quarta-feira, 31 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEAntónio José de Almeida, médico e político português, sexto Presidente da República, morreu em Lisboa no dia 31 de Outubro de 1929. Nascera em Vale da Vinha, Penacova, em 17 de Julho de 1866.
Depois de ter frequentado o ensino primário em São Pedro de Alva, ingressou no Liceu Central de Coimbra. Em 1889/1890, inscreveu-se em Medicina na Universidade de Coimbra, curso que completou em seis anos.
Era ainda aluno de medicina, quando publicou, no jornal académico “Ultimatum”, um artigo que ficou célebre, intitulado “Bragança, o último”, que foi considerado insultuoso para o rei D. Carlos, o que levou à sua condenação em três meses de prisão.
Depois de terminar o curso, foi para Angola e posteriormente estabeleceu-se em São Tomé e Príncipe, onde exerceu medicina até 1904. Voltou a Lisboa nesse ano, indo depois para França onde estagiou em várias clínicas. Regressado a Portugal, montou consultório, primeiro na Rua do Ouro, depois no Largo de Camões, entrando então na política.
Foi candidato do Partido Republicano, sendo eleito deputado nas eleições realizadas em 1906. Em plena Câmara dos Deputados, equilibrando-se em cima de uma das carteiras, pediu aos soldados, que tinham sido chamados para expulsar os deputados republicanos do Parlamento, a imediata proclamação da República. Em 1907, aderiu à Maçonaria.
Os seus discursos eloquentes e inflamados fizeram dele um orador muito popular nos comícios republicanos. Foi preso por ocasião da tentativa revolucionária de Janeiro de 1908, dias antes do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe. Posto em liberdade, voltou a embrenhar-se na política, sobretudo como director do jornal “Alma Nacional”.
Após a Proclamação da República, foi nomeado ministro do Interior do Governo Provisório, exercendo posteriormente várias vezes as funções de ministro e deputado. Fundou em Fevereiro de 1912 o Partido Evolucionista, que veio a dirigir. Era um partido moderado, organizado em torno do diário “República”, que tinha sido criado em Janeiro de 1911 e que também dirigiu. Neste jornal, opôs-se aos outros partidos, especialmente ao Partido Democrático de Afonso Costa. No entanto, aliou-se a ele na formação do Governo de União Sagrada, em Março de 1916.
Em 1919, foi eleito Presidente da República e exerceu o cargo até 1923, sendo o único presidente que até 1926 ocupou o cargo até ao fim do mandato normal de quatro anos. Realizou uma visita oficial ao Brasil, para participar no centenário da independência deste país.
Durante o seu mandato, deu-se o levantamento radical de que resultou a noite sangrenta de 19 de Outubro de 1921, em que foram assassinados, por opositores republicanos, o chefe do governo da altura, António Granjo, assim como Machado Santos e Carlos da Maia. Nomeou 16 governos durante o seu mandato.
Em 1929, foi eleito 12.º Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano Unido, mas não chegou a tomar posse por entretanto ter falecido.
Uma estátua foi erguida pelos seus admiradores e amigos em Lisboa, da autoria do escultor Leopoldo de Almeida e do arquitecto Pardal Monteiro. Os seus principais artigos e discursos foram reunidos em três volumes intitulados “Quarenta anos de vida literária e política”, obra publicada em 1934.
A Câmara Municipal de Lagos decidiu, numa sessão realizada em Dezembro de 1929, dar o seu nome a uma rua da cidade. Uma estátua foi também erigida em São Pedro de Alva, Penacova, próximo do local onde nasceu.
União
(Montagens de Fátima Souza)
Pressa de viver
Os Desejados
Cidadania para todos

TRATAMENTO DE ENXAQUECAS NA ÁFRICA

Remédio Santo...

terça-feira, 30 de outubro de 2012

André Rieu in Mexico. La Paloma.

La Paloma
EFEMÉRIDECarlos Manuel Martins do Vale César, político português, nasceu em Ponta Delgada, no dia 30 de Outubro de 1956.
A sua formação cívica nos anos imediatamente anteriores à Revolução dos Cravos foi influenciada pelo irmão, Horácio do Vale César, jornalista, e por algumas figuras da época nos meios estudantis da oposição em Ponta Delgada, como Jaime Gama, Mário Mesquita e Medeiros Ferreira, todos eles estudantes no Liceu Nacional Antero de Quental.
Foi membro da Cooperativa Cultural Sextante, depois encerrada pela PIDE/DGS e, em 1973, passou a integrar a Comissão Dinamizadora da Comissão Democrática Eleitoral (CDE) em Ponta Delgada. Em 26 de Abril de 1974, fundou a Associação de Estudantes do Liceu Antero de Quental e, um mês depois, a Juventude Socialista nos Açores. Foi membro do primeiro Secretariado eleito da Secção de Ponta Delgada do Partido Socialista e integrou a delegação dos Açores ao I Congresso Nacional do PS e ao I Congresso Nacional da Juventude Socialista.
Em 1975, iniciou os estudos de Direito na Universidade de Lisboa, que não chegou a concluir. Integrou a Direcção da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa e trabalhou como coordenador de uma cooperativa de documentação e cultura, ao mesmo tempo que se destacava como dirigente nacional da Juventude Socialista. Foi adjunto do secretário de Estado da Administração Pública em 1978.
Regressou aos Açores para exercer o cargo de deputado à Assembleia Legislativa Regional, em Janeiro de 1981. Integrou, pouco tempo depois, a Direcção do Grupo Parlamentar do Partido Socialista e várias comissões do Parlamento, presidindo à Comissão dos Assuntos Económicos. Mais tarde, foi eleito vice-presidente da Assembleia Regional. Foi presidente do Partido Socialista nos Açores de 1983 a 1985.
Voltou a Lisboa como deputado à Assembleia da República, entre 1987 e 1989. Foi depois membro da Assembleia Municipal de Ponta Delgada e presidente da Assembleia de Freguesia da Fajã de Baixo. Em 1994, regressou à liderança do Partido Socialista nos Açores.
Nas eleições de Outubro de 1996, como candidato dos socialistas açorianos à presidência do Governo Regional, venceu com 46% dos votos expressos. Em Novembro, tomou posse como presidente do Governo Regional dos Açores, cargo em que se manteve até 2012, estando marcada a tomada de posse do novo Governo (também do PS) para o mês de Novembro.  
É membro do Conselho de Estado, do Conselho Superior de Defesa Nacional, do Conselho Superior de Segurança Interna e do Conselho Superior de Protecção Civil. Foi presidente da Conferência de Presidentes das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia, de 2003 a 2004, e é membro titular permanente do Comité das Regiões da União Europeia, do Congresso dos Poderes Regionais e Locais do Conselho da Europa e da Assembleia das Regiões da Europa.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEAnna Aleksandrovna Yegorova, piloto da aviação soviética durante a II Guerra Mundial, morreu em Moscovo no dia 29 de Outubro de 2009. Nascera perto de Kouvchinovo, em 23 de Setembro de 1916.  
Aprendeu a voar e tornou-se instrutora ainda antes da guerra. Ofereceu-se como voluntária quando a Alemanha nazi invadiu a URSS em Junho de 1941.
Em 1941/1942 efectuou diversas missões de reconhecimento, integrada na 130ª Esquadrilha, aos comandos de um biplano em madeira Polikarpov Po-2. Depois de ter sido abatida, foi transferida em 1943 para o 805º Regimento Aéreo de Ataque e efectuou mais de 270 missões com um Iliouchine Il-2 Chtourmovik, incluindo combates por cima da península de Taman e na Polónia.
Em Agosto de 1944, durante uma missão contra as forças alemãs perto de Varsóvia, o seu avião foi atingido pelo inimigo, tendo-se incendiado. Voando a baixa altitude, Yegorova queimou-se gravemente ao abandonar o avião e o pára-quedas só se abriu parcialmente. Sofreu diversas fracturas e lesões internas ao atingir o solo. Recebeu os primeiros cuidados da parte dos seus captores, sendo levada depois para um campo de prisioneiros.
Na URSS, foi considerada morta, sendo agraciada a título póstumo como Herói da União Soviética. Ela, no entanto, continuava num campo de prisioneiros de guerra alemão, onde era tratada pelo médico Gueorgui Siniakov.
Em 31 de Janeiro de 1945, as forças soviéticas libertaram o campo de prisioneiros de Küstrin, onde ela se encontrava detida. Suspeita de traição, foi presa e interrogada durante onze dias. Segundo a lei da época, qualquer cidadão soviético capturado vivo pelo inimigo era considerado um traidor e passível de pena de morte ou de afectação num batalhão disciplinar. Graças porém ao testemunho de outros prisioneiros de guerra, acabou por ser libertada mas a suspeita manteve-se durante vários anos.
Foi dispensada da Força Aérea Soviética por razões de saúde em 1945. Em 1961, Yegorova foi relembrada num artigo da “Literatournaïa gazeta”, sendo finalmente condecorada  com a medalha de Herói da União Soviética em 1965. Morreu em 2009, com 93 anos.

domingo, 28 de outubro de 2012

ILHAMA feat. DJ OGB - Bei mir bist du scheen

Bucha & Estica
EFEMÉRIDELeonor da Silveira Moreno de Lemos Gomes, actriz de cinema portuguesa, nasceu em Lisboa no dia 28 de Outubro de 1970.
Estudou no Lycée Français Charles Lepierre em Lisboa e licenciou-se em Relações Internacionais na Universidade Lusíada (1995). É Pós-graduada em Direito da Cultura e Património Cultural, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.
Ícone na cinematografia de Manoel de Oliveira, estreou-se ao lado de Luís Miguel Cintra em “Os Canibais” (1988), após o que participou, sucessivamente, em películas como “A Divina Comédia” (1991), “Viagem ao Princípio do Mundo” (1997), “Party” (1996), “O Convento” (1995), “Inquietude” (1998), “A Carta” (1999), “Palavra e Utopia” (2000), “O Princípio da Incerteza” (2001) e “Um Filme Falado” (2003).
Vale Abraão” (1993), adaptação feita por Agustina Bessa-Luís do romance “Madame Bovary” de Flaubert, e “Espelho Mágico” (2006), a partir de “A Alma dos Ricos”, também de Agustina, serão porventura as suas interpretações mais significativas. Participou ainda em filmes de João Botelho e Vicente Jorge Silva, entre outros realizadores.
Leonor Silveira desempenhou funções de assessoria no Ministério da Cultura, quando este era dirigido por Manuel Maria Carrilho (1997/2000). Foi Vice-Presidente do ICAM – Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia de 2005 a 2007, ano em que este mudou de nome para Instituto do Cinema e Audiovisual e em que foi nomeada Subdirectora, tendo sido reconduzida em 2012.
Integrou o júri de vários festivais de cinema, como o Festival Internacional de Curtas-Metragens de Vila do Conde (1997), o Festival Internacional de Cinema de São Paulo (2000) e o Festival Internacional de Cinema de Marraquexe (2003).
Foi condecorada com a Comenda da Ordem do Mérito pelo Presidente da República (1997) e homenageada por Mérito Artístico pelo presidente do Governo Regional da Madeira (1995). O governo francês agraciou-a com a Ordem de Cavaleiro das Artes e das Letras. Protagoniz0u mais de 20 filmes, entre 1988 e 2012. Tem dez presenças em Festivais de Cinema, entre eles os de Cannes e Veneza.

sábado, 27 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEMiguel Servet Conesa, teólogo, médico e filósofo aragonês, que se interessou também por astronomia, meteorologia, geografia, jurisprudência, matemática, anatomia e estudos bíblicos, morreu em Genebra no dia 27 de Outubro de 1553. Nascera em Villanueva de Sigena, Espanha, em 29 de Setembro de 1511.
Estudou línguas, como o latim, o grego e o hebraico, ensinado por frades dominicanos. Aos quinze anos, começou a ser ajudante de um frade franciscano chamado Juan de Quintana. Leu a “Bíblia” nas suas línguas originais, a partir dos manuscritos disponíveis naquele momento.
Mais tarde, em 1526, estudou Direito na Universidade de Toulouse. Tornou-se então suspeito, por participar em reuniões secretas e em actividades de estudantes protestantes.
Em 1529, percorreu a Alemanha e a Itália com Quintana, que era então confessor na comitiva imperial de Carlos V. Em Outubro de 1530, visitou Johannes Oekolampad em Basileia, onde permaneceu cerca de dez meses. Em Maio de 1531, em Estrasburgo, conheceu os reformadores Martin Bucer e Capito Fabricius.
Em Julho de 1531, publicou “De trinitatis erroribus” (“Os erros da Trindade”) o que o levou a ficar sob vigilância da Inquisição. Refugiou-se então em Paris com um nome falso. No ano seguinte, escreveu “Dialogorum de Trinitate” (“Diálogos sobre a Trindade”) e “De Justitia Regni Christi” (“Na Justiça do Reino de Cristo”), utilizando o pseudónimo Michel de Villeneuve para evitar a perseguição das autoridades eclesiásticas. Em 1533, estudou no Collège de Calvi em Paris. Abandonou esta cidade em 1534, fixando-se em Lyon. Voltou a Paris em 1536, para estudar medicina e farmácia. A sua carreira médica prosseguiu depois em Viena, cidade para onde foi em 1540. Tornou-se um cientista excepcional, sendo o primeiro a descrever o princípio da circulação sanguínea.
Nos seus livros, Miguel Servet defendia a ideia que a Trindade não tinha fundamento nos documentos bíblicos, sendo antes um ensino enganador da parte dos filósofos gregos. Ele pensava igualmente que a abolição do dogma da Trindade faria com que o cristianismo fosse melhor aceite pelos judeus e pelos muçulmanos, cujas religiões eram radicalmente monoteístas.
Foi preso pela Inquisição em Viena, mas conseguiu evadir-se e refugiar-se em Genebra. Foi detido ao sair de um templo e condenado a morrer na fogueira «pelo crime de heresia, ao negar o dogma da Trindade». Queimado vivo em 27 de Outubro de 1553.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEMarcelo José das Neves Alves Caetano, jurisconsulto, professor de Direito e político português, morreu no Rio de Janeiro em 26 de Outubro de 1980. Nascera em Lisboa no dia 17 de Agosto de 1906. Foi o último Presidente do Conselho do Estado Novo.
Ficou órfão de mãe aos 10 anos e, influenciado pelo pai, chegou a querer ser padre. Mais tarde, pensou em seguir Medicina, mas acabou por se matricular em Direito. Licenciou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1927, doutorando-se quatro anos depois. Concorreu para professor extraordinário em 1933 e atingiu a cátedra em Ciências Jurídico-Políticas em 1939.
Inicialmente ligado aos círculos políticos monárquicos católicos do Integralismo Lusitano, participou na fundação da Ordem Nova (1926-1927), revista que se classificava como antimoderna, antiliberal e antidemocrática. Apoiou a Ditadura Militar de 1926 a 1928 e rompeu definitivamente com o Integralismo Lusitano em 1929. Apoiante do regime autoritário de Salazar, participou na redacção do Estatuto do Trabalho Nacional e da Constituição de 1933. Em 1934, apresentou o projecto de Código Administrativo e, em 1939, presidiu à revisão do mesmo.
Em 1937, publicou um Manual de Direito Administrativo que, em sua vida, conheceu dez edições, a última em 1973. Recebeu, precisamente em 1973, a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Dirigente destacado do Estado Novo, foi comissário nacional da Mocidade Portuguesa (1940/1944), recebendo em 1944 a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública. Foi ministro das Colónias (1944/1947). Condecorado em 1953 com a Grã-Cruz da Ordem do Império, foi ainda presidente da Câmara Corporativa e ministro da Presidência do Conselho de Ministros (1955/1958). Em 1958, na sequência de uma crise política interna do regime, viu-se afastado por Salazar da posição de número dois, aceitando porém assumir funções destacadas no partido único, União Nacional, como presidente da sua Comissão Executiva.
Regressado à vida académica, foi designado reitor da Universidade de Lisboa em 1959, demitindo-se em 1962, no seguimento da Crise Académica desse ano e em protesto contra a acção repressiva da polícia de choque contra os estudantes. Em Julho de 1966, recebeu a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada.
Como académico, foi fundador do moderno Direito Administrativo português, cuja disciplina sistematizou e ordenou. Influenciou várias gerações de juristas e também de governantes, no modo de pensar uma Administração Pública legal e sujeita ao contencioso, embora limitado por considerações políticas. Foi professor de Ciência Política e Direito Constitucional e, também nesta área, influenciou os vindouros. Estudaram-se então, pela primeira vez, de um ponto de vista jurídico e sistemático, os problemas dos fins e funções do Estado, da legitimidade dos governantes e dos sistemas de governo. Marcelo Caetano foi igualmente um notável historiador do Direito Português, designadamente, no período da Idade Média portuguesa.
Vendo que Salazar estava impossibilitado de governar, Américo Tomás chamou Marcelo Caetano em Setembro de 1968 para o substituir. Muitos viram em Caetano a esperança de uma abertura política do Estado Novo, esperando eleições livres e uma maior liberalização da economia. Caetano sentiu que o apoio da burguesia era fundamental e tomou algumas iniciativas políticas, como renomear a PIDE como Direcção-Geral de Segurança e permitir que a oposição concorresse às eleições legislativas de 1969, sem no entanto, mais uma vez, ter hipóteses reais de alcançar qualquer lugar na Assembleia Nacional. Também passou a aparecer semanalmente num programa da RTP chamado “Conversas em família”, explicando aos portugueses as suas políticas e ideias para o futuro do país.
Do ponto de vista económico e social, criou pensões para os trabalhadores rurais que nunca tinham tido oportunidade de descontar para a segurança social e lançou alguns grandes investimentos como a refinaria petrolífera de Sines e a barragem de Cabora Bassa. A economia reagiu bem a estes investimentos e a população apelidou a abertura política de Primavera Marcelista. Em 1971, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
Uma série de factores vieram no entanto provocar insatisfação. Por um lado, uma ala mais conservadora do regime, liderada pelo presidente Américo Tomás, recusava maiores aberturas políticas e Caetano via-se impotente para implantar verdadeiras reformas. Por outro lado, a crise petrolífera de 1973 fez-se sentir fortemente em Portugal. Por último, a continuação da Guerra Colonial tinha enormes custos financeiros. Tudo isto levou à crescente impopularidade do regime e do seu líder. Todos estes motivos (e outros) contribuíram para a Revolução dos Cravos que veio a derrubar o seu governo.
Após o 25 de Abril de 1974, Marcelo Caetano foi destituído de todos os seus cargos. Foi acordado, aquando da sua rendição no Quartel do Carmo em Lisboa, a sua partida para o Brasil com a família. O exílio permitiu-lhe evitar ser judicialmente responsabilizado, mas retirou-lhe o direito à pensão de reforma no fim da sua carreira universitária.
No Brasil, prosseguiu a actividade académica como director do Instituto de Direito Comparado da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro. Recebeu, também, o título de Professor Honorário da Faculdade de Direito de Osasco, no estado de São Paulo.
Marcelo Caetano morreu aos 74 anos, vítima de ataque cardíaco. A sua morte aconteceu pouco tempo antes de ser publicado o primeiro e único volume da sua História do Direito Português, que abrange o período de antes da fundação da nacionalidade até ao final do reinado de D. João II (1495). Nunca manifestara o desejo de regressar a Portugal. O seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEO Estádio da Luz, propriedade do Sport Lisboa e Benfica, foi inaugurado no dia 25 de Outubro de 2003 com um jogo amigável entre a equipa uruguaia do Nacional e o Benfica, que os encarnados venceram por 2-1.
No âmbito da realização do Euro 2004, o antigo Estádio da Luz foi demolido, sendo este novo estádio construído num local adjacente e escolhido para a final da competição. A autoria do projecto foi da empresa australiana Populous, a mesma que projectou o Estádio Olímpico de Sydney na Austrália e o novo Estádio do Algarve em Portugal.
Em Novembro de 2009, a “Catedral”, como também é chamado, atingiu os 6 milhões de espectadores. Em 26 de Novembro de 2011, após um Benfica-Sporting, a bancada norte foi incendiada pela claque Juventude Leonina, sendo o incêndio extinto por volta da meia-noite.
Por curiosidade, diga-se que o antigo Estádio da Luz, inaugurado em Dezembro de 1954, tinha uma capacidade enorme e teve a sua maior assistência de sempre quando, em Janeiro de 1987, num jogo com o FC Porto, registou a entrada de 135 000 espectadores. O actual Estádio da Luz diminuiu a capacidade para 65 647, mas com condições muito melhores. Junto ao estádio, encontra-se o Museu Cosme Damião, a Estátua de Eusébio, a Praça dos Heróis e a Loja Oficial do Clube.
Em Março de 2012, o Comité Executivo da UEFA – reunido em Istambul – anunciou que o Estádio da Luz irá receber a final da UEFA Champions League em 2014.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEJohn McCarthy, cientista e um dos pioneiros da Inteligência Artificial, morreu na Califórnia em 24 de Outubro de 2011. Nascera em Boston no dia 4 de Setembro de 1927.
Filho de dois imigrantes, pai irlandês e mãe judia lituana, viajou frequentemente até o pai encontrar trabalho em Los Angeles.
John McCarthy demonstrou, desde muito novo, interesse pela matemática. Durante a adolescência, aprendeu sozinho, lendo os livros utilizados no Instituto Tecnológico da Califórnia (Caltech). Quando mais tarde ingressou no Caltech, os conhecimentos já adquiridos permitiram-lhe passar com extrema facilidade os dois primeiros anos. Licenciado em 1948, continuou os estudos para obter o doutoramento.
Em 1951, depois de se doutorar em Matemática na Universidade de Princeton, criou – juntamente com Fernando Corbató – a técnica do tempo partilhado, que permitia a vários utilizadores o emprego simultâneo de um mesmo computador. Em 1955, dirigiu a Conferência de Dartmouth, onde apresentou um logaritmo de avaliação que teve um papel fundamental na programação da inteligência artificial, utilizado nomeadamente pela maioria dos programas de xadrez. Foi igualmente o criador, em 1958, da linguagem LISP.
A partir de 1962, foi professor na Universidade de Stanford e no Massachusetts Institute of Technology (MIT), até se reformar em 2000. Recebeu o Prémio Turing pelos seus trabalhos em Inteligência Artificial (1971) e a Medalha Nacional de Ciências dos Estados Unidos, de Matemática, Estatísticas e Informática (1991). Membro do Museu de História do Computador (1999), recebeu a Medalha Benjamin Franklin de Informática e Ciências Cognitivas em 2003.  Já depois de reformado, escreveu a novela de ficção científica “O Robot e o Bebé”. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEMoritz Kaposi, médico dermatologista húngaro que está na origem da descoberta de um tumor da pele que tem hoje o seu nome, nasceu em Kaposvár no dia 23 de Outubro de 1837. Morreu em Viena de Áustria, em 6 de Março de 1902.
Oriundo de uma família judaica, Mór Kohn (seu nome original) começou a estudar medicina na Universidade de Viena onde se doutorou em 1859. A sua tese “Dermatologia e Sífilis” defendida em 1866, foi desde logo considerada como uma contribuição substancial para a dermatologia.
Convertido ao catolicismo, adoptou em 1871 o nome porque ficaria conhecido. Em 1875, foi nomeado professor na Universidade de Viena, tornando-se em 1881 membro do conselho de administração do Hospital Geral de Viena onde dirigiu a clínica de doenças de pele.
Em colaboração com o seu mentor, Ferdinand Ritter von Hebra, escreveu em 1878 o livro “Manual das Doenças da Pele”. A sua obra principal foi “Patologia e Terapia das Doenças de Pele”, apresentada em conferências para médicos e estudantes, publicada em 1880 e que se tornou um dos livros mais importantes na história da dermatologia, com tradução em várias línguas.
É-lhe atribuída a descrição do Xeroderma pigmentosum, uma desordem genética rara. Foi igualmente o primeiro a estudar o Lichen scrofulosorum (reacção granulo/matosa asséptica) e o Lupus erythematosus. Ao todo, publicou mais de 150 livros e artigos. A ele se deve, em grande parte, os progressos na utilização do exame patológico para o diagnóstico das doenças dermatológicas.
O seu nome entrou definitivamente para a história da medicina em 1872 quando, pela primeira vez, descreveu o Sarcoma de Kaposi, um cancro da pele que afectava cinco dos seus pacientes. Esta doença, inicialmente chamada “Sarcoma Idiopático Pigmentado Duplo”, esteve muito tempo confinada à África Central e a sua causa era desconhecida. Mais de um século depois, a aparição desta doença em jovens e homossexuais de Nova Iorque, São Francisco e outras cidades costeiras dos Estados Unidos seria um dos primeiros sinais do que parecia ser uma doença nova, actualmente chamada SIDA. O Sarcoma de Kaposi é um tumor provocado por um vírus herpético descoberto em 1993. É actualmente o cancro mais assinalado em certas zonas da África subsaariana. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEJoaquim Alberto Chissano, político moçambicano, presidente do seu país de 1986 a 2005, nasceu em Malehice, na vila de Chibuto, província de Gaza, em 22 de Outubro de 1939.
Em 1951, foi o primeiro negro a matricular-se no Liceu Salazar (actual Escola Secundária Josina Machel), onde fez os estudos secundários.
Em 1960, partiu para Portugal a fim de cursar medicina, mas abandonou o país em 1961 devido à perseguição da polícia política portuguesa (PIDE). Integrou a Frelimo em 1963, associando-se à causa nacionalista e tornando-se seu representante em Paris, cidade onde prosseguiu os estudos.
Mais tarde, participou na guerrilha em território moçambicano até à Revolução dos Cravos em Portugal e ao consequente início do processo de descolonização. 
Em 1974, após os Acordos de Lusaka, com apenas 35 anos de idade, tornou-se primeiro-ministro do Governo de Transição e, depois da proclamação da Independência de Moçambique (Junho de 1975), foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros.
Depois da morte do presidente Samora Machel em Outubro de 1986, Joaquim Chissano foi nomeado em sua substituição. Em 1994, tiveram lugar as primeiras eleições democráticas para a presidência, sob observação da ONU. Joaquim Chissano foi eleito presidente da República de Moçambique, cargo que manteve até 2005, depois de ter vencido também as segundas eleições multipartidárias em 1999. De Julho 2003 a Julho de 2004, foi presidente da União Africana. Em 2004, manifestou o desejo de não ser candidato às Presidenciais do ano seguinte, tendo a Frelimo escolhido Armando Guebuza em seu lugar. Guebuza foi eleito, face ao candidato da Renamo Afonso Dhlakama.
Em Outubro de 2005, Joaquim Chissano foi nomeado conselheiro da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento. É membro do comité de honra da Fundação Chirac, que iniciou a sua actividade em 2008 com acções em favor da paz no Mundo. É igualmente membro de honra da Fundação Sérgio Vieira de Mello. Dirige a Fundação Chissano, que se tem empenhado em projectos de desenvolvimento, implicando a participação activa das populações e a perspectiva de reconciliação de todos os moçambicanos.
Recebeu as seguintes condecorações portuguesas: Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique em Maio de 1984, o Grande Colar da mesma Ordem em Abril de 1990 e o Grande Colar da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em Abril de 1997. Em Outubro de 2007, foi agraciado com o Prémio Mo Ibrahim destinado a estadistas africanos e que, nesse ano, foi atribuído pela primeira vez.

domingo, 21 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEHenrique Hilário Meireles Alves Sampaio, guarda-redes de futebol português, actualmente no Chelsea, nasceu em São Pedro da Cova no dia 21 de Outubro de 1975.
Representou diversos clubes portugueses: Naval (1994/95), Académica de Coimbra (1995/96 e 2002/03), FC Porto (1996/98 e 1999/2001), Estrela da Amadora (1998/99), Varzim (2001/02) e Nacional da Madeira, onde jogou durante as temporadas de 2003 a 2006.
Foi contratado pelo Chelsea na época 2006/07, quando este clube ainda era treinado por José Mourinho. Tornou-se o terceiro guarda-redes da equipa mas, com as lesões simultâneas dos dois primeiros, Petr Čech e Carlo Cudicini, teve oportunidade de se tornar titular. Voltou à condição de suplente, após o regresso de Čech e Cudicini às competições. Com a saída de Cudicini para o Tottenham, tem sido desde 2009 o segundo guarda-redes da equipa londrina, tendo feito sempre boas exibições quando chamado à titularidade, sendo até preponderante nos resultados obtidos na maioria desses jogos.
Foi convocado pela primeira vez para a Selecção Portuguesa em Novembro de 2009, como suplente de Eduardo. Fez a sua estreia em Março de 2010, frente à China, substituindo Eduardo na segunda parte.
Pelo FC Porto, foi Campeão Nacional em 1996/97 e 1997/98; conquistou as Taças de Portugal de 1997/98, 1999/2000 e 2000/01; e venceu a Super Taça de Portugal de 1996.
Pelo Chelsea, ganhou as Taças de Inglaterra de 2006/07 e 2008/09; a Taça da Liga Inglesa de 2007; a Community Shield de 2009; o Campeonato Inglês de 2009/10; e a Liga dos Campeões da UEFA 2011/12.

sábado, 20 de outubro de 2012

Bebé precoce (lendo o jornal...)
EFEMÉRIDEDmitri Anatolyevich Alenichev, ex-futebolista e político russo, nasceu em Veleie Luki no dia 20 de Outubro de 1972.
Começou a jogar profissionalmente em 1989 no SKIF-Velikiye Luki, clube da sua cidade natal. Passou depois pelo Mashinostroitel Pskov (1990/1991) e pelo Lokomotiv de Moscovo (1992/1994), até chegar ao Spartak de Moscovo em 1995. Em 1998, foi jogar no AS Roma. Sem perspectivas neste clube, acabou por ser emprestado ao Perugia (1999/2000), mas a sua passagem nesta equipa também não foi bem sucedida, voltando para o AS Roma.
Ingressou no FC Porto em 2000, onde conquistou o mais importante título da sua carreira, a Liga dos Campeões Europeus.
Durante a disputa do Euro 2004, Alenichev manifestou o desejo de voltar ao Spartak e o FC Porto aceitou a proposta.
Em Abril de 2006, Alenichev concedeu uma entrevista ao jornal desportivo “Sport Express”, em que fez duras críticas ao treinador Aleksandrs Starkovs que comandava o Spartak interinamente. Foi o golpe fatal para ele: multado e retirado da equipa titular, foi posto na lista de transferências e, em Setembro, rescindiu o seu contrato por mútuo acordo. A rescisão marcou o fim da sua carreira como jogador de futebol.
Afastado dos estádios, decidiu dar um novo rumo à sua vida. Não quis ser treinador nem dirigente desportivo, acabando por entrar na política, ao aderir ao Yedinaya Rossiya, partido liderado por Vladimir Putin. Dmitri seria depois eleito para o Conselho Federativo da Rússia, uma das divisões da Assembleia Federal Russa.
Voltou entretanto a disputar uma partida de futebol na Legends Cup de 2009, competição que reuniu ex-atletas com mais de 35 anos, marcando mesmo doze golos contra a Selecção Espanhola de veteranos.
Alenichev estreou-se na Selecção Russa em 1996, mas não chegou a disputar os Europeus daquele ano. Esteve nos Mundiais de 2002 e nos Europeus de 2004. Foi internacional 55 vezes (1996/2005).
Do seu palmarés fazem parte: os títulos russos de 1994/1996/1997/1998 e as Taças da Rússia de 1994/1998 em representação do Spartak de Moscovo; os Campeonatos de Portugal de 2002/2003 e 2003/2004, as Taças de Portugal de 2000/2001 e 2002/2003, as Super Taças de Portugal de 2001/2002 e 2003/2004, a Taça UEFA 2002/2003 e a Liga dos Campeões Europeus 2003/2004 em representação do FC Porto. Em 1997, foi considerado o Melhor Jogador da Rússia pelo semanário “Football” e pelo jornal “Sport Express”.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

"Senhor 1ºMinistro termine as minhas frases" / Nilton / 5 Para a Meia Noite

                       
Termine as minhas frases...
EFEMÉRIDERemexido ou Remechido (como se escrevia no século XIX), de seu verdadeiro nome José Joaquim de Sousa Reis, célebre guerrilheiro algarvio, nasceu em Estombar no dia 19 de Outubro de 1797. Morreu em Faro, em 2 de Agosto de 1838.
Casou-se em S. Bartolomeu de Messines, devendo-se aliás ao seu casamento o nome por que ficou conhecido, já que se rebelou (remexeu) contra o seu tutor, que lhe proibia o casamento.
Era um homem de posses, capitão de ordenanças, além de exercer a função de recebedor do concelho. Servindo D. Miguel, e lado a lado com o brigadeiro Cabreira, derrotou o famoso Sá da Bandeira na batalha de Sant’ Ana. Estava-se na época da guerra civil, entre liberais e miguelistas, sendo ele um acérrimo defensor destes últimos.
Quando o primeiro duque da Terceira invadiu o Algarve, no decurso da Guerra Civil portuguesa, o Remexido escondeu-se na serra algarvia, onde – recorrendo a tácticas de guerrilha e apoiado por serranos – venceu sistematicamente as tropas governamentais. Diversos crimes foram cometidos em seu nome e o Remexido rapidamente se tornou numa lenda de temor que se espalhou até ao Alentejo. Estudos posteriores parecem tê-lo ilibado de muitos dos crimes e outras acções ignominiosas.
No final da guerra, em lugar de lhe concederem o perdão a que, nos termos da Convenção de Évora Monte, tinha direito, as novas autoridades liberais queimaram-lhe a casa e açoitaram publicamente a sua mulher com uma palmatória (como faziam às prostitutas) por não revelar onde ele se encontrava escondido. Por fim, mataram-lhe um filho de 14 anos.
Revoltado contra tanta crueldade, vingou-se como podia e jamais se entregou, mantendo a sua acção de guerrilha ainda durante vários anos. Procurava castigar os que o perseguiam, mas perdoava aos soldados que lhe caíam nas mãos, porque «desempenhavam um serviço que eram obrigados a fazer».
Por fim, foi capturado, levado a Conselho de Guerra e executado em Faro. O Conselho, pouco simpatizante da “causa miguelista”, apesar da rainha D. Maria II lhe ter concedido o perdão, não acatou tal ordem e mandou-o fuzilar por razões políticas e pessoais.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"Comunicado de Última Hora" - Estado de GRAÇA

Novo imposto...
EFEMÉRIDEJosé Manuel Franco Wallenstein Teixeira, actor e encenador português, nasceu em Lisboa no dia 18 de Outubro de 1959. A sua família, de ascendência açoriana e alemã, tinha uma forte ligação às artes de representar. O pai era actor e encenador e a mãe actriz, professora e encenadora.
Bacharelou-se em Teatro (Formação de Actores), na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa (1985), iniciando depois a sua carreira teatral. Foi dirigido por encenadores como Luís Miguel Cintra, Ricardo Pais, Fernanda Lapa, Filipe La Féria, Gastão Cruz, Miguel Guilherme, Jorge Listopad, Carlos Avilez e Rui Mendes.
A sua interpretação em “A Grande Paz” de Edward Bond (1987) valeu-lhe o Prémio de Melhor Actor de Teatro, da Associação Portuguesa de Críticos de Teatro. Em 1988, foi nomeado para o Prémio Garrett da Secretaria de Estado da Cultura, pelo desempenho em “Três Irmãs” de Anton Tchekhov.
Estreou-se no cinema na longa-metragem “Francisca” de Manoel de Oliveira (1981), iniciando uma colaboração regular com este realizador (1985 – “Le Soulier de Satin”; 1991 – “A Divina Comédia”; 1994 – “A Caixa”; 2001 – “Porto da Minha Infância”; 2004 –“O Quinto Império” e em 2006 – “Espelho Mágico”). Salientam-se ainda as participações em “O Fatalista” de João Botelho (2005), “Camarate” de Luís Filipe Rocha (2001), “A Sombra dos Abutres” de Leonel Vieira (1998), “Terra Fria” de António Campos (1992) e “Rosa Negra” de Margarida Gil (1992). Popularizado pela televisão, participou em diversas séries, telefilmes e novelas.
Encenou, a partir da década de 1990, peças de Franz Kafka e Bertolt Brecht, entre outros autores. No âmbito da Lisboa 94 – Capital Europeia da Cultura, dirigiu o espectáculo “E no Intervalo Faz-se Qualquer Coisa” (Teatro da Cornucópia). Foi também director artístico do Teatro Nacional de São João. Encenou ainda óperas de vários compositores (Igor Stravinski, António Pinho Vargas, etc.).
Recebeu o Prémio para a Melhor Produção do Ano, atribuído pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro, pela sua encenação de “Estrelas na Manhã” (Grupo de Teatro Hoje). Dirigiu acções pedagógicas e leccionou Interpretação para Teatro no Chapitô, no Balleteatro, na Universidade Moderna e na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa. Lecciona a disciplina de Cenografia, no Curso de Mestrado de Arquitectura e Urbanismo do ISCTE-IUL.
O matemático de Mértola

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Paul Anka medley 1966

Paul Anka (1966)
EFEMÉRIDE – Luís André de Pina Cabral e Villas-Boas, treinador de futebol português, nasceu no Porto em 17 de Outubro de 1977. Treinou o Chelsea Football Club, após ter rescindido o seu contrato com o Futebol Clube do Porto por 15 milhões de euros, protagonizando assim a mais cara transferência de um treinador.
Pelo FC Porto, na época 2010/2011, conquistou o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal, a Super Taça e a Liga Europa, falhando apenas a Taça da Liga. Foi considerado, em Janeiro de 2011, o 4º melhor treinador de futebol do mundo num ranking anual publicado pela IFFHS.
Villas-Boas começou a interessar-se pelo futebol desde a adolescência, chegando a ponderar ser jogador. No entanto, em breve se tornaria um apaixonado pelo papel de treinador e pelos aspectos tácticos do jogo. Quando em 1994 Bobby Robson veio treinar o FC Porto, ficou a morar no prédio de Villas-Boas, o que levou este a tentar aproximar-se do treinador britânico. Com 16 anos, escreveu uma carta a Bobby Robson, em que lhe sugeriu o modo como poderia obter mais rendimento de Domingos Paciência, o seu ídolo da juventude. Este contacto fez com que o inglês ajudasse Villas-Boas a obter as suas certificações de treinador, apesar de – com apenas 17 anos – a lei ainda não o permitir.
Começou a trabalhar nos escalões de formação do FC Porto, sendo depois director-técnico da selecção nacional das Ilhas Virgens Britânicas. De regresso ao FC Porto, foi treinador das camadas jovens até à chegada de José Mourinho que, conhecendo-o dos tempos de Bobby Robson e reconhecendo as suas capacidades, lhe pediu para se tornar seu assistente. Assim, durante cinco temporadas (2003 a 2008), foi responsável por uma parte importante do êxito de Mourinho no FC Porto e depois no Chelsea, com tarefas específicas tais como analisar os adversários e fazer prospecção detalhada de jogadores. Após a saída do Chelsea, seguiu Mourinho para o Inter de Milão como seu adjunto.
Em 2008, manifestou o desejo de dar um novo rumo à sua carreira preparando-se para ser treinador principal. Mourinho apoiou-o, dizendo-lhe que assim que ele encontrasse uma equipa para treinar, poderia abandonar o Inter. Foi o que aconteceu um ano mais tarde. Em Outubro de 2009, foi apresentado como técnico principal da Académica de Coimbra, com a missão de tirar a equipa do último lugar da Primeira Liga. Missão cumprida, pois acabou o campeonato em 7º lugar.
Em Junho de 2010, André Villas-Boas foi anunciado oficialmente como novo treinador do FC Porto por duas épocas.
Em Junho de 2011, foi contratado pelo Chelsea por três anos. Villas-Boas receberia um salário de 5 milhões de euros anuais e o FC Porto recebeu 15 milhões pela sua transferência. Nove meses depois, foi despedido por Roman Abramovitch, após uma série de derrotas que deixaram o Chelsea a três pontos do quarto lugar na Liga inglesa. Era também censurado por insistir na utilização de Fernando Torres, que não estava em forma, e por não pôr Drogba a jogar. No ano em que saiu do Chelsea, este acabou por vencer a Taça de Inglaterra e a Champions League, pelo que André Villas-Boas não conseguiu ser campeão europeu, apesar de ter contribuído para esta vitória com uma excelente campanha na fase de grupos.
Em Julho de 2012, foi apresentado como novo treinador do Tottenham Hotspur Football Club, com o qual assinou um contrato por 3 épocas.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Prós e Contras - RTP1 - 15 Outubro 2012 - Os melhores momentos 02

Ontem, na RTP1
EFEMÉRIDEFernanda Montenegro, de seu verdadeiro nome Arlette Pinheiro Esteves (da Silva) Torres, actriz brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 16 de Outubro de 1929. Considerada, tanto pelo público como pela crítica brasileira, como uma das maiores damas do teatro, televisão e cinema de todos os tempos, é a única actriz brasileira que foi nomeada para o Oscar de Melhor Actriz, pelo sua interpretação em “Central do Brasil” em 1998.
Iniciou a sua carreira em 1950, com a peça “Alegres Canções nas Montanhas”, ao lado daquele que seria seu marido por toda a vida – Fernando Torres. A sua estreia no cinema ocorreu em 1964, na tragédia “A Falecida”.
Além de ter sido cinco vezes galardoada com o Prémio Molière, três vezes com o Prémio Governador do Estado de São Paulo e de inúmeros outros prémios em teatro e cinema, ganhou ainda o Urso de Prata de Melhor Actriz no Festival de Berlim, com “Central do Brasil”. Recebeu também vários prémios da crítica americana, entre eles o Los Angeles Film Critics Award e o National Board of Review Award. Participou em centenas de peças de teatro na TV Tupi, telenovelas na TV Excelsior, TV Rio e Rede Record e dezenas de produções na Rede Globo.
Filha de uma dona de casa e de um operário, Fernanda cresceu num ambiente modesto, frequentando colégios públicos. Com doze anos de idade, concluiu a instrução primária e dedicou-se à formação profissional, matriculando-se no curso de secretariado Berlitz, que compreendia inglês, francês, português, estenografia e dactilografia.
Aos quinze anos, porém, ainda no terceiro ano daquele curso, inscreveu-se num concurso para locutora da Rádio MEC, facto que foi decisivo para a sua carreira. A Rádio MEC fica ao lado da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, na qual funcionava um grupo de teatro amador dos alunos da Faculdade. Ligada a alunos da Faculdade e a colegas da Rádio, Fernanda passou a integrar aquele grupo de teatro, ao participar na peça “Nuestra Natascha”. Posteriormente, foi levada por um professor para participar em actividades no Teatro Ginástico. O seu primeiro papel foi em “Sinhá Moça Chorou”.
Permaneceu na Rádio durante dez anos, inicialmente como locutora e depois como actriz. Foi lá que adoptou o nome artístico “Fernanda Montenegro”. Paralelamente, passou a leccionar português para estrangeiros no Berlitz, curso que havia frequentado durante quatro anos. Era a forma de obter algum dinheiro, já que o trabalho na Rádio nem sempre era remunerado.
Na TV Tupi do Rio de Janeiro, entre 1951 e 1953, participou em cerca de 80 peças e alguns programas policiais.
No teatro, ganhou o Prémio de Actriz Revelação da Associação Brasileira de Críticos Teatrais, em 1952, pelo seu trabalho nas peças “Está lá fora um inspector” e “Loucuras do Imperador”. Ainda na década de 1950, fez parte da Companhia Maria Della Costa e do Teatro Brasileiro de Comédia.
Entre 1953 e 1955, participou em diversas peças na TV Tupi de São Paulo. De volta à Tupi carioca, actuou em mais de 160 peças apresentadas de 1956 a 1965.
Em 1959, formou a sua própria companhia teatral, a Companhia dos Sete, juntamente com outros actores.
Em 1963, contratada pela TV Rio, actuou nas telenovelas “Pouco Amor Não É Amor” e “Morta Sem Espelho”. Em 1964, fez mais duas telenovelas. Em 1965, na recém-criada TV Globo, Fernanda Montenegro participou no programa “4 no Teatro”, que apresentou várias peças teatrais.
Em 1967, estreou-se na TV Excelsior com “Redenção”. Foi um grande sucesso, atingindo 596 capítulos e tornando-se um marco na história das telenovelas brasileiras.
Deixou a falida TV Excelsior em 1970 e manteve-se afastada da televisão durante nove anos, intervalo quebrado apenas pela realização de dois trabalhos: a peça “A Cotovia” para a TV Tupi, em 1971, e “Caso Especial” na TV Globo, em 1973. Esta última era uma adaptação da tragédia “Medeia” de Eurípedes. Ainda na década de 1970, integrou o elenco da telenovela “Cara a Cara” (1979) na TV Bandeirantes.
Estreou-se em telenovelas da TV Globo em 1981, com “Baila comigo”. Em 1983, protagonizou cenas hilariantes ao lado de Paulo Autran, na “Guerra dos Sexos”. A censura, que imperava então, impôs mudanças em personagens, diálogos e cenas, mas a telenovela foi um sucesso mesmo assim, recebendo vários prémios da Associação Paulista de Críticos de Arte, entre eles o de Melhor Actriz para Fernanda Montenegro.
Em 1986, participou em “Cambalacho”, outra comédia de sucesso. Quatro anos depois, teve uma participação especial, no papel de Salomé, em “Rainha da Sucata”. Ainda em 1990, protagonizou a personagem Vó Manuela na mini-série “Riacho Doce”. Em 1993, teve uma actuação marcante como Jacutinga, a dona de um bordel no interior da Baía, na primeira fase da telenovela “Renascer”. No ano seguinte, integrou o elenco de “Incidente em Antares”, mini-série que era uma adaptação do livro homónimo de Érico Veríssimo.
Em 1999, fez o papel de Nossa Senhora na mini-série “O Auto da Compadecida”. Participou na primeira fase de “Esperança” (2002) e, em 2005, na premiada mini-série “Hoje É Dia de Maria”. Em 2006, brilhou na telenovela “Belíssima”. Um dos seus mais recentes trabalhos na TV Globo foi a mini-série “Queridos amigos”.
Em 1985, o presidente do Brasil José Sarney convidou-a para ocupar o Ministério da Cultura, mas recusou. Em 1999, foi condecorada com a maior comenda que um brasileiro pode receber do presidente da República, a Ordem Nacional do Mérito – Grã-Cruz, como «reconhecimento pelo destacado trabalho nas artes cénicas brasileiras». Na época, uma exposição realizada no Museu de Arte Moderna, no Rio de Janeiro, comemorou as bodas de oiro da sua carreira. Em 2004, aos 75 anos, recebeu o Prémio de Melhor Actriz no Festival de Tribeca, em Nova Iorque. 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

EFEMÉRIDESarah Margaret Ferguson, Duquesa de Iorque, ex-esposa do príncipe André de Inglaterra, nasceu em Londres no dia 15 de Outubro de 1959.
Ex-membro da Família Real, Sarah é mãe das Princesas Beatriz e Eugénia, que são respectivamente a quinta e a sexta figura na linha de sucessão ao trono inglês. “Fergie”, como é chamada popularmente, é conhecida por vários escândalos, mas também pelas suas obras de caridade.
O romance entre Sarah e o Príncipe André começou depois de – em 1985 – Diana, Princesa de Gales, ter planeado um encontro entre os dois e incentivado o seu relacionamento. No início de 1986, o casal já estava comprometido e casaram-se na Abadia de Westminster no dia 23 de Julho daquele mesmo ano. O Príncipe André recebeu o título de Duque de Iorque e Sarah ganhou automaticamente o de Sua Alteza Real a Duquesa de Iorque.
No princípio dos anos 1990, o casamento começou a ter problemas. Enquanto André ficava afastado de casa, por causa dos deveres reais e navais, Sarah era vista na companhia de outros homens, entre eles o milionário Steve Wyatt, do Texas.
Em Janeiro de 1992, o Duque e a Duquesa de Iorque concordaram em se separar. Porém, os problemas continuaram: em Agosto, foram tiradas sub-repticiamente fotos de John Bryan, um administrador financeiro americano, a beijar os pés de Sarah que estava em topless. O tablóide “Daily Mirror” publicou-as na sua primeira página. A Duquesa foi assim exposta ao ridículo e a relação com a família real ficou abalada.
Depois de quatro anos separados, o Duque e a Duquesa de Iorque decidiram divorciar-se em 1996. Desde então, ela é oficialmente conhecida como “Sarah, Duquesa de Iorque”, sem o tratamento de “Sua Alteza Real”. Apesar de divorciados, o Duque e a Duquesa continuam bons amigos e são vistos juntos em alguns compromissos. Também passam momentos em conjunto com as filhas.
Sarah refez entretanto a sua vida, trabalhando em filmes comerciais e sendo independente financeiramente. Tem evitado fazer comerciais na Grã-Bretanha, para não “manchar” a imagem da Família Real, sendo mais popular por isso nos Estados Unidos. Fergie já escreveu também alguns livros infantis e uma autobiografia.
A relação de Sarah com a Rainha é cordial, mas a sua comunicação com o Príncipe Filipe é mínima. Sarah evita responder a perguntas sobre a Família Real em entrevistas. Compareceu aos funerais da Rainha-mãe e da Princesa Diana, estando presente em numerosas festas de aniversário da realeza.
É patrona e ex-presidente da Motor Neurone Disease Association, desde o falecimento do marido de uma amiga, que foi vítima de doença no neurónio motor. É também uma “porta-voz norte-americana” da SOS Children's Villages. Foi Embaixadora Global RMHC (Ronald McDonald House Charities), tendo ido em 2006 a Tóquio, Seattle, Dallas, Detroit, Boston, Nova Iorque e Pequim, no desempenho destas funções. «Nada é mais importante do que ajudar as crianças do mundo», disse então.

domingo, 14 de outubro de 2012

EFEMÉRIDERoger George Moore, actor britânico, nasceu em Londres no dia 14 de Outubro de 1927. Pelas suas acções humanitárias, foi condecorado pela Rainha Isabel II, em 1999, com o grau de Cavaleiro do Império Britânico, recebendo o título de Sir.
Frequentou a escola primária de Battersea. Foi evacuado para Holsworthy, durante a Segunda Guerra Mundial. Fez os estudos secundários em Amersham, no Buckinghamshire. Frequentou ainda o Colégio de Bede e ingressou depois na Universidade de Durham, sem contudo ter obtido qualquer diploma.
Aos 18 anos, pouco tempo depois do fim da guerra, foi convocado para o serviço militar, frequentando a escola de oficiais onde chegou a capitão. Serviu no Corpo Real do Exército, comandando um pequeno contingente na Alemanha Ocidental. Sofreu um grave acidente de automóvel, com fractura do queixo e do crânio. Depois de alguns meses passados num hospital de Hamburgo, regressou à Grã-Bretanha. Mais tarde, estudou na Academia Real de Arte Dramática.  
Apareceu em alguns filmes, no fim dos anos 1940, e desempenhou o papel de Ivanhoe, numa série televisiva britânica a preto e branco, adaptação do romance homónimo de Walter Scott, transmitida entre 1958 e 1959.
Interpretou o papel de Simon Templar na série de TV britânica “O Santo”, entre 1963 e 1966, o que lhe deu celebridade internacional. Como Brett Sinclair, em “The Persuaders” (1971-1972), fez dupla com Tony Curtis. Roger Moore recebeu o cachet de um milhão de dólares pelo conjunto dos episódios desta última série, o que fez dele, na época, o actor de televisão mais bem pago do mundo.
Foi sondado pelos produtores da série “007” para encarnar o papel do agente secreto James Bond, interpretado até aí por Sean Connery. No entanto, em virtude de compromissos assumidos com um canal de televisão, não pôde assumir o papel, adiando a sua interpretação de Bond por alguns anos. Após a saída de cena do actor escocês, foi o escolhido para o substituir, mesmo sendo mais velho do que Connery.
Faria ao todo sete filmes. Roger Moore trouxe à série um tom mais leve e humorístico. Em termos gerais, o humor sarcástico, a ironia e a pose sempre elegante marcaram a sua versão de Bond, que foi um grande sucesso de bilheteira. Moore abandonou o papel aos 57 anos, em 1985, com o filme “Na Mira Dos Assassinos”.
Desde 1991, tem-se dedicado mais às suas funções de embaixador da UNICEF, utilizando a fama adquirida para ajudar os mais necessitados. Esta faceta da sua vida surgiu depois do contacto que teve com a extrema pobreza da população indiana, em 1983, durante as filmagens de “007 contra Octopussy”. Apoia também activamente os direitos dos animais, através da associação PETA.
Em Outubro de 2007, obteve a sua estrela no Hollywood Boulevard. Em 2008, recebeu a Comenda das Artes e das Letras das mãos da Ministra da Cultura Francesa.

sábado, 13 de outubro de 2012

EFEMÉRIDEYves Édouard Allégret, realizador de cinema francês, nasceu em Asnières-sur-Seine no dia 13 Outubro de 1905. Morreu em Jouars-Pontchartrain, em 31 de Janeiro de 1987, vítima de crise cardíaca. Utilizou por vezes o pseudónimo Yves Champlain.
Iniciou a sua carreira em 1930, como assistente do seu irmão Marc. Ocupou depois diversas funções junto de outros realizadores, entre os quais Jean Renoir. Paralelamente a esta formação, realizou as suas primeiras curtas-metragens e fez parte do Grupo Octobre. 
Foi mobilizado quando da II Grande Guerra Mundial. Em 1941, rodou – na zona livre de França – a sua primeira longa-metragem, “Tobie est un ange”, mas o negativo foi destruído num incêndio. Fez-se notar seguidamente em alguns filmes com Simone Signoret (com a qual contrairia o seu segundo casamento), no papel principal.
Em 1953, adaptou ao cinema “Os Orgulhosos” de Sartre, não tendo sido porém muito apreciado pelo autor. Em 1957, realizou “Quand la femme s'en mêle” protagonizado por Alain Delon. Ao todo, dirigiu mais de 30 filmes entre 1932 e 1981, a maioria deles com assinalável êxito. Realizou igualmente quatro episódios dos “Inquéritos do comissário Maigret” (1979/1981).
Politicamente, depois da guerra, era considerado um «perigoso e ortodoxo trotskista». 

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Cultura não se troika

A troika
EFEMÉRIDEPedro de Sousa Holstein, duque de Palmela, político e militar português, morreu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1850. Nascera em Turim, em 8 de Maio de 1781.
Líder destacado dos cartistas (facção mais conservadora do liberalismo português), representou Portugal no Congresso de Viena, foi ministro dos negócios estrangeiros e embaixador de Portugal em Copenhaga, Berlim, Roma, Madrid e Londres.
Foi o primeiro conde (1812), o primeiro marquês (1823) e o primeiro duque de Palmela (1850), sendo também o primeiro duque do Faial (1833).
Pedro Holstein era originário de uma família da mais alta aristocracia, pois era descendente directo da família real portuguesa através de ambos os progenitores. Além disso, por via paterna, descendia também dos reis da Dinamarca, da casa de Schleswig-Holstein-Sonderburg. O pai serviu o país como diplomata. Por essa mesma razão, aliás, Pedro nasceu em Itália e, durante a juventude, percorreu com a sua família diversas cidades europeias. Entre 1791 e 1795, frequentou um internato em Genebra, regressando depois a Portugal, onde estudou na Universidade de Coimbra.
Um ano mais tarde, ingressou no exército e, em 1806, viajou para Roma, onde o pai estava como embaixador junto da Santa Sé. O pai morreu no exercício das suas funções e Pedro Holstein substituiu-o, com apenas 21 anos de idade, tornando-se um dos mais jovens embaixadores portugueses de sempre. Durante a sua estada em Itália, iniciou a tradução de “Os Lusíadas” para francês.
No ano seguinte, regressou a Portugal. Após a ocupação do país pelas tropas napoleónicas, em Novembro de 1807, continuou integrado no exército, tendo participado activamente nas batalhas travadas para libertar o país do jugo francês. No entanto, e uma vez que a sua força residia mais na arte da diplomacia do que na das armas, o príncipe regente D. João nomeou-o embaixador em Madrid. Em 1812, foi colocado como embaixador em Londres e, em 1815, representou o país no Congresso de Viena, onde defendeu veementemente a causa de Olivença, ocupada por Espanha.
Em 1817, foi chamado para exercer o cargo de ministro dos negócios estrangeiros. Como tal, viajou para o Rio de Janeiro, onde a corte portuguesa se encontrava desde as invasões francesas. No entanto, sendo contrário à presença da corte no Brasil, acabou por se demitir. Só após a Revolução Liberal de 1820 e o subsequente regresso do rei, em 1821, aceitou de novo o cargo. Nessa altura, foi incumbido de ir ao Brasil e acompanhar o rei no seu regresso triunfal a Portugal.
Em 1824, na sequência da tentativa de golpe de estado conhecida como Abrilada, promovida pela rainha Carlota Joaquina e pelo infante D. Miguel, foi preso na Torre de Belém sob a acusação de ser líder dos liberais. No entanto, D. João VI viria a libertá-lo, recompensando-o com o título de marquês e, novamente, com o cargo de embaixador em Londres.
Na sequência dos acontecimentos ocorridos após a morte de D. João VI (com a ascensão e imediata abdicação ao trono de D. Pedro IV, a criação de uma regência em favor de sua filha D. Maria da Glória, que deveria casar com o infante D. Miguel, e por fim a usurpação do trono por este último, em 1828), Pedro Holstein resignou ao cargo de embaixador e dirigiu-se ao Porto, onde se encontrou com o duque de Saldanha, tendo desencadeado um movimento revolucionário contra os absolutistas (conhecido como Belfastada). Fracassado o golpe, compreendeu que os liberais teriam que se equipar convenientemente se quisessem vencer D. Miguel. Por isso, abandonou Portugal e partiu para Londres, desta vez como exilado político.
Veio a morrer em Lisboa, sendo sepultado no Cemitério dos Prazeres, no maior mausoléu particular da Europa, com cerca de 200 corpos e restos mortais pertencentes à mesma família, à excepção de dois padres. O seu espaço exterior recria o simbolismo de um templo maçónico e, na capela, no interior da construção, várias estátuas de escultores de renome, como Canova, Teixeira Lopes e Célestin-Anatole Calmels, embelezam os túmulos.

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