terça-feira, 31 de março de 2015

31 DE MARÇO - NICHITA STĂNESCU

EFEMÉRIDENichita Hristea Stănescu, poeta e ensaísta romeno, nasceu em Ploieşti no dia 31 de Março de 1933. Morreu em Bucareste, em 13 de Dezembro de 1983, vítima de hepatite. Foi casado três vezes (1952/53, 1962/72 e 1982/83).
Concluiu o ensino médio na sua cidade natal e, em seguida, estudou Língua e Literatura Romenas na Faculdade de Filologia da Universidade de Bucareste. Iniciou a sua carreira literária na revista “Tribuna” e na “Gazeta Literária”. Em 1969, foi nomeado chefe de redacção da revista “Luceafărul”.
A sua estreia editorial deu-se com o livro de poesia “Sensul iubirii”, que foi publicado em 1960. Escreveu numerosas recolhas de poemas e alguns ensaios, vários dos seus livros tendo sido publicados também no estrangeiro. O último volume de poesia que publicou foi “Noduri şi semne” (1982).
Nichita Stănescu recebeu muitos prémios de poesia, dos quais o mais importante foi o Prémio Herder (1975). Foi indicado pela Academia Sueca para o Prémio Nobel de 1980. O prémio viria a ser atribuído a outro poeta, o grego Odysseas Elitis.
Apesar da sua morte prematura, deixou alguns dos mais importantes poemas da literatura romena. Postumamente, foi eleito membro da Academia da Roménia.

segunda-feira, 30 de março de 2015

30 DE MARÇO - GERRIT KOMRIJ

EFEMÉRIDEGerrit Jan Komrij, tradutor, crítico, poeta e dramaturgo holandês, nasceu em Winterswijk no dia 30 de Março de 1944. Morreu em Amesterdão, em 5 de Julho de 2012. Residiu em Portugal desde 1984.
A família tinha-se abrigado dos bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial numa pequena povoação da província de Guéldria, onde ele viria a nascer.
Em 1984, com 40 anos, mudou-se para Alvites (Trás-os-Montes) em Portugal. Quatro anos depois, fixou-se em Oliveira do Hospital (Vila Pouca da Beira), igualmente em Portugal.
Em 1993, foi galardoado com o P.C. Hooftprijs, o principal prémio literário da Holanda. Em Janeiro de 2000, foi escolhido pelo público holandês para ser o Poeta da Nação, estatuto que é atribuído por um período de cinco anos.
Ao longo da sua carreira literária (1968/2004), escreveu cerca de 60 livros. Gerrit Komrij, que ficou conhecido pelo virtuosismo da sua escrita e pelo seu estilo colorido, era igualmente um temido polemista. 

domingo, 29 de março de 2015

29 DE MARÇO - PIERRE MOINOT

EFEMÉRIDEPierre Moinot, alto funcionário, escritor e académico francês, nasceu em Fressines, Poitou, em 29 de Março de 1920. Morreu em Paris no dia 6 de Março de 2007. Recebeu o Prémio Femina em 1979, com o romance “Le Guetteur d'ombres”, e foi eleito membro da Académie française em 1982.
Nascido e criado em Poitou, esta região viria a ser tema de inspiração para muitas das suas obras. Fez os estudos secundários em Niort, Ajaccio e Périgueux.
Foi mobilizado para a Segunda Guerra Mundial e chegou a ser feito prisioneiro, tendo conseguido evadir-se. Participou na Resistência, em Grenoble, e partiu para Marrocos a fim de participar na campanha de Itália e no desembarque na Provença em 1944. Recebeu a Grande Cruz da Legião de Honra a título militar.
Detentor de um diploma de estudos superiores obtido em Grenoble em 1942, ingressou no Tribunal de Contas, como auditor, em 1946.
Em 1959, foi conselheiro do gabinete do ministro da Cultura André Malraux, dedicando-se mais particularmente ao teatro e ao cinema. Pediu a demissão em 1962, em virtude dos diminutos créditos concedidos à política cultural. Voltou em 1966, a pedido de Malraux, para ser director das Artes e das Letras. Representou igualmente o Estado em diversas instâncias francesas e internacionais.
Em 1969, participou na Comissão de reforma do estatuto da ORTF, da qual seria administrador até 1972. Como presidente da Comissão de orientação e de reflexão sobre o audiovisual (1981), ficou a dever-se a ele a ideia de criar a Alta Autoridade da comunicação audiovisual.
Foi também membro do Comité executivo da Amnesty International em França (até 1977), do Conselho da ordem da Legião de Honra (1989) e presidente do Conselho da Ordem das Artes e das Letras (até 1995).
Tornou-se procurador-geral junto do Tribunal de Contas em 1983, tendo-se reformado em 1986.
Paralelamente ao seu brilhante percurso de homem público, foi autor de uma obra literária exigente, marcada por um estilo clássico rigoroso.
Em 1947, publicou a novela “La nuit et le Moment” na revista “Les Temps modernes”. Enviou-a ao também escritor Albert Camus, que o apoiou junto dos editores parisienses Desde logo, publicou algumas novelas na prestigiosa editora Gallimard e, em 1952, deu à estampa o seu primeiro romance, “Armes et bagages”. Dois anos depois, obteve o Grande Prémio do Romance da Académie française com “La Chasse­royale”.
Seguiram-se outros romances, alguns deles premiados. Escreveu igualmente para Teatro (“Héliogabale”, 1971) e Televisão (“Mazarin”, 1978; “Jeanne d'Arc”, 1988; e “Laïque”, 1998).
Como repórter, fez a descida do Níger em 1956, que o inspirou para “La descente du fleuve”, livro publicado em 1991. 

sábado, 28 de março de 2015

28 DE MARÇO - NELSON ALGREN

EFEMÉRIDENelson Algren Abraham, escritor norte-americano, nasceu em Detroit no dia 28 de Março de 1909. Morreu em Sag Harbor, Nova Iorque, em 9 de Maio de 1981.
A família mudou-se para Chicago quando Algren tinha três anos de idade. Fixaram-se na região do South Side, habitada sobretudo por pessoas da classe operária e imigrantes.
Foi educado numa escola pública de Chicago e cursou depois Jornalismo na Universidade de Illinois, onde se licenciou em 1931, durante a Grande Depressão. Desempenhou vários ofícios modestos, praticando simultaneamente boxe. 
Escreveu o seu primeiro conto em 1933 (“So Help Me”), quando trabalhava numa gasolineira no Texas. Antes de voltar para Chicago, foi apanhado a roubar uma máquina de escrever de uma sala de aulas abandonada, o que lhe valeu um mês de prisão, correndo o risco de aí passar mais três anos. Foi-lhe concedida a liberdade, mas o incidente impressionou-o profundamente, aumentando a sua identificação com os marginais e deserdados, que mais tarde iriam povoar o seu universo ficcional.
O seu primeiro romance, “Somebody in Boots”, foi publicado em 1935. Em “Never Come Morning”, publicado em 1942, retratou a vida desesperada de um jovem criminoso.
Serviu como soldado raso na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial, transportando os feridos de maca. Apesar de ser licenciado, foi-lhe negada a entrada na escola de aspirantes a oficial. Conjectura-se que o facto se ficou a dever a às suas opções políticas (comunista).
Os seus livros dão vida ao submundo daqueles que são geralmente designados como bêbados, proxenetas, prostitutas, anormais, drogados, rufias, além de políticos corruptos e pugilistas.
Nelson Algren é talvez mais conhecido pelo seu romance “The Man with the Golden Arm”, vencedor do National Book Award. O seu livro “Chicago City on the Make” (1951) foi considerado um ensaio pungente, que não agradou aos dirigentes da cidade, por descrever o ambiente sórdido das zonas marginais, com os seus trapaceiros, corrupção política e vítimas da sociedade. “Nonconformity”, publicado em 1994, expressa os ideais que suportam a sua escrita, além de exortar os escritores de todo o mundo a investigarem o lado sombrio da natureza humana e a descreverem muitas coisas que o Mundo ignora.
Algren teve um caso amoroso, que durou mais de 15 anos, com a escritora francesa Simone de Beauvoir, tendo os dois viajado juntos para a América Latina em 1949. Segundo Simone, que o retratou no personagem Lewis Brogan do seu romance “Os Mandarins” (1954), o escritor era uma mistura de modéstia e de ansiedade.
O FBI desconfiava particularmente da sua militância política, tendo mantido um dossier com mais de 500 páginas sobre o autor, embora nunca o tenha “incomodado”.
Dois dos seus romances foram adaptados ao cinema: “The Man with the Golden Arm” (em 1955) e   “A Walk on the Wild Side” (1962). O mesmo tinha acontecido com a sua novela “He swung and he missed”  (1942).

ROSA (quadras)


Formatação de Fátima de Souza (Bahia)

sexta-feira, 27 de março de 2015

27 DE MARÇO - PEDRO TOCHAS

EFEMÉRIDEPedro Tochas, de seu verdadeiro nome Pedro Nuno Simões Lopes dos Santos, comediante português, protagonista de vários tipos espectáculos, da stand-up comedy e malabarismo ao teatro de rua, nasceu em Avelar no dia 27 de Março de 1972.
Estudou Engenharia Química na Universidade de Coimbra, onde fez parte do grupo Orxestra Pitagórica. Neste grupo, devido à sua aptidão para malabarismo com fogo, recebeu a alcunha de Tochas.
Viajou até aos Estados Unidos e estudou malabarismo e comédia física no Celebration Barn Theater. Para aprofundar os estudos, rumou depois para Inglaterra, onde ingressou na Circomedia-Academy of Circus Arts and Physical Theatre, tendo estudado teatro físico. No fim do curso, foi convidado a voltar para um ano de especialização. Voltou no ano seguinte, mas desta vez com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian que o ajudou a suportar o custo de vida em Inglaterra.
De regresso a Portugal, evidenciou-se em “trabalhos de rua”, de norte a sul do país e até no estrangeiro, testando tudo o que tinha aprendido. Em breve foi descoberto pelo Teatrão, que o contratou para as suas duas primeiras produções. Lançou-se depois na stand-up comedy.
Pedro Tochas destaca-se pela sua capacidade de improvisação, formação em vários tipos de espectáculo e actuações em várias partes do mundo. Já ganhou diversos prémios e consagrações, em especial pelo seu trabalho em “O Palhaço Escultor”.
Na televisão, participou no programa “Dá-lhe Gás” na SIC (2000). Pertenceu ao quadro de actores do cómico “Programa da Maria”, no mesmo canal em 2001. Em 2004, apresentou um programa de viagens, “Vais ou Ficas”, na RTP. Faz parte actualmente do grupo de jurados do Got Talent Portugal (RTP).

quinta-feira, 26 de março de 2015

26 DE MARÇO - LUÍS CARLOS PATRAQUIM

EFEMÉRIDELuís Carlos Patraquim, poeta, dramaturgo e jornalista moçambicano, nasceu em Lourenço Marques (hoje Maputo) no dia 26 de Março de 1953.
Refugiado na Suécia em 1973, regressou a Moçambique dois anos depois, indo trabalhar no jornal “A Tribuna”. Encerrado o jornal, integrou o grupo fundador da Agência de Informação de Moçambique (AIM) sob a direcção de Mia Couto.
De 1977 a 1986, trabalhou no Instituto Nacional de Cinema de Moçambique (INC) como autor de guiões e de argumentos e como redactor do jornal cinematográfico “Kuxa Kanema”.
Em conjunto com Calane da Silva e Gulamo Khan, coordenou – entre 1984 e 1986 – a “Gazeta de Artes e Letras” da revista “Tempo”.
Reside em Portugal desde 1986, colaborando na imprensa moçambicana e portuguesa e elaborando guiões para cinema. Escreve também para teatro. É coordenador redactorial da revista “Lusografias”.
Ganhou o Prémio Nacional de Poesia de Moçambique em 1995. 

quarta-feira, 25 de março de 2015

25 DE MARÇO - JOSÉ BARROS MOURA

EFEMÉRIDEJosé Aurélio da Silva Barros Moura, político português, morreu em Lisboa no dia 25 de Março de 2003, vítima de doença oncológica. Nascera no Porto em 8 de Outubro de 1944.
Iniciou a sua actividade política nas lutas académicas de 1962, o que lhe valeu ser expulso da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Licenciou-se em Coimbra, onde entretanto voltou a envolver-se, como dirigente associativo, nas lutas académicas de 1969, já como militante do Partido Comunista Português.
Incorporado compulsivamente nas fileiras do exército português, foi enviado para a Guiné, a pior frente de combate da Guerra Colonial. Manteve-se no PCP durante 27 anos, afastando-se em 1991 por divergir da estratégia seguida então pelo partido. Aderiu à Plataforma de Esquerda, grupo formado por dissidentes comunistas e integrado, entre outros, por Miguel Portas, Joaquim Pina Moura, Daniel Oliveira e José Magalhães. Em 1999, filiou-se no Partido Socialista, de que já era deputado independente no Parlamento Europeu. Eleito para a Assembleia da República, foi vice-presidente da bancada parlamentar socialista.
Foi também presidente da Assembleia Municipal de Felgueiras, cargo que abandonou por discordar do estilo de gestão imprimido pela presidente do município, Fátima Felgueiras.
Entre 1988 e 2003, exerceu funções docentes na Universidade Autónoma de Lisboa (departamento de Direito).

terça-feira, 24 de março de 2015

NO DIA SEGUINTE AO FALECIMENTO DE HERBERTO HELDER


24 DE MARÇO - RUI PEREIRA

EFEMÉRIDERui Carlos Pereira, jurista e político português, nasceu em Miranda do Douro no dia 24 de Março de 1956.
Licenciado em Direito e mestre em Ciências Jurídicas, foi assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, entre 1981 e 1997, tendo regido as disciplinas de Direito Penal e Direito Processual Penal. Foi membro do Conselho Pedagógico e participou no Conselho de Redacção da “Revista da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa”.
Exerceu a advocacia, entre 1983 e 1990, e dirigiu o departamento de contencioso do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.
Entre 1990 e 1994, foi assessor do Gabinete dos Juízes do Tribunal Constitucional. Participou, desde 1995, em reformas legislativas que envolveram, nomeadamente, o Código Penal, o Código de Processo Penal e o Código da Estrada, assumindo a coordenação da Unidade de Missão para a Reforma Penal, entre 2005 e 2007.
Até à sua posse como Juiz do Tribunal Constitucional em 2007, leccionou – como professor convidado – nas Faculdades de Direito da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade Lusíada, bem como no Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna. Foi director-geral do Serviço de Informações de Segurança, entre 1997 e 2000.
Secretário de Estado da Administração Interna do governo liderado por António Guterres, foi membro do Conselho Superior do Ministério Público – eleito pela Assembleia da República – entre 2003 e 2007. Nomeado ministro da Administração Interna, nos governos chefiados por José Sócrates, foi substituído, em Junho de 2011, por Miguel Macedo do Partido Social Democrata, após as eleições.
Entre outras funções que desempenhou, integrou a direcção da Sociedade Portuguesa de Filosofia, entre 1992 e 1994, e presidiu ao Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, no período 2003/07. Nesse âmbito, presidiu ao conselho de redacção da revista “Segurança e Defesa”, entre 2006 e 2007, e colabora na “Revista Portuguesa de Ciência Criminal”.
É membro da Maçonaria e mestre do Grande Oriente Lusitano. Em Janeiro de 2006, foi feito Comendador da Ordem da Liberdade.
Tem feito conferências e publicado obras e artigos sobre o direito penal, o direito de procedimento penal, a filosofia do direito e a segurança interna

segunda-feira, 23 de março de 2015

JOSÉ MÁRIO BRANCO - "Eu vim de Longe"


23 DE MARÇO - LAURA SOVERAL

EFEMÉRIDE – Maria Laura de Soveral Rodrigues, actriz portuguesa, nasceu em Benguela, Angola, no dia 23 de Março de 1933. Com inúmeros trabalhos no teatro, foi igualmente reconhecida pela sua actividade no cinema, salientando-se o filme “Uma Abelha na Chuva” de Fernando Lopes (1972).
Educadora de infância em Benguela, enveredou pela representação quando se fixou em Lisboa. Foi na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde frequentou o curso de Filologia Germânica, que se começou a interessar pelo teatro. Estreou-se em 1964, no Grupo Fernando Pessoa, dirigido por João d'Ávila. Inscreveu-se, entretanto, na Escola de Teatro do Conservatório Nacional.
Em 1968, recebeu o Prémio de Melhor Actriz de Cinema, atribuído pelo SNI e pela Casa da Imprensa. Simultaneamente, na televisão, ia sendo chamada para fazer teatro ou para declamar poesia no programa “Hospital das Letras” de David Mourão-Ferreira.
A temporada teatral de 1970/1971 foi a sua época mais importante, fazendo “O Processo” de Kafka e “Depois da Queda” de Arthur Miller.
Esteve um período da sua vida no Brasil, onde – em 1976 – actuou nas telenovelas “O Casarão” (exibida também em Portugal) e “Duas Vidas”, ambas da Rede Globo.
Representou textos de Fernando Pessoa, José Saramago, Almada Negreiros, Molière e Kafka, entre outros autores. Esteve em cena no Teatro D. Maria II, Teatro São Luíz, Teatro da Cornucópia, Teatro da Comuna, Teatro Aberto, Teatro Sá da Bandeira (Porto), Teatro Maria Matos e Teatro Villaret, onde trabalhou com Carlos Avillez, João d’Ávila, Norberto Barroca, Maria do Céu Guerra, Diogo Infante e muitas outras personalidades notáveis do teatro.
A sua longa experiência cinematográfica passou ainda por filmes como “Vale Abraão”, “A Divina Comédia” e “Francisca” de Manoel de Oliveira, “O Fatalista” e “Tráfico” de João Botelho e “O Delfim” de Fernando Lopes, entre muitos outros.
Pontualmente, continuou a aparecer na televisão. Integrou o elenco da novela “Tempo de Viver” (2006). Mais recentemente, em 2014, trabalhou de novo com João Botelho no filme “Os Maias”. 

domingo, 22 de março de 2015

22 DE MARÇO - BRANCA DE GONTA COLAÇO

EFEMÉRIDEBranca Eva de Gonta Syder Ribeiro Colaço, escritora e declamadora portuguesa, que ficou sobretudo conhecida como poetisa, dramaturga e conferencista, morreu em Lisboa no dia 22 de Março de 1945. Nascera na mesma cidade em 8 de Julho de 1880. Era filha da poetisa inglesa Ann Charlotte Syder e do político e escritor português Tomás Ribeiro. Apenas com 18 anos, casou com Jorge Rey Colaço, pintor e ceramista de renome, tendo assinado todas as suas obras como Branca de Gonta Colaço.
Nascida numa das famílias mais ligadas à actividade intelectual da época, conviveu na sua juventude com nomes de relevo das letras e das artes portuguesas.
Revelando desde bastante cedo o seu talento para as letras, iniciou-se como poetisa e como colaboradora de publicações literárias, contribuindo activamente para um grande número de jornais e revistas. Deixou colaboração dispersa por múltiplos periódicos, com destaque para os jornais “O Dia” e “O Talassa”, uma publicação humorístico que foi dirigida pelo marido. Também se encontra colaboração de sua autoria nas revistas “Serões”, “Illustração portugueza” e “Ilustração”.
Por sua iniciativa, a Academia das Ciências de Lisboa promoveu, em 1918, uma homenagem a Maria Amália Vaz de Carvalho. Nessa ocasião, distinguiu-se também como conferencista e declamadora.
Escrevia fluentemente em inglês, sendo-lhe devidas traduções de grande mérito.
A sua obra multifacetada abrange géneros tão diversos como a poesia, o drama e as memórias, tende feito um valioso retrato das elites sociais e intelectuais portuguesas do seu tempo, com as quais conviveu e de que fez parte. Era reconhecida não só em Portugal mas também no Brasil, em França e em Espanha. Foi distinguida por várias sociedades científicas e literárias portuguesas e estrangeiras. O Estado português agraciou-a com a Ordem de Santiago da Espada. Em Lisboa e na localidade de Parada de Gonta, existem ruas com o seu nome.
Deixou um importante legado literário, em boa parte disperso pela imprensa, sendo autora de cerca de vinte obras, uma delas publicada a título póstumo no ano da sua morte (“Abençoada a Hora em que Nasci”).  

A AMPULHETA DA VIDA

Formatação de Fátima de Souza (Bahia)

sábado, 21 de março de 2015

21 DE MARÇO - YOUSSEF RZOUGA

EFEMÉRIDEYoussef Rzouga, poeta tunisino de expressão árabe e francesa, nasceu em Ksour Essef no dia 21 de Março de 1957.
Estudou na Faculdade de Letras e Ciências Humanas de Tunis até 1980 e, depois, no Instituto de Imprensa e das Ciências de Informação onde obteve um mestrado de Ciências Políticas. Trabalha actualmente como jornalista de assuntos culturais.
Os seus primeiros poemas datam do começo da década de 1970. Em virtude dos contactos que tem mantido com jovens poetas, no âmbito das suas actividades no Club du mercredi littéraire, e por estar à frente das páginas culturais do jornal “Alayyam”, ele parece ser o poeta que mais influenciou a geração dos anos 1990.
Youssef Rzouga tem produzido uma larga obra literária que lhe conferiu notoriedade tanto na África Setentrional, como na Europa e no Médio Oriente. Entre os prémios que já conquistou, citam-se: o Premio Nacional de Poesia (1981, 1985 e 1998), o Grande Premio da Literatura Árabe (2004) e o Grande Prémio do Egipto (2005). 

sexta-feira, 20 de março de 2015

20 DE MARÇO - GALVÃO DE MELO

EFEMÉRIDE – Carlos Galvão de Melo, militar e político português, morreu em Alcabideche no dia 20 de Março de 2008. Nascera na Figueira da Foz em 4 de Agosto de 1921. Fez os estudos em Lisboa, no Liceu Camões, na Universidade de Lisboa e na Escola do Exército, curso que concluiu em 1943.
Em Outubro de 1953, foi feito Cavaleiro da Ordem Militar de Avis e, em Agosto de 1964, foi elevado a Oficial da mesma Ordem.
Em 1974, após a Revolução dos Cravos, integrou a Junta de Salvação Nacional, sendo duramente contestado pela esquerda e depois excluído, na sequência do 28 de Setembro do mesmo ano (manifestação da maioria silenciosa).
Galvão de Melo foi candidato independente nas Eleições Presidenciais de 1980, após ter sido deputado pelo CDS na Assembleia Constituinte.
Foi presidente da Associação de Amizade Portugal-Indonésia e da Associação Portugal-Iraque. Recebeu a Grã-Cruz com Estrela da Ordem do Mérito da Alemanha Ocidental em Maio de 1989.
Após o 25 de Abril, publicou vários livros, entre os quais: “MFA, movimento revolucionário” (1975), “Rumo à Dignidade” (1975), “Coragem de Lutar” (1976), “Tradição e Destino” (1979) e “Um Militar na Política” (2001). Foi casado por duas vezes, tendo seis filhos da sua primeira esposa. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

19 DE MARÇO - MARIA CAVACO SILVA

EFEMÉRIDE - Maria Alves da Silva Cavaco Silva, professora portuguesa de Literatura e a 19ª e actual primeira-dama de Portugal, nasceu em Silves, São Bartolomeu de Messines, no dia 19 de Março de 1938.
Licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a sua tese de licenciatura versou “A Saudade na Poesia de Hölderlin”, tema analisado em relação com o saudosismo português. Professora desde 1960, leccionou no Colégio das Doroteias e nos Liceus Passos Manuel, Rainha D. Leonor e D. João de Castro, todos em Lisboa.
Consorciou-se com Aníbal Cavaco Silva em Outubro de 1963. Logo nesse ano, acompanhou o marido para Moçambique, vivendo dois anos em Lourenço Marques (actual Maputo), onde leccionou francês, português e inglês, nos Liceus Salazar e D. Ana da Costa Portugal.
Entre 1971 e 1974, esteve em York, Inglaterra, mantendo uma relação de trabalho com o Language Teaching Centre, onde frequentou cursos de alemão e italiano. Como não havia leitorado oficial de Língua Portuguesa, ensinou-a a título privado a estrangeiros de várias nacionalidades.
Em 1977, iniciou funções como regente da disciplina de Língua Portuguesa na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa. Tem artigos publicados sobre autores como Luís de Camões, Gil Vicente, Bocage, Camilo Pessanha, Cesário Verde, José Régio, Ruy Belo, Vergílio Ferreira e Sophia de Mello Breyner.
Como primeira-dama, tem dedicado atenção aos desafios que as famílias e os jovens enfrentam no mundo actual e as novas exigências em matéria de assistência social.
Já recebeu vinte condecorações, todas de países estrangeiros e no período 2007/14. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

18 DE MARÇO - ROBERT DONAT

EFEMÉRIDERobert Donat, actor britânico de teatro e cinema, nasceu em Withington, perto de Manchester, em 18 de Março de 1905. Morreu em Londres no dia 9 de Junho de 1958. Ficou célebre por ter sido galardoado com o Oscar de Melhor Actor, em 1939, pela sua interpretação no filme “Adeus, Mr. Chips”.
Começou a sua carreira no teatro e, depois, tornou-se numa das grandes estrelas do cinema britânico nos anos 1930.
O seu aspecto atraente e os papéis ousados em “O Conde de Monte Cristo” (1934) e no filme de espionagem “The 39 Steps” (Alfred Hitchcock, 1935) fizeram com que ele fosse idolatrado pelo público feminino.
Protagonizou “The Ghost Goes West de René Clair (1935) e contracenou com Marlene Dietrich em 1938. 
Com a saúde a degradar-se, o seu último papel foi o de mandarim em “The Inn of the Sixth Happiness” (1958), ao lado de Ingrid Bergman. Faleceu pouco tempo depois de ter sofrido uma crise de asma. Ao todo, Robert Donat fez parte do elenco de cerca de vinte filmes ao longo da sua carreira (1932/58). 

terça-feira, 17 de março de 2015

17 DE MARÇO - OLEG CASSINI

EFEMÉRIDEOleg Cassini, estilista norte-americano, morreu em Nova Iorque no dia 17 de Março de 2006. Nascera em Paris, em 11 de Abril de 1913. Ficou conhecido mundialmente, ao ser escolhido por Jacqueline Kennedy para fazer as suas roupas de primeira-dama dos Estados Unidos na década de 1960.
Tinha por origem uma família da aristocracia russa. O avô fora embaixador do Império Russo durante as administrações de William McKinley e de Theodore Roosevelt.
Criado em Itália, Oleg Cassini fez os seus estudos numa escola católica britânica, antes de ingressar na Academia das Belas Artes
Em 1933, iniciou a carreira na boutique da mãe, antes de voar com as próprias asas e abrir, no mesmo ano, a sua própria loja em Roma. Em 1936, instalou-se em Nova Iorque e começou a desenhar roupa para grandes armazéns de luxo.
Em 1940, partiu para Hollywood, onde trabalhou nos estúdios da 20th Century Fox. Aqui conheceu Gene Tierney, com quem viria a casar. Desenhou para ela os vestidos que ela utilizou em sete dos seus filmes. Divorciaram-se em 1952, mas ele continuou a trabalhar na capital do cinema até 1960.
Criou para Jacqueline Kennedy mais de 300 vestidos, fazendo dela uma das mulheres mais elegantes de Washington. Vestiu igualmente várias estrelas de Hollywood, como Grace Kelly, Marilyn Monroe e Gene Tierney, entre outras.

segunda-feira, 16 de março de 2015

16 DE MARÇO - JORGE CORRULA

EFEMÉRIDEJorge Manuel Baleiza Corrula, actor português, nasceu em 16 de Março de 1978. Em 1999, abandonou o Curso de Direito da Universidade Independente, para ingressar no Curso de Formação de Actores da Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa.
Popularizou-se pela sua interpretação no filme “O Crime do Padre Amaro” de Carlos Coelho da Silva (2006), produção que bateu o recorde de presença de espectadores em salas de cinema portuguesas. Trabalhou, ainda no cinema, na curta-metragem “Vampiro” de Carlos Conceição.
Presença assídua em novelas e séries televisivas, integrou o elenco de produções como “A Minha Família é uma Animação” (2000/01), “Morangos com Açúcar” (2003/04), “Mistura Fina” (2004/05), “Sete Vidas” (2006/07), “Floribella” (2006/07), “Resistirei” (2007/08) e “Flor do Mar” (2008/09).
No teatro, participou regularmente em projectos do Teatro da Trindade, sob a direcção do encenador Jorge Fraga, salientando-se “Romeu e Julieta” de Shakespeare. Trabalhou depois com Maria Emília Correia, Henrique Félix, Alfredo Brissos, Tiago Torres da Silva e João Lourenço.
É casado com a também actriz Paula Lobo Antunes, com quem tem uma filha nascida em Outubro de 2012.

domingo, 15 de março de 2015

15 DE MARÇO - OSWALDO MONTENEGRO

EFEMÉRIDEOswaldo Viveiros Montenegro, músico brasileiro, nasceu no Rio de Janeiro em 15 de Março de 1956. Além de cantor compositor, compõe também bandas sonoras para peças teatrais, ballets, cinema e televisão. Oswaldo é um caso excepcional de precocidade musical. Sem nunca ter estudado música de modo regular, começou desde criança a ser por ela influenciado, seguramente porque a mãe e os avós maternos tocavam piano e o pai tocava violão e cantava.
Aos oito anos, mudou-se com os pais para São João del-Rei, cidade mineira poética e boémia, onde as “serestas” aconteciam todas as noites, com as pessoas a juntarem os amigos em casa para tocar e cantar. Foi aqui que teve aulas de violão com um dos “seresteiros” da cidade e compôs a sua primeira canção, “Lenheiro”, nome do rio que banha São João del-Rei. Venceu um festival de música com apenas 13 anos, no Rio de Janeiro, onde tinha voltado a morar.
A decisão de se tornar músico profissional veio com a mudança para Brasília, em 1971. Na capital federal, começou a ter contacto com festivais e grupos de teatro e de dança estudantis. Fez os seus primeiros shows e, aos 17 anos, a decisão de viver da música tornou-se definitiva. Mudou-se novamente para o Rio, mas já tinha adoptado Brasília como a terra do seu coração e o tema constante das suas obras.
Teve uma composição sua classificada no Festival da Canção da Rede Globo, o primeiro de repercussão nacional em que participou (1972), escreveu e encenou o seu primeiro musical (1974/75), lançou três discos em três anos (1975/78) e venceu o Festival da TV Tupi com seu primeiro mega sucesso, “Bandolins” (1979).
Em 1980, participou no Festival MPB 80 da Rede Globo de Televisão, que venceu com a canção “Agonia”. Mesmo com tanto sucesso, decidiu regressar a Brasília em 1982, para montar o musical, “Veja Você, Brasília”, com artistas locais. Neste espectáculo, participaram as ainda desconhecidas Cássia Eller e Zélia Duncan. Depois, viriam outras peças de teatro musical, cerca de catorze, todas com recordes de bilheteira e algumas, como “Noturno”, “A Dança dos Signos” e “Aldeia dos Ventos”, estiveram em cartaz durante anos, com apresentações por todo o Brasil.
Em 1985, participou no Festival dos Festivais, também da Rede Globo, com a música “O Condor”, acompanhado de um coro de 25 cantores negros. Não parou de gravar discos. Até 2006, foram 34.
Composições suas foram interpretadas por Ney Matogrosso, Zélia Duncan, Gonzaguinha e Sivuca, entre muitos outros. A actriz Glória Pires teve uma participação especial num disco seu (1985).
Em 1994, publicou o seu primeiro livro, “O Vale Encantado”, um livro infantil que veio a ser adoptado nas escolas primárias.
Em 1997, surgiu a ideia do CD “Letras Brasileiras, que foi apresentado durante uma tournée. Ainda no mesmo ano, gravou e lançou o vídeo “O Vale Encantado”.
Em 1998, recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília. Nesse mesmo ano, voltou às montagens teatrais. Em 1999, apresentou três espectáculos de teatro no Rio de Janeiro.
Em 2000, comemorou os seus 20 anos de carreira com o show “Vinte Anos de Histórias”. Em Florianópolis, montou o musicalLendas da Ilha”, com mais de 50 artistas locais. Em 2001, foi a vez de São Paulo, com a peça “A Lista”. Em 2004, lançou o CD “Letras Brasileiras – 2.
Em 2005, foram editados o CD e o DVD “Oswaldo Montenegro – 25 Anos de História”, que alcançaram, ambos, a marca das 100 mil cópias. Em 2006, começou – no Canal Brasil – o programa “Letras Brasileiras”, que continuaria nos anos seguintes (2007/08).
Em 2007, foi lançado o CD e o DVD “A Partir de Agora”, gravados com músicas inéditas e vários artistas convidados. No teatro, montou – no Rio de Janeiro – o espectáculo “Eu não moro, comemoro”, onde foi aberto espaço para jovens talentos se apresentarem ao lado de artistas consagrados.
Em 2010, estreou no Festival de Recife a sua longa-metragem “Léo e Bia” e lançou o CD “Canções de Amor".
Em 2013, criou um programa no Youtube denominado “Canção Nua”, onde se podem apreciar as suas canções tal como foram compostas (voz e violão). No mesmo ano, apresentou o seu segundo filme, “Solidões”. Em 2014, começou em Natal mais uma tournée (“3x4”), que foi gravada num DVD com o mesmo título. Completa hoje 59 anos. 

sábado, 14 de março de 2015

OSWALDO MONTENEGRO - "Metade"

14 DE MARÇO - MICHAEL CAINE

EFEMÉRIDEMichael Caine, de seu verdadeiro nome Maurice Joseph Micklewhite Jr., actor britânico, nasceu em Londres no dia 14 de Março de 1933. Conquistou por duas vezes o Oscar de Melhor Actor Secundário, pelas suas actuações em “Hannah and Her Sisters” (1987) e “The Cider House Rules” (1999).
Apesar de ter por origem uma família pobre do sul de Londres, apaixonou-se muito cedo pela arte de representar.
Serviu o exército britânico na Guerra da Coreia, nos anos 1950. No regresso à vida civil, exerceu actividades modestas, como moço de recados e ascensorista. Simultaneamente, actuava em alguns teatros regionais. Participou depois em numerosas peças de teatro para televisão e passou a utilizar o nome artístico porque ficaria conhecido no mundo do cinema.  
Estreou-se com o filme “A Hill in Korea” (1956), no qual interpretou um cabo do exército britânico. Seguiu-se uma quinzena de filmes. O seu primeiro papel de destaque foi em “Zulu” (1964). Caine tornou-se um actor muito popular com uma série de películas realizadas nos anos 1960, no auge da Guerra Fria, em que interpretou um agente secreto chamado Harry Palmer.
A partir dos anos 1970, passou a actuar mais nos Estados Unidos, onde teve uma prolífica actividade cinematográfica.
Em 1995, voltou a interpretar o papel de Harry Palmer em “Bullet to Beijing” e “Midnight in St Petersburg”. No ano seguinte, actuou ao lado de Jack Nicholson em “Blood and wine”.
Foi nomeado cinco vezes para os Oscars, tendo actuado em mais de cem filmes ao longo de uma carreira que ainda não acabou. Depois de ter feito três filmes em 2014, tem dois previstos para 2015 e um já agendado para 2016. Completa hoje 82 anos. Foi condecorado pela rainha Isabel II em 2000, passando a poder utilizar o título de “Sir”. 

sexta-feira, 13 de março de 2015

BOSS Ac - "Sexta-feira (Emprego Bom Já)"



13 DE MARÇO - MANUEL DE JESUS COELHO

EFEMÉRIDEManuel de Jesus Coelho, político e jornalista português, nasceu em Lisboa no dia 13 de Março de 1808. Morreu na mesma cidade em 26 de Setembro de 1885.
Da esquerda liberal, esteve ligado ao Setembrismo e à fundação de diversas instituições operárias e populares.
Trabalhou como tipógrafo e editor de periódicos políticos. A partir de 1834, foi director do jornal “Nacional” e dos seus sucessores “O Patriota”, “O Português” e “Independência Nacional”.
Em 1847, durante a Guerra Civil da Patuleia, combateu como capitão nas acções de Estremoz e do Alto Viso, tendo sido condecorado com a Ordem da Torre e Espada.
Foi um dos fundadores da Associação das Classes Laboriosas de Lisboa e do Asilo de Santa Catarina destinado aos filhos das vítimas da epidemia de febre-amarela que grassou na capital portuguesas em 1857.
A partir de 1857, deixou a imprensa e passou a trabalhar na Alfândega de Lisboa, mantendo no entanto a sua militância política.

quinta-feira, 12 de março de 2015

12 DE MARÇO - RODRIGO MENEZES

EFEMÉRIDERodrigo António de Lucena Cardoso de Menezes, cantor e actor português, nasceu em Lisboa no dia 12 de Março de 1974. Morreu em Oeiras, Porto Salvo, em 4 de Outubro de 2014.
Como actor, começou por participar nas telenovelas “A Lenda da Garça” (RTP, 1999) e “Ganância” (SIC, 2001). Lançou o disco “Um Amor Não Morre Assim” em 2002. Participou depois nas novelas da TVISaber Amar” (2003), “Morangos com Açúcar” (2003), “Queridas Feras” (2003), “Mistura Fina” (2004), “Fala-me de Amor” (2006), “Doce Fugitiva” (2006), “A Outra” (2008), “Flor do Mar” (2008) e “Meu Amor” (2009).
Colaborou em vários projectos musicais, como “Planeta Pop”e “Mundo Da Fantasia”, ambos com Cláudia Vieira. Em 2009, foi editada a compilação “Colecção Platina”, com alguns temas inéditos.
Ressurgiu como protagonista de telenovelas em “Remédio Santo” (2011) e “Destinos Cruzados” (2013), as duas na TVI. O seu último trabalho televisivo foi a novela “ Beijo do Escorpião” (TVI, 2014).
É de salientar igualmente a sua prestação no teatro, muito apreciada pela crítica, na peça “Acredita, Estou Possuído”, onde contracenou com Victor Espadinha, e Diogo Morgado.
Rodrigo Menezes manteve uma relação de quatro anos com a actriz e modelo Diana Chaves. Tinha um filho de quatro anos, fruto da posterior relação com a modelo Andreia Sampaio. Foi encontrado morto na sua casa, possivelmente vítima de epilepsia, doença para a qual estava medicado. Teria necessitado de ajuda, que não conseguiu pedir porque vivia sozinho. 

quarta-feira, 11 de março de 2015

11 DE MARÇO - EDMUND COOPER

EFEMÉRIDEEdmund Cooper, prolífico escritor de romances de ficção científica e histórias policiais, de nacionalidade britânica, morreu em Chicheste no dia 11 de Março de 1982 (55 anos). Nascera em Marple, em 30 de Abril de 1926.
Para assinar algumas das suas obras, utilizou vários pseudónimos (George Kinley, Broderick Quain, Martin Lester e Richard Avery).
Foi operário, marinheiro da marinha mercante de 1944 a 1946 e professor. Começou a dedicar-se à literatura no meio dos anos 1950. Os seus romances são frequentemente «negros e apocalípticos».
Foi igualmente crítico literário, especializado em ficção científica, no “Sunday Times” (1967/82).
Teve alguns dos seus livros adaptados ao cinema, entre eles “Invisible Boy” (1957) e “The Uncertain Midnight” (França, 1969). 

terça-feira, 10 de março de 2015

10 DE MARÇO - SARITA MONTIEL

EFEMÉRIDESara Montiel, de seu verdadeiro nome María Antonia Alejandra Vicenta Elpidia Isidora Abad Fernández, actriz e cantora espanhola, nasceu em Campo de Criptana no dia 10 de Março de 1928. Morreu em Madrid, em 8 de Abril de 2013.
Nasceu no seio de uma família humilde, que vivia da agricultura. Desde pequena, destacou-se pela sua beleza e pelos seus dotes artísticos, os quais impressionaram Vicente Casanova, um influente agricultor e que era igualmente sócio de uma companhia de publicidade. Foi ele que providenciou para que ela recebesse um ensino básico de declamação e canto.
O seu primeiro filme foi “Te quiero para mi” em que foi actriz secundária, aparecendo no elenco com o nome María Alejandra. Só a partir de “Empezó en boda”, começou a usar o nome artístico porque ficaria conhecida. O seu primeiro papel mais importante aconteceu em “Locura de amor”, a que se seguiram muitos outros. A sua beleza e talento permitiram que ela conseguisse grandes sucessos, mas o cinema espanhol da época era pequeno demais para uma estrela da sua grandeza e ela foi tentar a sorte fora do país, no México e nos Estados Unidos. Filmou mais de uma dezena de produções, destacando-se “Cárcel de mujeres”, “Piel Canela”, “Furia Salvaje” e “Se solicitan modelos”, entre outras.
Chegou a Hollywood em 1954. A sua primeira interpretação foi pelas mãos do mítico Gary Cooper, em “Veracruz” de Robert Aldrich, junto a intérpretes importantes da época como Burt Lancaster e um jovem chamado Charles Bronson. Conseguiu índices de popularidade que jamais tinham sido atingidos por uma artista espanhola. Seguiu-se “Serenade”, ao lado de Joan Fontaine e do tenor Mario Lanza. Durante as filmagens, conheceu aquele que foi o seu primeiro marido – Antony Mann.
Sara Montiel, conhecida na Península Ibérica como Sarita Montiel, teve destaque em Hollywood e manteve amizade com personalidades muito importantes do cinema, como Marlon Brando, James Dean ou a filha de Alfred Hitchcock. Uma fotografia que Sara fez com Dean é a última que se conhece do  conhecido actor norte-americano. Foi com esta foto que foi anunciada a morte de James Dean, vítima de acidente automóvel.
Ainda que tivesse projectos para realizar outros filmes, um deles com Paul Newman, o destino deu outro rumo à sua carreira e ela deixou Hollywood. Regressada a Espanha, protagonizou mais filmes, que foram outros tantos êxitos e recordes de bilheteira. Assinou depois um contrato milionário para fazer filmes de produção europeia (hispano – franco – italiana), que fizeram dela a maior actriz de língua espanhola dos anos 1950/60. Depois de “El ultimo cuplé”, seguiram-se “La Violetera”, “Mi último tango”, “La bella Lola”, “Noches de Casablanca” e muitos outros.
Como cantora, conseguiu também grandes sucessos, com a sua insinuante forma de cantar. O seu estilo pessoal era inconfundível. Boleros como “Besame Mucho” deram a volta ao mundo com a sua voz.
O seu último filme, “Cinco almohadas para una noche”, não conseguiu o sucesso das anteriores. Sara Montiel decidiu então entregar-se por inteiro ao teatro e a espectáculos musicais. Os sucessos voltaram.
Na televisão, protagonizou dois programas, “Sara y punto” e “Vem al paralelo”, sendo então considerada a indiscutível rainha do espectáculo de Barcelona e da TVE-2.
Viveu importantes relações amorosas e teve vários casamentos : com Anthony Mann, realizador de cinema norte-americano; com o industrial Vicente Ramírez Olha ; e com o «homem da sua vida», o empresário e jornalista Pepe Tous, de quem enviuvou. Sara ficou sozinha, cuidando dos dois filhos que ambos tinham adoptado.
Outros homens importantes na sua vida foram Ernest Hemingway e James Dean, com quem – dizem – viveu também um romance. Inclusivamente, teria estado a ponto de viajar com o actor, no dia em que ele sofreu o acidente que lhe tirou a vida. Teve uma relação íntima com Gary Cooper, com o qual manteve a amizade até à morte dele.
Escreveu e publicou a sua autobiografia. Adulada no mundo inteiro, Sarita Montiel foi uma lenda viva do cinema e da canção.  

segunda-feira, 9 de março de 2015

9 DE MARÇO - ORNELLA MUTI

EFEMÉRIDEOrnella Muti, de seu verdadeiro nome Francesca Romana Rivelli, actriz italiana, nasceu em Roma no dia 9 de Março de 1955. O pai era um jornalista napolitano e a mãe uma escultora estoniana. 
Foi modelo infantil. Estreou-se no cinema em 1970, com catorze anos, no filme “La Moglie Più Bella” de Damiano Damiani. Nos anos 1970/80, trabalhou com alguns dos maiores cineastas da Europa, como Volker Schlöndorff e Marco Ferreri, além de actuar em películas norte-americanas. Em França, contracenou com Alain Delon em “Mort d'un pourri” (1977).
Os seus filmes mais conhecidos são “Flash Gordon” (1979), “Um Amor de Swann” e “Crónica de uma Morte Anunciada”, baseado no livro homónimo de Gabriel Garcia Marquez, os dois últimos na década de 1980.
Em 1994, foi eleita “A Mulher Mais Bela do Mundo” por pesquisa internacional entre os leitores do magazine “Class”. Um dos seus grandes arrependimentos na carreira foi ter recusado em 1981 o papel de principal bond girl de 007.
Em 2008, lançou a sua própria linha de jóias, abrindo lojas em Paris, Milão, Riga, Moscovo e Alma Ata. Em 2012, protagonizou “To Rome with Love”, filme realizado por Woody Allen.
Em 2015, foi condenada a seis meses e meio de prisão por um tribunal italiano, por ter faltado a um espectáculo caritativo em São Petersburgo, que contava com a presença de Vladimir Putine (2010). A pena foi substituída por uma multa de 30 000 euros.
Já protagonizou mais de oitenta filmes (1970/2012) e onze séries e filmes para televisão (1986/2009). 

DAR E RECEBER (quadras)

Formatação de Fátima de Souza (Bahia)

domingo, 8 de março de 2015

8 DE MARÇO - ANTÓNIO CAMPOS

EFEMÉRIDEAntónio Pereira Campos, um dos primeiros cineastas portugueses a dedicar-se a documentários na perspectiva da antropologia visual, morreu na Figueira da Foz em 8 de Março de 1999. Nascera em Leiria no dia 29 de Maio de 1922. Ensaiou também a ficção, explorando o filme etnográfico e recorrendo às técnicas do cinema directo. No documentário, foi um dos elementos fundadores do movimento Novo Cinema em Portugal.
Integrou o Grupo Dramático Miguel Leitão, em Leiria. Foi funcionário administrativo da Escola Industrial da mesma cidade. Iniciou-se em filmes etnográficos no início dos anos 1960. Em 1961, partiu para Londres com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, instituição em que viria a trabalhar entre 1970 e 1977.
Participou no Festival de Cinema do Século XX em Cracóvia, na Polónia. Foi correspondente em Portugal da Federação Internacional dos Filmes Sobre Arte e membro da União Internacional dos Cineastas Independentes.
Começou como amador, com película de 16 mm. Explorou o filme etnográfico, sem objectivos científicos mas com interesse antropológico. Foi assistente de Paulo Rocha, na realização de “Mudar de Vida” (1966).
O conceito da antropologia visual, que ele aplicava ao cinema, foi também explorado na ficção por cineastas como João César Monteiro e António Reis e, no documentário, por Ricardo Costa e Pedro Costa. A partir da Revolução dos Cravos, realizou alguns filmes de ficção com importante conteúdo etnográfico, já em película de 35 mm.
Ao longo da sua carreira, realizou mais de 40 curtas e médias metragens (1957/93) e 5 longas-metragens (1971/92). 
Em 2013, foi homenageado postumamente pela organização do I Festival Internacional de Cinema Etnográfico, que teve lugar em Leiria e em Lisboa. Para além de várias exposições com todo o material utilizado por António Campos e dispensado pela Cinemateca, foi previsto criar um prémio com o seu nome.

sábado, 7 de março de 2015

7 DE MARÇO - STUART CARVALHAIS

EFEMÉRIDE – José Herculano Stuart Torrie de Almeida Carvalhais, artista português, nasceu em Vila Real no dia 7 de Março de 1887. Morreu na mesma cidade em 2 de Março de 1961. A sua arte era multifacetada, tendo feito carreira sobretudo como pintor, desenhador, ilustrador, caricaturista, autor de banda desenhada e artista gráfico. Dedicou-se também à fotografia, decoração, cenografia e mesmo ao cinema.
Filho de pai português, oriundo de abastadas famílias rurais do Douro, e de mãe inglesa, passou parte da infância em Espanha, regressando a Portugal em 1891. Frequentou o Real Instituto de Lisboa (1901/03); trabalhando depois como pintor de azulejos no atelier de Jorge Colaço (1905). Com uma formação convencional incipiente, Stuart Carvalhais acabou por ser sobretudo um autodidacta.
A sua primeira experiência nos jornais foi como repórter fotográfico. Publicou os primeiros desenhos no jornal “O Século”, em 1906. No ano seguinte, deu início ao trabalho em banda desenhada. Em 1911, foi um dos responsáveis pela revista humorística “A Sátira”. Colaborou na fundação da Sociedade de Humoristas Portugueses, que teve como presidente Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro (filho de Rafael Bordalo Pinheiro). Participou nas duas exposições organizadas por este grupo em 1912 e 1913 – I e II Exposições dos Humoristas Portugueses –, juntamente com Jorge Barradas e Almada Negreiros, entre outros.
Em 1912/13, esteve alguns meses em Paris, sobrevivendo precariamente. Colaborou então, como ilustrador, no jornal “Gil Blas”. Casou-se com Fausta Moreira, uma vendedeira de peixe, pouco após o regresso a Lisboa. Um ano mais tarde, nasceu o seu único filho, Raul Carvalhais.
Embora republicano e, mais tarde, antifascista, as suas críticas incidiam sobre quem as merecia, sem discriminações. Em 1914, colaborou no jornal satírico monárquico “Papagaio Real”, então sob a direcção artística de Almada Negreiros. Deu início à sua banda desenhada pioneira, intitulada “Quim e Manecas” (1915/53), a série mais longa da BD portuguesa, com mais de 500 episódios. Estas duas personagens deram origem ao primeiro filme cómico português (1916), hoje desaparecido, onde o próprio Stuart desempenhava o papel de pai de Manecas.
Os anos 1920 correspondem à época de maior sucesso de Stuart Carvalhais. Dirigiu “ABC a Rir”, publicou trabalhos na revista “Ilustração” (a cuja fundação esteve ligado), no “Diário de Lisboa”, no “Diário de Notícias”, “A Corja”, “O Espectro”, “A Choldra”, “O Sempre Fixe” e “ABC-zinho”. As encomendas foram então muitas e a sua actividade gráfica diversificou-se, incluindo a feitura de postais ilustrados e diversos trabalhos para o Bristol Clube e para a casa de edição musical Sassetti.
Venceu dois prémios em concursos internacionais (Itália e Espanha), participando com uma pintura na decoração do café A Brasileira do Chiado (1925).
Ainda na área da imprensa, houve colaboração artística de sua autoria em diversos jornais e revistas, nomeadamente na “Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha” (1888/98) e na sua continuação, a “Gazeta dos Caminhos de Ferro” (1899/1971), nas revistas “Illustração portugueza” (iniciada em 1903), “O século cómico” (1913/21), “Contemporânea” (1915/26), “O riso d’a vitória” (iniciada em 1919), “O domingo ilustrado” (1925/27) e na edição mensal do “Diário de Lisboa” (1933).
Em 1932, realizou – na Casa da Imprensa – a sua única exposição individual. Em 1948, foi-lhe atribuído o Prémio Domingos Sequeira na exposição do SNI.
Trabalhou para o teatro, como cenógrafo e figurinista. Experimentou a realização em cinema (“O Condenado”), desdobrando-se ainda como actor, decorador e gráfico.
A sua vida pessoal foi ensombrada pelo alcoolismo e a instabilidade financeira, que o forçaram mesmo à experimentação de materiais inesperados, não ortodoxos, desde suportes aproveitados (papel de embrulho e tampas de caixotes), até tintas e materiais riscadores improvisados (café, vinho, paus de fósforo queimados, etc.). 

sexta-feira, 6 de março de 2015

6 DE MARÇO - ANDRZEJ WAJDA

EFEMÉRIDEAndrzej Wajda, realizador cinematográfico polaco, nasceu em Suwałki no dia 6 de Março de 1926.
Começou a estudar cinema na Academia das Belas Artes de Cracóvia, logo após a Segunda Guerra Mundial, na qual participou alistando-se no Exército Polaco em 1942 (com 16 anos). Estudou depois na Escola de Cinema de Łódź. Iniciou-se como realizador com a Geração de 1955.
Próximo das ideias liberais do sindicato Solidarność, tornou-se amigo de Lech Wałęsa. Foi frequentemente incomodado pelas autoridades, por evocar uma Polónia em crise que ansiava pela liberdade e pela democracia, tema que ele abordou nomeadamente nos filmes “O Homem de Mármore” e “O Homem de Ferro”.
A história e a política da Polónia são dominantes na sua obra, sendo considerado uma sumidade artística, tanto antes como depois da era comunista. Fez parte do Senado eleito em 1989. 
Foi também cenarista de teatro. A sua obra e a sua vida cinematográfica foram recompensadas com inúmeros prémios e distinções. Saliente-se uma Palma de Ouro no Festival de Cannes (1981), dois Césars, três BAFTA e Melhor Realizador no Festival de Moscovo de 1970. É membro da Academia das Artes de Berlim e da Academia de Belas Artes do Instituto de França; recebeu a Ordem do Sol Nascente Japonesa; é Comendador da Legião de Honra e da Ordem das Artes e Letras Francesa e da Ordem do Mérito Alemã. Recebeu a Medalha de Oiro do Mérito Cultural da Polónia (Gloria Artis).
Em Abril de 2000, Andrzej Wajda doou a estatueta do Oscar Honorário, que havia recebido naquele mesmo ano, ao Museu da Universidade Jaguelónica, em Cracóvia.
Em 2013, realizou “O Homem do Povo”, uma biografia filmada do seu amigo Lech Wałęsa.

quinta-feira, 5 de março de 2015

5 DE MARÇO - PEDRO HOMEM DE MELLO

EFEMÉRIDEPedro da Cunha Pimentel Homem de Mello, poeta, professor e folclorista português, morreu no Porto em 5 de Março de 1984. Nascera na mesma cidade em 6 de Setembro de 1904.
Tendo por origem uma família fidalga, foi – desde cedo – imbuído de ideais monárquicos, católicos e conservadores. Foi um sincero amigo do povo e a sua poesia é disso reflexo.
Estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, tendo acabado por se licenciar na Universidade de Lisboa, em 1926. Exerceu a advocacia, foi subdelegado do Procurador-Geral da República e, posteriormente, professor de Português em escolas técnicas do Porto (Mouzinho da Silveira e Infante D. Henrique), tendo sido director da Mouzinho da Silveira.
Foi um entusiástico estudioso e divulgador do folclore português, criador e patrocinador de diversos ranchos folclóricos minhotos, tendo sido, durante os anos 1960/70, autor e apresentador de um popular programa na RTP sobre esta temática.
Foi um dos colaboradores da revista “Presença”, tendo também colaborado na revista “Altura” (1945) e no semanário “Mundo Literário” (1946/48). Apesar de elogiada por numerosos críticos, a sua vastíssima obra poética, eivada de um lirismo puro e pagão (claramente influenciada por António Botto e Federico García Lorca), está injustamente votada ao esquecimento. Entre os seus poemas mais famosos destacam-se Povo que Lavas no Rio e Havemos de Ir a Viana, imortalizados por Amália Rodrigues, e O Rapaz da Camisola Verde.
Afife (Viana do Castelo) foi a sua terra de adopção. Ali viveu durante anos, num local paradisíaco, no Convento de Cabanas, junto ao rio com o mesmo nome. Aqui escreveu grande parte da sua obra, cantando os costumes e as tradições de Afife e da Serra de Arga.

PRISIONEIRO PRÓPRIO


quarta-feira, 4 de março de 2015

4 DE MARÇO - ALFREDO BENSAÚDE

EFEMÉRIDEAlfredo Bensaúde, mineralogista, engenheiro e professor universitário português, reformador do ensino tecnológico em Portugal no início do século XX e fundador do Instituto Superior Técnico (Lisboa), nasceu em Ponta Delgada, Açores, no dia 4 de Março de 1856. Morreu na mesma cidade em 1 de Janeiro de 1941.
Era filho de José Bensaúde, importante industrial açoriano de origem judaica, e irmão de Joaquim Bensaúde, destacado historiador dos Descobrimentos Portugueses, e de Raul Bensaúde, famoso médico em Paris.
Depois de fazer os estudos preparatórios em Ponta Delgada, foi enviado pelo pai para a Alemanha, aos 15 anos de idade. Ingressou na Escola Técnica Superior de Hanôver e, seguidamente, na Escola de Minas de Clausthal-Zellerfeld, onde obteve o grau de engenheiro em 1878.
Permaneceu na Alemanha, prosseguindo estudos na Georg-August-Universität Göttingen, onde – em 1881 – se doutorou. A sua dissertação versou a cristalografia do mineral perovskite então descoberto na Rússia e foi premiada e publicada pelo governo alemão.
A partir de 1884, fixou-se em Lisboa, sendo nomeado professor de Mineralogia e Geologia no Instituto Industrial e Comercial de Lisboa. Imbuído dos métodos práticos com que estudara na Alemanha, introduziu os métodos laboratoriais de ensino, revolucionando a forma de ensino das disciplinas que regia. Foi o introdutor em Portugal do ensino da Cristalografia e das modernas técnicas de Petrografia.
Após a implantação da República, foi convidado para instalar o Instituto Superior Técnico, do qual foi professor e primeiro director. Nestas funções, teve oportunidade de renovar os métodos de ensino da engenharia em Portugal. Dirigiu o IST desde a sua fundação em 1911 até 1922, ano em que se retirou para Ponta Delgada, onde – devido ao falecimento do pai – assumiu a administração das empresas que este havia fundado na ilha de São Miguel.
Residindo em Ponta Delgada, mas de onde se ausentava com frequência em visitas ao estrangeiro, manteve a sua actividade intelectual, colaborando com diversas instituições locais e dedicando-se ao estudo da mineralogia açoriana. Neste período descreveu a açorite, um mineral aparentado com o zircónio, comum nas rochas vulcânicas.
Alfredo Bensaúde foi admitido como sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa em 1893 e como sócio efectivo em 1911. Em 1929, foi declarado académico emérito.
Publicou muitos artigos sobre assuntos da sua especialidade e também trabalhos sobre a reforma pedagógica do ensino das Ciências Naturais e da Engenharia. Algumas das suas obras são marcos importantes no património pedagógico de Portugal, entre elas as “Notas Histórico-Pedagógicas sobre o Instituto Superior Técnico” (1922), onde propôs uma reestruturação pedagógica profunda, com destaque para o aumento do número de laboratórios.
Paralelamente à sua actividade científica e empresarial, teve como hobby a construção e restauro de violinos. A paixão pelos violinos terá surgido quando assistiu em Hanôver à repetição das experiências de acústica do médico e físico francês Félix Savart. Construiu o seu primeiro violino em 1874, ano em que frequentou a oficina do construtor de violinos dinamarquês Jacob Eritzoe, que fora – durante muitos anos – contramestre da oficina de August Riechers, em Berlim. Chegou a interromper os estudos no ano lectivo de 1874/75, para aprender a arte de construir violinos. Aplicava um verniz de composição sua, com transparência e brilho característicos.
Foi distinguido como Grande Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada e da Ordem da Instrução Pública.
Era casado com Jane Oulman Bensaúde, autora de livros didácticos, sendo pai da bióloga Matilde Bensaúde.

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Aposentado da Aviação Comercial, gosto de escrever nas horas livres que - agora - são muitas mais...