domingo, 31 de janeiro de 2016

31 DE JANEIRO - SAMUEL GOLDWYN

EFEMÉRIDESamuel Goldwyn, de seu verdadeiro nome Schmuel Gelbfisz, produtor de cinema norte-americano de origem judaica polaca, morreu em Los Angeles no dia 31 de Janeiro de 1974. Nascera em Varsóvia, em 17 de Agosto de 1879. Foi um dos fundadores da Paramount (1913) e da Goldwyn Pictures Corporation (1916) que, por fusão, passaria a chamar-se mais tarde Metro-Goldwyn-Mayer.
Foi afastado da produtora pelos seus sócios, que acabaram por a vender à Schubert Organization que, por sua vez, a revendeu à Metro de Marcus Loew.
Entretanto, Samuel, tendo recuperado o seu capital, lançou – em 1923 – os seus próprios estúdios – Samuel Goldwyn Productions (SGP). Bem aceite pela crítica pelas suas escolhas de qualidade, foi extremamente respeitado até à sua reforma em 1959.
Os filmes produzidos pela SGP foram sucessivamente distribuídos pela Associated First National, pela United Artists e, a partir de 1941, pela RKO Radio Pictures.
Durante os anos 1940/50, Samuel Goldwyn deu a John Ford e a Howard Hawks a ocasião de realizarem os seus melhores filmes. Ao todo, produziu mais de 120 películas.
Casou-se em 1925 com Frances Howard. Morreu aos 94 anos. O filho – Samuel Goldwyn Junior – tornou-se igualmente produtor e fundou The Samuel Goldwyn Company.

sábado, 30 de janeiro de 2016

30 DE JANEIRO - JOHN BARRY

EFEMÉRIDEJohn Barry, de seu verdadeiro nome Jonathan Barry Prendergast, maestro e compositor britânico de música para filmes, vencedor de cinco Oscars de Melhor Banda Sonora, morreu em Oyster Bay Long Island, no estado de Nova Iorque, em 30 de Janeiro de 2011. Nascera em York no dia 3 de Novembro de 1933.
Compôs, entre muitas outras, as bandas sonoras de onze filmes de James Bond. Sem dúvida que foi ele quem criou as directrizes para as músicas do 007, usadas pelos compositores que se lhe seguiram. Escreveu também temas musicais para várias séries com grande sucesso na televisão.
O pai de Barry possuía uma cadeia de cinema em York (norte de Inglaterra) e a mãe tinha grande talento musical, mas não quis enveredar pela carreira de pianista.
Barry, que parecia estar destinado a seguir as pisadas do pai, começou por ser projeccionista de cinema e sentiu-se depois atraído pela música. Fez a sua aprendizagem de piano com Francis Jackson, mestre de música na Catedral de York. Estudou depois jazz com Bill Russo. Foi justamente num grupo de jazz que iniciou a sua carreira musical, depois de ter cumprido o serviço militar. Fundou depois o grupo John Barry Seven, antes de começar a escrever música para cinema.
O seu primeiro trabalho foi para o filme “Beat Girl”, em 1960. Seguidamente, começou a elaborar o indicativo musical dos filmes de James Bond, que se tornaria um dos temas musicais mais conhecidos no mundo. Compôs depois as músicas dos filmes do 007 até aos anos 1980.
Por ter também composto músicas para grandes produções cinematográficas, como “Out of Africa”, é considerado um dos maiores compositores contemporâneos de música para fines, ao lado – por exemplo – de Maurice Jarre, Michel Legrand e Ennio Morricone. John Barry compôs músicas facilmente identificáveis, num estilo romântico com mais ou menos laivos de jazz.
Foi o primeiro marido da actriz e cantora Jane Birkin, com quem teve uma filha, já falecida. Barry morreu aos 77 anos de uma crise cardíaca e sofria igualmente da doença de Alzheimer.  

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

29 DE JANEIRO - KATHARINE ROSS

EFEMÉRIDE Katharine Juliet Ross, actriz e escritora norte-americana, nasceu em Hollywood no dia 29 de Janeiro de 1940. A família instalou-se mais tarde em Walnut Creek.
Katharine diplomou-se na Las Lomas High School. Durante um ano, estudou no Santa Rosa Junior College, onde representou pela primeira vez, na peça “O Rei e eu”.
Mudou-se depois para São Francisco com o intuito de aprender Arte Dramática, tendo estudado durante três anos no The Actors Workshop.
A sua carreira artística começou na década de 1960, em filmes como “Shenandoah”, “The Singing Nun”, “Butch Cassidy and the Sundance Kid” e “The Graduate”. Pela sua actuação na comédia romântica “The Graduate”, em que contracenou com Dustin Hoffman, foi agraciada com o Globo de Ouro de 1968 como Melhor Actriz Estreante e com o BAFTA de 1969 na mesma categoria, Foi ainda nomeada para o Oscar (1968) de Melhor Actriz Coadjuvante.
Katharine Ross foi ainda vencedora de vários prémios na década de 1970, entre os quais um Globo de Ouro, com o filme “Voyage of the Damned” (1977). Nos anos seguintes, continuou a trabalhou no cinema e em várias filmes e séries para televisão. A partir de 1984, tornou-se também escritora para crianças, tendo publicado uma dezena de livros.
Entre 1965 e 2002, protagonizou 24 longas-metragens. Paralelamente, em 1963/2005, fez parte do elenco de 25 filmes e séries para televisão. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

DIANA KRALL - "Fly me to the moon"


28 DE JANEIRO - FELICE ROMANI

EFEMÉRIDE – Giuseppe Felice Romani, escritor, erudito de literatura e mitologia, e crítico literário italiano, morreu em Moneglia no dia 28 de Janeiro de 1865. Nascera em Génova, em 31 de Janeiro de 1788. Escreveu muitos librettos para óperas de Donizetti e Bellini, entre outros músicos.
Nascido numa família burguesa, foi o primeiro de doze irmãos. Estudou Direito e Literatura em Pisa e Génova. Na Universidade de Génova, fez traduções da literatura francesa. Com um colega, preparou um dicionário de seis volumes sobre Mitologia e História Antiga, incluindo o período celta em Itália. O seu conhecimento do francês e da antiguidade está reflectido em muitos dos librettos que escreveu. A maioria deles é baseada na literatura francesa e outros, como “Norma”, empregam fontes mitológicas.
Depois de não ter conseguido obter um lugar profissional na Universidade, viajou por Espanha, Grécia, Alemanha e França, antes de voltar a Itália em 1812 ou 1813. Em 1814, fixou-se em Milão, onde se tornou amigo de figuras importantes do mundo literário e musical. Recusou o cargo de Poeta da Corte em Viena e iniciou-se como libretista. Romani escreveu dois librettos para o compositor Johann Simon Mayr, que resultaram na sua indicação para libretista contratado do Teatro alla Scala.
Romani tornou-se o mais conceituado de todos os libretistas italianos da sua época, produzindo quase cem librettos. Apesar do seu interesse pela literatura francesa, nunca quis trabalhar em Paris.
Em 1834, tornou-se editor da “Gazzetta Ufficiale Piemontese”, para a qual escrevia críticas literárias. Manteve este cargo até à sua morte, apenas com uma pausa entre 1849 e 1854. Os poemas de Felice Romani só foram publicados em livro, em 1841.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

27 DE JANEIRO - MATATEU

EFEMÉRIDEMatateu, de seu verdadeiro nome Sebastião Lucas da Fonseca, futebolista português, morreu no Canadá (Victoria) em 27 de Janeiro de 2000. Nascera em Lourenço Marques (actual Maputo) no dia 26 de Julho de 1927.
Matateu foi um jogador de topo, quer no CF Belenenses quer na Selecção Portuguesa de Futebol. Em questões de longevidade, pode ser considerado o Stanley Matthews português, pois jogou até aos 50 anos de idade.
Começou a sua carreira em Moçambique, onde jogou em equipas locais, como o 1º de Maio e o Manjacaze FC. Foi descoberto por um antigo jogador do Belenenses e trazido para Lisboa em 1951, depois de assinar um contrato.
Jogou pelo Belenenses até à época 1963/64, sendo por duas vezes considerado o melhor jogador a actuar em Portugal.
Matateu foi um dos melhores pontas-de-lança portugueses de sempre. Apesar da época em que jogou, alcançou largo reconhecimento internacional, tendo a sua morte sido noticiada pela CNN. Foi várias vezes aclamado e levado em ombros no final de jogos internacionais, tanto pelo seu clube, como pela selecção nacional. Apesar das inúmeras lesões sofridas, de só ter chegado à Europa com 24 anos e de ter vivido num tempo em que havia muito menos jogos, representou Portugal 27 vezes, apontando 13 golos.
O seu último jogo por Portugal foi no Euro 1960, nos quartos de final, com a Jugoslávia. Deixou o Belenenses numa altura menos feliz da sua carreira (lesões diversas e conflitos com o treinador), assinando pelo Atlético CP (então na 2ª Divisão) em Dezembro de 1964. Foi em grande parte graças a ele que, na época seguinte, o Atlético regressou à 1ª Divisão. Em 1967/68 passou a representar o GD Gouveia e em 1968/69 o Amora FC, quando já tinha 41 anos. Em 1969/70, jogou ainda no GD de Chaves.
Com o Amora, foi Campeão Distrital e ajudou a equipa a chegar a 3ª Divisão. Na época 1970/71, emigrou para o Canada, onde jogou até 1977, ano em que completou 50 anos.
Em 1955, quando o Belenenses jogou em Paris para a Taça Latina, com o Real Madrid, a sua exibição foi brilhante, ofuscando por completo o famoso Di Stefano. Após um jogo com a Inglaterra, os jornais britânicos, rendidos, afirmaram unanimemente que não havia na Inglaterra e talvez na Europa um jogador com a sua classe.
Foi o melhor marcador do Campeonato Português por duas vezes (1952/53 e 1954/55). Faltou-lhe a conquista de um Campeonato Nacional, o que esteve quase a acontecer em 1955, tendo o Belenenses perdido o jogo derradeiro e decisivo com o Sporting CP a 4 minutos do fim. Nesse desafio, Matateu apontou 4 golos, mas o árbitro só validou dois.
As suas maiores conquistas foram a Taça de Portugal de 1960 e as Taças de Honra de 1959 e 1960. Nesta última, Matateu e Yaúca desbarataram completamente a defesa do SL Benfica (que 8 meses depois se sagraria Campeão Europeu), infligindo aos encarnados uma pesada derrota por 5-0. Matateu era irmão de outro jogador do Belenenses, o defesa Vicente Lucas.
Após o seu falecimento, os restos mortais foram transladados para o Cemitério da Ajuda, em Lisboa, onde o Belenenses fez erigir um jazigo em sua homenagem e memória.  

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

26 DE JANEIRO - PAULA REGO

EFEMÉRIDE – Maria Paula Figueiroa Rego, artista plástica portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 26 de Janeiro de 1935. Iniciou os seus estudos no Colégio Integrado Monte Maior, em Loures, continuando-os depois na St. Julian's School, em Carcavelos, onde os professores cedo lhe reconheceram talento para a pintura.
Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora do país salazarista dos anos 1950, partiu para Londres, onde estudou na Slade School of Fine Art, até 1956. Em Londres, conheceu o pintor Victor Willing, com quem se casou em 1959.
Ao longo da década de 1960, a viver na Ericeira, participou em exposições colectivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasmou a crítica ao expor individualmente, pela primeira vez, na Galeria de Arte Moderna da Escola de Belas-Artes de Lisboa.
No princípio dos anos 1970, com a falência da empresa familiar, vendeu a quinta da Ericeira e radicou-se em Londres. Tornou-se bolseira da Fundação Gulbenkian, em 1975, para fazer pesquisas sobre contos infantis. Figurou – com onze obras – na exposição Arte Portuguesa desde 1910 (1978), com realce para colagens. Voltou à pintura, mais livre e mais directa, retratando o mundo intimista e infantil, inspirada em dados reais ou imaginários. A obra literária de George Orwell inspirou-a para fazer o painel “Muro dos Proles”, com mais de seis metros de comprimento (1984).
Fez uma viragem radical na sua obra com a série da “menina e o cão”, onde a figura feminina assumiu claramente a liderança na acção, enquanto o cão era mimado e acarinhado. A menina fazia de mãe, de amiga, de enfermeira e de amante, num jogo de sedução e de dominação que continuou em obras posteriores. Tecnicamente, as figuras ganharam volume e o espaço ganhou solidez e autonomia.
Em 1987, Paula Rego assinou – com a galeria Marlborough Fine Art – o passo que lhe faltava para a divulgação internacional da sua obra. A morte do marido, também ocorrida nesse ano, foi assinalada em obras como “O Cadete e a Irmã”, “A Partida”, “A Família” e “A Dança”, de 1988. A convite da National Gallery, em 1990, ocupou um atelier no museu, onde pintou várias obras. Desse período, destaca-se “Tempo – Passado e Presente” (1990/91).
Em 2006, respondeu afirmativamente ao convite que lhe foi dirigido pelo presidente da Câmara Municipal de Cascais, para expor em permanência a sua obra no concelho onde viveu grande parte da infância. Paula Rego indicou o nome do arquitecto Eduardo Souto Moura para desenvolver o projecto e escolheu um dos terrenos que lhe foi apresentado, ao lado do Museu do Mar, como lugar do futuro museu. Foi inaugurada, em Setembro de 2009, a Casa das Histórias Paula Rego, em Cascais, que nasceu com o intuito de acolher e promover a divulgação e estudo da sua obra. A entidade responsável é a Fundação Paula Rego.
A par de Maria Helena Vieira da Silva, Paula Rego é a pintora portuguesa mais aclamada a nível internacional, estando colocada entre os quatro maiores pintores vivos em Inglaterra.
Em Julho de 2012, apresentou uma série de pinturas novas, numa exposição em parceria com a artista Adriana Molder, inspirada na narrativa histórica de Alexandre Herculano e intitulada “A Dama Pé-de-Cabra”, com inauguração em 7 de Julho na Casa das Histórias em Cascais. Em Agosto de 2012, foi anunciada a vontade do Governo em encerrar a Fundação com o seu nome, com a oposição, entre outros, da Câmara Municipal de Cascais.
O quadro “Looking Back”, pintado em 1987, foi vendido por 861 960 euros em Junho de 2011, constituindo um recorde para a artista. Quatro anos depois, “The Cadet and his Sister”, de 1988, foi arrematado num leilão da Sotheby's por 1 614 795 euros, um novo recorde para Paula Rego.
Das distinções que recebeu, salienta-se o Prémio Celpa/Vieira da Silva de Consagração e o Grande Prémio Soquil. Em Junho de 2010, foi condecorada pela rainha Isabel II de Inglaterra com o oficialato da Ordem do Império Britânico, pela sua contribuição para as Artes. Em Junho de 1995, foi feita Grande-Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada. Em Outubro de 2004, foi elevada a Grã-Cruz da mesma Ordem. Em Fevereiro de 2011, recebeu o doutoramento Honoris Causa da Universidade de Lisboa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

25 DE JANEIRO - DÁMASO ALONSO

EFEMÉRIDEDámaso Alonso y Fernández de las Redondas, poeta, filólogo, historiador, tradutor, antologista, editor de clássicos e crítico literário espanhol, morreu em Madrid no dia 25 de Janeiro de 1990. Nascera na mesma cidade em 22 de Outubro de 1898.
Licenciou-se em Direito, Letras e Filosofia. Como escritor, pertenceu à chamada Geração de 27. Foi director da Real Academia da Língua Espanhola (1968/82).
Passou uma parte da sua infância numa pequena cidade nas Astúrias, La Felguera, e outra parte em Ribadeo, na Galiza. Quando tinha 5 anos, a família regressou a Madrid, onde ele viveu praticamente o resto da vida.
Em 1929, casou-se com Eulalía Galvarriato, formada em Letras e autora do romance “Cinco sombras”.
Dámaso começou a escrever poesia aos 16 anos, mas só quando tinha 21 publicou o seu primeiro livro – “Poemas puros”.
Durante a sua carreira literária, teve uma impressionante actividade filológica, sendo doutor Honoris Causa e conferencista em várias universidades europeias e americanas.
Foi também membro da Academia Real de História e da Academia Mexicana da Língua. Recebeu vários prémios, entre eles o Prémio Nacional de Poesia em 1927 e o Prémio Cervantes em 1978. Faleceu aos 91 anos. 

A.M.O.R. (quadras em acróstico)

Formatação de Fátima de Souza (Bahia)

domingo, 24 de janeiro de 2016

24 DE JANEIRO - NICO FIDENCO

EFEMÉRIDENico Fidenco, de seu verdadeiro nome Domenico Colarossi, cantor e compositor italiano, nasceu em Roma no dia 24 de Janeiro de 1933.
Foi um dos nomes mais importantes da canção italiana a partir dos anos 1960. Uma das suas canções mais conhecidas é “A casa di Irene”, que foi profundamente identificada internacionalmente com a imagem da Itália de então.
Começou a ganhar grande popularidade, ao interpretar a canção “Su nel cielo” da banda sonora do filme “I delfini” de Francesco Maselli (1960).
Autodidacta, Fidenco interpretou muitas outras canções de filmes e séries de televisão. O seu interesse pelo cinema levou-o a ser um compositor prolífico.
Gravou 48 singles e um EP, entre 1960 e 1989. Publicou igualmente 16 álbuns, no período 1961/2003. Nico Fidenco completa agora 83 anos de idade. 

sábado, 23 de janeiro de 2016

NICO FIDENCO - "A Casa de Irene"


23 DE JANEIRO - RANDOLPH SCOTT

EFEMÉRIDE – George Randolph Scott, actor e produtor de cinema norte-americano, notável pelos numerosos westerns que protagonizou e que fizeram dele um dos actores mais rentáveis de Hollywood durante as décadas 1940/50, nasceu em Orange County, Virgínia, no dia 23 de Janeiro de 1898. Morreu em Beverly Hills, Califórnia, em 2 de Março de 1987.
Os pais fixaram-se em Charlotte, na Carolina do Norte. Randolph estudou no Instituto Universitário de Tecnologia da Geórgia, graças a uma bolsa de estudos conseguida com as suas performances como jogador de futebol americano. Ingressou depois na Universidade de Carolina, onde se formou em Engenharia. Começou a trabalhar na indústria de têxteis.
Descoberto por um agente de Hollywood, que procurava um duplo para Gary Cooper, Scott largou emprego e foi para a Califórnia, onde se encontrou com Howard Hughes, que o pôs em contacto com Cecil B. DeMille, com a finalidade de fazer um teste. Aprovado, foi logo utilizado também para treinar com o próprio Gary Cooper o sotaque da Virgínia para o seu filme de 1929, “The Virginian”, além de ter feito igualmente um pequeno papel na película.
Enquanto não surgiam outras propostas de trabalho, “Randy” (como era conhecido) voltou a jogar (desta vez profissionalmente) numa equipa de futebol americano da Califórnia. Alguns agentes da Paramount viram-no durante um jogo e ofereceram-lhe um contrato. Abandonando o futebol, tornou-se definitivamente actor. Em breve, avançou para os papéis principais, graças à sua voz e boa dicção. Era relativamente recente o cinema sonoro e os responsáveis dos estúdios estavam dispostos a contratar somente actores que tivessem uma boa voz.
Apesar de todas as suas qualidades, Randy foi um actor mediano em comédias, dramas e aventuras ocasionais, até se projectar nos westerns, onde decididamente se consagrou como um dos maiores ícones americanos, entre 1940 e 1962, ano em que se despediu das ecrãs.
Transformou-se num dos grandes campeões de bilheteira de westerns, tendo ganho muito dinheiro. A sua prosperidade aumentou ainda mais a partir dos anos 1950, quando se aliou ao realizador Budd Boetticher, com quem fez uma série de filmes. Já nessa época, Scott tinha-se associado ao produtor Harry Joe Brown e juntos fundaram a Randbrow Enterprises, uma produtora que realizou muitas das suas películas, tanto para a Warner Brothers como para a Columbia Pictures.
Durante mais de 30 anos, Scott e Cary Grant foram amigos inseparáveis. Ao saber do falecimento de Grant, em 1986, o velho Scott compareceu ao velório antes da cremação, dirigiu-se ao caixão, pegou nas mãos do cadáver, beijou-as, colocou-as sobre a sua cabeça e chorou.
Randolph Scott casou-se duas vezes. A primeira, em 1936, com Mariana Du Pont Somerville, de quem se divorciou em 1939. Voltou a consorciar-se – em 1944 – com uma senhora da alta sociedade de Los Angeles, Patricia Stillman, com quem teve dois filhos. A união durou até ao fim da sua vida.
Decidiu reformar-se após a conclusão do filme “Ride the High Country”. Começou a dedicar-se então ao seu rancho, na Carolina do Norte, onde passava o primeiro semestre de cada ano. No semestre seguinte, voltava para a sua mansão em Beverly Hills e o seu passatempo preferido: era o golfe.
Durante a sua carreira, interpretou apenas uma vez o papel de vilão (“A Indomável”, 1942), contracenando com Marlene Dietrich e John Wayne. No fim da vida, Scott tornou-se multimilionário graças aos seus bons investimentos. Morreu aos oitenta e nove anos, após complicações de uma pneumonia e com o coração muito debilitado. 

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

22 DE JANEIRO - U THANT

EFEMÉRIDE – Maha Thray Sithu U Thant, político da Birmânia, nasceu em Pantanaw no dia 22 de Janeiro de 1909. Morreu em Nova Iorque, em 25 de Novembro de 1974. Foi secretário-geral das Nações Unidas em dois mandatos, entre 1962 e 1971. Foi escolhido para o lugar, depois do então secretário-geral, Dag Hammarskjöld, ter morrido num acidente aéreo.
Estudou no Colégio Nacional e na University College, em Rangoon. Antes de seguir a carreira política e diplomática, trabalhou nas áreas da educação e da informação, tendo sido mestre sénior e director do Colégio Nacional, em Pantanaw, e jornalista freelancer.
Em 1942, foi – durante alguns meses – secretário do Comité para a Reorganização da Educação da Birmânia. Em 1947, foi nomeado director de imprensa do Governo.
Seguidamente, foi director da Radiodifusão (1949) e secretário no ministério da Informação (1949/53). Foi ainda secretário de projectos no gabinete do primeiro-ministro (1953/57) e presidente da Comissão de Conciliação das Nações Unidas para o Congo.
Quando foi nomeado secretário-geral interino das Nações Unidas, U Thant era representante permanente da Birmânia na ONU, com o estatuto de embaixador (1957/61).
U Thant iniciou o seu mandato como secretário-geral interino, em Novembro de 1961, quando foi apontado unanimemente para o lugar pela Assembleia-geral, sob recomendação do Conselho de Segurança. Foi novamente apontado unanimemente para secretário-geral em Novembro de 1962. Nesse primeiro período do seu mandato, foi muito importante o seu papel na resolução da “crise cubana dos mísseis” e no fim da Guerra Civil do Congo.
Foi renomeado em Dezembro de 1966. Neste segundo mandato, supervisionou a admissão de muitos novos países Asiáticos e Africanos e foi um firme oponente ao regime do apartheid na África do Sul.
Esteve na origem da criação de muitas das agências de desenvolvimento e meio ambiente, e de vários importantes programas da ONU.
Durante os mandatos de U Thant, aconteceram no mundo vários factos de extrema importância – a Guerra dos Seis Dias, a Primavera de Praga, a intervenção soviética na Checoslováquia e a guerra entre a Índia e o Paquistão, que deu origem a uma nova nação – o Bangladesh.
As suas boas relações com o governo norte-americano deterioraram-se quando, publicamente, criticou a conduta americana na Guerra do Vietname. U Thant (secretamente) tentou então o diálogo entre Washington e Hanói.
Em Janeiro de 1971, anunciou categoricamente que não estaria disponível, «em nenhuma circunstância», para um terceiro mandato. Durante muitas semanas, o Conselho de Segurança manteve-se num impasse em busca de um sucessor, que veio a ser Kurt Waldheim.
U Thant suscitou a admiração de todos pela sua integridade e o seu talento de negociador paciente e subtil. Aposentou-se no fim de seu segundo mandato e faleceu três anos depois.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

21 DE JANEIRO - STEVE REEVES

EFEMÉRIDESteve Reeves, de seu verdadeiro nome Stephen Lester Reeves, actor e culturista norte-americano, nasceu em Montana no dia 21 de Janeiro de 1926. Morreu na Califórnia, em 1 de Maio de 2000. Recebeu vários títulos de cultura física, como os de Mr. Universo e de Mr. América, sendo lembrado igualmente pelo seu desempenho em vários filmes épicos italianos dos anos 1950/60, em que interpretou heróis mitológicos.
Descendente de ingleses, alemães, galeses e irlandeses, era filho de um agricultor e de uma nutricionista. O pai morreu num acidente, quando ele tinha seis meses de vida. Por curiosidade, o primeiro título que Reeves conquistou foi o de Bebé Mais Saudável do Condado de Montana. Reeves passou a infância no rancho onde nasceu. Depois, a família mudou-se para a Califórnia.
Alistou-se no exército, onde trabalhou a carregar vagões e camiões de carga. Nos tempos livres, frequentava uma academia de ginástica, iniciando assim o seu programa de aperfeiçoamento e modelagem física. O seu corpo desenvolveu-se rapidamente e ele, então, decidiu seguir profissionalmente a carreira de culturista.
Serviu nas Filipinas durante a Segunda Guerra Mundial, onde contraiu a malária. O tempo restante esteve sob as ordens do general MacArthur, durante a ocupação do Japão.
Após a conclusão do serviço militar, inscreveu-se nos principais concursos de culturismo dos Estados Unidos. Venceu os de Mr. Pacific Coast (1947), de Mr. América (1947) e de Mr. Universe (1950).
Decidiu seguidamente ser actor, viajando para Nova Iorque com o intuito de estudar representação, indo depois para Hollywood. Reeves já era relativamente famoso como culturista. O lendário realizador Cecil B. DeMille, que iniciava o projecto de uma superprodução bíblica, o clássico “Sansão e Dalila” (1949), escolheu-o para o papel de Sansão, depois da recusa de Burt Lancaster. As chefias da Paramount, porém, acharam-no muito jovem para personificar o herói bíblico e o papel acabou por ser desempenhado por Victor Mature.
Aproveitando o seu físico bem modelado, participou em vários espectáculos em Hollywood. Iniciou-se no cinema com o realizador Ed Wood, mas Steve não gostava muito de trabalhar com ele. Em 1954, foi indicado para um papel num filme musical da Metro-Goldwyn-Mayer, intitulado “Athena”, no qual interpretou o irmão de Debbie Reynolds e namorado de Jane Powell. O seu papel era o de um jovem musculoso, que competia em concursos de culturismo.
O auge da sua carreira de actor viria em 1958, quando foi escolhido para interpretar o herói mitológico Hércules, no filme “As façanhas de Hércules”, dirigido por Pietro Francisci e rodado em Itália. Foi a primeira de muitas películas, em que Steve interpretou personagens poderosos e destemidos. O público gostou do filme, que inaugurava um novo conceito de filme épico. Reeves repetiu o mesmo papel em “Hércules e a rainha da Lídia”, em 1959.
Steve Reeves tornou-se uma estrela absoluta deste género de filmes, não só na Europa, onde as películas eram produzidas, mas também nos Estados Unidos. Foi o precursor dos considerados “actores musculados”, que apareceriam na década de 1980 (Sylvester Stallone, Arnold Schwarzenegger, etc.).
Reeves era amigo do actor e igualmente musculoso Gordon Scott, o ex-Tarzan, e recomendou-o para o papel de Remo na película “Rómulo e Remo” (1961). Originalmente, os produtores queriam Reeves a interpretar os dois papéis (segundo a lenda, Rómulo e Remo eram irmãos gémeos), mas Steve convenceu-os que seria mais eficaz ter outro actor a interpretar Remo.
Quando filmava “Os últimos dias de Pompeia”, em Itália, a viatura que conduzia chocou contra uma árvore, provocando-lhe o deslocamento grave de um ombro. Nunca tendo ficado completamente curado, ainda continuou a trabalhar no cinema até 1968, ano em que fez o seu último filme, que já não foi um épico, mas sim um western intitulado “A Long Ride from Hell”.
Steve Reeves casou duas vezes. A sua primeira esposa foi Sandra Smith, com quem viveu em 1955/56. Em 1963, consorciou-se com Aline Czartjarwicz. Foi uma união feliz, mas Aline faleceu em 1989, deixando Reeves inconsolável. Passou a dedicar-se ao seu rancho, na Califórnia, onde criava cavalos e proferia palestras sobre cultura física, desaconselhando veementemente o uso de esteróides anabolizantes.
Foi frequentemente confundido com o actor George Reeves, o intérprete do Super-Homem numa série de televisão dos anos de 1950.
Steve Reeves morreu aos 74 anos de idade, vítima de linfoma, diagnosticado apenas seis semanas antes do seu falecimento. O corpo foi cremado e as cinzas enterradas na sua terra natal.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

20 DE JANEIRO - ETTA JAMES

EFEMÉRIDEEtta James, de seu verdadeiro nome Jamesetta Hawkins, cantora norte-americana de blues, R&B, jazz e música gospel, morreu em Riverside no dia 20 de Janeiro de 2012. Nascera em Los Angeles, em 25 de Janeiro de 1938. Ficou na 22ª posição entre os Cem Maiores Cantores de Todos os Tempos, na lista elaborada perla revista “Rolling Stone” em 2008, sendo a 3ª mulher mais bem colocada, atrás apenas de Tina Turner  e de Aretha Franklin.
Etta James era filha de Dorothy Hawkins, uma adolescente afro-americana, mãe solteira de 14 anos, e de pai europeu. Etta procurou saber quem era o seu progenitor, mas não conseguiu. A mãe disse-lhe que recebera uma pensão durante anos, na condição de manter segredo sobre a sua paternidade.
Teve o seu primeiro contacto com a música aos 5 anos de idade, tendo aulas com James Earle Hines, director musical da escola Echoes of Eden da Igreja Batista de St. Paul, em Los Angeles.
A família mudou-se para São Francisco em 1950 e, em 1952, Etta e mais duas amigas formaram o trio “The Creolettes”. Jamesetta chamou a atenção do maestro Johnny Otis, que esteve na origem do seu nome artístico e começou a gravar os seus primeiros temas. A sua primeira gravação, e primeiro êxito R&B, foi de sua autoria – “The Wallflower” (1954). 
Também gravou episodicamente com a banda Etta James & the Peaches, com diversos hits, sendo contratada mais tarde pela Chess Records (1960) e passando a dedicar-se sobretudo ao jazz.
Em dueto com Harvey Fuqua (dos The Moonglows), gravou um dos seus maiores sucessos – “At Last”, que apareceu juntamente com outros êxitos no seu álbum de estreia, com o mesmo título.
Etta James teve sérios problemas com drogas e romances mal sucedidos, que interferiram na sua carreira. Posteriormente, teve também problemas com a obesidade (chegando a pesar quase 200 kg), o que a levou a fazer uma cirurgia gástrica em 2003, com a qual perdeu cerca de 100 kg.
Cinco dias antes de completar 74 anos, sucumbiu à leucemia e a outras complicações que a atormentavam. A doença tinha sido diagnosticada um ano antes, já quase em fase terminal. Foi sepultada no Inglewood Park Cemetery, na Califórnia.
A sua carreira estendeu-se por quase seis décadas. Ganhou seis Grammy Awards e 17 Blues Music Awards. Influenciou várias cantoras, entre as quais se salientam Diana Ross, Christina Aguilera, Amy Winehouse e, mais recentemente, Adele. Foi alvo de variadíssimas homenagens nos anos 1990 e 2000. Em 2003, passou a ter uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

19 DE JANEIRO - FRANÇOIS MASPERO

EFEMÉRIDEFrançois Maspero, escritor, tradutor, livreiro e editor francês, nasceu em Paris no dia 19 de Janeiro de 1932. Morreu na mesma cidade em 11 de Abril de 2015.
A sua adolescência foi marcada pelo engajamento da família na Resistência aos nazis. O pai, professor do Collège de France, foi preso em 1944 e morreu no campo de concentração de Buchenwald. O irmão morreu em combate e a mãe, autora de estudos sobre a Revolução Francesa, foi deportada para o campo de Ravensbrück, mas sobreviveu.
Abandonou os estudos de etnologia, para começar a trabalhar numa livraria. Depois de aí ter encontrado vários militantes revolucionários africanos, como Mário de Andrade e Amílcar Cabral, decidiu – em 1955 – endividar-se para tomar em trespasse uma livraria situada no Quartier Latin e chamada La Joie de Lire.
Em 1959, em plena Guerra da Argélia, fundou uma editora com o seu nome, que ficou conhecida por publicar trabalhos de Che Guevara, Louis Althusser, Yves Lacoste, Yannis Ritsos, Nazim Hikmet e de muitos opositores a regimes ditatoriais ou coloniais. Em 1982, a editora foi vendida simbolicamente por um franco, passando a ter uma nova denominação – La Découverte – e a ser dirigida por François Gèze. Maspero tinha sido objecto de 17 condenações policiais por conteúdos publicados.
Depois de 1968, a livraria La Joie de Lire teve de enfrentar um perigo inesperado – o “roubo revolucionário” praticado por alguns esquerdistas. Mais tarde, em 1969/70, sofreu assaltos de grupos de extrema-direita, que acusavam François Maspero de ser um “comerciante das revoluções”. Estes roubos foram uma das causas que o levou a fechar a livraria em 1974/75. Quando a FNAC abriu as suas portas em 1974, La Joie de Lire era a livraria parisiense mais importante.
Em 1978, fundou a revista “L'Alternative”, que dirigiu até 1984, ano em que passou a consagrar o seu tempo inteiramente à escrita. Publicou então várias obras – de carácter auto-biográfico, sobre a Guerra da Argélia, sobre os movimentos de libertação da América Latina, etc.
Foi também tradutor para francês de inúmeros autores estrangeiros, como Luis Sepúlveda, César Vallejo e John Reed. Realizou igualmente várias reportagens para a “Radio France” e para o jornal “Le Monde” (a partir de 1990).
Recebeu, em 2006, o Prémio Édouard-Glissant, pelo conjunto da sua obra. Foi encontrado morto no seu domicílio. Tinha 83 anos. 

"SE O NOSSO AMOR AINDA EXISTE" (quadras)

Formatação de Fátima de Souza (Bahia)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

18 DE JANEIRO - FERNANDO TRUEBA

EFEMÉRIDEFernando Rodríguez Trueba, cenarista, produtor e realizador de cinema espanhol, nasceu em Madrid no dia 18 de Janeiro de 1955. Ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro 1993, com o filme “Belle Époque”.
Iniciou a sua carreira, como crítico cinematográfico do jornal “El País” e do semanário “Guia del ocio” (1974/79). Em 1980, criou o magazine de cinema “Casablanca”. Simultaneamente, na década de 1970, realizou seis curtas-metragens.
O seu filme de estreia foi “Opera Prima”, em 1982, premiado no Festival Internacional de Chicago. No mesmo ano, fundou a produtora Opera Films.
Em 1985, alcançou grande sucesso com a comédia “Sé infiel y no mires con quién”. Em 1988, foi presidente da Academia de Artes Cinematográficas de Espanha e, em 1997, escreveu o livro “Dicionário de Cine”. No ano seguinte, publicou “Dicionário do Jazz Latino”.
A sua película “Belle Époque” – além do Oscar, ganhou ainda dois prémios Goya (Melhor Filme e Melhor Realizador).
Em 2000, fundou a discográfica Lola Records, na qual tem feito gravar também as bandas sonoras dos seus filmes.
Em 2003, a convite do músico Carlinhos Brown, conheceu Salvador da Baía, no Brasil, e apaixonou-se pelo trabalho feito pelo músico na favela do Candeal. Voltou em 2004, para produzir e realizar o documentário “O Milagre do Candeal”. Segundo ele, «é a história de uma favela, onde as crianças estão armadas com instrumentos musicais e não com espingardas». Tem igualmente projectado um documentário sobre o desaparecimento de Francisco Tenório Júnior, um músico brasileiro vítima da repressão militar na Argentina em 1976.
Em 2010, dirigiu a longa-metragem de animação “Chico e Rita”, que também ganhou o prémio Goya, sendo ainda nomeada para os Oscars e para diversos prémios internacionais. Fernando Trueba é Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras desde 1996. 

domingo, 17 de janeiro de 2016

17 DE JANEIRO - DIOGO MORGADO

EFEMÉRIDE Diogo Miguel Morgado Soares, modelo e actor português, nasceu em Lisboa no dia 17 de Janeiro de 1981. Começou a sua carreira aos catorze anos, como modelo. Depois, através da televisão, deu os primeiros passos na representação, tendo integrado o elenco de várias novelas e séries.
Com a interpretação de Miguel no telefilme “Amo-te Teresa” (2000), produzido pela SIC, viu o seu nome na ribalta. Mais tarde, participou na novela juvenil “Floribella” (2006) e teve um dos papéis principais em “Vingança” (2007).
Protagonizou a mini-série “A Vida Privada de Salazar” (2009) e, no ano seguinte, participou em “Laços de Sangue” e “Lua Vermelha”. Fora de Portugal, teve a sua estreia na novela brasileira “Revelação” (2008) e participou (juntamente com Rui Unas) no filme de humor espanhol “Mapa” (2009).
No cinema, conheceu um dos momentos mais relevantes da sua carreira ao protagonizar “The RedButterfly” (2012), uma produção de Hollywood. Em 2011, fizera o filme “Son of God” da 20th Century Fox e, em 2012, gravou a mini-série norte-americana de enorme êxito “The Bible”. Nestes dois trabalhos, interpretou Jesus Cristo. Foi convidado do programa de Oprah Winfrey. Em 2015, recebeu o Movieguide Grace Award de Melhor Interpretação pelo seu papel em “Son of God”.
Apaixonado também pelo teatro, tem interpretado papéis principais em algumas peças. Casado com Cátia Oliveira, tem um filho e partilha a sua vida entre Los Angeles e Portugal. Fala fluentemente inglês e espanhol. 
Até agora, entrou em 12 telenovelas, em 22 séries e mini-séries e em 12 telefilmes e longas-metragens. No começo dos anos 2000, apresentou também alguns programas: “Lux” (2000), “Mundo VIP” (2001) e “Dá-lhe Gás” (2004). 

sábado, 16 de janeiro de 2016

RITA COOLIDGE - "We're All Alone"


16 DE JANEIRO - RICARDO FERRAZ

EFEMÉRIDERicardo da Costa Ferraz, treinador de pugilismo português, nasceu em Lisboa no dia 16 de Janeiro de 1926. Morreu na mesma cidade, em 19 de Janeiro de 2006. Foi conhecido também como o “Senhor Boxe” ou o “Zé das Toalhas”. Embora tendo treinado algumas equipas de futebol, foi no boxe que se tornou uma figura de referência, como atleta, técnico e dirigente.
Desde jovem que se sentiu dividido entre a prática do boxe e do futebol, razão pela qual – para além de iniciar a sua vida como pugilista em 1946, no Clube Águias do Alto Pina – tenha sido igualmente futebolista de vários clubes, acabando o seu percurso no Vitória Clube de Lisboa. Foi então que começou a distinguir-se como formador de pugilismo. Enquanto cumpria o serviço militar, na Marinha, como fuzileiro, aproveitou para treinar os colegas, surgindo assim a sua grande paixão como técnico da modalidade.
Anos mais tarde, iniciou a sua carreira profissional de treinador de boxe no Vitória Clube de Lisboa, onde obteve o primeiro prémio internacional deste clube. A partir de 1961, com a criação da modalidade no Sporting CP, Ricardo Ferraz passou a ser treinador e coordenador da sua secção de boxe. Foi também técnico na Federação Portuguesa de Boxe (1968/83).
A partir de 1971, para além das responsabilidades referidas, Ricardo Ferraz – já nessa altura, uma figura central do boxe português – ficou como responsável pelo treino da modalidade na Academia Militar e ainda como treinador da sua equipa de futebol.
Senhor de uma grande humanidade e responsabilidade cívica, a sua acção não se centrava apenas na vertente desportiva, mas também no lado social, levando para o pugilismo muitos jovens, retirando-os da rua, criando-lhes um objectivo de vida, ensinando-os a serem disciplinados e formando-os não só como atletas mas também como homens.
Fez uma carreira brilhante no Sporting CP, ocupando o cargo de treinador durante vinte e oito anos. Venceu diversos títulos, nomeadamente, catorze campeonatos nacionais, dezoito regionais e vários títulos internacionais, tendo sido treinador de grandes nomes do pugilismo nacional.
João Manuel Miguel, mais conhecido como “Paquito”, foi um dos pugilistas mais aplicados de Ricardo Ferraz e, sob a sua orientação técnica, conseguiu o feito de estar nos Jogos Olímpicos de Moscovo em 1980, em representação de Portugal. Nesta sua participação olímpica conseguiu chegar aos oitavos de final, entre vinte e dois participantes. Curiosamente, este pugilista viria a seguir as pisadas do seu mestre, tornando-se técnico do Sporting.
Depois de ter terminado a carreira de treinador, Ricardo Ferraz passou a desempenhar as funções de coordenador técnico da secção de boxe do Sporting. Foi ainda director técnico nacional e presidente do conselho técnico.
Foi-lhe concedida a distinção de sócio de Mérito da Associação de Boxe de Lisboa (na qual chegou a ser presidente), da Associação de Futebol de Lisboa e do Vitória Clube de Lisboa. Durante a sua longa carreira, recebeu vários louvores outorgados pela Academia Militar, tendo sido condecorado com a Medalha de D. Afonso Henriques, Patrono do Exército.
O Sporting homenageou-o com o prémio Stromp por duas vezes e ainda com o prémio Rugidos de Leão. Fazia parte da Comissão de Honra do Centenário do Clube.
Faleceu aos oitenta anos de idade. O Sporting honrou a velha glória, decretando três dias de luto. A Academia Militar assinalou a importância e a excelência da sua contribuição profissional para o treino físico dos seus alunos. A Câmara Municipal de Lisboa decretou um voto de pesar em sua homenagem, aprovado por unanimidade. Foi deliberado atribuir o seu nome a uma rua da cidade, sugerindo-se que fosse na freguesia do Beato, tendo em conta o seu nascimento, a sua residência e o local onde era uma referência para muita gente.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

15 DE JANEIRO - MARIA WALLENSTEIN

EFEMÉRIDEMaria do Bom Sucesso Furtado Taveira de Medeiros Franco Wallenstein, actriz de teatro, professora e tradutora portuguesa, morreu em Lisboa no dia 15 de Janeiro de 2007. Nascera em São Miguel, Ribeira Grande (Açores), em 17 de Junho de 1927.
Estudou no Colégio de S. Francisco Xavier e, depois, no Liceu Antero de Quental, onde começou a representar. Com vinte anos, mudou-se para Lisboa. Licenciou-se em Filologia Românica na Faculdade de Letras de Lisboa. A sua tese de licenciatura teve como título “O Teatro Popular em São Miguel – seus temas e formas”.
Na faculdade, conheceu Carlos Wallenstein, poeta e encenador, também açoriano, com quem casou e teve quatro filhos, entre eles o actor José Wallenstein e o músico Pedro Wallenstein.
Traduziu autores teatrais, como Jean Cocteau (“Les Parents Terribles”), Samuel Beckett (“Va-et-vient”), Eugène Ionesco (“Le Nouveau Locataire”) e Jean Tardieu (“Conversation-Sinfonieta”), entre outros.
Enquanto professora, exerceu funções de orientação pedagógica e de animação cultural, dirigindo acções de formação de professores sobre o Jogo Dramático na Educação.
Depois de reformada, aplicou a sua experiência docente na elaboração de manuais escolares de francês e de português para estrangeiros. Radicada em Lisboa desde 1947, nunca perdeu as profundas raízes que a ligavam aos Açores, mantendo um estreito contacto com as origens e a identidade açorianas.
Entre 1997 e 2000, organizou e dirigiu a publicação de quatro volumes de obras de poesia, contos e teatro do seu marido, Carlos Wallenstein, desaparecido em 1990. Maria Wallenstein faleceu aos 79 anos, vítima de doença oncológica.

NB – Apesar de aprofundadas pesquisas, não foi encontrada qualquer foto de Maria Wallenstein. 

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

MARIE LAFORÊT - "Мon amour mon ami"


14 DE JANEIRO - MURRAY BOOKCHIN

EFEMÉRIDEMurray Bookchin, escritor e militante anarquista norte-americano, nasceu em Nova Iorque no dia 14 de Janeiro de 1921. Morreu em Burlington, Vermont, em 30 de Julho de 2006.
Na juventude, foi influenciado pelo marxismo e, mais tarde, derivou para o trotskismo. Gradualmente, foi ficando desiludido com a coerção que considerava inerente àquelas correntes políticas. Em alguns meios, ficou conhecido por fazer críticas devastadoras ao marxismo, usando curiosamente a linguagem marxista convencional. Nos anos 1960, foi membro da Liga Libertária.
Nas décadas 1950/60, escreveu sobre os legados da filosofia social utópica e da teoria crítica, mudando a primazia do marxismo na esquerda e ligando as crises ecológicas e urbanas contemporâneas aos problemas do capital e à hierarquia social em geral.
Bookchin permaneceu um anti-capitalista radical e um defensor da descentralização da sociedade. Foi influente no movimento anti-globalização.
Em meados dos anos 1990, fundou o municipalismo libertário. Alguns dizem que, nessa época, rompeu com o anarquismo. Entretanto, o que é um facto é que as suas ideias eram – cada vez mais – uma flexibilização dos ideais anarquistas.
Murray Bookchin escreveu vários livros importantes, como “Anarquismo Pós-Escassez”, “A Ecologia da Liberdade”, “Sócio biologia ou Ecologia Social?” e outras obras tratando do Municipalismo Libertário.
Considerado nos Estados Unidos como um dos grandes pensadores da “nova esquerda”, foi o fundador da Ecologia Social, escola de pensamento que propõe uma nova visão política e filosófica da relação entre o homem e o ambiente, assim como uma nova organização social baseada no municipalismo libertário.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

FRANCISCO FANHAIS - "Porque"


13 DE JANEIRO - JOÃO, INFANTE DE PORTUGAL

EFEMÉRIDEJoão de Portugal, infante da dinastia de Avis, filho do rei D. João I e de sua mulher, a rainha D. Filipa de Lencastre, nasceu em Santarém no dia 13 de Janeiro de 1400. Morreu em Alcácer do Sal, em 18 de Outubro de 1442.
Foi o 3º condestável de Portugal, sucedendo a Nuno Álvares Pereira); 10º mestre da Ordem de Santiago; e ainda 1º senhor de Reguengos, Colares e Belas. Em 1424, casou-se com a sua sobrinha Isabel, filha do primeiro duque de Bragança.
Durante o reinado de D. Duarte, João juntou-se ao irmão Pedro, duque de Coimbra, na contestação à expedição a Tânger que haveria de acabar em desastre. Defendeu ainda a entrega da cidade de Ceuta, conquistada em 1415 em troca da liberdade do Infante Santo, mesmo contra a vontade do próprio.
No início do reinado do seu sobrinho, Afonso V de Portugal, a regência do reino foi entregue a Leonor de Aragão, a rainha-mãe. Esta decisão testamentária do falecido rei provocou contestação popular e ameaças de motins em Lisboa. Foi João que se instalou na capital, para evitar tal rebelião. Depois, recusando as ofertas de aliança de Leonor e Afonso, conde de Barcelos (futuro duque de Bragança), defendeu a realização de cortes para nomear como regente o duque de Coimbra. Faleceu aos 42 anos. 

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

12 DE JANEIRO - JÜRG FEDERSPIEL

EFEMÉRIDEJürg Federspiel, escritor suíço, morreu em Basileia no dia 12 de Janeiro de 2007. Nascera em Lindau, cantão de Zurique, em 28 de Junho de 1931.
É um dos principais nomes da literatura suíça de expressão alemã, chegando a ser considerado como o mais internacional escritor suíço da sua geração. Notabilizou-se ao escrever obras como: “Museu dos ódios” (1969), “Balada de Maria Tifos” (1982) e “Geografia do Prazer” (1989), o romance que é considerado a sua obra-prima. Ao longo da carreira literária, publicou mais de vinte romances e colectâneas de contos. Os seus livros foram traduzidos para seis idiomas.
A primeira vez que Federspiel chamou a atenção foi em 1961, quando publicou “Laranjas e Mortes”. O influente crítico literário Marcel Reich-Ranicki apontou-o, então, como uma das grandes esperanças da literatura suíça.
Foi muito influenciado pelo estilo de contos americanos. Segundo as suas palavras, «antes da Segunda Guerra Mundial havia muitas traduções de autores como Ernest Hemingway e William Faulkner. Li esses livros e fiquei fascinado por esse novo mundo que se abria para mim.».
Viveu oito anos em Nova Iorque, rendendo-se ao charme da cidade. A sua escrita nova-iorquina foi feita de contos e ensaios, tais como: “Museum des Hasses”, “Die beste Stadt für Blinde und andere Berichte” e “Kilroy”.
Em língua inglesa, talvez tenha sido o romance “Die Ballade von der Typhoid Mary” (“The Balade of Tiphoid Marie”, na versão inglesa) a obter maior sucesso. Considerado um trabalho de crítica social, é baseado na história real de Mary Mallon que, na Nova Iorque do início do século XX, se recusou a aceitar que era a fonte de numerosos surtos de febre tifóide. De qualquer forma, o autor afirmaria que a novela tinha apenas cinco por cento de realidade e o resto era ficção.
O seu livro mais conhecido na Alemanha é “Geographie der Lust” (“Geografia do Prazer”), a história de uma bela mulher que aceita uma proposta milionária para deixar tatuar um mapa nas suas nádegas. Enquanto o milionário se apaixona por ela, a mulher escolhe casar com um cego que – assim – nunca verá a marca gravada na sua pele. As feministas criticaram o livro, mas o autor estava longe de conseguir consensos, sendo um escritor controverso.
Federspiel, de 75 anos de idade, que sofria de diabetes e da doença de Parkinson e que já não escrevia há 6 anos, desapareceu no dia 12 de Janeiro de 2007. Foi encontrado morto, um mês e meio depois, numa barragem no rio Reno. O corpo foi descoberto acidentalmente por uma pessoa que passava no local e que o avistou a boiar, chamando a polícia.
Jürg Federspiel não se preocupava muito com o facto de vir a morrer, sendo a morte um tema recorrente na sua obra. Casou-se três vezes e deixou um filho. 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

R.I.P. David Bowie!


11 DE JANEIRO - JEAN-BAPTISTE DE BOYER

EFEMÉRIDEJean-Baptiste de Boyer, marquês d'Argens, escritor e filósofo francês, morreu no castelo de La Garde, perto de Toulon, em 11 de Janeiro de 1771. Nascera em Aix-en-Provence no dia 27 de Junho de 1703.
Sendo um adversário da Igreja Católica, num período de intolerância e de opressão religiosa, teve de fugir de França, onde os seus escritos eram frequentemente denunciados pela Inquisição. Assim, em 1724, acompanhou um embaixador francês numa viagem para Constantinopla e ali viveu durante um ano.
Depois de uma juventude excessivamente aventureira, acabou por ser deserdado pelo pai. Viveu durante algum tempo em Amesterdão, onde escreveu (ou começou a escrever) os seus famosos panfletos “Lettres juives” (6 volumes, 1738/42), “Lettres chinoises” (6 volumes, 1739/42) e “Lettres cabalistiques” (7 volumes, 1769). Escreveu também “Mémoires secrètes de la république des lettres” (7 volumes, 1743/48), obra posteriormente revista, aumentada e publicada com o título de “Histoire de l'esprit humain” (14 volumes, 1765/68). Foi ainda autor de seis romances, o mais conhecido dos quais é “Thérèse philosophe” (1748).
Foi convidado pelo príncipe Frederico da Prússia (mais tarde, Frederico - o Grande) para viver junto da sua corte em Potsdam. Ali passou grande parte da sua carreira, sendo nomeado Royal Chamberlain e director das Belas-Letras, uma secção da Academia de Ciências.
Casou-se em 1749 com Babette Cochois, uma actriz berlinense, com quem teve uma filha. Só regressou a França em 1769, tendo falecido dois anos depois. Em sua memória, foi erigido um mausoléu na igreja de Nossa Senhora da Seds, na sua terra natal. 

domingo, 10 de janeiro de 2016

10 DE JANEIRO - ABRAHAM MAPU

EFEMÉRIDEAbraham Mapu, escritor e pedagogo judeu lituano, nasceu em Slobodka, Kaunas, no dia 10 de Janeiro de 1808. Morreu em Königsberg, Prússia, em 9 de Outubro de 1867. Os seus romances serviram de base, mais tarde, para o movimento Sionista.
Quando criança, estudou numa chêder (escola religiosa judaica), onde o pai era professor. Interessou-se, na sua juventude, por cabalas e pelo misticismo. Casou-se, muito novo, em 1825.
Durante muitos anos, foi um modesto professor itinerante, tendo ensinado em várias vilas e cidades. Simultaneamente, juntou-se ao movimento Haskalá (Iluminismo) e estudou alemão, francês e russo. Estudou também latim, a partir de uma tradução da Bíblia, que lhe fora dada por ele ser rabino local. Conseguiu a estabilidade económica, quando foi nomeado professor numa escola pública para crianças judias.
Voltou a Kaunas em 1848, onde auto-publicou o seu primeiro romance histórico, “Ahabat iyyon”, considerado o primeiro romance hebraico. Começara a trabalhar nele em 1830, mas só o concluiu em 1853.
Em 1867, mudou-se para Königsberg devido a uma doença que o atormentava. Ali faleceu, depois de publicar o seu último livro – “Amon Pedagogue”.
A escrita de Abraham Mapu foi Influenciada pelo Romantismo francês. Escreveu histórias primorosas sobre a vida na Antiga Israel, que ele contrastou favoravelmente com a vida judaica do século XIX. O seu estilo era simples e poético, quase bíblico na sua grande simplicidade.
As ideias romântico-nacionalistas expressas nos seus romances inspiraram mais tarde David Ben-Gurion e outros, servindo de base para a implementação destas ideias no movimento sionista, que levou posteriormente à criação do Estado de Israel.
Há ruas com o seu nome em Kaunas, Telavive e Jerusalém. O título de um romance israelita bem conhecido, “As Crianças da Rua Mapu”, é também uma homenagem ao escritor. 

sábado, 9 de janeiro de 2016

9 DE JANEIRO - EDOUARD BEAUPRÉ

EFEMÉRIDE – Joseph Edouard Beaupré Piché, gigante canadiano, estrela do circo Barnum & Bailey, nasceu em Willow Bunch no dia 9 de Janeiro de 1881. Morreu em Saint-Louis (Missouri), nos EUA, em 3 de Julho de 1904.
Faleceu com 23 anos de idade, vítima de tuberculose. Media 2,52 metros e pesava 170 kg, sendo um dos 5 ou 6 homens mais altos que a história registou. Era conhecido pelo “Gigante Beaupré”.  
Visitou – juntamente com o pai – Nova Iorque e outras cidades. Em Montreal (1901), lutou contra o homem mais forte do Quebec, Louis Cyr, no Parc Sohmer. Louis Cyr venceu-o facilmente em 3 minutos. Os fãs de Beaupré alegaram, no entanto, que ele já estava enfraquecido pela tuberculose.
Edouard Beaupré tinha uma ligeira deformação na cara, resultado de uma queda quando montava a cavalo durante a juventude. O seu sonho era tornar-se cowboy, mas teve de renunciar porque nem todos os cavalos aguentavam com o seu peso e, além disso, os pés arrastavam-se pelo chão.
Começou então a trabalhar no circo. Vivia praticamente escondido, não se mostrando em público, pois assim quem o quisesse ver teria de comprar bilhete. Dormia quase sempre no chão mas, em contrapartida, não tinha dificuldades em encontrar vestuário, porque os alfaiates, ávidos de publicidade, até lho confeccionavam gratuitamente.
Três anos depois da sua morte, descobriu-se – por acaso – o seu corpo mumificado. Com efeito, o professor Louis-Napoléon Delorme, que pensara criar um museu de anatomia, fizera transportar o seu corpo para a Universidade de Montreal onde, durante cerca de 84 anos, esteve exposto – completamente nu – no laboratório de anatomia.
Edouard Beaupré inspirou a um grupo musical canadiano a canção “O Gigante Beaupré”, num disco lançado em 1974 com o título “Bela Homenagem”.
Em 1990, a Universidade de Montreal entregou à família os seus restos mortais para que pudessem ser incinerados. As cinzas foram depois inumadas na sua terra natal.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

8 DE JANEIRO - ROBERT BADEN-POWELL

EFEMÉRIDERobert Stephenson Smyth Baden-Powell, militar do exército britânico, fundador do escutismo, morreu em Nyeri no dia 8 de Janeiro de 1941. Nascera em Londres, em 22 de Fevereiro de 1857.
O pai morreu quando Robert tinha 3 anos, deixando a mãe com numerosos filhos, dos quais o mais velho tinha 12 anos e o mais novo apenas 1 mês de vida. Robert cedo se habituou a viver ao ar livre com os irmãos, fazendo passeios e acampamentos em vários locais.
Em 1870, ingressou na Escola Charterhouse em Londres, com uma bolsa de estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros, mas era um dos mais vivos.
Aos 19 anos, não tendo podido entrar na universidade, aceitou de imediato uma oportunidade que lhe foi proporcionada para ir à Índia, então colónia inglesa, como subtenente de um regimento de cavalaria.
Em 1887, participou numa campanha contra os Zulus, em África. Foi promovido a major em 1889 e, em Abril de 1896, dirigiu uma expedição contra os Matabele, na Rodésia.
Mais tarde, participou na campanha contra a tribo dos Ashantís. Os nativos temiam-no tanto que lhe davam o nome de “Impisa” (“lobo-que-nunca-dorme”), devido à sua coragem, à sua perícia como explorador e à sua impressionante habilidade em seguir pistas. As suas promoções na carreira militar eram quase automáticas tal a regularidade com que ocorriam, Em breve se tornaria famoso.
Corria o ano de 1899 e Baden-Powell tinha sido promovido a coronel. Na África do Sul, começava uma agitação e as relações entre a Inglaterra e o governo da República do Transval tinham chegado ao ponto de ruptura. B-P recebeu ordens para organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma cidade no coração da África do Sul.
Veio a Guerra dos Boers e, durante 217 dias, ele e os seus homens defenderam Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores. Tropas de socorro conseguiram finalmente abrir caminho para o auxiliar (Maio de 1900).
Já como major general, tornou-se um herói aos olhos dos seus compatriotas, tanto adultos como crianças. Em 1901, regressou da África do Sul, descobrindo com surpresa que a sua popularidade tinha transformado num “bestseller” o livro que ele escrevera para militares, “Ajudas à Exploração Militar”. A obra estava mesmo a ser usada como um compêndio nas escolas masculinas. Baden-Powell viu naquilo um desafio, compreendendo que tinha ali uma oportunidade para ajudar a juventude.
Se um livro para adultos, sobre as actividades dos exploradores, pudera exercer tal atracção sobre os rapazes e servir-lhes mesmo de fonte de inspiração, outro livro, escrito especialmente para eles, poderia decerto despertar ainda maior interesse e entusiasmo.
Pôs-se então a trabalhar, aproveitando e adaptando a sua experiência na Índia e em África, entre os Zulus e outras tribos selvagens. Reuniu uma biblioteca especial e estudou nestes livros os métodos usados em todas as épocas para a educação e o adestramento dos rapazes, desde jovens espartanos, antigos bretões e peles-vermelhas, até aos nossos dias. Lenta e cuidadosamente, foi desenvolvendo a ideia do escutismo. Queria estar certo de que a ideia podia ser posta em prática e por isso, no Verão de 1907, foi com um grupo de 20 rapazes – separados em 4 patrulhas – para a Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, com a finalidade de realizar o primeiro acampamento escoteiro que o mundo presenciou. Foi um êxito completo.
Nos primeiros meses de 1908, lançou – em seis fascículos quinzenais – o seu manual de adestramento, o “Escutismo para Rapazes”, sem sequer sonhar que este livro iria pôr em acção um movimento que afectaria a juventude de todo o mundo.
Mal começou a aparecer nas livrarias e nas bancas de jornais e já surgiam patrulhas e escoteiros, não só em Inglaterra mas em muitos outros países. O movimento cresceu tanto que, em 1910, Baden compreendeu que o Escutismo seria a obra a que ele dedicaria o resto da sua vida. Teve a visão de reconhecer que podia fazer mais pelo seu país adestrando a nova geração para a boa cidadania do que preparando homens para as guerras. Pediu a demissão do exército e ingressou na sua “segunda vida”, como ele dizia.
Em 1912, fez uma viagem à volta do mundo para contactar os escoteiros de muitos países. Foi este o primeiro passo para fazer do Escutismo uma fraternidade mundial.
A Primeira Guerra Mundial veio interromper por uns tempos este trabalho. Em Junho de 1919, foi feito Comendador da Ordem Militar de Cristo. Com o fim das hostilidades, recomeçou a sua missão e, em 1920, escoteiros de todas as partes do mundo reuniram-se em Londres para a primeira concentração internacional, o primeiro Jamboree Mundial. Na última noite deste Jamboree, em 6 de Agosto, Baden-Powell foi proclamado “Escoteiro-Chefe-Mundial” sob os aplausos da multidão de rapazes.
O Movimento Escoteiro continuou a crescer. No dia em que atingiu a “maioridade”, completando 21 anos de actividade, contava com mais de 2 milhões de membros em praticamente todos os países do mundo.
Quando as suas forças começaram a declinar, depois de completar 80 anos de idade, regressou à sua amada África com a esposa, Lady Olave Baden-Powell, que fora uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços e que era a Chefe-Mundial das “Girl Guides”, movimento também iniciado por Baden-Powell. Fixaram residência no Quénia, onde Robert morreu e foi sepultado.
Lady Olave Baden-Powell continuou a obra do marido, tendo falecido em 1977. Actualmente, existem mais de 28 milhões de escoteiros em cerca de 216 países.

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