quarta-feira, 30 de setembro de 2009

EFEMÉRIDE Rudolf Christian Karl Diesel, engenheiro mecânico alemão, inventor do motor a diesel, desapareceu no Canal da Mancha em 30 de Setembro de 1913. Nascera em Paris no dia 18 de Março de 1858.
Diesel idealizou um dos mais importantes sistemas mecânicos da história da humanidade. Construiu um motor a combustão interna com pistões, que explorava os efeitos de uma reacção química, um fenómeno natural que acontece quando o óleo é injectado num recipiente com oxigénio, causando uma explosão na ocasião da mistura. Para conseguir controlar esta reacção e fazer movimentar uma máquina foi necessária uma infinidade de outros inventos, como bombas injectoras sincronizadas, sistemas de múltiplas engrenagens e outros acessórios controladores, para que a pressão de libertação actuasse precisamente na passagem do êmbolo do pistão e no ângulo de máxima compressão.
Rudolf Diesel registou em Fevereiro de 1897 a patente do seu “motor a reacção”, desenvolvido para trabalhar com óleo de origem vegetal. Entretanto, em sua homenagem, foi dado o nome de Diesel ao produto oleoso mais abundante obtido na primeira fase da refinação do petróleo bruto. Isso não quer dizer que todos os motores a injecção tenham de funcionar com óleo diesel. Desde que seja regulada a pressão no sistema de injecção, um motor pode funcionar com qualquer tipo de óleo, tanto de origem vegetal (óleo de amendoim por exemplo) como animal (caso da gordura de porco).
Face à sua simplicidade e à enorme aplicação, o motor de pistões movidos a reacção com “óleo e oxigénio” rapidamente se expandiu pelo planeta, revolucionando o mundo industrial e substituindo os dispendiosos sistemas mecânicos a vapor, que até então movimentavam as locomotivas e os transportes marítimos, por unidades geradoras de um novo tipo.
Após negociar o seu invento, durante uma travessia do Canal da Mancha a bordo do paquete “Dresden”, Diesel desapareceu em circunstâncias que nunca foram esclarecidas. Após o jantar a bordo, dirigiu-se para a sua cabina pedindo para ser despertado às 6:15. Nunca mais foi visto com vida. O cadáver de um homem foi encontrado dez dias depois, flutuando no mar e em tal estado de decomposição que não foi recuperado. Diversos objectos pessoais foram mais tarde encontrados e identificados pelo filho. Tudo o resto é um mistério que perdura até hoje.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

EFEMÉRIDE Kerstin Anita Marianne Ekberg, actriz e modelo sueca, nasceu em Malmö no dia 29 de Setembro de 1931.
Eleita Miss Suécia em 1951, assinou um contrato de manequim nos Estados Unidos. Começou a sua carreira cinematográfica nos estúdios da Universal em Hollywood, actuando em pequenos papéis. Só ficou a ser verdadeiramente conhecida a partir do filme “La dolce vita” de Federico Fellini. Inesquecível a cena do banho na Fonte de Trevi em Roma.
Em 1955 recebeu um Globo de Ouro. Em Novembro de 1961 pousou para a revista Playboy.
Foi casada e divorciada várias vezes. Dotada de uma plástica espectacular, era conhecida como o “iceberg”. O actor Bop Hope escreveria um dia que os pais de A. Ekberg mereciam o Nobel da arquitectura…
Em 1987 representou-se a si própria no filme “Intervista” de Fellini, confirmando o que o crítico de cinema Roger Ebert escrevera em tempos: «Anita Ekberg é a única pessoa capaz de representar o seu próprio personagem». Participou em cerca de quarenta filmes, trabalhando com os melhores realizadores e contracenando com actores famosos.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEMarcello Vincenzo Domenico Mastroianni, actor de cinema italiano, nasceu em Fontana Liri no dia 28 de Setembro de 1924. Faleceu em Paris, em 19 de Dezembro de 1996, vítima de doença cancerosa no pâncreas. É considerado o maior actor de Itália e um dos melhores actores de todos os tempos.
Mastroianni cresceu em Turim e Roma. Durante a Segunda Guerra Mundial foi mandado para uma prisão nazi, mas conseguiu escapar para Veneza.
Em 1945 começou a trabalhar para uma empresa de cinema e teve aulas de representação. O seu primeiro filme foi, em 1947, “I miserabili”, adaptação do romance “Os miseráveis” de Victor Hugo. Em breve se tornou um grande actor romântico com projecção internacional, especialmente quando Federico Fellini o escolheu para “La dolce vita”, com a actriz Anita Ekberg, em 1960. Em seguida actuou em “Oito e Meio”, também de Fellini, com quem fez seis filmes.
Nas décadas de 1960 e 1970, brilhou em filmes de Marco Ferreri, Fellini, Luchino Visconti, Vittorio De Sica e Ettore Scola.
Nos últimos anos de vida, Mastroianni continuou a protagonizar filmes de grandes realizadores como Theodoros Angelopoulos, Robert Altman, Michelangelo Antonioni e Manoel de Oliveira. Com o realizador brasileiro Bruno Barreto fez o filme “Gabriela, Cravo e Canela”, com Sônia Braga (1982).
Mastroianni e Jack Lemmon são os únicos actores a terem ganho duas vezes o Prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes.
Fez mais de 140 filmes, em 49 anos de carreira, e recebeu muitos prémios, em que se destacam: “Globo de Ouro de Melhor Actor em filme Musical ou Comédia” (1963), “Prémio de Melhor Actor no Festival Internacional de Cinema de Saint-Sébastien” (1965), dois “Prémios de Interpretação Masculina no Festival de Cannes”, (1970 e 1987), “Medalha de Ouro da Cidade de Roma pelo 30º aniversário do Prémio David di Donatello” (1986), “Prémio do Cinema Europeu pela sua Carreira” (1988), “Prémio César de Honra” (1993), “Câmara de Ouro no Festival de Cannes pela sua Carreira” (1995) e “Silver Wave Award no Festival Internacional de Cinema de Fort Lauderdale” (1996).
Deixou duas filhas, uma da esposa (falecida em 1999) e outra da sua relação com Catherine Deneuve, que estava a seu lado quando morreu.

domingo, 27 de setembro de 2009

EFEMÉRIDE O vulcão dos Capelinhos manteve-se em actividade durante 13 meses, entre 27 de Setembro de 1957 e 24 de Outubro de 1958. Terá sido provavelmente uma sobreposição de duas erupções distintas, uma começada em 27 de Setembro de 1957 e a segunda em 14 de Maio de 1958. A partir de 25 de Outubro de 1958, o vulcão entrou em fase de repouso. Do ponto de vista vulcanólogo, deverá ser considerado um vulcão potencialmente activo. Está localizado na Ponta dos Capelinhos, freguesia do Capelo, na Ilha do Faial, Açores. O nome Capelinhos ficou a dever-se à existência de 2 ilhéus chamados "Ilhéus dos Capelinhos".
Esta erupção foi um marco na vulcanologia mundial. Tratou-se de uma erupção submarina devidamente observada, documentada e estudada, desde o início até ao fim. Apareceu em condições privilegiadas, junto de uma ilha habitada, com estrada, farol e telefones privativos.
Próximo situa-se hoje o Museu Geológico do Vulcão, inaugurado em 24 de Março de 1964, que documenta toda a actividade eruptiva. A área em torno do vulcão, classificada como paisagem protegida de elevado interesse geológico e biológico, integra a Rede Natura 2000.
Em resultado da erupção, a área total da ilha aumentou em cerca de 2,5 km2. A escalada do vulcão apresenta alguns riscos, devendo por isso ser efectuada nos trilhos indicados e sob orientação de um guia credenciado. Convém mencionar que o respiradouro do vulcão, situado no seu Cabeço Norte, liberta vapor de água e gases tóxicos com temperaturas na ordem dos 180 a 200°C.
A crise sísmica associada à erupção vulcânica e a queda de cinzas e materiais de projecção originaram a destruição generalizada das habitações, campos agrícolas e pastagens nas freguesias do Capelo e da Praia do Norte. Não houve felizmente perdas humanas a registar. Beneficiando da solidariedade demonstrada pelos EUA, milhares de sinistrados faialenses - e não poucos açorianos de outras proveniências - aproveitaram a quota especial de emigração concedida e procuraram refazer as suas vidas naquele país.
De 16 a 27 de Setembro de 1957, registara-se uma crise sísmica na ilha, com mais de 200 sismos de intensidade não superior ao grau V da Escala de Mercalli. No dia 23 de Setembro de 1957, a água do mar começou a fervilhar. Três dias depois, a actividade aumentou intensamente, havendo emissão de jactos negros de cinzas vulcânicas com cerca de 1 000 metros de altura (atingindo a altitude máxima de 1 400 metros) e uma nuvem de vapor de água que subia por vezes a mais de 4 000 metros.
Em 27 de Setembro teve início pelas 6h45 uma erupção submarina a 300 metros da Ponta dos Capelinhos. A partir de 13 de Outubro a emissão de gases e as explosões, ainda que violentas, passaram a ser menos frequentes, atirando bombas de lava e grandes quantidades de cinzas para o ar, enquanto que, por baixo, correntes de lava escorriam para o mar. A erupção continuou intensa até 29 de Outubro, com constantes chuvas de cinzas sobre o Faial, destruindo culturas agrícolas e forçando a evacuação das populações das zonas mais próximas.
A erupção evoluiu, formando primeiro uma pequena ilha que foi chamada "Ilha Nova", com 600 metros de diâmetro e 30 metros de altura, que atingiria por fim os 800 metros de diâmetro e 99 metros de altura.
Munido da sua câmara de filmar, Carlos Tudela e Vasco Hogan Teves, repórteres da RTP, desembarcaram em 23 de Outubro na ilha recém-nascida, na vertente do vulcão activo. Acompanhados do jornalista Urbano Carrasco, do Diário Popular, arriscaram as suas vidas num pequeno barco remado por Carlos Peixoto para colocar a bandeira nacional na "Ilha Nova".
Em 4 de Novembro de 1957 a erupção vulcânica recomeçou e rapidamente se formou uma nova ilha. Com a formação de um istmo, no dia 12 de Novembro, a ilha ligou-se ao Faial. A actividade eruptiva aumentou progressivamente, atingindo o seu máximo na primeira quinzena de Dezembro, surgindo então um segundo cone vulcânico. A 16 de Dezembro, depois de uma noite de chuvas torrenciais e abundante queda de cinzas, cessou a actividade explosiva e começou a efusão de lava incandescente, a que se juntaram, três dias depois, explosões com jactos de cinzas e muitos blocos de pedra. Precisamente no dia 29 de Dezembro, a actividade eruptiva conheceu uma nova e breve pausa.
De Janeiro a Abril de 1958, reapareceram jactos pontiagudos de cinzas, geralmente acompanhados de fumos brancos ou acastanhados. Em Março, os Ilhéus dos Capelinhos já haviam desaparecido definitivamente, sob um manto de cinzas e areia, tendo esta formado dois areais de apreciável dimensão, que chegavam a atingir vários metros de espessura junto ao farol e nas áreas adjacentes, o que levou ao soterramento de casas e à ruína dos telhados de muitas habitações.
Depois de uma violenta crise sísmica na noite de 12 para 13 de Maio, em que houve mais de 450 sismos, a erupção dos Capelinhos sofreu reajustamentos profundos no edifício vulcânico e na estrutura tectónica. A partir de 14 de Maio, a actividade passou ao tipo estromboliano, com fortes ruídos acompanhados de ondas infra-sónicas, que fizeram estremecer portas e janelas em toda a ilha e, por vezes, nas ilhas próximas. A projecção de fragmentos de lava incandescente atingiu mais de 500 metros de altura. Também nesse dia, surgiram fumarolas no fundo da Caldeira (vulcão central da ilha), que emitiam vapor de água com cheiro a enxofre e com lama em ebulição.
A erupção constituiu "um espectáculo grandioso", um misto de belo e horrendo, que jamais foi esquecido por quem o presenciou. Prosseguiu por mais uns meses, consistindo em explosões moderadas, com várias correntes de lava, a última das quais em 21 de Outubro, sendo observada no dia 24 de Outubro, pela última vez, a emissão de fragmentos incandescentes.

sábado, 26 de setembro de 2009

EFEMÉRIDE Baden Powell de Aquino, músico brasileiro, considerado um dos maiores violonistas de todos os tempos, faleceu no Rio de Janeiro em 26 de Setembro de 2000. Nascera em Varre-Sai no dia 6 de Agosto de 1937. O seu pai, que era igualmente violonista, deu-lhe aquele nome por ser fã do criador do Escutismo - o general Robert Baden-Powell.
Com catorze anos obteve o diploma do Conservatório do Rio de Janeiro, tornando-se profissional no ano seguinte. O seu grande talento foi reconhecido desde 1953, tinha então dezasseis anos.
Baden Powell tinha uma maneira única de tocar violão, incorporando elementos da técnica clássica, do swing e da harmonia populares. Explorou de maneira radical os limites do instrumento, o que o transformou numa estrela internacional.
Conheceu Vinícius de Moraes em 1962, com quem formou uma parceria, criando músicas para os seus poemas, canções que ficaram célebres e que foram gravadas por grandes cantores, entre os quais Elis Regina.
Em 1967 conquistou o público de Berlim ao apresentar-se no “Berliner Jazzstage”.
Em 1969 venceu a I Bienal do Samba com a música “Lapinha”, composta juntamente com Paulo César Pinheiro. No ano seguinte criou o “Baden Powell Quartet”, efectuando a primeira grande tournée pela Europa e pelo Japão, onde as suas improvisações e experiências musicais tiveram grande êxito. Ele fazia como ninguém a ligação entre o jazz e o samba, uma mestiçagem da música afro-brasileira e europeia, introduzindo modulações barrocas muito próprias.
No meio dos anos 1970 sérios problemas de saúde levaram-no a diminuir as apresentações em público. A sua produção discográfica ressentiu-se também do facto.
Em 1983 instalou-se com a esposa e os seus dois filhos em Baden-Baden, na Alemanha, onde passou alguns anos retirado dos espectáculos. Reapareceu depois a solo, em alguns concertos na Europa, regressando definitivamente ao Brasil em 1989. Gravou o seu último disco em Maio de 2000 (“Lembranças”), que confirmou o seu estatuto de grande mestre do violão.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Consequências de uma excessiva preocupação pela pose...

EFEMÉRIDEChristopher Reeve, actor de cinema norte-americano, nasceu em Nova Iorque no dia 25 de Setembro de 1952. Morreu em Mount Kisco, em 10 de Outubro de 2004, vítima de um enfarto causado por infecção. O seu papel mais famoso foi o de Super-Homem, numa série de quatro filmes, mas já era actor desde os catorze anos.
Estudou em prestigiadas escolas de artes cénicas, tendo iniciado a sua carreira com pequenas participações no teatro e na televisão, só obtendo o seu primeiro papel importante em 1977, com “Alerta Vermelho: Neptuno Profundo”.
Após sofrer um acidente (queda de um cavalo) em 1995, ficou tetraplégico. Um ano depois, foi aclamado de pé na cerimónia da entrega dos Oscars e passou a liderar uma campanha para desenvolver pesquisas sobre o tratamento da espinal-medula, criando igualmente o “Dana and Christopher Reeve Paralysis Center”, para apoio a deficientes.
Em Janeiro de 1996, foi condecorado com a Ordem Bernard O'Higgins, como reconhecimento pela defesa pública que fez dos actores chilenos durante a ditadura de Pinochet.
Reapareceu em 1998 como actor de televisão (remake de "Rear Window" de Alfred Hitchcock) e participou igualmente na série televisiva "Smallville".
Em Setembro de 2003, ganhou o Prémio Lasker, conhecido como o “Nobel norte-americano”.
Estava casado desde 1992 com a actriz Dana Reeve, que conhecera em 1987. Esta, desde o acidente de Christopher, dedicou-se exclusivamente a cuidar do marido, uma tarefa difícil devido à gravidade da sua condição física. Dana morreu dois anos depois de Chris Reeve, vítima de doença oncológica pulmonar.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Atracção (turística...) - Algures na Ásia
EFEMÉRIDE Francis Scott Hey Fitzgerald, considerado um dos maiores escritores norte-americanos do século XX, nasceu em Saint Paul, Minnesota, no dia 24 de Setembro de 1896. Faleceu em Hollywood, em 21 de Dezembro de 1940. Algumas das suas histórias, reunidas sob o título “Contos da Era do Jazz”, reflectem o estado de espírito da época. Foi um dos escritores da chamada "geração perdida" da literatura americana.
Oriundo de uma família católica irlandesa, ingressou na Universidade de Princeton, mas não completou a licenciatura, alistando-se como voluntário durante a Primeira Guerra Mundial.
Começou a carreira literária em 1920 com “Este Lado do Paraíso”, romance que lhe deu grande popularidade e lhe abriu as portas de publicações de grande prestígio, como a Scribner's e o The Saturday Evening Post. O seu segundo romance "Os Belos e Malditos" foi publicado em 1922.
Mudou-se para França, onde concluiu o terceiro e o mais célebre dos seus livros “O Grande Gatsby” (1925). Esta obra, uma das mais representativas do romance americano, descreve a vida na alta sociedade com uma importante e aguda reflexão crítica. Em 1934 publicou “Suave é a Noite”, romance pungente que o autor considerava o seu melhor trabalho.
Com a saúde abalada pelo alcoolismo e por problemas psicológicos, com sérias dificuldades financeiras, Fitzgerald fixou-se em Hollywood, onde trabalhou como guionista cinematográfico. Em 1939 começou a escrever o seu derradeiro livro “O Último Magnata”, publicado postumamente em 1941. Morreu na miséria. Tinha apenas 44 anos.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

EFEMÉRIDE Pablo Neruda, de seu nome original Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, poeta chileno, morreu em Santiago do Chile no dia 23 de Setembro de 1973. Nascera em Parral, em 12 de Julho de 1904.
Foi um dos mais importantes poetas de língua espanhola do século XX e cônsul do Chile em vários países.
Era filho de um operário ferroviário e de uma professora primária, falecida quando ele tinha um mês de vida. Ainda na adolescência, adoptou o pseudónimo porque ficaria conhecido (inspirado no escritor checo Jan Neruda), tornando-o mesmo o seu nome legal, mediante uma modificação do registo civil.
Durante os estudos no liceu de Temuco, publicou os seus primeiros poemas num periódico regional. Em 1919 obteve o 3º prémio nos Jogos Florais de Maule com o poema “Nocturno Ideal”.
Em 1921 radicou-se em Santiago e estudou a língua e a literatura francesa e pedagogia na Universidade do Chile, obtendo o 1º prémio na Festa da Primavera com o poema "A Canção de Festa", publicado posteriormente na revista “Juventude”. Em 1923 publicou “Crespusculário”, cuja qualidade foi reconhecida por vários escritores. No ano seguinte publicou os seus “Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”, nos quais ainda se notava a influência do modernismo. Posteriormente, manifestou um propósito de renovação formal vanguardista em três breves livros publicados em 1936: “O habitante e a sua esperança”, “Anéis” e “Tentativa do homem infinito”.
Em 1927 começou a sua longa carreira diplomática sendo nomeado cônsul em Rangum, na Birmânia. Nas suas múltiplas viagens conheceu, em Buenos Aires, Frederico Garcia Lorca e, em Barcelona, Rafael Alberti. Em 1935 aceitou a direcção da revista “Cavalo verde para a poesia” na qual foi companheiro dos poetas da “geração de 1927”.
Em 1945 foi eleito senador, tornou-se membro do Partido Comunista Chileno e obteve o Prémio Nacional de Literatura. No mesmo ano, leu poesia para mais de cem mil pessoas no Estádio do Pacaembu, no Brasil, em homenagem ao líder comunista Luís Carlos Prestes.
Em 1946, depois da eleição de González Videla, que se tornaria um ditador ferozmente anti-comunista, para evitar uma detenção eminente, refugiou-se na URSS, na Polónia, na Hungria e em Itália.
Em 1949 tornou-se membro do Conselho Mundial da Paz em Paris. Em 1950 publicou “Canto Geral”, em que a sua poesia adoptou intenções sociais, éticas e políticas. Em 1952 publicou “Os Versos do Capitão” e em 1954 “As uvas e o vento” e “Odes Elementares”.
Em 1953 construiu uma casa em Santiago (La Chascona), para se encontrar clandestinamente com a sua amada Matilde. Esta casa foi uma das suas três residências no Chile: as outras estavam situadas em Isla Negra e em Valparaíso. La Chascona é actualmente um museu com objectos de Neruda e pode ser visitada em Santiago. No mesmo ano, recebeu o Prémio Lenine da Paz.
Em 1955, recebeu juntamente com Pablo Picasso, o Prémio Internacional da Paz. Em 1957 tornou-se presidente da União dos Escritores Chilenos.
Em 1958 apareceu “Estravagario”, denotando uma nova mudança de estilo na sua poesia. Em 1965 foi-lhe outorgado o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha.
Durante as eleições presidenciais do Chile nos anos 1970, Neruda renunciou da sua candidatura pelo PCC para que Allende fosse eleito. Ambos eram marxistas e acreditavam numa América Latina mais justa o que, a seu ver, só poderia ocorrer com o socialismo. Aceitou o cargo de embaixador em França.
Em Outubro de 1971 recebeu o Prémio Nobel de Literatura. Foi convidado por Salvador Allende para um recital de poesia com mais de 70 mil pessoas no Estádio Nacional de Chile.
O golpe de estado de 11 de Setembro de 1973 derrubou entretanto Allende. A casa de Neruda em Santiago foi assaltada e os seus livros queimados. Pablo Neruda morreu, alguns dias depois, de doença oncológica. O seu funeral constituiu, apesar da presença da polícia, uma manifestação de protesto contra o terror militar que se tinha instalado. Postumamente (1974) foram publicadas as suas memórias: "Confesso que vivi".
Em 1994, o filme “O Carteiro de Pablo Neruda” contaria a sua história numa ilha italiana, onde se tornara amigo de um carteiro que lhe pedia para o ensinar a escrever versos, para assim poder conquistar uma bonita moça do povoado.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEIsaac Stern, norte-americano, considerado por muitos como um dos maiores violinistas de sempre, morreu em Nova Iorque no dia 22 de Setembro de 2001. Nascera em Kremenets, na Ucrânia, em 21 de Julho de 1920.
A família mudou-se para os Estados Unidos quando ele tinha apenas dez meses de idade. Recebeu a primeiras lições musicais de sua mãe, antes de entrar para o conservatório de São Francisco, na Califórnia.
Estreou-se nos palcos em Fevereiro de 1936, tocando o “Concerto No. 3” de Camille Saint-Saëns com a Orquestra Sinfónica de São Francisco. Os seus violinos preferidos eram os de Guarnerius del Gesù (anos 1700).
Em 1950 encontrou Pablo Casals no Festival de Prades e este fez com que ele descobrisse o universo da música de câmara. Em 1961 fundou um célebre trio com o pianista Eugene Istomin e o violoncelista Leonard Rose, com o qual actuou durante cerca de duas décadas.
Em 1960, à frente de uma comissão de apoio, opôs-se com sucesso à demolição do Carnegie Hall de Nova Iorque.
Músico comprometido, ele não hesitou em pôr a música ao serviço das suas convicções. Como exemplos, as tournées na União Soviética em plena Guerra Fria, a viagem à China quando da Revolução Cultural (ele foi o primeiro músico ocidental a aceitar um convite do governo Chinês), a primeira estadia na Alemanha depois de ter recusado durante anos actuar neste país, o apoio activo a Israel ao lado de Golda Meir e David Ben Gourion ou ainda o famoso recital dado em Jerusalém em plena Guerra do Golfo.
Stern é reputado pela excelência das suas gravações. Publicou integralmente os concertos de Brahms, Bach, Beethoven e Mendelssohn, assim como obras de compositores modernos como Béla Bartók, Igor Stravinski e Leonard Bernstein.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEStephen Edwin King, escritor norte-americano, reconhecido como um dos mais notáveis autores de contos de horror da sua geração, nasceu em Portland no dia 21 de Setembro de 1947. Os seus livros estão publicados em mais de 40 países e muitas das suas obras foram adaptadas ao cinema.
Embora o seu talento se destaque na literatura de terror/horror, escreveu algumas obras de outros géneros, de reconhecida qualidade, e a sua popularidade aumentou quando foram levadas ao cinema, como nos filmes "Conta Comigo", "Um Sonho de Liberdade" (contos retirados do livro "As quatro estações"), "Eclipse Total", "Lembranças de um Verão" e "À espera de um milagre".
O seu livro “The Dead Zone” originou a série da FOX com o mesmo nome. Stephen King também já escreveu guiões para séries de televisão como, por exemplo, o episódio “Feitiço da Quinta Temporada” para “Arquivo X”.
Em criança e durante adolescência, King era um leitor fanático de bandas desenhadas, sobretudo de histórias de horror, o que estimulou o seu interesse pelo tema. Estudou na escola elementar de Durham e no liceu de Lisbon Falls. Na escola, escrevia histórias baseadas nos filmes a que assistia, fazia cópias e vendi-as aos amigos.
De 1966 a 1971, Stephen estudou Inglês na Universidade do Maine em Orono, onde escrevia uma coluna intitulada "King's Garbage Truck" para o jornal estudantil “Maine Campus”. O período que ali passou influenciou muito as suas histórias e os trabalhos que ele aceitava para poder pagar os estudos inspiraram histórias como "The Mangler" e "Roadwork".
King, depois de obter um bacharelato em Artes e Literatura Inglesa em 1970, ensinou inglês no liceu de Hampden. Começou vários romances simultaneamente. Uma das suas primeiras ideias foi a história de uma rapariga com poderes psíquicos fora do vulgar, mas abandonou o projecto. A esposa resgatou os esboços do lixo e encorajou-o a voltar a escrever sobre o assunto. Após terminar o romance, ele intitulou-o "Carrie, a estranha" e mandou-o para uma editora. Recebeu logo $2 500 dólares adiantados, o que era pouco, mas os direitos de autor fizeram com que ele recebesse $400 000 posteriormente. Pouco depois do livro ser publicado, a mãe morreu de doença cancerosa no útero, mas uma irmã lera-lhe o romance antes da sua morte. King decidiu por essa época abandonar o Ensino e dedicar-se unicamente à Literatura.
Admitiu então que, devido a dificuldades financeiras, estava constantemente bêbado e que foi alcoólatra durante mais de uma década, estando também drogado quando do enterro de sua mãe. Com a ajuda da família e dos amigos conseguiu abandonar o álcool e as drogas por volta de 1980 e assim se tem mantido desde então.
Escreveu mais de duzentos textos, dos quais mais de cinquenta são novelas de terror ou fantásticas. Recebeu em 2003 a medalha da National Book Foundation pela sua notável contribuição para a literatura americana e, em 2007, a associação dos autores de romances policiais americanos “Mystery Writers of América” concedeu-lhe o título de “Grande Mestre”.
Stephen King possui um enorme conhecimento da literatura do horror, como se pode ver no seu ensaio “Anatomia do Horror” onde descreve decénios de interesse pelo tema não só na literatura, mas também no cinema, na televisão e na rádio.
É proprietário de duas estações de rádio em Bangor, uma de informação desportiva e outra de rock clássico. No fim de 2006, os lucros gerados pelas suas diferentes obras elevavam-se a 40 milhões de dólares anuais. Contribui regularmente com donativos para múltiplas causas e atribui várias bolsas para estudantes necessitados.
Tendo uma predisposição genética para a degeneração da retina, ele sabe que no futuro poderá ter de afrontar a cegueira. Apoiou a candidatura democrata de Barack Obama nas últimas presidenciais dos EUA.

domingo, 20 de setembro de 2009

EFEMÉRIDESimon Wiesenthal, arquitecto judeu que, depois de ter conseguido sobreviver a detenções em vários campos de concentração nazis durante a Segunda Guerra Mundial, dedicou o resto da vida a localizar, identificar e levar à justiça responsáveis pelos crimes do nazismo, morreu em Viena no dia 20 de Setembro de 2005. Nascera em Buczacz, cidade do Império Austro-Húngaro (hoje na Ucrânia), em 31 de Dezembro de 1908.
Licenciou-se em arquitectura pela Universidade de Praga em 1932. Fixou residência em Lwow, cidade polaca que viria a ser ocupada pela União Soviética e que actualmente pertence também à Ucrânia.
Quando a Alemanha nazi invadiu a União Soviética em Junho de 1941, Wiesenthal e a família foram detidos. Passou quatro anos e meio em vários campos de concentração, como o de Mauthausen, onde foi libertado pelas tropas americanas em Maio de 1945. Perdeu 89 membros da sua família, mas reencontrou a esposa, passando a viver em Linz, na Áustria.
Criador em 1947 de um Centro de Documentação sobre as vítimas do Holocausto, Wiesenthal foi responsável pela prisão de mais de 1100 criminosos. Nas suas memórias, “Justiça, não Vingança” (1989), afirmou que «os nazis não escaparão sem punição pelo assassinato de milhões de seres humanos».
Wiesenthal investigou o paradeiro de Adolf Eichmann, alto oficial nazi que organizara o transporte de judeus para campos de extermínio na Europa. Encontrado por ele, Eichmann foi sequestrado na Argentina pela Mossad (serviço secreto israelita) e levado para Israel onde foi julgado e condenado à morte em 1962.
Depois de seis décadas de trabalho, anunciou a sua retirada em 2003. Em 19 de Fevereiro de 2004 foi feito Cavaleiro pela Rainha Isabel II de Inglaterra, em função dos seus contributos para a Humanidade. Foi nomeado quatro vezes para Prémio Nobel da Paz. Faleceu com 96 anos.

sábado, 19 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEEmil Zátopek, famoso corredor de fundo checoslovaco, nasceu em Kopřivnice no dia 19 de Setembro de 1922. Morreu em Praga, em 22 de Novembro de 2000.
De origem modesta, tendo começado a trabalhar aos dezasseis anos numa fábrica de sapatos, tornou-se num dos nomes mais ilustres do atletismo mundial de todos os tempos e foi conhecido como a "Locomotiva de Praga" ou a “Locomotiva Humana". Tinha por ídolo o atleta finlandês Paavo Nurmi.
Iniciou o seu serviço militar em 1945. Resolveu depois continuar a sua carreira no exército, onde encontrou as condições ideais para os treinos.
Entre 1948 e 1954 nunca foi batido nos 10 000 metros, vencendo 38 corridas. É o único homem que venceu os 5000 metros, os 10 000 metros e a maratona numa mesma Olimpíada (1952, em Helsínquia).
Zátopek já tinha participado nos J.O. de Londres em 1948, sendo medalhado com o ouro nos 10 000 m e a prata nos 5.000 m. Foi porém em Helsínquia, aos trinta anos de idade, que conseguiu a sua façanha mais gloriosa. Na maratona, em que fazia a sua primeira experiência, como era "caloiro", resolveu acompanhar os "especialistas" e acabou primeiro, com um novo recorde olímpico.
Ao todo, Zátopek bateu dezoito recordes mundiais, em distâncias variando dos 5 000 m aos 30 000 m. Foi campeão europeu várias vezes. Em 1951 tornou-se o primeiro homem a cobrir 20 km numa hora (mais exactamente, 20 052 m). Em 31 de Dezembro de 1953, Zátopek competiu na famosa Corrida de São Silvestre de São Paulo, Brasil, disputada no último dia de cada ano. O corredor checo venceu com facilidade sob os aplausos entusiásticos de numeroso público.
Ainda participou na maratona dos Jogos de 1956, apenas 45 dias depois de ter sido operado a uma hérnia. Apesar do médico lhe ter recomendado que ficasse dois meses sem correr, Zátopek completou esta maratona em sexto lugar. No ano seguinte abandonou definitivamente as competições.
Zátopek é uma referência no treino desportivo (período pré-cientifico) por ser o precursor de métodos nunca antes vistos, que forneceram as bases empíricas para futuras pesquisas científicas.
Depois de acabar a sua carreira desportiva foi nomeado coronel e trabalhou no Ministério da Defesa até 1968, sendo expulso do exército por razões políticas. Chegou depois a trabalhar como varredor de lixo nas ruas de Praga e numas minas de urânio em Jáchymov, onde ficou até 1974.
Em 1988 o Presidente Checo, Vaclav Havel, condecorou-o com o “Leão Branco”, uma importante distinção nacional.
Faleceu aos 78 anos, vítima das sequelas de uma pneumonia e da fractura da bacia. A título póstumo foi recompensado com a Medalha Pierre Coubertin pelo presidente do CIO Juan Antonio Samaranch.
Apresentando durante as corridas uma cara crispada de dor e sofrimento, com a cabeça inclinada para o lado, ele era de uma descontracção absoluta fora das pistas. Simpático e aberto, manteve grandes amizades com os seus adversários, em particular com o franco marroquino Alain Mimoun, amizade que neste último caso duraria até à morte da “locomotiva checa”.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEMaria Judite de Carvalho, escritora portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 18 de Setembro de 1921. Morreu, também em Lisboa, em 1998.
Entre 1949 e 1955 viveu em França e na Bélgica, sobretudo para se afastar da ditadura de Salazar.
Apesar da notória qualidade e profundidade da sua obra (iniciada em 1959) e da sua escrita (entre o poético e o novelista, entre o cómico e o grotesco, num registo ora trágico, ora ironicamente perverso), a autora permanece - ainda hoje - quase uma desconhecida do grande público.
Nas personagens de Maria Judite de Carvalho projecta-se quase sempre a solidão, numa presença constante de inquietação e de desassossego, de depressão, de negatividade e de auto-denegação, comprometendo quase irremediavelmente qualquer hipótese de felicidade.
Salientam-se alguns dos prémios que recebeu: Prémio Camilo Castelo Branco, Prémio da Crónica da Associação Portuguesa de Escritores, Prémio Máxima, Prémio da Associação Internacional dos Críticos Literários, Grande Prémio do Conto da Associação Portuguesa de Escritores e Prémio Vergílio Ferreira das Universidades Portuguesas.
«Flor discreta» da nossa literatura, como lhe chamou a escritora Agustina Bessa-Luís, ela permanece um mistério que o público ainda não conseguiu desvendar, o que a aproxima de Irene Lisboa, curiosamente a única escritora que alguma vez admitiu estar-lhe próxima da alma.
Maria Judite de Carvalho, cuja obra completa foi traduzida em França nos anos 1980 (alguns livros em reedição), foi casada com o escritor Urbano Tavares Rodrigues.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEWilliam Carlos Williams, também conhecido como WCW, romancista e poeta norte-americano, grande representante do modernismo e do imagismo, nasceu em Rutherford, Nova Jersey, no dia 17 de Setembro de 1883. Faleceu em 4 de Março de 1963. Era pediatra e médico de clínica geral.
Filho de pai inglês e de mãe porto-riquenha, frequentou uma escola pública até 1897, indo depois estudar para Genebra, Paris e Nova Iorque.
Em 1902 ingressou na Universidade de Medicina da Pensilvânia, começando a interessar-se também pela poesia. Licenciou-se em 1906, passando os quatro anos seguintes num internato em Nova Iorque, a viajar e a completar os seus conhecimentos mormente na Universidade de Leipzig onde estudou pediatria.
Voltou à terra natal em 1910, onde exerceu a sua profissão até 1951. A maioria dos seus pacientes ignorava a sua carreira literária, conhecendo-o apenas como “o médico que trouxera ao mundo três mil das suas crianças”. Hoje, Rutherford já possui um teatro baptizado “The Williams Center".
Casou-se em 1912 e, pouco tempo depois, publicou o seu primeiro livro de poemas “The Tempers”.
Quando de uma viagem à Europa (1924) conheceu os escritores Ezra Pound e James Joyce. Embora se tenha dedicado sobretudo à medicina, Williams teve uma intensa actividade literária. Escreveu novelas, poemas, ensaios críticos, uma autobiografia e fez igualmente muitas traduções. Escrevia à noite e passava os fins-de-semana em Nova Iorque com os seus amigos escritores e artistas. Implicou-se no movimento imagista, embora com algumas opiniões divergentes dos seus companheiros Ezra Pound e T.S. Eliot. Mais tarde fez várias tournées nos Estados Unidos para leitura e cursos de poesia.
Os democratas modernos (esquerda dos EUA) consideram-no próximo das suas ideias progressistas. Ele próprio se considerou socialista e opositor do capitalismo. Em 1935 escreveu "The Yachts", um poema que exaltava os valores do Povo, descrevendo os detentores de fortunas como parasitas. Mais tarde, no período da “caça às bruxas”, foi demitido das funções de Conselheiro da Biblioteca do Congresso (1952/53) acusado de pró comunista, o que o deixou num estado de depressão profunda.
Em 1963 recebeu a título póstumo o Prémio Pulitzer e a Medalha de Ouro do Instituto Nacional das Artes e das Letras.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

EFEMÉRIDED. Pedro V de Portugal, de seu nome completo Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Victor Francisco de Assis Júlio Amélio de Bragança, Bourbon e Saxe Coburgo Gotha, nasceu em Lisboa no dia 16 de Setembro de 1837. Morreu, também na capital portuguesa, em 11 de Novembro de 1861.
Cognominado “O Esperançoso”, “O Bem-amado” ou “O Muito Amado”, foi Rei de Portugal de 1853 a 1861.
Embora ainda muito jovem quando da sua ascensão ao trono português, com apenas 16 anos, foi considerado por muitos como um monarca exemplar, que reconciliou o povo com a casa real, após o reinado da sua mãe ter sido fruto de uma guerra civil. Seu pai, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, desempenhou um papel fundamental no início do reinado, tendo exercido o governo da nação na qualidade de regente do reino e orientado o jovem rei no que dizia respeito às grandes obras públicas efectuadas. D. Pedro é frequentemente descrito como um monarca que respeitava os valores sociais. Isto, em parte, era devido à sua educação, que incluiu trabalho junto das comunidades e um vasto conhecimento do continente europeu.
Ao complementar 18 anos foi aclamado como rei, presidindo nesse mesmo ano (1855) à inauguração do primeiro telégrafo eléctrico no país e, no ano seguinte, do caminho-de-ferro entre Lisboa e o Carregado. Foi também no seu reinado que se iniciaram as primeiras viagens regulares de navio entre Portugal e Angola. Contribuiu fortemente para a modernização de Portugal.
Dedicava-se com afinco aos destinos do País, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas. Criou o Curso Superior de Letras, em 1859, subsidiando-o do seu bolso. Nesse mesmo ano foi introduzido o sistema métrico em Portugal. D. Pedro V foi igualmente um defensor acérrimo da abolição da escravatura.
Nos anos 1850 Portugal foi flagelado por duas epidemias, uma de cólera e outra de febre-amarela. Durante esses anos, o monarca, em vez de se refugiar, percorria os hospitais e demorava-se à cabeceira dos doentes, o que lhe trouxe enorme popularidade.
Sendo a saúde uma das suas preocupações, fundou hospitais públicos e instituições de caridade. Foi aliás cumprindo o desejo manifestado por sua mulher, Estefânia de Hohenzollern-Sigmaringen, que fundou o Hospital de Dona Estefânia, em Lisboa.
Morreu com apenas 24 anos, devido a febre tifóide, embora o povo tivesse suspeitado de envenenamento, vindo mesmo a amotinar-se. A sua morte provocou uma enorme tristeza em todos os quadrantes da sociedade. Não tendo filhos (a mulher morrera antes dele, vítima de difteria), foi sucedido pelo irmão, o infante D. Luís, que habitava então no sul de França.
D. Pedro teve uma notável preparação moral e intelectual. Estudou ciências naturais e filosofia, dominava bem o grego e o latim e chegou a estudar inglês. O seu espírito terá sido influenciado também pela convivência com Alexandre Herculano, que foi seu educador.
Segundo alguns dos seus biógrafos, ele mandara colocar à porta do palácio real um receptáculo verde (caixa de reclamações), cuja chave só ele guardava e onde o povo podia queixar-se com franqueza e sem receio de represálias.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A "conversa" do costume...

EFEMÉRIDEJean Renoir, realizador de cinema e encenador francês, nasceu em Paris no dia 15 de Setembro de 1894. Faleceu em Beverly Hills, Califórnia, em 12 de Fevereiro de 1979. Era filho do pintor impressionista Auguste Renoir.
Criado entre as artes, cresceu envolvido pela sensibilidade artística, num apartamento cujas paredes estavam cobertas pelos quadros do pai.
Depois dos estudos alistou-se no exército, onde se encontrava quando começou a I Guerra Mundial. Em 1915 foi atingido por uma bala no fémur, acidente que o deixaria a coxear para toda a vida. Convalescendo em Paris, passava o tempo em cinemas, chegando a ver uma média de vinte e cinco filmes por semana. Em 1916 voltou para a Guerra, servindo na aviação, onde o defeito na perna não o prejudicava. Fez parte de uma esquadrilha de reconhecimento, onde aprendeu Fotografia. Em 1924 decidiu enveredar pela carreira cinematográfica. Incompreendidos e subestimados no seu tempo, muitos dos seus filmes são hoje considerados entre as obras máximas do cinema. Realizou nove filmes mudos e 27 falados. Chegou a vender quadros, que herdara do pai, para financiar os seus filmes.
As suas maiores obras foram “A grande ilusão” (1937), um relato sensível sobre as condições de vida dos prisioneiros franceses e dos seus captores alemães durante a I Guerra Mundial, e “A regra do jogo” (1939).
Os filmes de Jean Renoir, a maioria pertencente à “escola do realismo”, marcaram profundamente o cinema francês entre 1930 e 1950, tendo aberto a porta à “Nouvelle vague”.
Em 1975, Jean Renoir recebeu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood um Oscar especial pelo conjunto de sua obra. Em 1976 foi condecorado pelo Ministério da Cultura Francês, recebendo igualmente a Legião de Honra no ano seguinte.
Se bem que nunca tenha sido membro do Partido Comunista Francês, colaborou em vários jornais de esquerda e parte da sua obra (anos 1930) foi influenciada pela sua esposa de então - Marguerite, filha de militantes comunistas e que fazia a montagem dos seus filmes.
Em 1940 obteve um visto de trabalho e partiu para os Estados Unidos, vindo a Lisboa apanhar o barco para aquele destino. Por curiosidade diga-se que, durante a viagem, conheceu o célebre aviador Antoine de Saint-Exupéry.
Chegado a Hollywood em 1941, assinou um contrato com a Fox. Fez seis filmes nos EUA.
Voltou à Europa em 1952, realizando películas com actores de grande renome, como Jean Gabin, Françoise Arnoul, Ingrid Bergman, Jean Marais, etc.
A partir de 1959 dedicou-se à televisão, consagrando-se igualmente à escrita. Publicou um livro sobre o pai (1962), a sua autobiografia (1974), um ensaio, algumas peças de teatro e vários romances.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEJames Fenimore Cooper, prolífico e popular escritor norte-americano do início do século XIX, morreu em Cooperstown, no Estado de Nova Iorque, em 14 de Setembro de 1851. Nascera em Burlington, Nova Jersey, no dia 15 de Setembro de 1789.
Cooper é lembrado sobretudo como um novelista que escreveu diversas histórias marítimas, romances históricos e livros de espionagem. Entre as suas obras mais famosas conta-se “O último dos moicanos” que é considerada a sua obra-prima.
Iniciou os seus estudos em Albany e em Nova Haven, tendo ingressado na Universidade de Yale com a idade de catorze anos, sendo o mais jovem estudante matriculado desde sempre nesta universidade. Três anos mais tarde alistou-se na marinha americana. Casou-se e pôs fim à sua carreira de marinheiro em 1811. Instalou-se no condado de Westchester, tendo vivido na Europa de 1826 até 1833.
O seu primeiro romance (“Precaução”) passou quase despercebido, mas com o seu segundo livro (“O Espião”) já obteve um enorme sucesso.
O último dos moicanos” teve numerosas reedições entre as quais uma magnificamente ilustrada por René Follet.
Balzac foi um admirador crítico da sua obra e Victor Hugo considerava-o «o grande mestre da literatura moderna».

domingo, 13 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEAntônio Torres, escritor brasileiro, nasceu em Junco (hoje, cidade de Sátiro Dias, no interior da Bahia) no dia 13 de Setembro de 1940.
Descobriu a vocação literária na escola que frequentava, incentivado por uma professora. Começou então a escrever as cartas dos moradores da cidade, a recitar poemas de Castro Alves na pracinha de Junco e a ajudar o padre a rezar a missa em Latim. Estudou depois em Alagoinhas e Salvador, onde se tornou repórter do “Jornal da Bahia”. Em São Paulo, foi jornalista no diário “Última Hora” e publicitário, estando posteriormente três anos em Portugal. Depois de muitas andanças pelo Brasil e pelo Mundo, fixou-se no Rio de Janeiro, dedicando-se exclusivamente à Literatura.
Aos 32 anos, lançou o seu primeiro romance “Um cão uivando para a Lua”, que causou grande impacto, sendo considerado pela crítica “a revelação do ano”. O segundo, “Os Homens dos Pés Redondos”, confirmou as qualidades do primeiro livro. O grande sucesso, porém, veio em 1976, quando publicou “Essa terra”, narrativa com muitas notas autobiográficas, abordando a questão do êxodo rural dos nordestinos em busca de uma vida melhor nas grandes metrópoles do Sul, principalmente em São Paulo. Este livro, considerado hoje uma obra-prima, foi traduzido para francês em 1984, abrindo-lhe o caminho para uma carreira internacional. Hoje é um dos escritores mais conhecidos da sua geração, com livros traduzidos em Itália, Argentina, México, Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Holanda, Israel e Bulgária. Está editado igualmente em Portugal.
Tem recebido inúmeros prémios e honrarias, entre os quais se salientam: “Romance do Ano” (1996) do Pen Clube do Brasil; “Prémio Hors Concours” (1998) da União Brasileira dos Escritores; Cavaleiro das Artes e das Letras (1998), condecoração do governo francês; “Prémio Machado de Assis” (2000) da Academia Brasileira de Letras, etc.
Em 2006, Antônio Torres publicou o romance “Pelo fundo da agulha”, com o que fechou uma trilogia iniciada com “Essa terra” e prosseguida com “O cachorro e o lobo”. Este livro foi um dos vencedores do “Prémio Jabuti”.

sábado, 12 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEMaurice Chevalier, actor e cantor francês, nasceu em Paris no dia 12 de Setembro de 1888. Faleceu, igualmente em Paris, em 1 de Janeiro de 1972.
Com 13 anos já cantava num “café concerto”. Em 1917 começou a cantar no Casino de Paris. Depois mudou-se para Londres. Teria aprendido inglês, quando esteve detido na Alemanha durante a I Grande Guerra Mundial. Acreditava que teria mais sucesso na Inglaterra do que outros artistas franceses.
Na década de 1920 foi para Hollywood, o que o afastou de França até 1935. Assinou um contrato com a Paramount Pictures. Foi nomeado como “melhor actor” na Academia de Award com os filmes “The Love Parade” (1929) e “The Big Pond” (1930).
Em 1934 alcançou grande êxito com as duas versões, inglesa e francesa, de “A Viúva Alegre” de Ernst Lubitsch. Encontrou-se com Duke Ellingtion e fez com que o admitissem para fazer a primeira parte de um seu espectáculo na Broadway.
Voltou para França e alcançou novos êxitos, criando também canções para um jovem cantor que, mais tarde, se tornaria igualmente célebre: Charles Trenet.
Sob a ocupação alemã, só deixou de trabalhar em 1942, o que lhe seria criticado na hora da Libertação. Foi acusado de cobardia e, no entanto, ele tinha protegido uma família judia, a sua companheira Nita Raya e os pais desta. Foi “salvo” pelo Partido Comunista e veio a ficar “limpo” de qualquer suspeita de colaboração com o inimigo.
Muito rapidamente retomou os êxitos, chegando nos anos 1960 a dedicar-se a um género inesperado: o twist. Apadrinhou igualmente, desde 1966, a carreira da jovem Mireille Mathieu, que viria a ser uma grande vedeta internacional.
Numa segunda metade da sua carreira cinematográfica, são de salientar: o filme de René Clair “O silêncio é de oiro” que foi premiado em Cannes (1948); a comédia musical “Gigi” de Vincente Minnelli (1958) que ganhou 9 Oscars e 3 Golden Globe Awards e a sua participação no remake americano da trilogia de Marcel Pagnol: “Fanny de Joshua Logan” (1961).
Em 1968 despediu-se do público após uma carreira de quase setenta anos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEDomingo Faustino Sarmiento Albarracín, político e escritor argentino, Presidente da República (1868/1874), faleceu em Assunção, no Paraguai, no dia 11 de Setembro de 1888. Nascera em San Juan, capital da província argentina com o mesmo nome, em 15 de Fevereiro de 1811.
A família era pobre, se bem que tivesse antepassados ilustres. A sua infância e formação foram profundamente influenciadas pela mãe. Sarmiento foi um autodidacta e as suas experiências de vida naquela época estão publicadas no livro "Recuerdos de Provincia".
Durante a década de 1840, devido à sua oposição ao regime de Juan Manuel de Rosas, Sarmiento teve de se exilar no Chile, onde escreveu o seu livro mais famoso: "Facundo o Civilización y Barbarie", publicado em 1845, uma biografia do caudilho argentino Facundo Quiroga. Sarmiento, usando Quiroga como pretexto, realizou neste livro um profundo estudo do fenómeno do Caudilhismo e um verdadeiro libelo contra Rosas e o seu regime. No Chile, Sarmiento esteve sob a protecção de Manuel Montt, então Ministro do Interior, que o encarregou de melhorar o sistema de educação pública chilena. Sarmiento viajou assim pela Europa e pelos Estados Unidos, estudando os vários sistemas de ensino. Os seus relatos de viagem foram publicados em "Viajes".
Domingo Sarmiento é apontado como um dos maiores expoentes do Romantismo Argentino, devido ao seu papel relevante na chamada “Geração de 1837”. Porém, nos seus escritos, vê-se profundas influências neoclássicas. Nos últimos anos de vida, aproximou-se do Positivismo, como bem atesta o seu último e mais polémico livro: "Conflictos y armonías de las Razas de América".
Sarmiento integrou o chamado “Exército Grande” que derrubou Rosas em 1852. Na década de 1860 tornou-se governador da sua província natal e, depois, embaixador da Argentina nos Estados Unidos. Enquanto exercia esta última função, foi eleito Presidente da República.
Durante a sua Presidência duplicou o número de escolas públicas na Argentina e fez construir cerca de 100 bibliotecas.
Em 1874, Sarmiento entregou a presidência ao seu sucessor, Nicolás Avellaneda. Posteriormente, Sarmiento iria opor-se ao regime conservador liderado pelo general Julio Argentino Roca e os seus últimos anos de vida foram de contestação política e intelectual.
Não haverá nenhuma cidade argentina que não tenha um local público com o seu nome. A sua efígie foi representada em notas de banco e em selos de correio.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEAndreï Makine, escritor francês, nasceu em Krasnoïarsk, na Sibéria, no dia 10 de Setembro de 1957.
Obteve o doutoramento em Letras pela Universidade de Lomonossov em Moscovo, defendendo uma tese sobre literatura francesa contemporânea. Ensinou depois Filosofia no Instituto Novgorod e colaborou na revista russa “Literatura Moderna no Estrangeiro”.
Em 1987, no quadro das trocas culturais entre a França e a URSS, foi leitor num liceu francês durante mais de um ano. Decidiu então ficar em França, consagrando-se à escrita e dando simultaneamente cursos de Literatura e de Cultura Russa na Escola Normal Superior e em Ciências Políticas.
Depois de ver alguns dos seus manuscritos recusados pelos editores, conseguiu publicar em 1990 “A filha de um herói da União Soviética” fazendo crer que se tratava de uma tradução do russo… Dois anos mais tarde doutorou-se na Sorbonne, desenvolvendo uma tese consagrada à obra do escritor russo Ivan Bounine (1870-1953).
Obteve em 1995 o Prémio Goncourt e o Prémio Médicis com o seu romance “O Testamento francês”.
Em Maio de 2009 a sua peça “O Mundo segundo Gabriel” foi levada à cena com bastante êxito.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

EFEMÉRIDERaul Durão, jornalista e apresentador de televisão português, nasceu em Lisboa no dia 9 de Setembro de 1942. Faleceu, igualmente na capital portuguesa, em 8 de Outubro de 2007.
Iniciou a sua carreira jornalística aos 19 anos, como locutor da Rádio Nacional da Guiné, quando cumpria o serviço militar obrigatório naquela ex-colónia. Terminada a comissão militar, regressou a Lisboa e entrou para a Emissora Nacional, como locutor de rádio, com apenas 20 anos e ao lado dos já consagrados Pedro Moutinho, Maria Leonor e Dom João da Câmara. Ingressou seguidamente na RTP, em 1971, através de concurso para locutores e apresentadores, juntamente com Ana Zanatti, Maria Elisa, Eládio Clímaco e Fernando Balsinha. Começou a apresentar telejornais, magazines e espectáculos de variedades. Foi o jornalista que comunicou ao país a queda do Cessna que transportava Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa, em 4 de Dezembro de 1980, dando depois a informação da morte dos mesmos. Dias mais tarde fez a cobertura do funeral do ex-Primeiro-ministro, um trabalho excepcional e exemplar, em função da singularidade do momento.
A sua forma de trabalhar era cativante, dada a seriedade e serenidade que faziam com que tudo parecesse fácil.
Jornalismo aparte, ligou-se a empresas do sector imobiliário e comunicacional, nomeadamente na área dos eventos e promoções. Teve uma discoteca, a “Lido”, que fez furor na década de 80.
Muitos jornais e revistas disseram que ele era um galã e um sedutor por natureza. Era também um excelente pai e amigo. Distinguia-se por ser uma pessoa sóbria e correcta, um "anti-vedeta", pois jamais - ao longo do seu percurso profissional - lhe foi conhecida, mesmo nos bastidores televisivos, qualquer atitude menos abonatória em relação a um colega de profissão.
Teve 4 filhos frutos de relações diferentes: Mónica, Pedro, Sofia (que deu a Durão o seu único neto) e Tomás, em 1991, do casamento com o modelo Fernanda Branco.
Raul Durão reformou-se da RTP em 2002 mas, pontualmente, era convidado para executar alguns trabalhos para a RTP e RTP África. Continuava com uma vida bastante activa, dedicando mais tempo à educação e lazer do seu filho mais novo.
Foi o mais jovem director de programas de um canal de televisão, ao assumir o cargo com apenas 34 anos. "Bom Dia Portugal", programa por si idealizado, foi o primeiro programa matinal no Mundo a ser transmitido em directo. Foi ele o responsável pela introdução dos helicópteros nesses programas, como forma rápida de dar informação sobre o trânsito ou de chegar a um local ermo. "Ponto por Ponto" é ainda hoje, o programa que, em Portugal, mais tempo esteve no ar - 8 anos.
Apostou em Jorge Gabriel quando este era ainda muito jovem. O apresentador da “Praça da Alegria” agradeceu em directo, no dia da morte do jornalista, de uma forma bastante emotiva, tudo o que Durão fizera por ele.
"Bom Dia Portugal", "Magazine informativo", "Ponto por Ponto" ou "Estrada Viva" são alguns dos muitos programas que apresentou.
Desapareceu aos 65 anos, vítima de doença oncológica.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

EFEMÉRIDERichard Georg Strauss, compositor e maestro alemão, considerado um dos mais destacados músicos entre o final da Era Romântica e o início da Idade Moderna, morreu em Garmisch-Partenkirchen no dia 8 de Setembro de 1949. Nascera em Munique, em 11 de Junho de 1864.
Não existe qualquer grau de parentesco entre ele e os dois Johann Strauss (pai e filho), originários de Viena e conhecidos como os “reis da valsa”.
Ainda criança, Strauss estudou violino e harpa e, antes de completar dez anos, já havia escrito uma serenata para instrumentos de sopro.
Viria a ser Director da Ópera de Weimar (1886), de Berlim (1898) e de Viena (1919-1924).
Entre 1886 e 1898 Richard Strauss assombrou o mundo com uma série de poemas sinfónicos e sinfonias. Quando, por volta de 1909, conheceu o poeta Hugo von Hofmannsthal, uma nova fase se abriu na produção musical de Richard Strauss, que passou a ser dedicada sobretudo à ópera.
Após a subida ao poder de Hitler (1933), Richard Strauss aceitou ser nomeado Director do “Reichsmusikkammer” (1934). Este facto levou a que houvesse suspeitas de simpatia com o nazismo, o que fez com que ele sofresse o desdém de outros músicos que eram veementemente contra o regime, entre os quais Toscanini e Arthur Rubinstein. Valerá no entanto salientar que Strauss não era anti-semita, tendo mesmo colaborado com um escritor judeu, Stefan Zweig, autor do libreto de uma de suas óperas, “Die Schweigsame Frau”, e de tudo ter feito para defender a sua nora que era judia. Após a derrota de Hitler em 1945 Richard Strauss foi chamado a depor, mas o tribunal absolveu-o de qualquer ligação ideológica ao partido nazi. Convidado em 1947 a reger concertos em Londres, foi ali recebido entusiasticamente.
Pouco depois, Richard Strauss compôs a sua última obra: "Quatro Últimas Canções".
Como compositor de óperas, é curioso assinalar que a maioria delas têm por título nomes de mulheres e estão centradas em personagens femininos.
Musicalmente, Richard Strauss levou a “atonalidade” a paroxismos de histeria em “Salomé” e, principalmente, em “Elektra”, a mais atonal das partituras do compositor. No entanto, em “Der Rosenkavalier”, ele resolveu voltar atrás, misturando valsas e suaves melodias tonais, com todo o arrojo das tendências musicais contemporâneas, e este foi mais ou menos o caminho que trilhou até ao fim da vida.
Strauss nunca escondeu que os seus compositores favoritos eram Wagner e Mozart e, efectivamente, encontra-se forte influência de ambos nas suas partituras.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEUziel Gal (Gotthard Glasso era o seu nome de nascimento), desenhador de armas israelita, mundialmente conhecido pela concepção da pistola-metralhadora “Uzi“, faleceu em 7 de Setembro de 2002, vítima de doença cancerosa. Nascera em Weimar, na Alemanha, no dia 15 de Dezembro 1923.
Quando os nazis subiram ao poder em 1933, a família Glasso mudou-se para Inglaterra e mais tarde para Kibutz Yagur (1936).
Em 1943 foi preso por estar em poder de uma arma ilegal e foi sentenciado a seis anos de prisão, sendo contudo libertado em 1946, após cumprir menos de metade da pena.
Começou a desenhar a pistola-metralhadora Uzi em 1948, após a Guerra de independência de Israel. Três anos depois a arma foi oficialmente adoptada pelas Forças Armadas Israelitas. Em 1958, Gal foi a primeira pessoa a receber o “Prémio de Segurança Israelita” pelo seu trabalho na Uzi.
Em 1975 reformou-se e, no ano seguinte, mudou-se para Filadélfia, na Pensilvânia, Estados Unidos, de modo a que a sua filha Tamar, que tinha sofrido sérios danos cerebrais, pudesse receber um adequado tratamento médico.
Gal continuou o seu trabalho como desenhador de armas, mesmo depois de se ter mudado para os EUA e até à sua morte.

domingo, 6 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEEmídio Guerreiro, professor e político português, nasceu em Guimarães no dia 6 de Setembro de 1899. Faleceu na mesma cidade em 29 de Junho de 2005.
Oriundo de uma família republicana, cedo aderiu aos ideais da República. Combateu, como voluntário, na Primeira Guerra Mundial.
Licenciou-se em Matemática na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Fez parte do Orfeão Universitário, presidiu à Associação Académica do Porto e pertenceu ao grupo de teatro da faculdade.
Após o golpe de estado de 1926, juntou-se aos que se opunham à imposição de uma ditadura. Em 1928, no Porto, fundou a loja maçónica “A Comuna” (Grande Oriente Lusitano Unido), colaborando também no semanário “Humanidade” (1929-1931). Em 1931 foi nomeado professor assistente de Cálculo Diferencial na Faculdade de Ciências mas, devido aos seus ideais políticos, foi demitido passados três meses.
Em 1932 foi preso por escrever um texto contra o Presidente da República Óscar Carmona, conseguindo evadir-se um ano depois. Esteve no exílio durante mais de 40 anos, primeiro em Espanha onde, na Guerra Civil, esteve ao lado das forças republicanas. Depois, em França, passou à clandestinidade após a invasão nazi, juntando-se à Resistência. Quando a Guerra terminou ficou a leccionar Matemática em Paris.
Em 1959 tomou contacto com o General Humberto Delgado, tornando-se supostamente o seu representante em Paris. Após o desaparecimento de Delgado, foi um dos que alertou os meios de comunicação internacionais. Participou no processo de acusação espanhol para averiguar as causas e as circunstâncias do assassínio.
Na capital francesa, juntamente com Palma Inácio e outros, fundou em 1967 a LUAR - Liga de Unidade e Acção Revolucionária, como força de oposição ao regime salazarista. Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974 e aderiu, ainda nesse ano, ao Partido Popular Democrático (actual Partido Social Democrata). Foi secretário-geral deste partido em 1975, liderando-o durante um período em que Francisco Sá Carneiro, por motivos de doença, se deslocara ao estrangeiro. Foi eleito deputado à Assembleia Constituinte, mas viria a afastar-se. Filiou-se no Partido Renovador Democrático e veio a aproximar-se, no final da sua vida, do Partido Socialista.
Em 1980 foi condecorado como Comendador da Ordem da Liberdade pelo Presidente da República Ramalho Eanes. Em 1999, por altura do seu centenário, foi condecorado pelo Presidente da República Jorge Sampaio com a Grã-Cruz da Liberdade. Entrevistado pelo jornal “Expresso”, escolheu a dignidade humana como o ideal que sempre norteara a sua vida. «Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que lutei por ela. Lutei contra todos os regimes prepotentes e todas as ditaduras» afirmou.
Faleceu num lar de terceira idade que tem o seu nome, em Guimarães, aos 105 anos.

sábado, 5 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEFausto Wolff, pseudónimo de Faustin von Wolffenbüttel, jornalista e escritor brasileiro, faleceu no Rio de Janeiro em 5 de Setembro de 2008. Nascera em Santo Ângelo no dia 8 de Julho de 1940.
Fausto Wolff começou a trabalhar aos catorze anos (!) de idade como repórter policial e contínuo do jornal “Diário de Porto Alegre”. De família humilde, mudou-se para o Rio de Janeiro aos dezoito anos.
No Rio, chegou a manter três colunas simultâneas, escrevendo sobre televisão no “Jornal do Brasil”, sobre teatro na “Tribuna da Imprensa” e sobre política no “Diário da Noite”. As suas opiniões polémicas e independentes também começaram a aparecer na Televisão, com o “Jornal de Vanguarda” (1963).
Em 1968, incomodado pela censura do governo militar, exilou-se na Europa, onde passou dez anos (Dinamarca e Itália). Ainda no exílio, foi um dos editores de “O Pasquim”, além de director de teatro e professor de literatura nas Universidades de Copenhaga e de Nápoles.
Voltando ao Brasil quando da amnistia de 1978, trabalhou em jornais como “O Globo” e “Jornal do Brasil”, mas em breve passou a dedicar-se unicamente à imprensa independente, em especial a “O Pasquim”. Apoiou Brizola na sua eleição para o governo do estado do Rio de Janeiro em 1982 e, a partir dessa experiência, organizou o livro "Rio de Janeiro, um Retrato: a Cidade Contada por seus Habitantes" (1985), considerado um dos mais completos retratos sociológicos da cidade.
Passou a dedicar-se mais à literatura e a traduções. Em 1999 colaborou na revista de humor e política “Bundas”, onde assinou uma coluna irónica sob o pseudónimo Nataniel Jebão, “um colunista social de direita que defendia a corrupção do poder”. Voltou a colaborar com o “O Pasquim”, quando da sua reedição lançada em 2002 e rebaptizada “Pasquim 21”. Nos seus últimos anos de vida manteve uma coluna diária no "Caderno B" do “Jornal do Brasil”.
Internado em 31 de Agosto de 2008 com uma hemorragia digestiva, morreu cinco dias depois por disfunção de múltiplos órgãos vitais.
Fausto Wolff ganhou em 1997 o prestigiado Prémio Jabuti, concedido pela Câmara Brasileira do Livro ao seu romance “À Mão Esquerda”. Voltou a ficar mais duas vezes entre os dez finalistas do “Jabuti”: em 2004 na categoria de Poesia e em 2006 na categoria de Contos. Em 2008 foi finalista do “Prémio Portugal Telecom de Literatura”.
Teve também algumas participações no cinema. Em 1977 foi co-guionista do filme dinamarquês “Jorden er flad”, actuando igualmente como actor. Fez ainda pequenos papéis em filmes dirigidos por amigos seus.
O interesse sobre F. Wolff tem-se alargado à área académica, onde a sua obra foi tema de várias teses de mestrado.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEFrançois-René Auguste de Chateaubriand, também conhecido como visconde de Chateaubriand, escritor, ensaísta, diplomata e político francês, imortalizado pela sua magnífica obra literária de carácter pré-romântico, nasceu em Saint-Malo no dia 4 de Setembro de 1768. Faleceu em Paris, em 4 de Julho de 1848.
A sua imaginação e o seu estilo brilhante, juntamente com a eloquência e o colorido das descrições, fizeram com que ele exercesse uma profunda influência na literatura romântica de raiz europeia, incluindo a lusófona.
Originário de uma família aristocrática mas arruinada, passou a sua infância no castelo de Combourg na Bretanha. Sentiu desde muito cedo a vocação eclesiástica mas, apesar disso, decidiu tentar a sua sorte de outro modo, fazendo carreira na Marinha Francesa. Por volta de 1786 já era subtenente e, pouco tempo depois, teve a honra de ser apresentado ao então rei de França, Luís XVI, pelo que passou a frequentar a corte em Paris.
Esteve na América, tendo regressado na época em que se deu a Revolução Francesa. Não tolerando os excessos populares, emigrou para Inglaterra, onde passou a viver, depois de uma viagem em que percorreu durante um ano as florestas americanas e viveu com os autóctones. Ele encontrou nestas paisagens o reflexo do seu sentimento de exílio e solidão. Só voltou ao seu país em 1800.
A sua reputação literária foi-lhe assegurada por “O Génio do Cristianismo” (1802), ao qual se seguiram os episódios romanescos de “Atalá e de René”. Distanciando-se de Napoleão, encetou uma grande viagem em 1806, rumo ao Oriente, visitando lugares tão longínquos como a Grécia, a Ásia Menor, a Palestina e o Egipto, em busca dos locais onde a fé cristã tinha começado. Em resultado desta sua experiência publicou “Os Mártires” (1809).
A obra-prima de Chateaubriand foi o diário apaixonado da sua vida, as “Memórias de Além-Túmulo”. Em 1811 foi eleito membro da Academia Francesa.
Durante a Restauração, foi embaixador em Londres e, mais tarde, ministro dos Negócios Estrangeiros (1822/1824).

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEEduardo Hughes Galeano, jornalista e escritor uruguaio, nasceu em Montevideu no dia 3 de Setembro de 1940. É autor de mais de quarenta livros, traduzidos em diversos idiomas. As suas obras combinam a ficção com o jornalismo, a análise política e a História.
Oriundo de uma família católica da classe média, de ascendência italiana, alemã e espanhola, Galeano tinha em criança o sonho de vir a ser jogador de futebol. Na adolescência, trabalhou em empregos bastante díspares, como pintor de letreiros, mensageiro, dactilógrafo e caixa de banco. Aos catorze anos vendeu a sua primeira colaboração política (uma caricatura) ao jornal “El Sol” do Partido Socialista Uruguaio.
Iniciou a sua carreira jornalística no começo da década de 1960 como editor de “Marcha”, influente jornal semanal que tinha como colaboradores, entre outros, Mario Vargas Llosa e Mario Benedetti. Foi também editor do diário “Época”. Em 1971 escreveu a sua obra-prima “As Veias Abertas da América Latina”.
Em 1973, com o golpe militar no Uruguai, foi preso e mais tarde forçado a exilar-se na Argentina, onde lançou “Crisis”, uma revista cultural. Em 1976, após o sangrento golpe militar liderado pelo general Videla, viu o seu nome colocado na lista dos esquadrões de morte e, temendo pela vida, exilou-se em Barcelona, Espanha, onde deu início à trilogia “Memória do Fogo”. Em 1985, com o regresso da Democracia ao seu país, Galeano voltou a Montevideu, onde tem vivido até hoje. Em 2007 foi operado com sucesso a um tumor canceroso num pulmão.
Na sua obra mais conhecida (As Veias Abertas da América Latina), Eduardo Galeano analisa a História da América Latina como um todo, desde o período colonial até a contemporaneidade, argumentando contra aquilo que considera uma exploração económica e política do povo latino-americano por potências estrangeiras. Hugo Chávez, presidente venezuelano, ofereceu um exemplar deste livro ao presidente americano Barack Obama por ocasião da “5ª Cimeira das Américas” em Abril de 2009.
Muitos críticos comparam-no a John Dos Passos e Gabriel García Márquez. No seu livro mais recente, “Espelhos”, o autor reconta episódios que a história oficial camuflou. Galeano define-se como um escritor que remexe na lixeira da história mundial…
Escreve também, frequentemente, artigos em publicações de esquerda norte-americanas e britânicas, como The Progressive, New Internationalist, Monthly Review e The Nation.
Numa entrevista ao jornal “Zero Hora”, disse acerca da vitória de Barack Obama nas eleições de 2008: «Agora, ele entra na Casa Branca, que será a sua casa. Tomara que não esqueça que a Casa Branca foi construída por escravos negros. Chegou a hora dos Estados Unidos se libertarem da sua pesada herança racista».
Em Julho de 2008, foi agraciado com o primeiro título de “Cidadão Ilustre do Mercosul”.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

EFEMÉRIDEJohn Ronald Reuel Tolkien, escritor, professor universitário e filólogo britânico, faleceu em Bournemouth, Inglaterra, no dia 2 de Setembro de 1973. Nascera em Bloemfontein, na África do Sul, em 3 de Janeiro de 1892.
A família Tolkien veio viver para o Reino Unido quando ele tinha apenas três anos de idade. Fascinando desde pequeno pela linguística, cursou mais tarde o Exeter College da Universidade de Oxford.
Combateu na Primeira Guerra Mundial, época em que começou a escrever os primeiros rascunhos do que se tornaria o seu "mundo imaginário", complexo e cheio de vida, denominado “Arda”, palco das suas obras mundialmente famosas.
Tornou-se filólogo e foi professor universitário em Oxford de 1925 a 1959. Tolkien ficou conhecido como o "pai da moderna literatura fantástica" e a sua obra influenciou toda uma geração.
Estudou grego, latim, línguas antigas e modernas, como o finlandês, que serviram de base para a criação, por si mesmo, de novos “idiomas” - que apareceram nos seus livros sob a forma de nomes de personagens, de poemas, etc. Além do Inglês, Tolkien conhecia cerca de dezasseis línguas (não contando com as imaginadas por ele próprio).
Com a morte de sua esposa em 1971, após 55 anos de casamento, Tolkien refugiou-se na solidão de um apartamento na Universidade de Oxford.
Em 1972 recebeu o Doutoramento Honorário em Letras de Oxford e conseguiu o seu último e mais importante título: a Ordem do Império Britânico, uma das mais importantes honrarias inglesas.
No dia 28 de Agosto de 1973, sentiu-se mal durante uma festa e, na manhã do dia seguinte, foi internado com uma úlcera hemorrágica. No sábado descobriu-se também uma infecção no peito. Morreu no dia seguinte, sendo sepultado junto da esposa.
Em 1992, ano em que Tolkien completaria 100 anos, foram plantadas em Oxford duas árvores em seu tributo pela Tolkien Society e pela Mythopoeic Society, grupos de leitores e estudiosos da sua obra.
Apesar de ter iniciado a carreira literária em 1937 com “O Hobbit”, foi somente após o lançamento da trilogia "O Senhor dos Anéis" (1954-1955) que Tolkien passou a ser conhecido mundialmente. Em 1996, segundo uma pesquisa feita pela livraria londrina Waterstone's, que conta com mais de 200 lojas em toda a Grã-Bretanha, em parceria com o Channel 4 da televisão, “O Senhor dos Anéis” foi eleito o melhor livro do século e “O Hobbit” ficou entre os vinte primeiros. Num outro inquérito mais recente, datado de 2003, feito pela BBC, em que se perguntava às pessoas qual o seu livro favorito, "O Senhor dos Anéis" ficou em primeiro e "O Hobbit" em vigésimo quinto.
O mundo artístico foi também muito influenciado por J. R. R. Tolkien: o cinema (principalmente através de "O Senhor dos Anéis"), a música, a literatura, as histórias de banda desenhada, os jogos de computador e até mesmo a Internet, com milhares de sites dedicados à sua obra.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

EFEMÉRIDERocky Marciano, de seu verdadeiro nome Rocco Francis Marchegiano, pugilista profissional de “pesados” norte-americano, nasceu em Brockton, no Massachusetts, em 1 de Setembro de 1923. Morreu em Des Moines, Iowa, em 31 de Agosto de 1969.
É considerado um dos melhores boxeurs de todos os tempos e categorias, juntamente com Muhammad Ali, Mike Tyson, Joe Louis, etc. Conhecido pelos seus potentes golpes, Marciano nunca perdeu um combate profissional, o que é caso único. Somou 49 vitórias, sendo 43 por KO. Rocky foi campeão mundial de 1952 até 1956, ano em que se afastou das competições.
Inspirou os famosos filmes da série "Rocky", de Sylvester Stallone, o primeiro dos quais ganhou o Oscar de Melhor Filme em 1976.
Os pais eram italianos e imigraram para os Estados Unidos no começo dos anos 1920. Rocky, apenas com um ano de idade, contraiu uma forte pneumonia que quase o matava. Na adolescência, jogou basebol e futebol americano e arranjou o seu próprio equipamento de halterofilismo para treino físico. Chamado para o Exército aos 20 anos, quando da Segunda Guerra Mundial, não chegou a entrar em combate.
Em 1947 tornou-se profissional de boxe. Rocky parecia não sentir dores, por mais golpes que recebesse ou por mais castigado que fosse no ringue. Era imbatível. Há quem diga que a potência de seu soco era a mais forte de todos os tempos. Conquistou o título de melhor “pesado” do mundo em 23 de Setembro de 1952, derrotando o até aí campeão Jersey Joe Walcott. Foi eleito o melhor pugilista nos anos 1952, 1954 e 1955 pelo Ring Magazine.
Depois de uma vitória, em 1955, sobre o pugilista Archie Moore, Rocky Marciano decidiu que era o momento para se reformar, fechando com chave-de-ouro uma das carreiras desportivas mais vitoriosas do pugilismo mundial e fazendo a vontade a sua esposa e filha. Longe dos ringues, Marciano manteve o seu comportamento sempre amigável e disposto a ajudar o próximo, simpático, modesto, simples e humilde.
Foi comentador de boxe e árbitro. Na véspera de completar 46 anos, Rocky Marciano embarcou num avião privado para uma reunião de negócios. Seria a última viagem do campeão. O aparelho caiu e os seus três ocupantes morreram no desastre, perto de Des Moines.
Em 1999 foi lançado um filme para televisão contando a sua vida. Foram escritos também vários livros em sua homenagem, de que se destaca "Rocky Marciano, Biography of a First Son".

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