociedade Portuguesa de Autores.
Henrique Lopes de Mendonça foi ainda membro da Academia Brasileira de Letras desde 1923, sócio do Instituto de Coimbra, membro honorário do Clube de Londres, vogal do Conselho de Arte Dramática e membro das Comissões Oficiais dos Centenários de Colombo e de Vasco da Gama.
Escreveu quase uma centena de obras, entre as quais diversas peças de teatro, poesias, romances e estudos históricos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A minha Bekas é quase assim...
EFEMÉRIDEGlória Maria Cláudia Pires de Morais, actriz brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 23 de Agosto de 1963.
Foi casada com o actor e cantor Fábio Jr, pai da sua filha Cléo Pires, que também é actriz. Actualmente está casada com o músico Orlando Morais, de quem tem três filhos.
Estreou-se na televisão com cinco anos de idade, em 1968, na telenovela “A Pequena Órfã” da TV Excelsior. Depois, em 1972, trabalhou ao lado do pai e do humorista Chico Anysio em “Chico City”, ainda na época da TV a preto e branco.
Durante a década de 1970 participou em diversos shows da TV Globo, como “Satiricom”, “Faça Humor, Não Faça Guerra” e “Chico em Quadrinhos”. Participou em duas novelas assinadas por Janete Clair: “O Semideus” (1973) e “Duas Vidas” (1976).
Fez o seu primeiro papel marcante na história das telenovelas em “Dancin' Days” (1978) de Gilberto Braga. O seu óptimo desempenho rendeu-lhe o papel de protagonista na novela “Cabocla” (1979).
Na década de 1980 integrou o elenco de diversas produções, entre elas: “Água Viva”, “Louco Amor”, “As Três Marias”, “Partido Alto”, “Direito de Amar” e a mini-série “O Tempo e o Vento”.
Outra contribuição importante na TV foi em “Vale Tudo”, que é considerada por muitos como a melhor telenovela das 21h do país, por mostrar o Brasil de forma muito realista.
Na década de 1990 acumulou participações em “Mico Preto”, “O Dono do Mundo”, “O Rei do Gado”, “Anjo Mau”, “Suave Veneno” e na mini-série “Memorial de Maria Moura”.
Inesquecível a sua interpretação de duas gémeas em “Mulheres de Areia” (1993), que lhe rendeu o Prémio Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA) como Melhor Actriz de 1993, além do Troféu Imprensa de Melhor Actriz no mesmo ano. Apesar do apelo sexual de algumas das suas personagens, negou todos os convites da revista “Playboy” para posar nua.
Após três anos de afastamento das novelas, voltou à televisão em 2002, em “Desejos de Mulher”.
Em 2005 protagonizou “Belíssima” e, em 2007, esteve mais uma vez numa trama do autor Gilberto Braga, “Paraíso Tropical”. Neste mesmo ano, recebeu o Prémio Mário Lago, na homenagem aos Melhores do Ano, do programa “Domingão do Faustão” da Rede Globo de Televisão.
Durante toda a sua carreira actuou somente numa peça de teatro – um espectáculo infantil. No cinema, estreou-se em 1981, no filme “Índia, a Filha do Sol”. Participou também em “Memórias do Cárcere” (1984), “Besame Mucho” (1987) e “Jorge, um Brasileiro” (1988).
Em 1995 actuou em “O Quatrilho”. Pelo seu desempenho, recebeu três prémios, entre os quais os dos Festivais de Havana e de Viña del Mar. Em 1999 participou no filme “Pequeno Dicionário Amoroso”. Dois anos depois, integrou o elenco de “A Partilha” e, em 2006, ao lado de Tony Ramos, esteve na comédia romântica “Se Eu Fosse Você”, um dos maiores sucessos de bilheteira do cinema brasileiro nos últimos anos.
A partir de 2008 decidiu dedicar-se ainda mais à família e, juntamente com os filhos e marido, foi morar para Paris. Em 2008 filmou ainda a continuação de “Se Eu Fosse Você” (“Se Eu Fosse Você 2”) e “É Proibido Fumar”. No início de 2009, actuou nas filmagens de uma longa-metragem sobre a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, em 2011, voltou às novelas com “Insensato Coração” de Gilberto Braga e Ricardo Linhares.

Our Story In 2 Minutes

História do Mundo em dois minutos

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Já falta pouco para isto acontecer...
EFEMÉRIDESamuel Pierpont Langley, astrónomo e físico norte-americano, inventor e pioneiro da aviação, nasceu em Roxbury no dia 22 de Agosto de 1834. Morreu em Aiken, em 27 de Fevereiro de 1906.
Formou-se na Boston Latin School e foi assistente do Harvard College Observatory. Foi ainda professor de Matemática na Academia Naval dos Estados Unidos. Em 1867, foi nomeado director do Allegheny Observatory e professor de Astronomia na Universidade de Pittsburgh. Exerceu estas funções até 1891 apesar de, entretanto, se ter tornado Secretário do Instituto Smithsonian em Washington (1887). Langley foi ainda o fundador do Smithsonian Astrophysical Observatory.
Em 1886, foi agraciado com a Medalha Henry Draper, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, devido às suas contribuições no campo da física solar. Em 1878, inventou o bolómetro, um instrumento usado para medir a incidência da radiação electromagnética. A publicação, em 1890, das suas observações sobre os infra-vermelhos, juntamente com Frank Washington Very, serviria posteriormente de base para a formulação dos primeiros cálculos sobre o efeito estufa, realizados por Svante Arrhenius.
Langley interessou-se também pela construção de aparelhos que pudessem voar. Efectuou diversas tentativas, usando aviões a que chamava Aerodromes. Usualmente, o nome de Langley é usado para contrastar com os irmãos Wright. Ao contrário daqueles homens, porém, Langley possuía elevada instrução académica e dispunha de fundos para suportar os esforços necessários para desenvolver um aparelho que voasse. Além disso, a sua prestigiosa posição como Secretário do Instituto Smithsonian garantia-lhe credibilidade, atraindo a atenção dos investidores para os seus projectos.
Em 1896, construiu um avião a vapor, não tripulado, que foi designado por “Aerodrome nº 6”. Em Novembro daquele ano, o aparelho voou cerca de 1 200 metros até acabar o vapor que o movia. Naturalmente, as máquinas a vapor eram bastante pesadas e provou-se que não seriam práticas para voar. Ainda assim, o sucesso do modelo “Número 6” permitiu que Langley convencesse o Departamento de Guerra a investir 50 000 dólares para criar uma máquina voadora que pudesse ser pilotada. O Instituto Smithsonian contribuiu com uma soma similar para o mesmo efeito. Assim, o assistente de Langley, Charles Manly, projectou uma máquina com cerca de 60 quilos, gerando 52 cavalos-vapor, que deveria garantir o sucesso. O resultado foi um avião mais adequado, que Langley chamou “Large Aerodrome A”. Langley percebeu que os riscos em caso de insucesso seriam menores se o teste fosse realizado sobre a água. Assim, gastou praticamente metade dos fundos para construir uma barcaça com uma catapulta capaz de impulsionar o seu novo aparelho. Em Outubro de 1903, com Manly ao comando, o avião de Langley foi lançado, para mergulhar pouco tempo depois no Rio Potomac. Crê-se que este protótipo talvez tivesse voado se Langley tivesse optado pelos meios mais convencionais de elevar os aparelhos desde o solo, apesar dos maiores riscos para o tripulante. Na verdade, o esforço da catapulta sobre o aparelho foi enorme, danificando a estrutura das asas dianteiras logo no arranque. A situação foi ainda pior na segunda tentativa, em Dezembro, quando a asa traseira e a cauda do aparelho foram completamente esmagadas no lançamento. Charles Manly quase morreu afogado, antes de ser resgatado dos destroços do aparelho sobre a superfície coberta de gelo do Rio Potomac.
Naturalmente, as críticas não se fizeram esperar. O jornal “The Brooklyn Eagle” citou um político de Washington como tendo dito: «Digam a Langley por mim que a única coisa que ele alguma vez fez voar foi o dinheiro do Governo». Um outro representante de Washington descreveu Langley como «um professor com imaginação, com sonhos de voar, a quem foram dados os recursos de construir castelos no ar».
O Departamento de Guerra, no seu relatório final sobre o projecto de Langley, concluiu que «ainda estamos longe do objectivo final e parece-nos que necessitaremos ainda de alguns anos de constante trabalho e estudos efectuados por especialistas, juntamente com o investimento de milhares de dólares, antes de podermos ter a esperança de produzir um aparelho de utilidade prática nesta área».
Em 17 de Dezembro de 1903, apenas oito dias depois do espectacular fracasso de Langley, foi lançado ao ar com o auxilio de uma catapulta em Kitty Hawk, Carolina do Norte, um aparelho mais resistente, chamado “Flyer 1”, construído por Orville e Willbur Wright, custando apenas cerca de mil dólares. Desiludido, Langley abandonou o seu projecto.
Samuel Langley morreu destroçado e desapontado, após uma série de ataques cardíacos. Apesar de vários anos de esforços para alcançar a imortalidade terem redundado em fracasso, Langley acabou por dar uma importante contribuição para o progresso da aviação. Em 1914, oito anos depois da sua morte, um “Aerodrome”, com várias alterações, voou com êxito em Hammondsport, Nova Iorque, pilotado por Glenn Curtiss.

Luiz Meneghin — Brasileiro no America's Got Talent | Audições em São Fra...

Talento brasileiro nos USA (ver até ao fim)

terça-feira, 21 de agosto de 2012


Simples confusão...
EFEMÉRIDE – Kenneth “Kenny” Donald Rogers, actor, cantor de música country e compositor norte-americano, nasceu em Houston (Texas) no dia 21 de Agosto de 1938.
Kenny Rogers é o quarto dos sete filhos de um carpinteiro e de uma enfermeira. Casado cinco vezes, tem cinco filhos entre os quais dois gémeos nascidos em 2003.   
A sua carreira começou nos anos 1950, quando gravou algumas canções com a banda “The Scholars”. Rogers não era o vocalista principal e o grupo cessou a actividade depois da edição de dois singles e quando o seu líder resolveu fazer uma careira a solo.
Kenny lançou então o seu próprio singleThat Crazy Feeling” (1958) que teve algum sucesso. Juntou-se depois ao The Bobby Doyle Trio, um grupo de jazz que actuava em clubes nocturnos e gravava para a Columbia Records. Trabalhou seguidamente como produtor, autor e músico para outros artistas. Em 1966, juntou-se aos New Christy Minstrels como cantor e contrabaixista. O sucesso deste grupo não foi o que ele esperava. Deixou o grupo, trazendo três dos seus membros. Em 1967 formaram os First Edition, que se chamariam mais tarde Kenny Rogers and The First Edition. Acumularam sucessos nas classificações de vendas de música pop e country. Durante este período, Rogers apresentava todos os aspectos dos hippies: cabelos longos, brinco na orelha e óculos de sol cor-de-rosa.
Quando o grupo se separou em 1976, Kenny Rogers decidiu lançar definitivamente a sua carreira a solo. As suas composições eram cantadas com uma voz por vezes rouca mas sempre melodiosa, que encantava o público pop e os fãs de música country. Mais de 60 canções gravadas por Kenny Rogers atingiram o Top 40 nos Estados Unidos, 25 delas tendo sido mesmo nºs 1 de vendas. Várias das suas composições foram utilizadas como bandas originais de filmes como “Convoy”, “Urban Cowboy” e “The Big Lebowski”. Como actor, integrou o elenco de cerca de 20 filmes, sendo por vezes apresentado nos genéricos como Kenneth Ray Rogers.
Kenny Rogers é um dos líderes do grupo USA for Africa, que tem por objectivo ajudar as vítimas da fome e das doenças no continente africano. A música que deu início a esta organização foi “We Are The World”, escrita por Michael Jackson e Lionel Richie. Esta canção reuniu 45 cantores, que mais tarde seriam os integrantes do grupo.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Scott McKenzie - San Francisco ((HD-1080p/HQ)) 1967

Recordando... (Faleceu no dia 18 com 73 anos, segundo acabo de ler no "Público")
EFEMÉRIDEJerónimo Osório da Fonseca, humanista e teólogo português, morreu em Tavira no dia 20 de Agosto de 1580. Nascera em Lisboa no ano de 1506. Publicou várias obras, entre as quais se destacam “De Nobilitate Civile Et Christiana” (1542), “De Gloria” (1549), “De Justitia Coelesti” (1564) e “De Vera Sapientia” (1578).
Pertencia a uma antiquíssima família espanhola, cujo ramo português foi fundado por Martim Ozores, que se exilou em Portugal, no reinado de Fernando I de Castela, devido à hostilidade deste rei para com ele.
Impedido (por ser ainda criança) de acompanhar o pai que fora colocado como ouvidor-geral na Índia Portuguesa, Jerónimo e o irmão ficaram em Lisboa onde foram educados pela mãe. Francisca Gil Gouveia enviou Jerónimo, aos 13 anos, para Salamanca, grande centro de cultura e ciências, onde aprendeu latim e grego. Aqui, e já com 16 anos, iniciou o estudo de Direito Civil por indicação do pai, então já regressado da Índia. Recorrendo a uma forte disciplina metodológica, ele conseguiu conciliar o estudo de Direito com o dos autores gregos e romanos.
Enquanto aguardava autorização para ingressar na Ordem Militar de São João, entregou-se ao estudo da religião. Decidiu dedicar-se por inteiro a Deus e, depois de ter feito o voto de castidade em Salamanca, regressou a Portugal. Com 19 anos, foi para Paris com a finalidade de se dedicar ao estudo da Dialéctica de Aristóteles e da Filosofia Natural. Atingiu então grande prestígio, sendo conhecido como “o filósofo de Paris”.
Amigo de Inácio de Loyola, influenciou D. João III na decisão de aceitar a Companhia de Jesus em Portugal. Fez estudos em Teologia Cristã e os seus conhecimentos da língua hebraica permitiam-lhe ler as obras dos Santos Padres. Em 1537, D. João III nomeou-o professor da Sagrada Escritura na Universidade de Coimbra.
Mais tarde, foi para Bolonha onde se manteve alguns anos, vivendo sempre de forma muito recatada. Nesta cidade, começou a escrever os “Tratados da Nobreza Civil e Cristã”, que dedicou ao príncipe D. Luís, de cujo filho (D. António, Prior do Crato) foi educador.
Quando da morte de D. Luís, retirou-se para uma pequena aldeia do interior. Homem pouco ambicioso, pediu que a Igreja de Tavares, que lhe fora entregue pelo príncipe D. Luís, fosse cedida a outra pessoa, por considerar que cada pastor devia deter apenas um templo.
Nomeado bispo de Silves, manteve sempre uma grande ligação com os pobres, facultando aos interessados a possibilidade de estudar as línguas clássicas e distribuindo esmolas e comida aos mais necessitados. Ajudava também os lavradores e era amado pelos pobres, praticando a justiça com equidade e lutando contra a corrupção dos costumes.
Foi encarregado pelo cardeal D. Henrique de secundar D. Sebastião I na governação do reino. Homem muito piedoso, extraordinário defensor da fé cristã, excelente teólogo, subordinou sempre os seus interesses aos da Pátria e da Verdade.
O conhecimento directo da sua obra, que incluiu escritos filosóficos, teológicos, políticos e históricos, tornou-se uma fonte de grande interesse para um melhor conhecimento da época em que foi escrita.
Os seus livros foram publicados e apreciados em vários países, alguns tendo tido edições sucessivas ainda no século XVI. Jerónimo Osório foi um humanista que soube associar a clarividência cristã ao interesse pelos problemas sociopolíticos do seu tempo. Neste sentido, foi também um político e um contra-reformista, como se pode ver pelo conteúdo das suas obras de cariz histórico, pedagógico e de exegese bíblica.

domingo, 19 de agosto de 2012

EFEMÉRIDESérgio Vieira de Mello, funcionário brasileiro da Organização das Nações Unidas durante 34 anos e Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos desde 2002, morreu em Bagdad no dia 19 de Agosto de 2003, vítima de um atentado atribuído (mas não comprovado) à Al Qaeda, que matou mais 21 pessoas. Nascera no Rio de Janeiro em 15 de Março de 1948.
Depois de estudar no Colégio Franco-Brasileiro do Rio de Janeiro, ingressou na Universidade de Paris (Sorbonne) onde obteve a licenciatura e o mestrado em Filosofia, respectivamente em 1969 e 1970. Durante os quatro anos que se seguiram, prosseguiu os estudos de Filosofia, concluindo o doutoramento. Em 1985, doutorou-se igualmente em Letras e Ciências Humanas, com a tese “Civitas Máxima”.
Tornou-se funcionário da ONU em 1969. Passou a maior parte da sua vida no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, servindo em missões humanitárias e de manutenção da paz no Bangladesh, no Sudão, no Chipre, em Moçambique e no Peru.
Em 1981 foi nomeado conselheiro político sénior das forças da ONU no Líbano. Em 1982 decepcionou-se com os ataques sistemáticos do Hezbollah a partir de território libanês a Israel, o que acabou por iniciar a Guerra do Líbano, com Israel a invadir o território daquele país, visando desarmar o citado grupo que era financiado pelo Irão e apoiado pela Síria. Depois disso, desempenhou ainda diversas funções importantes, de 1983 a 1991. Foi chefe do Departamento Regional para Ásia e Oceânia e director da Divisão de Relações Exteriores.
Entre 1991 e 1996 foi enviado especial do Alto Comissário ao Camboja, tendo sido o primeiro e único representante da ONU a manter conversações com os Khmers Vermelhos. Foi director da United Nations Protection Force, a primeira força de paz na Croácia e na Bósnia-Herzegovina, durante as guerras da Jugoslávia. Foi também coordenador humanitário da ONU na região dos Grandes Lagos Africanos.
Em 1996 foi nomeado assistente do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, antes de ser enviado para Nova Iorque, em Janeiro de 1998, como Secretário-geral-adjunto para Assuntos Humanitários das Nações Unidas.
Para muitos, ele era a personificação do que a ONU poderia e deveria ser, com uma disposição fora do comum para ir aos campos de acção, corajoso, carismático, flexível, pragmático e muito eficiente na negociação com governos corruptos e ditadores sanguinários, em busca de soluções de paz.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, afirmava que Vieira de Mello era «a pessoa certa para resolver qualquer problema». Como negociador da ONU, actuou em alguns dos principais conflitos mundiais, entre 1999 e 2002. Por fim, no Iraque, foi morto durante um ataque suicida ao Hotel Canal que era usado como sede da ONU há mais de uma década.
Segundo o ministro das Relações Exteriores do Brasil, momentos depois da explosão, Vieira de Mello telefonou ainda para a ONU do seu telemóvel, falando sobre a situação. Ele ficou preso debaixo dos escombros durante mais de três horas. Entretanto, segundo Samantha Power, que entrevistou mais de 400 pessoas presentes no local da explosão, Vieira de Mello comunicou ainda com a equipa de resgate e com Carolina Larriera, sua companheira, através de um buraco nos escombros.
Sérgio Vieira de Mello era considerado por muitos como o virtual sucessor de Kofi Annan na Secretaria-Geral das Nações Unidas. Alguns meses depois do atentado, a ONU fez-lhe uma homenagem póstuma, atribuindo o Prémio de Direitos Humanos das Nações Unidas àquele que foi um dos seus mais importantes funcionários.
Vieira de Mello tinha aversão à ostentação de bens materiais, fazendo questão de se mostrar igual aos mais humildes, mesmo ao nível de segurança. Por duas vezes foi eleito o homem mais em destaque do mundo pelas revistas “Vogue” e “Vanity Affairs”, mas não compareceu para receber os prémios. Em entrevista ao “New York Times”, humilde como sempre, comentou que as revistas se tinham certamente enganado e que, se havia algo a receber, deveria reverter para os refugiados do Iraque.

sábado, 18 de agosto de 2012

UM ESTRANHO EM CANNES
(conto)

Frederico conduzia diariamente um luxuoso autocarro de turismo, que fazia excursões através da cidade de Lisboa e dos seus arredores. Em cada lugar em que paravam, e enquanto a guia turística fazia o seu trabalho descrevendo a história dos locais e dos monumentos, com algumas curiosidades à mistura, ele empunhava uma câmara de vídeo e gravava aqueles instantes, que ficariam para a posteridade como belas recordações.
Durante o percurso mais longo, já de regresso ao ponto de partida, colocava a cassete no sistema audiovisual da viatura e dava assim ensejo a que os turistas revissem os momentos que tinham acabado de viver.  Muitos deles interessavam-se em ficar com os filmes e Frederico de boa vontade os contentava, mediante um pequeno contributo monetário, apenas o estritamente necessário para a compra da cassete e pagamento dos portes de correio.

Certo dia, um dos excursionistas gabou de forma entusiástica o trabalho de Frederico, garantindo-lhe que ele fazia os filmes de um modo muito profissional, não se limitando a reportar o que estava a ver, mas fazendo-o de uma forma artística, agradável e esteticamente irrepreensível. Ele sabia do que estava a falar, pois era produtor cinematográfico. De nacionalidade norte-americana, estava a passar uns dias de descanso em Portugal e trabalhava ora em Espanha ora nos Estados Unidos.
- Já alguma vez pensou em fazer um filme a sério, daqueles que se vêem nos cinemas? Se alguma vez lhe ocorrer uma ideia, conte com a minha cooperação!
E William Morgan deixou-lhe o seu número de telefone:
- Terei muito gosto em ajudá-lo. Tenho o pressentimento que seria um êxito…

Frederico foi para casa e, nessa noite, quase não dormiu. Há muito que idealizava fazer um filme sobre a emigração portuguesa nos anos 1960/1970. Talvez tivesse surgido agora essa oportunidade.
            Levou vários dias a pensar no assunto e, quando julgou ter as ideias mais amadurecidas e arrumadas na cabeça, decidiu telefonar ao “amigo americano”:   
            - Fala Frederico Ribeiro. Ainda se lembra de mim?
            - Claro que sim! Diga.
            - Já tenho um projecto e, com alguma ajuda, poderia concretizá-lo. Será um filme barato. Os actores serão meus familiares e alguns amigos dos tempos em que fiz teatro amador. A única despesa seria a deslocação deles a França, alguns dias, com estadia muito económica. Que acha?
            - Fiquei com alguns contactos aí em Portugal. Eles podem-me arranjar patrocínios para essas despesas. Você, está a entusiasmar-me!
            - Esquecia-me do principal. Para mim pelo menos. Precisarei de uma máquina de filmar a sério. Profissional. Mesmo emprestada.
            - Também se arranja. Para a semana vou aí a Lisboa e falaremos melhor.
            - Cá o espero, senhor Morgan. Fico ansioso.

Foi escrevendo um guião para o filme que se chamaria, estava decidido, “O Drama Lusitano”. A acção começava a decorrer no princípio da década de 1960, com o eclodir das guerras coloniais. O desemprego e a miséria na Metrópole. A passagem das fronteiras “a salto”, sem documentos e sem passar pelos controlos fronteiriços, muitas das vezes com a ajuda de “passadores” que lhes pediam quase todo o dinheiro que tanto lhes custara a amealhar. A chegada a França, sem conhecer ninguém e sem falar a língua do país. Sentiam-se já divididos entre o quase arrependimento de terem partido e a esperança de construírem uma vida melhor.
            A custo, arranjavam empregos sobretudo na construção civil e como mulheres-a-dias. Habitavam em locais mais que precários, sem o mínimo de condições. Foram-se no entanto adaptando e eram reconhecidos como óptimos trabalhadores. Acumulavam biscates e, durante anos, não voltaram a Portugal, para poderem poupar para o futuro. Começaram a incluir no seu vocabulário palavras francesas e, a pouco e pouco, já falavam um misto das duas línguas muito característico e que lhes facilitava a vida.
            Constituíram famílias e os filhos frequentaram as escolas locais. Depois do 25 de Abril de 1974, muitos deles começaram a vir passar férias a Portugal, sonhando muitos com a aquisição de uma casa nas suas terras e com um regresso definitivo quando fossem mais velhotes. Os filhos iam-se enraizando em França e já era frequente ver apelidos portugueses em todos os ramos de actividade, até em autarquias e na diplomacia. O protagonista principal da história imaginada por Frederico, passados quase cinquenta anos, sem nunca ter voltado a Portugal, decidiu vir aqui passar o resto da sua vida, depois de ter perdido a mulher e de ter os dois filhos bem inseridos no contexto local. Veio encontrar um país incrivelmente mais moderno, como nunca imaginara, mas em crise profunda. De novo o desemprego, a pobreza, a miséria, a fome, os sem-abrigo e o apelo à emigração. Era de novo o drama lusitano. Devia ser uma fatalidade nossa.

Como prometido, William Morgan veio a Lisboa e encontrou-se com Frederico numa esplanada do Rossio:
- Pode contar com o dinheiro necessário. Vamos arriscar, mas tenho confiança no sucesso. Ali, no meu carro, tem a máquina de filmar e algum material técnico. Tenha cuidado, pois foi-me emprestado por um conhecido cineasta e custa muito dinheiro. Quando tiver tudo filmado, trataremos da parte técnica: montagem, música, etc..
- Não sei como agradecer-lhe!
- Se o filme ficar bom, pensaremos depois na sua distribuição para todo o Mundo. Só em Portugal, a coisa é fácil, mas para o estrangeiro será mais complicado, pois implica a dobragem ou a legendagem. Cheira-me porém que você ainda vai ser famoso e que ganharemos rios de dinheiro. E soltou uma gargalhada.
- Oxalá, senhor Morgan. Que Deus o oiça. Estou-lhe muito grato. E, ao mesmo tempo que dizia isto, tocou com o seu cálice de Porto no cálice do americano. - À nossa saúde e ao nosso sucesso!

Procurou os familiares e amigos que tinha “debaixo de olho” e a todos tentou aliciar para o projecto. – Fazemos um pacto sagrado: Se tivermos êxito, ganhamos todos por igual; se falharmos, perdemos todos. Que acham?
            Familiarizou-se com a máquina de filmar e restante material e pediu um mês de férias na empresa onde trabalhava. Disse francamente porque necessitava daquele dias e os patrões desejaram-lhe boa sorte. Indicaram-lhe mesmo alguns contactos em França que poderiam ser úteis.
            Dias depois, seguiram para Paris, onde se passaria quase toda a acção. Instalaram-se num pequeno albergue da juventude que, naquela época, estava vazio e meteram mãos à obra.
Tudo correu bem, com verdadeiro espírito de equipa e beneficiando do bom acolhimento das comunidades portuguesas, que lhe davam mesmo dicas sobre a vida dos primeiros emigrantes. Pouco mais de duas semanas depois, já eles estavam de regresso, prontos para filmar as cenas que se desenrolavam em Portugal.
Frederico telefonou ao senhor Morgan para lhe dar conta do andamento do projecto. – Mais dois dias e já não me encontrava na Europa. Passo amanhã por aí e se, como espero, achar interessante o seu trabalho, deixarei tudo encaminhado para a finalização e distribuição do filme. A coisa ainda demora, mas espero que tudo esteja terminado quando voltar dos States. – Cá o espero, amigo Morgan.

O filme foi estreado, primeiro numa sala de Lisboa e logo de seguida em vários  outros pontos do País. Foi bem recebido pelo público e pela crítica. Frederico já recomeçara a trabalhar na empresa de turismo, mas andava cansado. Quando chegava a casa, muitas vezes nem dava tempo para se deitar na cama. Via um pouco de televisão e adormecia no sofá, onde ficava até às tantas da madrugada.

Frederico sentiu-se um estranho naquela imensa sala de espectáculos. Enterrou-se, poltrona abaixo, para passar mais despercebido. O seu filme fora nomeado para a Palma de Ouro do Festival de Cannes, mas ele ainda nem queria acreditar.  O nome do vencedor ia ser desvendado dentro de instantes.
            - E a Palma de Ouro vai… para o filme português “O Drama Lusitano”, do realizador Frederico Ribeiro! Sentiu-se ainda mais pequenino. Se tivesse ali um buraco, teria mergulhado nele
            O telefone tocou e ele deu um salto no sofá. Teve dificuldade, assim de repente, em discernir onde acabava a realidade e começara o sonho. Pegou no telefone e ouviu a voz  de Morgan: - Boas notícias! O filme vai ser apresentado em França, a que se seguirá o resto da Europa e mais tarde as Américas. Está a ser um êxito. Vamos ficar ricos! E deu uma risada. - Obrigado amigo, ainda estou meio a dormir. Estava a sonhar… Nem imagina com o quê! Boa noite, amanhã falamos. Estou meio tonto.
Gabriel de Sousa

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