sábado, 31 de maio de 2008

EFEMÉRIDERainer Werner Fassbinder, actor e realizador de cinema alemão, nasceu em Bad Wörishofen, na Baviera, em 31 de Maio de 1945. Morreu em Munique no dia 10 de Junho de 1982, vítima da ruptura de um aneurisma. Segundo outras versões, a sua morte teria sido provocada pela ingestão de uma overdose de drogas ingeridas porventura com a intenção de suicídio. Tinha apenas 37 anos.
O pai, médico, e a mãe, tradutora, divorciaram-se quando ele tinha apenas seis anos. Interessando-se pelo cinema desde muito novo, não conseguiu contudo frequentar uma escola de cinema como era seu desejo. Acabou os estudos sem obter o bacharelato e exerceu depois diversos ofícios, entre eles o de jornalista.
Durante a sua carreira realizou 43 filmes, trabalhou como actor de cinema e de teatro, foi cameraman, compositor, designer de produção, editor de cinema, produtor de cinema e director de teatro.
Os seus filmes obtiveram sempre grande sucesso, tendo feito em média um filme em cada cem dias. Fassbinder era um homossexual assumido e o tema foi recorrente nas suas obras. O amor lésbico foi, por exemplo, o tema fundamental do seu filme “As lágrimas amargas de Petra von Kant” rodado em 1971.
As paixões íntimas foram a sua forma de retratar uma época e de dar o testemunho das suas dificuldades económicas, políticas, morais e sexuais. Nele sempre houve um lugar essencial para a mulher, propagando diversas fórmulas para a emancipação feminina. A escritora Susan Sontag considerava Fassbinder uma das grandes referências culturais do século XX.
Fassbinder fez um retrato exaustivo da Alemanha e as suas obras são indispensáveis para entender o país. Situou as suas histórias em locais diversos, retratando todas as classes sociais, como a burguesia, os comerciantes, o proletariado, os pobres, os intelectuais, os jornalistas e os emigrantes. Escreveu igualmente várias peças de Teatro, sobretudo entre 1968 e 1971. A partir de 1972 foi aclamado pela crítica nos Festivais de Berlim, mas foi ignorado pelos júris. Só em 1982, com o antepenúltimo filme (“O Segredo de Veronika Voss”), conseguiu ganhar um “Urso de Oiro”.
Fassbinder foi um dos mais importantes representantes da Novo Cinema Alemão (anos 1960/70).

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Querias batatinhas fritas??...

Choque aparatoso

EFEMÉRIDEMikhaïl Aleksandrovitch Bakunine, filósofo, revolucionário e teórico do anarquismo, de nacionalidade russa, nasceu em Priamoukhino no dia 30 de Maio de 1814. Faleceu em Berna, na Suiça, em 1 de Julho de 1876.
Filho de ricos proprietários de terras, estudou Filosofia a partir de 1837, tendo seguido também um curso na Universidade de Berlim três anos mais tarde. Começou aqui a sua actividade política. De 1842 a 1848 viajou pela Europa, onde conheceu Karl Marx, Friedrich Engels e Proudhon.
Em 1849 foi preso e condenado à morte por uma insurreição em Dresden. A pena foi comutada em prisão perpétua, sendo depois entregue ao governo russo, tendo ficado preso em São Petersburgo. Os anos que passou em regime prisional degradaram a sua saúde. Sofreu de escorbuto e caíram-lhe todos os dentes. O coração e o fígado foram também afectados e por vezes já nem comia. Com a morte do czar Nicolau 1º, o regime russo liberalizou-se e a pena de Bakunine foi transformada em deportação perpétua na Sibéria. Acabou por se evadir para o Japão, fixando-se na Suiça depois de passar por vários países europeus.
Em 1868 disputou a liderança da Associação Internacional de Trabalhadores com Karl Marx e, em 1872, desentendeu-se com ele por motivos ideológicos, acabando por ser expulso daquela organização. Bakunine defendia que as energias revolucionárias deveriam ser concentradas na destruição das “coisas”, no caso o Estado, e não das “pessoas”.
Depois daquele rompimento, Bakunine planeou a construção de uma associação para unir os anarquistas de todos o Mundo. Acabou por criar apenas grupos anarquistas em vários países, repassando para outros anarquistas, que se viriam a tornar célebres, as tradições anti-autoritárias e mutualistas, bem assim como o carácter descentralizador da sua ideologia.
Após a morte de Bakunine, diversos acontecimentos políticos com influência anarquista puderam ainda er notados, como a insurreição de 1918 no Rio de Janeiro, cujo movimento sindical era maioritariamente composto por anarquistas, a guerra civil em Espanha e a revolução espanhola em 1936, que seria a derradeira e última revolução de ideologia anarquista.
Bakunine deu sempre prioridade à luta revolucionária, não tendo tido propriamente tempo para construir uma “obra”. Os seus textos eram escritos à pressa, para melhor responder às necessidades revolucionárias do momento. Muitos dos seus trabalhos ficaram inacabados e outros perderam-se após a sua morte.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Sempre a inovar:

Crise energética...

Falta pouco para ser assim...



EFEMÉRIDE Yannis Xenakis, compositor, engenheiro e arquitecto grego, naturalizado francês, nasceu em Brăila, na Roménia, em 29 de Maio de 1922. Morreu em Paris no dia 4 de Fevereiro de 2001.
Aos dez anos mudou-se com a família para a Grécia, onde veio a estudar engenharia. Os estudos foram interrompidos pela ocupação nazi. Participou na Resistência Grega durante a Segunda Guerra Mundial e na primeira fase da Guerra Civil Grega, como membro do Exército de Libertação do Povo Grego. Em Janeiro de 1945 foi ferido por um obus, perdendo um olho e ficando desfigurado em parte do rosto. Em 1946 finalizou os estudos de engenharia, mas foi perseguido e condenado à morte devido ao seu activismo político. Conseguiu fugir para França em 1947, onde ingressou no estúdio parisiense do famoso arquitecto Le Corbusier, de quem foi aluno. Em virtude da sua formação de arquitecto e de matemático, começou a dedicar-se também a uma nova música, regida por leis estatísticas.
No campo da música acústica, interessou-se igualmente por uma outra colocação dos músicos, de modo não convencional, por vezes entre o próprio público. Numerosas experiências provaram a sua eficácia, tendo sido um dos mais brilhantes participantes num Festival de Royan.
Em 1957, pela primeira vez, Xenakis pôde beneficiar do apoio técnico de um computador da IBM para programar a sua música, o que veio aumentar a possibilidade de um processo de criação concebido na sua globalidade.
Xenakis veio a criar uma interface, com a qual ligou o mundo visual do grafismo e o mundo sonoro da música. Conseguiu, utilizando procedimentos que poderiam fazer das suas obras produções totalmente desumanizadas, uma música muitas vezes lírica e extremamente comovente. “Nuits”, “L'Orestie” e todas as suas últimas obras estão próximas, na sua simplicidade voluntária, do espírito das últimas obras de Liszt.
Entre 1967 e 1978 organizou, com grande êxito, muitos espectáculos de “Som e Luz” em vários locais, utilizando um conceito que lhe era caro - a aliança entre a arquitectura e a música. Tive pessoalmente a sorte de assistir a um destes espectáculos em Paris, junto das ruínas de Cluny, no célebre Boulevard de Saint-Michel. Aquela era, por assim dizer, uma música “para se ver”, uma mistura de espaço, luz e sons, que criava um novo universo musical. Não se julgue porém que Xenakis se deixava escravizar pela máquina, ao invés submetia-a aos seus desígnios. Raios laser e flashes, que rasgavam o espaço, acompanhavam a “música do amanhã”. Este espectáculo inolvidável, que se chamava “O Politopo de Xenakis”, é referido num livro de crónicas do consagrado escritor português Urbano Tavares Rodrigues.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Patrick Victor Martindale White, escritor australiano laureado com o Prémio Nobel da Literatura em 1973, nasceu em Londres, de pais australianos, em 28 de Maio de 1912. Faleceu em Sidney no dia 30 de Setembro de 1990.
Na infância viveu com uma irmã, que servia de preceptora e empregada doméstica, enquanto os pais viviam num apartamento nas proximidades. Aos quatro anos, White começou a sofrer de asma. A falta de saúde excluía-o de diversas actividades infantis, o que estimulou a sua imaginação. Aos dez anos, foi internado na Tudor House School, uma escola nas terras altas da Nova Gales do Sul, numa tentativa de acalmar a asma. A adaptação à convivência com outras crianças da sua idade não foi fácil. Foi por essa altura que White começou a escrever pequenas peças de teatro, sendo de notar a utilização de temas já claramente adultos. Em 1924, com a escola envolvida em problemas financeiros, o director sugeriu que White fosse transferido para uma escola interna na Inglaterra, sugestão que foi aceite pelos pais. A adaptação à nova escola foi muito difícil e ele próprio escreveria mais tarde que «se tinha tratado de uma sentença de prisão de quatro anos». Por vezes gozava as férias com os pais, em vários locais da Europa, mas a sua relação com eles manteve-se sempre distante. Pediu aos pais se podia deixar a Escola para se tornar actor e eles aceitaram, na condição dele regressar à Austrália para experimentar a vida no campo, pois preferiam que ele fosse agricultor. A sua saúde melhorou, mas ficou claro que não tinha qualquer apetência para a vida rural.
De 1932 a 1935 viveu de novo em Inglaterra, estudando literatura francesa e alemã no King's College em Cambridge. Apaixonou-se por um jovem, que tinha vindo para Cambridge com a finalidade de se tornar pastor anglicano, mas não ousou expressar os seus sentimentos com receio de perder a sua amizade. Tal como muitos homossexuais da época, receava que a sua sexualidade o condenasse a uma vida ainda mais solitária.
Ainda como aluno da Universidade de Cambridge, White publicou uma colectânea de poemas intitulada “The Ploughman and Other Poems” e escreveu uma peça de teatro, que foi levada à cena por uma companhia amadora. White licenciou-se em 1935 e foi morar para Londres, num bairro frequentado por artistas. Aqui escreveu várias obras não publicadas e fez a revisão de um romance que escrevera nos seus tempos de vida no campo. Em 1937 o pai morreu, deixando-lhe dez mil libras como herança, o que lhe permitiu dedicar-se integralmente à escrita.
Quando começou a Segunda Guerra Mundial estava nos Estados Unidos. Regressou a Londres, onde ingressou na Royal Air Force como oficial dos serviços de informação e de onde foi enviado para o Médio Oriente. Passou ainda pelo Egipto, Palestina e Grécia antes da guerra acabar. Enquanto esteve no Médio Oriente conheceu um oficial do Exército Grego, Manoly Lascaris, que se tornaria seu companheiro para toda a vida. Regressado à Austrália, só viria a conhecer a fama como escritor a partir dos anos 1960.
É considerado por muitos como o maior romancista de língua inglesa do século XX. De 1935 a 1986, ano em que escreveu o seu último livro, publicou mais de vinte romances, duas recolhas de contos e oito peças de teatro.

Meninas: para descarregar o stress!!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Interessante. Vídeo didáctico...

EFEMÉRIDESamuel Dashiell Hammett, escritor norte-americano, criador e clássico do chamado “romance negro”, nasceu em Baltimore, Maryland, em 27 de Maio de 1894. Morreu em Nova Iorque no dia 10 de Janeiro de 1961. A sua contribuição para a literatura americana foi de importância capital, tendo influenciado igualmente escritores como Hemingway, Chandler e Simenon.
Só frequentou a escola até aos 14 anos, pois logo começou a trabalhar para ajudar ao sustento da família. Teve vários ofícios e, mais tarde, foi detective particular durante seis anos, daí a razão de ter começado a escrever novelas de tipo policial.
No princípio dos anos 1920, Hammett revolucionou o romance com a sua escrita seca e visual e com histórias onde as noções do bem e do mal quase não tinham razão de ser. Muitas das suas obras foram adaptadas ao cinema com grande êxito. A sua carreira foi porém muito breve, deixando de escrever em 1934.
O termo “romance negro” (roman noir) só foi inventado depois de 1944 por intelectuais franceses, para identificar obras com personagens duros, violentos e desprovidos de sensibilidade.
A “segunda parte da sua vida” foi dominada pelo álcool e pelas perseguições de que foi alvo, acusado de ser comunista. Acabou por ser preso no período da “caça às bruxas maccartista” e as suas obras foram retiradas das bibliotecas públicas. Alcoólico e tuberculoso, Dashiell Hammett morreria com 66 anos.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Isadora Duncan, nome artístico de Dora Angela Duncanon, bailarina americana, precursora da dança moderna, nasceu em São Francisco no dia 26 de Maio de 1877. Morreu em Nice, em 14 de Setembro de 1927. Ao promover uma dança completamente diferente do ballet clássico, inspirou-se em movimentos da própria natureza - ventos, palmeiras - e em poses e atitudes encontradas em cerâmicas e esculturas da Antiga Grécia. Propôs uma dança livre de espartilhos, meias e sapatilhas de pontas, apresentando-se em coreografias a solo, descalça e vestida com túnicas de seda, por vezes quase nua, com o corpo dissimulado apenas por ligeiros véus. Utilizou nos seus trabalhos músicas consideradas não apropriadas para a dança, como peças de Chopin e de Wagner, que na época eram executadas apenas para serem ouvidas.
Em 1895 tinha-se tornado membro de uma companhia de teatro em Nova Iorque, mas decepcionou-se com esta actividade. A sua carreira de dançarina e professora veio a desenvolver-se sobretudo na Europa onde obteve grande sucesso. Fundou várias escolas de dança tanto nos Estados Unidos como na Europa, nomeadamente na Rússia. A sua tentativa de levar também os rapazes à prática da dança foi então um falhanço. Tornou-se de tal modo conhecida que inspirou numerosos artistas e autores, nas suas criações em esculturas, jóias, poesias, romances, fotografias e pinturas.
Em 1922, para mostrar a sua adesão à experiência social e política da nova União Soviética, instalou-se em Moscovo. A incapacidade do governo em suportar as suas “proposições extravagantes”, combinada com as condições de vida austeras e difíceis no país, levaram-na a voltar ao Ocidente em 1924.
Sofreu vários desgostos na vida. Dois filhos morreram em 1913 afogados no interior duma viatura que caiu ao rio Sena e o poeta russo Sergueï Essenine, seu marido, deixou-a e suicidou-se em 1925.
Morreu tragicamente em 1927, meses depois de ter publicado a autobiografia “Minha Vida”, quando o seu véu ficou preso nas rodas do carro que a transportava.

domingo, 25 de maio de 2008

No momento exacto...

EFEMÉRIDERalph Waldo Emerson, filósofo, ensaísta e poeta norte-americano, nasceu em Bóston no dia 25 de Maio de 1803. Morreu em Concord, em 27 de Abril de 1882.
Órfão de pai desde os oito anos, Emerson completou os seus estudos em Harvard graças a uma bolsa de estudos. Foi pastor em Bóston, mas interrompeu a sua actividade religiosa em virtude de divergências doutrinais sobre a eucaristia.
Com trinta anos viajou pela Europa e, de regresso aos Estados Unidos, começou a desenvolver a sua filosofia "transcendentalista", exposta em várias obras (“Natureza”, “Ensaios” e “Sociedade e solidão”). O Clube Transcendentalista de Concord, cujo órgão oficial era a revista The Dial, exerceu grande influência sobre a vida intelectual americana do século XIX.
Apesar de ser mais conhecido como ensaísta, Emerson escreveu e traduziu muitos poemas. A poesia de Emerson inclui os seguintes livros: Poems (1847), May-Day and Other Pieces (1867), Selected Poems (1876) e são notáveis as suas poesias “Threnody”, “Uriel”, “Works and Days” e “Concord Hymn”.
Foi também um estudioso de várias religiões orientais, nomeadamente do hinduísmo, do confucionismo e do sofismo.

Beleza não é tudo...

sábado, 24 de maio de 2008

EFEMÉRIDEJoseph Brodsky, pseudónimo de Iosif Aleksandrovich Brodsky, poeta russo naturalizado norte-americano, nasceu em Leninegrado no dia 24 de Maio de 1940. Morreu em Nova Iorque, em 28 de Janeiro de 1996. Foi enterrado, a seu pedido, na Ilha de San Michele perto de Veneza. Brodsky gostava particularmente da Itália e achava excelentes as traduções dos seus poemas para italiano.
Na sua poesia, galardoada com o Prémio Nobel da Literatura em 1987 e muito celebrada nos Estados Unidos, coexistem temas como o futuro, a dignidade, a política, o amor e a morte.
Grande parte da sua obra foi escrita em russo, mas também escreveu muitos poemas directamente em língua inglesa.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Uma lágrima pela Gatuska, que nos fez companhia durante mais de dez anos. Deitada sobre mim, olhos nos olhos… um derradeiro estertor e apagou-se sem um queixume, eram oito da manhã. Foi enterrada nas traseiras do nosso prédio, embrulhada numa camisola do seu dono e com uma rosa entre as patinhas dianteiras. Não é feio um homem chorar. Será feio, sim, não gostar dos animais.


Vendo a Gatuska partir,
Senti desabar o Mundo,
Ânsias de também ir
Num sono muito profundo.

G. de S.

EFEMÉRIDE Gustav Suits, poeta estoniano, considerado o fundador da poesia moderna na Estónia, morreu em Estocolmo no dia 23 de Maio de 1956. Nascera em Võnnu, Tartumaa, em 30 de Novembro de 1883. Gustav Suits foi um dos primeiros líderes do Movimento Literário Jovem Estónia.
Estudou em Tartu no Ginásio Alexander, tendo-se sentido atraído pela vida e agitação desta cidade universitária e pelos seus centros intelectuais. O jornal “Uus Aeg” (Novo Tempo) publicou o seu primeiro ensaio crítico e o seu primeiro poema (Flores de Lótus), quando ele tinha apenas dezasseis anos.
Em 1901, começou a passar as férias de Verão dando aulas particulares de alemão e francês. No mesmo ano criou o grupo de estudantes “Os Amigos da Literatura”.
Entre 1905 e 1916, tornou-se publicamente activo, trazendo as influências da Europa para a Literatura Estoniana e simultaneamente influenciando a Literatura Europeia com o estilo da Estónia. Em 1921 foi a primeira pessoa a ensinar Literatura Estoniana no Ensino Superior. Fundou também a Sociedade Literária Académica Estoniana em 1924.
Até deixar o ensino em 1944, publicou inúmeros ensaios focados na literatura do seu país.
Em 1941 houve um incêndio na casa de Suits e arderam centenas dos seus manuscritos. Em 1944, juntamente com a família, mudou-se para Estocolmo, onde veio a escrever a maioria dos seus poemas. Os principais temas por ele abordados são a história da Estónia e o destino da humanidade, usando frequentemente metáforas e símbolos.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

EFEMÉRIDEGeorge Best, futebolista norte-irlandês, conhecido sobretudo por ter jogado no Manchester United F.C., considerado um dos melhores futebolistas de todos os tempos e o melhor jogador britânico que já existiu, nasceu em Belfast no dia 22 de Maio de 1946. Morreu em Londres em 25 de Novembro de 2005, vítima de infecção pulmonar. Jogou pelo Manchester United entre 1963 e 1974, ajudando-o a ganhar a Liga dos Campeões em 1968. Nesse mesmo ano foi eleito Futebolista Europeu do Ano.
Começou a jogar com doze anos no Cregagh Boys' Club. De 1963 a 1974 viveu o seu período de glória no Manchester United e, depois, durante dez anos representou vários clubes na África do Sul, na Inglaterra, na Irlanda, na Escócia, na Austrália e nos Estados Unidos. Decidiu parar aos 37 anos.
O mundo descobriu-o quando, em 1966, marcou três golos do Manchester frente ao Benfica então no auge da sua glória e, dois anos depois, a sua popularidade foi consolidada quando marcou o golo da vitória na final da Liga dos Campeões de 1968, também contra o Benfica.
Ganhou dois campeonatos ingleses (1965 e 1967) e jogou 37 vezes pela Selecção Nacional da Irlanda do Norte.
Conhecido por ter uma vida nocturna agitada, com música, mulheres, automóveis desportivos, jogo e álcool, George Best também é ironicamente lembrado por algumas frases que proferiu: «Parei de beber, mas só quando estou a dormir»; «Gastei muito dinheiro em bebidas, mulheres e carros. O resto desperdicei»; «Em 1969 abandonei as mulheres e o álcool. Foram os 20 piores minutos da minha vida».
Em 1984 foi preso por ter sido apanhado a conduzir em estado de embriaguez e em 1991 apareceu completamente embriagado numa emissão da BBC. Em 1994 passou o Natal na prisão, novamente por conduzir sob o efeito do álcool e voltou a reincidir em 2004.
Em 1995 foi eleito o Desportista Britânico do Século, mas nada podia já fazer mudar a sua vida. Estava arruinado, não tinha morada fixa e teve mesmo de vender todos os seus troféus. Com o dinheiro obtido ainda conseguiu comprar uma pequena casa na Grécia e, em 1998, tornou-se comentador da Sky Sports. Mesmo depois lhe ter sido feito um transplante de fígado em 2002, Best continuou a ingerir bebidas alcoólicas em grande quantidade. Morreu aos 59 anos. Aos pés da cama, jazia uma carta com a seguinte assinatura: «Do segundo melhor jogador de todos os tempos, Pelé». Acerca desta missiva, dissera Best «Este foi o melhor e o último brinde da minha vida». O argentino Maradona declarou igualmente por várias vezes que Best era o seu ídolo.
Mais de 300 000 pessoas acompanharam o seu funeral debaixo de uma chuva intensa e impiedosa. O aeroporto de Belfast passou a chamar-se “Aeroporto George Best”. Ele foi simultaneamente o “ídolo” e o “exemplo a não seguir”, um “herói que se relembra” e uma “vida que se quer esquecer”.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

EFEMÉRIDEOlga Savary, escritora brasileira, nasceu em Belém do Pará no dia 21 de Maio de 1933.
Filha única de pai russo e de nãe paraense, estudou em Belém, Fortaleza e Rio de Janeiro. Desde pequena, sentiu a necessidade pelo Saber e uma atracção pela Cultura da terra natal, apreendendo todos os seus elementos, sobretudo os transmitidos pela família do lado materno.
Em 1936, o pai, devido ao trabalho, levou a família para o Nordeste, onde fixou residência em Fortaleza. Em 1942 os pais separaram-se e Olga foi para o Rio de Janeiro onde passou a morar com um tio, junto do qual desenvolveu as suas tendências para escritora. Aos onze anos já redigia um jornalzinho, incentivada por um vizinho que a remunerava por isso. Sua mãe tentou contrariá-la, pois preferia que ela se dedicasse à música. Olga começou então a escrever num pequeno caderno preto que deixava guardado numa biblioteca, temendo que a mãe o destruísse. Aos 18 anos voltou à terra onde nascera e passou a estudar no Colégio Moderno. Mais tarde decidiu voltar ao Rio de Janeiro, onde alicerçou a sua carreira de escritora.
Escreve em vários estilos literários: poeta (como gosta de ser chamada), contista, romancista, crítica, jornalista, tradutora e ensaísta. Foi a primeira mulher brasileira a lançar um livro inteiro de poemas eróticos.
Ao longo da sua carreira recebeu inúmeros prémios entre os quais dois “Jabuti” da Câmara Brasileira do Livro.
Traduziu mais de 40 obras de mestres hispano-americanos, entre os quais Borges, Cortázar, Lorca, Neruda, Octavio Paz, Semprún e Vargas Llosa. Organizou várias antologias de poesia, tendo representado o Brasil no “Poetry International” (1985), congresso mundial realizado em Roterdão. Parte da sua obra está presente em diversas antologias brasileiras e internacionais. Colabora em vários jornais e revistas culturais do Brasil e também no estrangeiro.
A Antologia de Poesia da América Latina, editada na Holanda em 1994, com trabalhos de apenas 18 poetas - inclusive dois Prémios Nobel (Neruda e Octávio Paz) - inclui Olga Savary entre os maiores poetas do continente. Olga Savary é membro titular do Pen Clube (associação mundial de escritores, vinculada à UNESCO), da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa e do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica. Por serviços relevantes prestados à cultura brasileira, foi escolhida “Mulher do Ano” pelo jornal O Globo em 1975 e pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo em 1996.
A sua poesia é radicalmente feminina. Simultaneamente, as raízes culturais brasileiras estão presentes em toda a sua obra, inclusive no uso sistemático de palavras em língua tupi.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Para o Guinness Book...
EFEMÉRIDEMarcelo Mendonça Rossi, sacerdote católico brasileiro que se tornou famoso a partir do final dos anos 90, nasceu em São Paulo, no dia 20 de Maio de 1967. Ficou muito conhecido, em virtude da forma como adaptava danças e coreografias típicas às cerimónias religiosas e pela publicidade feita aos seus trabalhos através de CD, DVD, cinema e televisão.
O Padre Marcelo é geralmente assinalado, nos meios de comunicação, como fazendo parte do movimento da Renovação Carismática Católica e como um dos seus principais ícones.
Cantando, dançando e fazendo coreografias em missas e programas de televisão, o Padre Marcelo Rossi faz assim chegar aos homens a mensagem de Cristo e os ensinamentos da Igreja de uma maneira original, leve e moderna. Gravou vários discos, aparece regularmente em programas de TV e em vários programas de rádio, com ouvintes em todo o país. As suas missas ao ar livre, na época pascal, atraem milhares de fiéis.
O seu estilo já foi criticado por alguns sectores mais tradicionais da Igreja brasileira, mas isso teve como consequência o aumento do respeito e a aprovação da sua forma de actuar. Marcelo Rossi não cobra nada nas suas missas, embora tenham ocorrido cobranças indevidas em algumas celebrações, atitudes a que ele foi alheio.
Em 1989 tinha-se formado em Educação Física mas, um ano depois, a morte de um primo num acidente de carro e o facto de saber que uma tia tinha um tumor maligno deixou-o muito abalado. Encontrou conforto na Igreja, que abandonara cinco anos antes. Decidiu dedicar-se ao sacerdócio, licenciando-se em Filosofia e Teologia. Foi ordenado em 1994 e rapidamente conquistou muitos fiéis. O seu maior momento aconteceu em 1997, quando celebrou uma missa para mais de 70 000 pessoas no estádio do Morumbi em São Paulo.
Com o dinheiro obtido com a venda dos discos beneficia várias obras carentes da sua Diocese (orfanatos, asilos e outras acções sociais).
Em 1999, o evento “Saudade Sim, Tristeza Não”, nas proximidades do Santuário Terço Bizantino, teve a presença de mais de 600 mil fiéis, que encheram todas as ruas ao redor. No ano 2000, três milhões e 400 mil pessoas acorreram ao autódromo de Interlagos para orar durante as suas missas.
Em 2001 publicou o seu quarto CD, com músicas de Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Vendeu ao todo mais de sete milhões de discos.
Em 31 de Março de 2002, foi nomeado Reitor do Santuário Terço Bizantino, mas tem continuado a gravar discos, fazendo igualmente alguns filmes de carácter religioso.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

O cão de Cristiano Ronaldo...

EFEMÉRIDEHồ Chí Minh, de seu verdadeiro nome Nguyễn Sinh Cung, revolucionário e estadista vietnamita, nasceu em Kiem Lan, no dia 19 de Maio de 1890. Morreu em Hanói, em 2 de Setembro de 1969. O nome com que se celebrizou significa em vietnamita “aquele que ilumina”.
Em 1911 começou a trabalhar como cozinheiro num navio francês, visitando quase todo o mundo. Foi depois estudar para Londres entre 1914 e 1919 e mais tarde para França em 1921, trabalhando ao mesmo tempo na revelação de fotografias. Envolveu-se com os movimentos socialistas franceses e foi um dos fundadores do Partido Comunista Francês. Em 1923 foi para Moscovo estudar tácticas de guerrilha. Dois anos depois, esteve na China, país de que seria expulso em 1927. Viveu em vários países até chegar a Hong-Kong, de onde dirigiu o “Movimento Anti-imperialista” da Indochina, território que era colonizado pela França desde 1854.
Preso pelos ingleses em 1930, conseguiu fugir e refugiar-se em Moscovo. Em 1941 fundou a Liga pela Independência do Vietname (Vietminh), para lutar contra os franceses. Durante a II Guerra Mundial utilizou as técnicas da guerrilha, no combate aos japoneses, que tinham entretanto invadido a Indochina. Acabada a guerra, formou um Estado independente ao norte da região - o Vietname. A França contra-atacou e a Guerra da Indochina só terminaria em 1954, com a vitória do Vietminh. O país foi então dividido em dois. Hồ Chí Minh, presidente do Vietname do Norte, treinou e preparou depois as forças da “Frente de Libertação Nacional do Vietname do Sul” (Vietcong), que visavam reunificar o país. Já não viveria porém o suficiente para assistir à reunificação e à derrota das forças norte-americanas e dos seus aliados.
No dia 30 de Abril de 1975 as forças norte-vietnamitas entraram no palácio presidencial do regime sul-vietnamita, que era apoiado pelos Estados Unidos, acabando com mais de dez anos de guerra. Saigão, antiga capital do Vietname do sul, seria rebaptizada com o nome de Hồ Chí Minh.

domingo, 18 de maio de 2008

“É PRECISO ACREDITAR”
(quadras)

I

Quero crer que a juventude
fará o Mundo feliz,
tendo decerto a virtude
de fazer o que eu não fiz! (a)

II

Tive um sonho grandioso:
não vi um pobre na Terra!
Que futuro harmonioso:
só flores em vez de Guerra!

III

É preciso acreditar
em tudo que está p’ra vir…
…Temos todos de lutar
p’ro futuro nos sorrir!


Gabriel de Sousa


(a) – Menção Honrosa nos VI Jogos Florais de Avis em 2008

Roberto Carlos na RTP en 1966

EFEMÉRIDE Isaac Manuel Francisco Albéniz, pianista e compositor espanhol, morreu em Cambo-les-Bains, França, no dia 18 de Maio de 1909, vítima de doença renal. Nascera em Camprodon, em 29 de Maio de 1860. Ficou famoso pelas suas composições para piano, inspiradas na música folclórica espanhola, mas também compôs para outros instrumentos, escrevendo igualmente peças de teatro e canções.
Aos quatro anos deu o seu primeiro concerto em Barcelona, suscitando grande admiração. Aos sete anos, a mãe levou-o para Paris para ser admitido no Conservatório. Voltou no entanto para Espanha “porque estava sempre distraído nas aulas”. Em 1868 ingressou no Conservatório de Madrid, mas o jovem prodígio preferia apresentar-se em concertos e entregar-se a improvisações perante o público.
Aos 12 anos saiu do seu país e percorreu durante dois anos a costa americana do Atlântico, do Rio de Janeiro até Nova Iorque.
De regresso à Europa inscreveu-se no Conservatório de Leipzig, onde ficou apenas dois meses. Estudou depois, durante três anos, no Conservatório de Bruxelas.
Em 1880, encontrou-se em Budapeste com Franz Liszt. Em 1883 voltou a Barcelona, casando com uma aluna e tendo quatro filhos. Mudaram-se para Londres e, em 1893, atraídos pela vida musical parisiense, fixaram-se em Paris.
Isaac Albéniz é considerado uma das maiores figuras da música espanhola.
EFEMÉRIDEEdward Jenner, naturalista e médico britânico que ficou conhecido pela invenção da vacina da varíola, nasceu no condado de Gloucestershire em 17 de Maio de 1749, tendo falecido em 26 de Janeiro de 1823. Tratou-se da primeira imunização deste tipo na história da medicina.
Edward Jenner estudou em Edimburgo e trabalhou como médico ambulante. Foi igualmente o primeiro cientista a descrever a arteriosclerose: «Depois de examinar as partes mais importantes do coração, sem encontrar nada que justificasse a morte súbita do paciente ou os sintomas que a precederam, fiz um corte transversal próximo da base do coração, quando se me deparou uma coisa dura, como se tratasse de pequenas pedras. A verdadeira causa apareceu. As coronárias tinham-se transformado em canais ósseos».
Em 1789 observou que as vacas tinham, nas tetas, feridas iguais às provocadas pela varíola no corpo dos humanos. Os animais tinham uma versão benigna da doença, a varíola bovina ou bexiga vacum. Ao observar que as mulheres responsáveis pela ordenha, quando expostas ao vírus bovino, tinham uma espécie de varíola mais suave, recolheu o líquido que saía dessas feridas e passou-o por cima dos arranhões que provocara no braço de um garoto (1796). O menino teve um pouco de febre e algumas lesões ligeiras, tendo uma recuperação rápida. A partir daí, o cientista utilizou o líquido da ferida de outro paciente com varíola e novamente expôs o garoto ao material. Semanas depois, ao entrar em contacto com o vírus da varíola, o pequeno passou incólume à doença. Estava descoberta a propriedade de imunização (o termo vacina viria depois, derivado aliás de vaca em latim).
A vacina foi aceite em toda a Europa e Napoleão quis mesmo que o seu filho, o rei de Roma, recebesse o tratamento preventivo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

EFEMÉRIDESammy Davis Jr., notável artista norte-americano, cantor, actor, dançarino e músico, faleceu em Beverly Hills no dia 16 de Maio de 1990, vítima de doença oncológica na garganta. Nascera no bairro de Harlem, em Nova Iorque, em 8 de Dezembro de 1925.
Em 1954, depois de lançar o seu primeiro álbum, afastou-se durante algum tempo devido a um acidente automobilístico em que perdeu o olho esquerdo e em que ia perdendo a própria vida. Passou a usar um olho de vidro. Durante a estadia no hospital, um amigo falou-lhe dos pontos comuns entre a condição dos negros americanos e a do povo judeu. Sammy viria a converter-se ao judaísmo depois de ler, durante a convalescença, um livro sobre a história dos judeus.
Sammy tinha apenas três anos quando os pais se divorciaram. O pai, que era actor, levou-o em tournée para não perder a sua guarda. A mãe seria cubana, apesar de Sammy afirmar sempre que ela era porto-riquenha. Mentia, segundo um dos seus biógrafos, para não ser confrontado com os sentimentos anti-cubanos que eram apanágio da América dos anos 1960, sobretudo quando da “crise dos mísseis” em 1962.
Aprendeu a dançar com o pai e com um tio também artista. Super protegido pelo pai só se sentiu verdadeiramente vítima do racismo a partir dos dezoito anos, sobretudo quando fez o serviço militar. Em breve descobriu que a luz dos projectores constituíam a sua única defesa contra o racismo. O seu talento era uma arma, uma força e um meio para se defender.
De regresso à vida civil, participou em vários espectáculos de dança e de canto, começando a conhecer o sucesso. Uma editora de discos descobriu-o e lançou-o no mundo da música. Em 1956 conseguiu um papel secundário numa comédia musical na Broadway, que foi um sucesso e teve mais de 400 representações.
Em 1959, Frank Sinatra convidou-o, juntamente com Dean Martin, para fazer parte de um grupo que ele liderava. Gravou dezenas de discos e entrou em numerosos filmes.
Tendo-se tornado uma verdadeira estrela do espectáculo, Sammy Davis Jr. recusou-se a actuar em salas que praticavam a segregação racial.
Em várias autobiografias que escreveu, Sammy nunca escondeu o seu estilo de vida desregrado, onde se misturavam o álcool, a cocaína, as mulheres e alguns problemas financeiros.
Em 1960, casou-se com uma actriz de origem sueca o que chocou a América, onde ainda eram proibidos os casamentos inter-raciais em 31 Estados. Tiveram uma filha e adoptaram duas outras crianças. Acabaram no entanto por se divorciar. Casou-se com uma dançarina em 1970 e com ela viveu até à hora da morte em 1990.
Foi organizado um leilão depois do seu falecimento, para pagar as numerosas dívidas que deixara, sobretudo relativas a impostos reclamados pelo Estado Federal.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Duarte Pio de Bragança, de seu nome completo Duarte Pio João Miguel Gabriel Rafael de Bragança, 24° Duque de Bragança e herdeiro presuntivo do trono de Portugal, nasceu em Berna, Suiça, em 15 de Maio 1945. A sua mãe era irmã de Isabel de Orleães e Bragança, esposa do Conde de Paris.
A família real foi autorizada a regressar a Portugal por uma lei de 1950. Três anos mais tarde, toda a família se estabeleceu em Portugal, fixando-se inicialmente em Gaia, mudando-se depois para os arredores de Coimbra. A partir dessa altura Dom Duarte estudou no Colégio Nuno Álvares (Caldas da Saúde), depois no Colégio de Jesuítas de Santo Tirso até 1960, ano em que ingressou no Colégio Militar em Lisboa.
Licenciou-se em Engenharia Agronómica no Instituto Superior de Agronomia, em Lisboa, tendo-se pós-graduado no Instituto para o Desenvolvimento da Universidade de Genebra.
Entre 1968 e 1971 cumpriu o serviço militar em Angola na Força Aérea. Em 1972 organizou, com um grupo angolano, uma lista independente de candidatos à Assembleia Nacional, iniciativa que terminou com a sua expulsão do território angolano, por ordens de Marcelo Caetano, sucessor de Salazar na ditadura fascista.
Após a Revolução dos Cravos (1974), fez um comunicado onde afirmou: «Vivo intensamente este momento de transcendente importância para a Nação. Dou o meu inteiro apoio ao ‘Movimento das Forças Armadas’ e à ‘Junta de Salvação Nacional’».
Assumiu a chefia da Casa Real Portuguesa após a morte do pai, D. Duarte Nuno, em Dezembro de 1976. Casou-se, em 13 de Maio de 1995, na Igreja do Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa, com Isabel de Herédia de quem tem 3 filhos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Johan August Strindberg, pintor, romancista e dramaturgo sueco, morreu em Estocolmo no dia 14 de Maio de 1912, vítima de doença oncológica. Nascera na mesma cidade em 22 de Janeiro de 1849. Faz parte da lista dos escritores suecos mais notáveis e é um dos “pais” do teatro moderno. As suas obras estão classificadas entre duas correntes literárias principais: a Naturalista e a Expressionista.
Chegou a frequentar a Universidade de Upsala, mas deixou-a para ser jornalista e actor. Aos vinte e cinco anos foi trabalhar para a Biblioteca Real o que lhe deu um certo desafogo económico. Nas suas primeiras peças teatrais transparecem sinais duma personalidade amarga e torturada, reflexo do seu carácter nevrótico e da sua hipersensibilidade, que levariam aliás ao fracasso dos seus três casamentos.
O casamento e a família eram valores que estavam sob tensão na época de Strindberg, enquanto a Suécia se industrializava e se urbanizava a um ritmo alucinante. Questões como a prostituição e a moral eram apaixonadamente debatidas entre os escritores e os políticos.
Strindberg era muito popular entre a classe operária e também nos países socialistas. Foi socialista, porventura mesmo anarquista. Renegaria no entanto o socialismo em 1880, ao descobrir Nietzsche com quem se correspondeu. Abandonaria também as suas ideias, voltando-se então para o misticismo.
O seu romance “O Quarto Vermelho”, publicado em 1879, tornou-o célebre. Um seu período psicologicamente mais conturbado terminou com a publicação de um livro original em língua francesa (“Inferno” – 1897).
Sabe-se muito pouco, quase nada, das suas outras actividades: a pintura, a fotografia, a alquimia e a telegrafia.

Publicidade de um cemitério brasileiro... (humor negro?)

terça-feira, 13 de maio de 2008

EFEMÉRIDEMurilo Monteiro Mendes, poeta brasileiro e um dos maiores expoentes da Segunda Geração Modernista no Brasil, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 13 de Maio de 1901. Morreu em Lisboa no dia 13 de Agosto de 1975. Estudou na sua cidade natal e no Colégio Salesiano de Niterói.
Foi homem de múltiplos ofícios: dentista, telegrafista, guarda-livros, notário e Inspector do Ensino Secundário. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando a cultura brasileira através de conferências. Depois de ter estado na Bélgica e na Holanda, entre 1953 e 1956, fixou-se em Itália, onde leccionou Cultura Brasileira nas Universidades de Roma e de Pisa.
Iniciou-se na Literatura escrevendo em várias revistas modernistas (“Terra Roxa”, “Outras Terras”, “Verde” e “Antropofagia”).
Os seus livros “Poemas” (1930), “História do Brasil” (1932) e “Bumba-Meu-Poeta” (escrito em 1930, mas só publicado quase trinta anos depois) são claramente Modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. O primeiro destes livros ganhou o Prémio Graça Aranha.
Tempo e Eternidade” (1935) marcou a conversão de Murilo Mendes ao Catolicismo. Neste seu livro, o humor diminuiu e os valores visuais do texto foram acentuados.
Nos livros que escreveu a seguir (“Poesia em Pânico” em 1938, “O Visionário” em 1941, “As Metamorfoses” em 1944 e “Mundo Enigma” em 1945), Murilo mostrou já uma influência Cubista.
Poesia Liberdade” (1947) como alguns outros dos seus livros, escritos sob o impacto da Grande Guerra, espelharam as inquietações de Murilo quanto à situação no Mundo.
Em 1954 publicou “Contemplação de Ouro Preto”, em que modificou de novo o seu estilo e as suas preocupações. Daí por diante, lançou-se em novos processos literários, escrevendo uma poesia de carácter mais rigoroso e despojado, em que se deve salientar “Tempo Espanhol” em 1959. Em 1970 escreveu “Convergência”, um livro de poemas Vanguardistas. Recebeu o Prémio Internacional de Poesia Etna-Taormina em 1972, ano em que foi ao Brasil pela última vez.
Murilo Mendes publicou igualmente vários livros de prosa. Parte da sua obra poética está traduzida em italiano e espanhol e foi publicada também em Portugal.
SERÁ QUE O SEU PÉ DIREITO É INTELIGENTE?

O que se segue é tão engraçado que desafia qualquer compreensão lógica. Aposto que irá tentar pelo menos cinquenta vezes para ver se consegue contrariar o seu pé.
Mas sem sucesso!!! Experimente…
1 - Então é assim: está sentado na sua cadeira junto da secretária.
2 -Levante o pé direito do chão. Uma vez o pé no ar, faça círculos com o mesmo, no sentido dos ponteiros de um relógio.
3 - Ao mesmo tempo, desenhe com a sua mão direita o número 6 no ar. O seu pé muda de direcção!
Como já lhe tinha dito, não há nada que se possa fazer…

segunda-feira, 12 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Anna Langfus, de seu verdadeiro nome Anna-Regina Szternfinkiel, escritora de língua francesa, judia de origem polaca, morreu em 12 de Maio de 1966. Nascera em 2 de Janeiro de 1920. Passou a infância e a adolescência em Lublin, no seio de uma família judia com vida desafogada.
Casou-se aos dezoito anos e partiu logo para a Bélgica com o marido, um ano mais velho. Ele foi estudar na Escola de Têxteis de Ververs. Anna voltou para junto da família em 1939 e seria depois apanhada pela guerra.
Conheceu em 1942 os guetos de Lublin e de Varsóvia. Escondeu-se depois, juntamente com o marido, do lado “ariano”. Os pais, que ficaram no gueto da capital da Polónia, desapareceram em 1943.
Foi agente de ligação de um grupo da Resistência, esteve escondida no norte de Varsóvia, mas acabou por ser presa pela Gestapo, sendo ferozmente torturada na prisão de Nowy Dwor. Assistiu à execução do marido e foi transferida para a prisão de Plonsk, sendo libertada pelo exército soviético.
Refugiou-se em França, onde começou por viver na miséria. Casou-se em 1948 com um judeu de Lublin, que também escapara dos campos de concentração.
Frequentando os meios teatrais, redigiu em 1953 a sua primeira peça “Os leprosos” que foi representada em 1956.
O seu primeiro romance “Le Sel et le souffre”, publicado pela Editora Gallimard em 1960, evoca a sua vida durante a guerra. As suas qualidades literárias chamaram de imediato a atenção da crítica e do público, recebendo o prestigiado Prémio Charles Veillon. O romance seguinte “As Bagagens de Areia” obteve o Prémio Goncourt em 1962.
Segundo dizia «Para traduzir por palavras o horror da condição judaica durante a guerra, vi-me obrigada a escrever obras de literatura. Foi um passo que tive de dar na minha vida». Explorando o mesmo tema, publicou ainda “Saute Barbara”. Foi autora também de uma dezena de peças de teatro e de várias novelas. Morreu de crise cardíaca quando tinha apenas 46 anos.

domingo, 11 de maio de 2008

Evolução do roubo através dos tempos...


EFEMÉRIDE José Rubem Fonseca, escritor e guionista do cinema brasileiro, nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, em 11 de Maio de 1925.

Licenciado em Ciências Jurídicas e Sociais, na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Rio de Janeiro, Rubem Fonseca exerceu várias profissões antes de se dedicar integralmente à Literatura. Foi comissário da Polícia, tendo descrito nos seus livros muitos dos factos ocorridos nessa época (1952/1958). Em 1954, estudou matérias policiais, que depois também ensinou, na Fundação Getúlio Vargas no Rio de Janeiro. Na Escola da Polícia destacou-se em Psicologia. Foi um dos dez polícias escolhidos para se aperfeiçoar nos Estados Unidos em 1953/1954, tendo aproveitado para estudar igualmente Gestão de Empresas na New York University.
As suas obras descrevem geralmente, em estilo simples, a luxúria e a violência urbana, num mundo em que marginais, assassinos, prostitutas, polícias e anónimos convivem numa mistura nem sempre pacífica. Para protagonizar alguns dos seus contos e romances criou um personagem – o advogado Mandrake, mulherengo, cínico, amoral e profundo conhecedor do sub mundo carioca. Algumas das suas obras, com Mandrake como protagonista, foram adaptadas para séries televisivas, com guiões escritos pelo seu filho José Henrique.
Em 2003, venceu o Prémio Camões, a mais prestigiada consagração literária da língua portuguesa. Tem recebido vários prémios por guiões escritos para o cinema.

sábado, 10 de maio de 2008

EFEMÉRIDEPaul David Hewson, conhecido por Bono, cantor irlandês, nasceu em Dublin no dia 10 de Maio de 1960. É líder carismático do grupo musical U2 e destacado activista na defesa dos Direitos do Homem.
Começou a namorar com a esposa quando ainda eram adolescentes, tendo-se casado em 1982. Filho de pai católico e mãe protestante, desenvolveu a sua personalidade com uma forte fé religiosa, mas sem nenhuma inclinação fixa. Estudou no Mount Temple Comprehensive School e foi ali que adquiriu o seu apelido “Bono Vox”, depois encurtado para “Bono”.
Em 1975, o baterista do U2 colocou naquela escola um anúncio procurando jovens interessados em formar uma banda. Apareceram quatro interessados, entre eles Bono. Inicialmente ninguém queria cantar. Havia um baixista, um baterista e 3 guitarristas mas, como precisavam de um vocalista, Bono foi o escolhido.
Ícone da música pop/rock mundial, tem escrito canções que reflectem os ideais cristãos, tendo inclusivamente actuado uma vez para o Papa João Paulo II. É um símbolo da luta contra a pobreza no continente Africano, ajudando as pessoas que lá vivem e necessitam a saírem da miséria. Tem participado também em iniciativas destinadas a financiar os programas de luta contra a SIDA, a tuberculose e a malária.
Autor de 99% das letras das canções dos U2, tem defendido várias causas humanitárias e políticas. Acredita «num Mundo melhor, em que as pessoas sejam boas e vivam em paz».
Bono sempre se relacionou bem com os artistas que foi encontrando ao longo da carreira, quaisquer que fossem as suas correntes musicais. Foi assim que cantou com Pavarotti, Frank Sinatra, Paul McCartney, Bruce Springsteen e outros. Escreveu também uma canção para o francês Johnny Hallyday.
Em 2003 foi nomeado Cavaleiro da Legião de Honra Francesa e, sob proposição do Primeiro-Ministro inglês, foi feito também Cavaleiro da Ordem do Império Britânico. Em 2005 foi considerado pela revista americana Time como a personalidade do ano. Recebeu várias outras condecorações mundiais, uma delas em Portugal.
Em virtude das suas actividades humanistas, foi indicado para Prémio Nobel da Paz em 2003, 2005 e 2006.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

EFEMÉRIDE James Matthew Barrie, jornalista, romancista e dramaturgo escocês, nasceu em Kirriemuir no dia 9 de Maio de 1860. Morreu em 19 de Junho de 1937, vítima de pneumonia.
Tornou-se famoso em 1904 com a peça “Peter Pan”, a história do menino que vivia na Terra do Nunca, que travou batalhas com o Capitão Gancho e que nunca cresceu.
Em pequeno, ouvira muitas histórias de piratas contadas pela mãe, que lhe lia também aventuras de R. L. Stevenson, escritor igualmente escocês. Quando Barrie tinha sete anos, o seu irmão David morreu na sequência duma queda quando patinava. David era o filho preferido da mãe, que caiu em depressão. Barrie tentou substitui-lo no coração da mãe, vestindo-se até com as roupas do irmão. Depois da morte da mãe, Barrie publicou em 1896 uma biografia em sua memória.
Na escola, interessou-se pelo teatro e “devorou” livros. Os seus colegas de classe viam-no como um estranho: eles eram altos e estavam interessados nas garotas, enquanto ele permanecia pequeno e aparentemente nunca tinha tido uma namorada. Barrie estudou na Dumfries Academy e na Universidade de Edimburgo. Depois de trabalhar como jornalista para o “Nottingham Journal”, mudou-se de algibeiras vazias para Londres, em 1885, como escritor independente. Vendia os seus trabalhos, a maioria dos quais de cariz humorístico, para revistas como a “The Pall Mall Gazett”.
Em 1888 ganhou fama pela primeira vez com “Auld Licht Idylls”, um retrato da vida escocesa. A crítica elogiou a sua originalidade. The Little Minister (1891), uma peça melodramática, teve um enorme sucesso e foi objecto de três adaptações cinematográficas, sendo também representada em palcos da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Em 1922, recebeu a Ordem de Mérito. A sua casa era visitada por ministros, duques, estrelas do cinema e grande número de admiradores que tinham por ele um grande apreço.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

8 DE MAIO - ROBERT HEINLEIN

EFEMÉRIDERobert Anson Heinlein, escritor de ficção científica norte-americano, faleceu em Carmel no dia 8 de Maio de 1988. Nascera em Butler, no Missouri, em 7 de Julho de 1907.
Durante a sua infância, houve um renascer do interesse pela religião nos Estados Unidos e nomeadamente no Missouri. Esta influência religiosa é visível nas suas obras. Depois da escolaridade normal, entrou na Academia Naval de Annapolis, tendo-se licenciado em 1929. Serviu na Marinha americana, onde atingiu o lugar de tenente, antes de deixar a armada por ter contraído a tuberculose em 1934. A vida militar viria a ter também uma certa influência nos seus livros.
Estudou Matemáticas e Física durante algumas semanas na Universidade da Califórnia, exercendo depois diferentes profissões, sendo agente imobiliário e também proprietário de uma mina de prata.
Lançou-se na política num movimento socialista mas sem sucesso. Veio a encontrar a sua vocação, ao publicar a sua primeira novela de ficção científica “Linha de Vida” em 1939. Escrita para concorrer a um concurso dotado dum prémio de cinquenta dólares, achou-a tão boa que decidiu publicá-la numa revista que lhe ofereceu mais vinte.
Nos anos seguintes publicou várias novelas, englobando-as numa “História do Futuro” que descrevia a história da Humanidade de 1950 até 2600.
Quando os Estados Unidos entraram na 2ª Grande Guerra cessou toda a actividade literária e trabalhou como engenheiro civil num laboratório da marinha. Acabada a guerra e, depois de uma breve militância para o controlo supranacional das armas nucleares de destruição maciça (de que ele fora um dos primeiros a discutir as consequências geopolíticas em 1941 na novela “Solution Unsatisfactory”), passou a viver apenas da escrita.
Participou activamente na criação do filme “Destino Lua” realizado por Irving Pichel (1950), que exerceu uma profunda influência sobre o cinema de ficção científica e cujos efeitos especiais ganharam um Óscar. O romance “A Patrulha do Espaço” foi adaptado à rádio e à televisão fazendo parte das primeiras séries do género.
Recebeu quatro vezes o Prémio Hugo do Melhor Romance. Nos anos 1980 foi um dos pilares do Conselho de Cidadãos sobre Política Espacial que esteve na origem da defesa estratégica do Presidente Reagan.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Até custa acreditar
Ver tanta gente a sofrer;
Dá vontade de chorar
Por nada poder fazer.
Manuel Groca Piteira

MISÉRIA
(décimas)

I

Há tanta fome no Mundo
Tanta riqueza esbanjada
Tanta gente revoltada
Com sofrimento profundo
A viver num meio imundo.
Tanta gente a suspirar
P’la morte que vai chegar
Eles nem foram crianças
Nunca tiveram esperanças
Até custa acreditar

II

Morte p’ra eles é um “bem”
Mas leva tempo a chegar.
Passam a vida a penar
Sem carinho de ninguém
Por vezes sem pai nem mãe
Sofrem desde o sol nascer
Até o dia morrer.
Nada está a melhorar
E a nós custa olhar
Ver tanta gente a sofrer

III

À pobreza envergonhada
Gostaria de oferecer
Roupas e pão p’ra comer
(Quase se sente culpada
De viver assim sem nada)
Dêem-me armas p’ra lutar
E esta injustiça acabar
Senão serei impotente
E ao olhar esta gente
Dá vontade de chorar

IV

Cabe a cada um de nós
Na nossa Vila ou Cidade
Lutar pela igualdade
Erguendo a nossa voz
Por quem sofre tanto a sós
(Assim não poderá ser
Tanta gente a querer morrer)
Lutemos todos p’lo Bem
P’ra não sofrermos também
Por nada poder fazer.


Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDE Iara Iavelberg, psicóloga, professora universitária e militante da luta armada contra a ditadura militar, brasileira de origem judaica, nasceu em São Paulo no dia 7 de Maio de 1944. Morreu em Salvador, Bahia, em 20 de Agosto de 1971.
Pertenceu a quatro organizações clandestinas de combate à ditadura: Polop, VAR-Palmares, Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8). Durante a sua militância no MR-8, tornou-se companheira de Carlos Lamarca, com quem se refugiou na Bahia em 1971. O namoro fora tumultuoso, em virtude dos ciúmes de Carlos pelos ex-namorados de Iara e pelo sentimento de culpa dele por estar traindo a mulher, que mandara com os filhos para Cuba.
Iara Iavelberg casara aos dezasseis anos, mas cinco anos depois continuava virgem. Separou-se, vencendo a rígida educação judaico-moralista. Entre os seus ex-namorados, contou-se o deputado José Dirceu.
Iara entregava panfletos às portas das fábricas e pinchava nos muros e paredes frases e desenhos anti-ditadura. Nas reuniões clandestinas, ajudava também na cozinha.
Até hoje, as causas e até a data da sua morte continuam envoltas em mistério. A data oficial é contestada segundo um relatório do Ministério da Aeronáutica, segundo o qual ela se teria suicidado em 6 de Agosto, acossada pela polícia numa residência em Salvador.
Por outro lado, outros militantes, presos no DOI-Codi de Salvador, dizem ter ouvido os seus gritos enquanto era torturada, o que por sua vez também contradiz a versão do Ministério da Marinha, segundo a qual ela teria sido abatida durante uma “acção de segurança”.
A sua família luta desde 1998, sobretudo contra as autoridades que administram o cemitério judaico, para que o corpo de Iara seja exumado e que um exame pericial determine as reais causas de sua morte. O suicídio é considerado um dos mais graves crimes pela lei judaica, sendo os corpos dos suicidas enterrados em local separado e considerado desonroso.
O corpo de Iara fora entregue pelos militares aos parentes, um mês depois de sua morte, num caixão lacrado. Os militares proibiram que ele fosse aberto.
O Instituto de Psicologia de São Paulo onde ela estudou, prestou-lhe homenagem dando-lhe o nome ao seu Centro Académico.
A sua vida está contada em livro (“Iara” de Judith Patarra – 1992) e em filme (“Lamarca” de Sérgio Rezende – 1993).

terça-feira, 6 de maio de 2008

EFEMÉRIDEGaston Louis Alfred Leroux, romancista francês conhecido sobretudo pelos seus romances policiais, nasceu em Paris no dia 6 de Maio de 1868. Faleceu em Nice, em 15 de Abril de 1927.
Passou a infância e adolescência no porto de Valéry en Caux, na Normandia, onde pescava e pedia para o deixarem viajar nos veleiros que saíam para o mar.
Na escola, visto ser um aluno muito atento e disciplinado, era brilhante e foi acumulando vários prémios. Mudou-se para Paris. para estudar na Universidade de Direito, tendo-se licenciado em 1890. O pai, que morrera entretanto, deixou-lhe aproximadamente um milhão de francos. Leroux esbanjou o dinheiro com bebidas, mulheres, jogos e negócios mal sucedidos. Só exerceu a profissão de advogado durante três anos, indo depois trabalhar como jornalista de “assuntos de polícia”. Usando os seus dotes de advogado, teve grande sucesso. Uma das suas reportagens mais famosas foi feita dentro duma prisão, disfarçando-se de médico e conseguindo entrevistar um prisioneiro. Este acabou por ser libertado graças a Leroux, que provou a sua inocência. Usando o mesmo disfarce assistiu a execuções, o que o tornou um inimigo da pena de morte. A partir de 1901, como “grande repórter” viajou muito, não só em França, mas também pelo estrangeiro, nomeadamente Espanha e Marrocos. De 1904 a 1906 foi enviado especial permanente na Rússia em representação do jornal “Matin”.
Em 1907 decidiu seguir a carreira literária a tempo inteiro. As suas obras eram quase sempre livros de mistério, influenciados por Edgar Allan Poe e Arthur Conan Doyle. Além destes, também outros escritores o influenciaram tais como Stendhal, Alexandre Dumas e Victor Hugo. Em 1903 já tinha escrito um primeiro livro: "A busca dos tesouros da manhã". A prática como repórter permitia-lhe dar às suas histórias um ar real, não apenas pela utilização de factos efectivamente ocorridos, mas também por se valer de depoimentos e entrevistas que tinha publicado em jornais.
Em 1908 mudou-se para Nice onde, em menos de três anos, escreveu cinco romances. A obra que garantiu a sua imortalidade, publicada em 1911, foi “O Fantasma da Ópera”. Escreveu-a depois de visitar a Ópera de Paris e de ver o lago subterrâneo, que realmente existe, tendo-se quase perdido no labirinto de portas, corredores e escadas que existem nesta casa de espectáculos. Além disso, em 1896, houve efectivamente um acidente com o lustre da Ópera, que caiu sobre a plateia cheia de espectadores. Tudo isto, misturado com a sua prodigiosa imaginação, deu como resultado uma obra conhecida em todo o mundo. Seria adaptada ao cinema em 1925, na única versão aprovada por Leroux. Muitos filmes foram depois feitos sobre a mesma obra, mas nenhum conseguiu ser fiel à história. Vários outros livros de Gaston Leroux foram também adaptados ao cinema, à rádio e à televisão.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

EFEMÉRIDEMiklós Radnóti, um dos mais célebres poetas húngaros, nasceu em Budapeste no dia 5 Maio de 1909. Morreu em Abda, também na Hungria, em 8 de Novembro de 1944.
A mãe e o seu irmão gémeo morreram à nascença, experiência traumatizante que ele viria a contar na sua autobiografia publicada em 1949 “O mês dos Gémeos. Jornal de Infância”. O pai morreu quando ele tinha doze anos
Pertencendo a uma família de intelectuais, entrou na Faculdade de Letras de Szeged, tendo-se licenciado em Húngaro e Francês. A origem judaica e as suas ideias progressistas impossibilitaram-lhe no entanto de arranjar um emprego.
Tomou então contacto com a exploração dos trabalhadores e manteve ligações com o Partido Comunista ilegal sem contudo a ele ter aderido.
Em 1930 publicou a primeira recolha de poemas “Pogány köszöntő”. O seu segundo livro “Canção dos Novos Pastores”, em estilo lírico e bucólico, valeu-lhe um processo em 1931 por atentado ao pudor, tendo sido condenado a oito meses de prisão.
A sua poesia virou-se então para o movimento operário e para a sociologia rural, publicando alguns poemas na revista “Szép Szó ”, pertencente ao grupo literário “Os Urbanos”.
Antifascista, foi particularmente elogiado pelo seu livro “Marcha, Condenado à Morte!”, com o qual ganhou o Prémio Baumgarten.
Mobilizado para o “Serviço de Trabalho dos Judeus”, Miklós foi fuzilado pelos SS quando os alemães se retiraram em Novembro de 1944. Os seus últimos poemas ficaram-lhe nas algibeiras até à exumação do cadáver efectuada em 1946. Foram publicados nesse mesmo ano sob o título “Céu com nuvens”.
Morreu por ser judeu, apesar de ter seguido a via católica, por influência de um professor da universidade, igualmente poeta, tendo-se mesmo convertido ao cristianismo em 1943.
Miklós Radnóti traduziu para a língua húngara vários poemas dos escritores franceses Guillaume Apollinaire e Jean de La Fontaine.

domingo, 4 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Maxence Van der Meersch, de seu verdadeiro apelido Vandermeersch, escritor francês, nasceu em Roubaix no dia 4 de Maio de 1907. Morreu no Touquet, onde se recolhera para tratamento de uma afecção pulmonar, em 14 de Janeiro de 1951.
Com uma saúde muito frágil, pertencente a uma família desafogada da pequena burguesia, o pai era contabilista. Aos 11 anos perdeu a sua irmã de dezoito, desgosto a que os pais não resistiram. A mãe mergulhou no alcoolismo e o pai passou a levar uma vida julgada dissoluta para a época.
Aos vinte anos, Maxence apaixonou-se por uma jovem operária e passaram a viver juntos, tendo-se casado sete anos depois. Thérèse foi o único amor da sua vida. Tiveram uma filha, a quem deram o mesmo nome da jovem irmã de Maxence, precocemente desaparecida.
Licenciou-se em Direito e Letras na Faculdade de Lille mas exerceu pouco a profissão, consagrando-se rapidamente apenas à Literatura, com passagem pelo Jornalismo. A sua obra, profundamente humanista, conta essencialmente a vida das pessoas modestas do norte de França, a sua região natal.
Em 1936 recebeu o Prémio Goncourt com “L'empreinte du dieu” e em 1943 o Grande Prémio da Academia Francesa com “Corpos e Almas”, sucesso internacional traduzido em treze línguas.
Católico, contrariamente ao pai que era um ateu convicto, escreveu igualmente algumas obras de carácter religioso.
Foi um autor muito conhecido na sua época, mas hoje quase esquecido. Apesar de tudo, o seu primeiro romance “A casa na duna” foi adaptado ao cinema em 1988.

sábado, 3 de maio de 2008

EFEMÉRIDE Georges Moustaki, de seu verdadeiro nome Giuseppe Mustacchi, autor, compositor e cantor francês, nasceu no Egipto (Alexandria) em 3 de Maio de 1934.
Nascido de pais judeus gregos, cresceu num ambiente multicultural (judeu, grego, italiano, árabe e francês) e cedo se apaixonou pela literatura e pela canção francesa, nomeadamente por Édith Piaf.
Mudou-se para Paris em 1951, trabalhando como jornalista e como barman num “piano - bar”, o que lhe possibilitou conhecer várias personalidades do mundo musical da época, como Georges Brassens, que viria a ter grande influência na sua carreira e de quem adoptou o nome próprio. Em 1958, encontrou Édith Piaf, tendo escrito para ela uma das suas canções mais conhecidas - Milord - e com quem viveu um intenso mas fugaz romance de amor.
Durante os anos 60 escreveu canções de sucesso para grandes nomes da canção, como Yves Montand, Barbara e sobretudo Serge Reggiani.
No “Maio de 68”, escreveu, compôs e interpretou “Le Métèque », uma balada romântica que fala dum estrangeiro um pouco etilizado, doce sonhador e solitário. Foi um grande sucesso internacional que relançou a sua carreira. Em Janeiro de 1970, fez o seu primeiro grande concerto na prestigiada sala de espectáculos parisiense ”Bobino”. Era desvendado finalmente um artista que mostrou privilegiar os ambientes calorosos e próximos do público.
Durante mais de três décadas tem percorrido o Mundo para dar espectáculos, mas sobretudo para se inspirar e produzir outros trabalhos. Os seus discos sucedem-se e são sempre diferentes. Músico prolífero, continua a seguir o seu caminho, encontrando nas tournées - que se seguem ao lançamento de cada álbum - pretexto para reencontrar o seu público sempre fiel.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

EFEMÉRIDEMohammed Dib, escritor argelino de língua francesa, autor de romances, novelas, poesias, peças de teatro e contos infantis, morreu perto de Paris, em 2 de Maio de 2003. Nascera em Tlemcen, no dia 21 de Julho de 1920.
Originário de uma família burguesa mas em parte arruinada, começou os seus estudos na cidade natal, sem frequentar a escola corânica, prosseguindo-os depois em Oujda e em Marrocos.
Após a morte do pai em 1931 começou a escrever e também a pintar. O encontro com um professor francês, que viria a ser seu sogro, incentivou-o a seguir a carreira literária. De 1938 a 1940 tornou-se também professor, ensinando numa escola perto da fronteira marroquina. No cumprimento do serviço militar, foi contabilista, requisitado pelos serviços civis de engenharia e, finalmente em 1943/1944 intérprete franco - inglês junto dos exércitos aliados na Argélia.
De volta a Tlemcen em 1945, ocupou-se durante dois anos em desenhar maquetas de tapetes, realizados e vendidos seguidamente sob o seu controlo. Publicou um primeiro poema em 1946 na revista Suiça “Les Lettres”. Num encontro organizado em 1948 pelos “Movimentos de Juventude e de Educação Popular” conheceu vários escritores franceses, entre os quais Albert Camus. De 1950 a 1952 trabalhou no jornal progressista “Alger républicain”, publicando reportagens, artigos políticos e crónicas sobre teatro. Escreveu igualmente para “Liberté”, jornal do Partido comunista argelino. Mohammed Dib lia muito, sobretudo clássicos franceses, escritores americanos e romancistas soviéticos e italianos.
Em 1952 fez uma estadia em França onde publicou “La Grande Maison”, primeiro volume da trilogia “Argélia”, inspirada pela sua terra natal e descrevendo a atmosfera do mundo rural. Os dois volumes seguintes (“L'Incendie” et “Le Métier à tisser”) apareceram nos escaparates em 1954, ano em que começou a guerra de libertação.
Em “Un Été Africain”, Mohammed abordou já explicitamente a guerra pela independência e foi expulso da Argélia pela polícia colonial em virtude das suas “actividades militantes”. Os escritores franceses André Malraux e Albert Camus intervieram para que ele se instalasse em França. Assim aconteceu, indo morar no Sul, em casa dos sogros. Efectuou então várias viagens a países do Leste e a Marrocos.
Em 1964 mudou-se para a região parisiense, continuando sempre a escrever e a publicar, privilegiando temas como a condição humana, a feminilidade e a morte. Iniciou uma nova trilogia sobre a “Algéria de hoje”.
Nos anos setenta foi ensinar na Universidade da Califórnia o que virá a inspirar um romance publicado em 2003. Deslocou-se várias vezes à Finlândia, onde colaborou na tradução de escritores finlandeses. Estas estadias inspiraram-lhe a “Trilogia Nórdica” publicada em 1989. Fez parte de júris literários nos Estados Unidos e publicou em 1975 a recolha de poemas “Omneros ”.
Nos anos oitenta foi professor no “Centro Internacional de Estudos Francófonos” na Sorbonne.
Mohammed Dib recebeu inúmeros prémios, entre os quais o "Grande Prémio da Francofonia" da "Academia Francesa", atribuído pela primeira vez a um escritor do Magreb. Morreu aos 82 anos.

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