domingo, 30 de novembro de 2008

EFEMÉRIDENina Ricci, de seu verdadeiro nome Maria Adelaide Nielli, um dos designers de alta-costura mais famosos do seu tempo, francesa de origem italiana, faleceu em 30 Novembro de 1970. Nascera em Turim, no dia 14 de Janeiro 1883.
A família mudou-se para Florença quando ela tinha 5 anos de idade. Ali estudou e só se fixou em França sete anos depois. Casou-se com o joalheiro Luigi Ricci de quem teve um filho.
Aprendeu alta-costura e abriu a sua primeira casa de Moda em Paris, em 1932. O seu estilo era clássico e muito sofisticado, com um acabamento perfeito, agradando sobretudo à clientela internacional. O filho assumiu a direcção dos negócios de 1945 a 1963, ano em que Gérard Pipart passou a ser o director.
Nina Ricci criou também uma linha de prestigiados perfumes, entre os quais “L’Air du Temps” que é considerado um clássico da perfumaria. Passou parte da sua vida numa casa “art deco” em Morlaix, no litoral de Dossen. Lidou com muitas personalidades célebres, entre as quais o pintor Andy Warhol.

sábado, 29 de novembro de 2008

EFEMÉRIDELouisa May Alcott, romancista norte-americana que se dedicou sobretudo à literatura juvenil, nasceu em Germantown, na Pensilvânia, em 29 de Novembro de 1832. Faleceu em Boston no dia 6 de Março de 1888.
Foi ensinada pelo pai, filósofo e educador, tendo oportunidade de conviver com notáveis intelectuais da sua época.
Apesar de ter o sonho de ser um dia actriz, acabou por se tornar escritora, começando por se inspirar nas suas próprias experiências.
Mulherzinhas”, publicado em 1868, é o seu romance mais famoso, tendo sido adaptado ao cinema em 1994 sob o título “Adoráveis Mulheres”. Traça o quadro da vida americana na segunda metade do século XIX. O livro teve tal sucesso que ela publicou uma “continuação” da sua história.
O seu Diário Íntimo e a sua Correspondência foram igualmente publicados. Além de livros para crianças, publicou também outros romances sob o pseudónimo “A. M. Barnard”.
Em 1862, durante a Guerra Civil, alistou-se como enfermeira em Georgetown, uma cidade perto de Washington. Assim descobriu os horrores da guerra. Além dos cuidados de enfermagem, ocupava-se igualmente em escrever cartas ditadas pelos soldados ou a anunciar a morte de algum deles. Contraiu a febre tifóide e regressou a casa, cansada e traumatizada. Nunca se recompôs totalmente, tendo perdido para sempre a sua antiga energia. Isso devia-se certamente ao facto de ter tomado um medicamento à base de mercúrio, extremamente nocivo para a saúde. A mãe morreu-lhe nos braços em 1877.
Em 1879 Louisa teve a grande honra de ser a primeira mulher registada nos cadernos eleitorais de Concord. Há muito que ela tentava convencer as Mulheres da importância do Direito de Votar.
No dia 1 de Março de 1888 visitou o pai que estava quase moribundo. No dia seguinte Louisa sentiu uma terrivel dor na cabeça e perdeu a consciência. O pai faleceu em 4 de Março e ela dois dias depois.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEFriedrich Engels, filósofo e teórico socialista alemão, nasceu em Wuppertal no dia 28 de Novembro de 1820. Morreu em Londres, em 5 de Agosto de 1895. Foi co-autor de diversas obras com Marx, sendo a mais conhecida o “Manifesto Comunista” (1847/48). Ajudou a publicar, após a morte de Marx, os dois últimos volumes de “O Capital”, principal obra do seu amigo e colaborador.
Escreveu livros de profunda análise social, sabendo descrever a sociedade de forma muito eficiente e influenciando diversos autores.
Depois de completar o curso de liceu em Elberfeld, começou a trabalhar, estudando simultaneamente Filosofia. Aproximou-se particularmente da filosofia de Hegel, que era predominante naquela época.
Desde o primeiro encontro com Karl Marx, descobriram que partilhavam as mesmas ideias e decidiram colaborar estreitamente.
Na juventude, Engels ficara muito impressionado com a miséria em que viviam os trabalhadores das fábricas pertencentes à sua família. Tendo assumido durante alguns anos a direcção de uma das fábricas do pai em Manchester, as observações nesse período formaram a base de uma das suas principais obras: “A situação das classes trabalhadoras na Inglaterra” (1845).
Quando Marx foi expulso de França, instalaram-se os dois na Bélgica, onde a liberdade de opinião era maior do que nos outros países europeus. Em virtude da Revolução de 1848, os dois foram no entanto expulsos da Bélgica e mudaram-se para Colónia, onde fundaram o jornal “Nova Gazeta Renana”. Em 1849 foram obrigados a abandonar a Alemanha e partiram para Londres.
Para ajudar financeiramente Karl Marx, Engels voltou a trabalhar com o pai em Manchester, regressando a Londres em 1870. Começou a interessar-se também pelo feminismo, considerando que «o casamento monogâmico era o resultado da dominação do homem sobre a mulher».
Desde 1864, militou no seio da “Primeira Internacional” até à sua dissolução em 1876. Trabalhou então no sentido de unificar os partidos operários marxistas no seio da “Segunda Internacional”.
Pelos seus escritos, pela sua militância e pelo seu trabalho na publicação de textos importantes de Marx, ele representa para muitos a maior referência do Marxismo.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Chewing gum para mulheres...

EFEMÉRIDEAda Lovelace (Augusta Ada King, Condessa de Lovelace), de nacionalidade britânica, autora do primeiro programa que pôde utilizar uma máquina analítica, faleceu na capital britânica em 27 de Novembro de 1852. Nascera, também em Londres, no dia 10 de Dezembro de 1815.
Ada era a única filha legítima do poeta Lord Byron e entrou para a história como a primeira mulher “programadora”.
Casou-se aos 20 anos, assumindo o nome do marido e o título de Condessa de Lovelace. Entre 1842 e 1843, durante nove meses, criou um algoritmo para o cálculo da sequência de Bernoulli, usando a máquina do cientista Charles Babbage.
Durante o período em que esteve envolvida no “Projecto de Babbage”, desenvolveu os algoritmos que iriam permitir que uma máquina pudesse computar os valores de funções matemáticas. Publicou igualmente uma colecção de notas sobre aquela máquina analítica.
Ada faleceu aos 36 anos de doença oncológica no útero. Ficou célebre sobretudo nos países anglo-saxões e na Alemanha. Ela foi afinal a primeira mulher a actuar de forma determinante no domínio da “informática”. Em 1953, quase cem anos depois da sua morte, a máquina de Babbage foi redescoberta e o seu projecto, juntamente com as notas de Ada, entraram para história como o primeiro computador e o primeiro software que tinham sido criados.
Em 1980, o Departamento de Defesa dos EUA registou a “linguagem de programação ADA”, em sua homenagem. O retrato de Ada aparece nos hologramas de autenticação dos produtos Microsoft.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEAdam Bernard Mickiewicz, um dos poetas e escritores polacos mais conhecidos, faleceu em Istambul no dia 26 de Novembro de 1855. Nascera em Nowogrodek, na região histórica da união Polónia - Lituânia, actualmente Nawahradak na Bielorrússia, em 24 de Dezembro de 1798.
Fez estudos científicos e filológicos na Universidade de Wilno e participou na fundação de organizações da juventude progressista e patriótica.
Adam Mickiewicz foi um grande criador e um dos maiores poetas românticos europeus. É celebrado na Polónia como um dos pais espirituais da literatura polaca moderna.
Levou uma vida tranquila, ultrapassando decepções amorosas e mesmo uma viuvez precoce, com um notável domínio de si próprio. Os seus sucessos literários e o engajamento político deram-lhe o estatuto de chefe moral reconhecido por toda a nação polaca.
A obra literária de Mickiewicz ocupou apenas quinze anos da sua vida, mas foi o suficiente para o imortalizar.
Exilou-se na Rússia de 1824 a 1829, ano em que se instalou em França. Nos anos 1839/1840 ensinou Literatura Latina em Lausanne na Suíça, antes de ser nomeado professor de Literatura Eslava.
Morreu bruscamente, vítima da cólera, em Istambul, onde tinha ido juntar-se à colónia polaca que vivia em Polonezköy, durante a Guerra da Crimeia. Os seus restos mortais foram levados para Paris e, em 1890, transferidos para Cracóvia onde foram inumados solenemente na Catedral de Wawel.
De duas das suas obras foram feitas óperas por Conrad Wallenrod.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Modernices...

EFEMÉRIDEYukio Mishima, pseudónimo de Kimitake Hiraoka, novelista e dramaturgo japonês, faleceu em 25 de Novembro de 1970. Nascera em Tóquio no dia 14 de Janeiro de 1925.
Ainda criança, foi separado dos pais e passou a viver com a avó paterna. A avó mal deixava a criança sair de casa, de tal forma que Kimitake teve uma infância muito isolada. Alguns dos seus biógrafos afirmam que foi logo, nessa época, que ele começou a interessar-se pelo Teatro Kabuki e a sentir-se obcecado pelo tema da morte.
Aos doze anos voltou a viver com os pais, desenvolveu uma relação muito forte com a mãe (que o encorajou a ler) e começou a escrever as suas primeiras histórias. Foi matriculado num colégio de elite em Tóquio, o “Peers”. Lia com voracidade obras de Óscar Wilde, Rainer Maria Rike e de clássicos japoneses. Seis anos depois, publicou numa revista literária um conto, que posteriormente foi editado em livro. O pai era totalmente contra as pretensões literárias do filho, chegando a destruir o que ele escrevia, em frequentes incursões pelo seu quarto. Kimitake adoptou muito cedo o pseudónimo Yukio Mishima, para tentar ocultar os seus trabalhos literários do conhecimento paterno. Forçado pelo pai, matriculou-se na Universidade de Tóquio onde se licenciou em Direito. Após completar o Curso conseguiu um bom emprego no Ministério das Finanças. Tornou-se, no entanto, tão triste e desgostoso que, por fim, o pai decidiu aceitar o seu desejo de seguir uma carreira literária. O pai, um sujeito rude e disciplinador, teria dito que, «para ele ser escritor, teria de ser o melhor escritor que o Japão jamais vira». Mishima conheceu então Yasunari Kawabata (futuro Prémio Nobel) que o incentivou a prosseguir a sua carreira nas Letras , introduzindo-o mesmo em círculos literários.
Mishima tinha 24 anos quando publicou “Confissões de Uma Máscara”, a história (autobiográfica?) de um jovem talento homossexual que precisava de se esconder atrás de uma máscara para evitar a sociedade. O romance teve enorme êxito, o que o levou à celebridade. Seguiram-se outras publicações e traduções, que o tornaram internacionalmente conhecido, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. Foi nomeado por três vezes para o Prémio Nobel de Literatura.
Redigiu entre 1965 e 1970 as obras que ele considerava mais importantes e um ciclo de quatro romances intitulado “O Mar da Fertilidade”.
Nos últimos dez anos de vida, actuou como actor em filmes e co-dirigiu uma adaptação cinematográfica de um dos seus romances (“Patriotismo”).
Em 25 de Novembro de 1970, entregou ao seu editor o 4º volume do “Mar da Fertilidade” (“O Anjo em Decomposição”) e suicidou-se em seguida, segundo um ritual japonês.
Tinha publicado cerca de quarenta romances, num total de uma centena de livros: ensaios, 20 recolhas de novelas e 28 peças de teatro.
A sua vida privada era ambígua, pois assumia a homossexualidade nos livros e negava-a na vida real.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Quem não gosta de carinhos, né??


Quantos rostos consegue ver neste desenho?
Se conseguiu ver 10 está correcto

REVOLTA DAS GALINHAS - Mais uma manifestação em Lisboa!...
EFEMÉRIDEAntónio Gedeão, de seu verdadeiro nome Rómulo Vasco da Gama de Carvalho, professor, pedagogo, autor de manuais escolares, investigador e poeta, nasceu em Lisboa no dia 24 de Novembro de 1906. Faleceu na capital portuguesa, em 19 de Fevereiro de 1997. Os seus poemas mais conhecidos são "Pedra Filosofal" e "Lágrima de Preta".
Foi Académico efectivo da Academia das Ciências de Lisboa e Director do Museu Maynense da mesma Academia.
Da sua obra fazem parte livros sobre a História da Ciência e da Educação, de Poesia, de Ficção, de Teatro e Ensaios.
Fez a instrução primária no Colégio de Santa Maria, em Lisboa. Entre 1917 e 1925 estudou no Liceu Gil Vicente. Em 1925 matriculou-se no Curso Preparatório de Engenharia Militar da Faculdade de Ciências de Lisboa. Em 1928 mudou-se para o Porto, onde se inscreveu no Curso de Ciências Físico-Químicas da Faculdade de Ciências, que concluiu em 1931.
Iniciou a actividade docente no Liceu de Camões (Lisboa), continuando no Liceu D. João III (Coimbra) e, depois no Liceu Pedro Nunes (Lisboa). A partir de 1946 foi um dos directores da “Gazeta de Física”, órgão da Sociedade Portuguesa de Física.
Em 1952 começou a publicar uma colecção de livros de divulgação onde, sob a forma de pequenas histórias, se referia à descoberta de importantes instrumentos científicos. Em 1953 publicou o Compêndio de Química para o 3º ciclo.
Em 1956 publicou, com o pseudónimo de António Gedeão, o seu primeiro livro de poesia “Movimento Perpétuo”, seguido de “Teatro do Mundo” em 1958 e “Máquina do Fogo” em 1961. Em 1963 publicou a peça de teatro “RTX 78/24”.
Em 1964, para comemorar o 4º Centenário do nascimento de Galileo Galilei, escreveu o "Poema para Galileo", que foi traduzido para italiano e publicado em edição bilingue pelo Instituto Italiano di Cultura. Este poema, musicado e cantado por Manuel Freire, conheceu uma grande popularidade, tal como a “Pedra Filosofal” e a "Lágrima de Preta".
Em 1965 foi co-director da revista “Palestra” do Liceu Pedro Nunes. Em 1967, publicou novo livro de poesias “Linhas de Força”. Foi membro da direcção do “Boletim do Ensino Secundário” do Ministério da Educação (de 1973 a 1975).
Em 1974 concluiu 40 anos de actividade docente e aposentou-se. Em 1984 publicou “Poemas Póstumos”, seguidos em 1990 pelos “Novos Poemas Póstumos”.
Em 10 de Junho de 1987 foi agraciado pelo Presidente da República, com o grau de Grande Oficial da Instrução Pública.
Em 1996 foi promovida uma Homenagem Nacional a Rómulo de Carvalho/António Gedeão e o Presidente da República atribuiu-lhe a Grã-cruz da Ordem de Mérito de Santiago da Espada. Em 18 de Dezembro de 1996 recebeu a Medalha de Mérito Cultural.

domingo, 23 de novembro de 2008

EFEMÉRIDECornelius Ryan, jornalista e escritor americano de origem irlandesa, faleceu em 23 de Novembro de 1974. Nascera em Dublin no dia 5 de Junho de 1920. É conhecido principalmente pelas suas obras sobre a história militar, particularmente da 2ª Guerra Mundial.
Os seus dois livros mais conhecidos são “O Dia Mais Longo” (1959), que conta a história do “dia D” quando do desembarque na Normandia, e “Uma Ponte demasiado Longe”, sobre a operação aliada “Market Garden” em Setembro de 1944 na Holanda. Os dois foram transpostos para o cinema (1962 e 1977) com bastante êxito.
Nascido em Dublin, mudou-se para Londres em 1941. Depois de uma passagem pela agência noticiosa Reuters, foi correspondente de guerra do “Daily Telegraph”. Cobriu a guerra aérea na Europa e juntou-se depois ao exército do general Patton, fazendo a cobertura do conflito até ao fim. Após o armistício, partiu para o Pacífico (1945) e para Jerusalém no ano seguinte.
Emigrou para os Estados Unidos em 1947, afim de trabalhar no “Time magazine”, no “Newsweek” e no “Collier's “, naturalizando-se americano tempos mais tarde. Ficaram famosas as suas reportagens sobre os programas espaciais norte-americanos. Em 1956 ganhou três prémios, galardoando trabalhos jornalísticos: o “Benjamin Franklin award” , o “Overseas Press Club Award” e o “University of Illinois award”. Foi neste mesmo ano que começou a escrever “O Dia Mais Longo”. Quando foi publicado, foi um best-seller. Seguiu-se “A Última Batalha” (1965) sobre a batalha de Berlim.
Em 1970 foi atingido por uma doença cancerosa e, apesar dos efeitos das sessões de quimioterapia, ainda conseguiu escrever “Uma Ponte demasiado Longe”. Foi publicado em 1974, mas Ryan morreu durante a tournée promocional do livro.
As notas que ele tomou durante a sua doença foram compiladas e publicadas por sua esposa em 1976, sob o título “Batalha Privada”.
Recebeu a Legião de Honra Francesa e foi nomeado Doutor Honoris Causa na Universidade de Ohio, onde está guardado o seu espólio literário (Biblioteca Alden).

sábado, 22 de novembro de 2008

As crianças guardam tudo...

BROA DE AVINTES – 2008
(Quadras)

1

Pequena, densa e pesada
Tem um sabor divinal:
- Uma broa apreciada
Ao longo de Portugal.

2

Com a longa cozedura,
Esta broa tão gostosa
Torna a vida menos dura
E Avintes mais famosa.

3

Oh padeirinha de Avintes
Vende-me a tua broa
Para a comer com requintes
Lá p’ras bandas de Lisboa

4

Quando fores a Avintes
Não deixes de trazer broa
P’ra eu comer com requintes
Quando voltares a Lisboa

5

Parecemos uns pedintes
Ao rogar assim à toa
P’ra nos trazerem de Avintes
Uns nacos da tua broa
.
.
Gabriel de Sousa

Escolha bem com quem brincar...

EFEMÉRIDEGeorge Eliot, pseudónimo de Mary Ann Evans, novelista e romancista britânica, nasceu em Nuneaton, no dia 22 de Novembro de 1819. Morreu em Londres, em 22 de Dezembro de 1880.
A jovem Marian (contracção de Mary e Anne) começou muito cedo a frequentar a biblioteca do castelo onde trabalhava o seu pai. Assim fez a sua educação literária, lendo entre outros Walter Scott e Shakespeare. Aos treze anos foi enviada para uma escola de religiosas em Coventry, onde aprendeu francês. A religião passou a ter igualmente uma grande influência na sua vida.
O seu primeiro trabalho literário foi a tradução da “Vida de Jesus” de David Strauss, em 1846.
Escolheria mais tarde um pseudónimo masculino, porque «desejava que a sua obra fosse levada mesmo a sério». Havia quem dissesse porém que o facto se devia a querer resguardar a sua vida privada (e atribulada) da curiosidade do público.
Depois da morte dos pais partiu para a Suíça. Tempos mais tarde regressou a Londres e decidiu dedicar-se inteiramente à escrita. Instalou-se na casa do editor da sua tradução da “Vida de Jesus”, que acabava de comprar o jornal “The Westminster Review", e tornou-se sua assistente em 1851. Embora ele fosse casado, ela “aproximou-se” demais dele e o facto, depois de conhecido, escandalizou os meios literários londrinos.
Marian acabou por se apaixonar por Herbert Spencer, também escritor, e chefe de redacção do jornal “The Economist”. O amor não foi retribuído por ele a achar “muito feia”. Em 1854, passou a viver com o filósofo e crítico George Henry Lewes, também casado e que conhecera em 1851. Deslocou-se com ele à Alemanha, numa espécie de lua-de-mel. Marian afastou-se cada vez mais dos círculos literários e consagrou-se inteiramente aos livros, que iriam ser publicados sob o pseudónimo George Eliot.
O tema principal dos seus romances é a vida das pessoas simples, que retrata com uma fina sensibilidade, reconhecida por várias gerações de leitores. Eliot é uma das maiores escritoras da época vitoriana. Desenvolveu o método de análise psicológica, muito característico da ficção moderna. O seu livro “Middlemarch”, publicado em 1872, é considerado um dos maiores romances do século XIX.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Moscas amestradas...

EFEMÉRIDEIsaac Bashevis Singer, de seu verdadeiro nome Icek-Hersz Zynger, escritor americano de origem polaca, Prémio Nobel da Literatura em 1978, nasceu em Leoncin, uma vila habitada sobretudo por judeus, perto de Varsóvia, em 21 de Novembro de 1902. Faleceu em Miami, na Florida, em 24 de Julho de 1991, vítima de um acidente vascular cerebral. Isaac tinha um irmão e uma irmã igualmente escritores.
A família mudou-se em 1908 para Krochmalna-Street, o bairro dos judeus pobres de Varsóvia, onde Singer cresceu.
Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, a família teve de se separar, tendo Isaac ficado com a mãe e o irmão mais novo. Em 1921, voltou para Varsóvia, onde passou a frequentar o Seminário para Rabinos de Tachkemoni. Acabou por desistir de se tornar rabino, como o seu pai e o avô materno, porque nem a profissão nem a escola despertavam o seu interesse. Voltou então para Bilgora, onde tentou sustentar-se dando aulas de Hebraico. Desistiu também, voltando de novo para casa dos pais. Em 1923 foi trabalhar como revisor no jornal “Literarische Bleter” de Varsóvia.
A primeira história escrita por Singer ganhou o Prémio Literário do Jornal “Literarishe Bletter”. O seu primeiro romance, “Satã em Goray”, foi publicado em fascículos, na revista “Globus” (1932).
Afim de fugir às perseguições que se abatiam sobre os judeus, deixou a Polónia e fixou-se nos Estados Unidos da América em 1935, tornando-se cidadão americano em 1943.
Ganhou duas vezes o Prémio Louis Lamed, o National Book Award em 1974 e o Prémio Nobel quatro anos depois.
Durante a sua carreira literária publicou dezoito romances, catorze livros para crianças e várias recolhas de novelas. A sua obra romanesca, bastante densa e rica, tem por temas principais a história do povo judeu, as lembranças da infância e a sua experiência americana.
Em 1983 Barbra Streisand adaptou ao cinema a sua novela “Yentl”.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

JESUS
(quadras)

1

A Virgem Mãe embalou
Jesus p’ró adormecer
E nunca sequer sonhou
Que Ele na cruz ia morrer.

2

Menino em palhas nascido,
A Virgem Mãe embalou.
Futuro será sofrido
E tanto Bem que pregou!
.
.
Gabriel de Sousa
EFEMÉRIDE Selma Ottilia Lovisa Lagerlöf, escritora sueca, nasceu em Mårbacka, Östra Amtervik, no oeste da Suécia, em 20 de Novembro de 1858. Faleceu na mesma localidade em 16 de Março de 1940.
Selma nasceu com um defeito na perna esquerda, vendo-se impedida de andar a partir dos três anos de idade. Passou a infância quase sem brincar, ouvindo apenas as histórias e as lendas que as pessoas mais velhas lhe contavam. Em determinado Verão, viajou com a família para umas termas, em Stromstad, onde conheceu a esposa do capitão de um navio. Ao ser convidada para visitar o barco, Selma viu uma ave-do-paraíso e, na sua inocência infantil, achou que ela seria capaz de fazer milagres. A verdade é que, repentinamente, voltar a andar, apesar de continuar com dificuldades, devido às dores que sentia na perna.
Aos 15 anos, depois de uma infância dedicada à leitura, Selma decidiu que seria escritora e escreveu milhares de versos. Em 1880, a situação financeira da família entrou em declínio e ela teve de começar a fazer pequenos trabalhos para subsistir. Em 1882, entrou para uma escola que formava professoras e que se preocupava com as causas feministas.
Aos 27 anos, foi nomeada professora de História em Landskron, onde se manteve durante dez anos. Uma baronesa incentivou-a a publicar os seus versos na “Dagny”, revista literária feminista por ela fundada. Em 1890, participou num concurso de contos, com alguns capítulos de um romance que estava a escrever, e ganhou o seu primeiro prémio em dinheiro. Em 1891, publicou o romance completo (A Saga de Gosta Berling).
Após o sucesso deste livro, publicou três anos mais tarde “Os Laços Invisíveis”, uma colecção de contos. Nessa ocasião, em Estocolmo, Selma conheceu Sofia Elkan, escritora de romances históricos, com a qual iria manter correspondência e amizade até ao fim dos seus dias. Escreveu por essa época “Os Milagres do Anticristo” e “Lenda de uma Quinta Senhorial”.
Entre 1900 e 1902, publicou os dois volumes de “Jerusalém”, após uma viagem ao Egipto e à Palestina. Posteriormente, escreveu “Escudos do Senhor Arne”, “As Lendas de Jesus Cristo” e “O Livro das Lendas”. Já então era considerada uma das maiores escritoras suecas.
Alfred Dalin, director da escola de Husqvarna, propôs que ela escrevesse um livro para crianças das escolas primárias, que ensinasse a história e a geografia da Suécia. Selma aceitou, fazendo extensas pesquisas e viagens de estudo. Escreveu esta obra entre 1906 e 1907 (A maravilhosa viagem de Nills Holgersson através da Suécia), que teve enorme êxito.
Em 1904 recebeu a Medalha de Ouro da Academia Sueca; em 1907 foi nomeada Doutora Honoris Causa da Universidade de Uppsala; em 1909 foi galardoada com o Prémio Nobel de Literatura, sendo a primeira mulher a recebê-lo. Em 1914, entrou para a Academia Sueca, sendo igualmente a primeira mulher que ali teve acesso.
Publicou muitos mais livros, entre os quais “O Imperador de Portugal”, todos bem recebidos pela crítica e pelo público. Durante a velhice, publicou apenas volumes de memórias.
A literatura sueca, que tinha estado dominada pelo realismo naturalista, voltou ao romantismo com as obras de Selma Lagerlöf. Ela era vista, popularmente, como uma narradora de contos e de lendas populares.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Leite versus Vinho

EFEMÉRIDEJosé Raúl Capablanca y Graupera, famoso xadrezista cubano, Campeão do Mundo entre 1921 e 1927, nasceu em Havana no dia 19 de Novembro de 1888. Morreu em Nova Iorque, em 8 de Março de 1942. Capablanca era referido por vários especialistas da modalidade como o Mozart do xadrez, tal o brilhantismo que evidenciava.
Teria aprendido as regras do xadrez aos quatro anos, observando o pai a jogar. Com doze anos derrotou o campeão de Cuba, Juan Corzo y Príncipe.
Em 1909, aos vinte anos, Capablanca venceu o campeão dos Estados Unidos, Frank Marshall. Dois anos mais tarde, incentivado por este, disputou o Torneio de San Sebastian, em Espanha, um dos mais importantes de então. Para surpresa de quem o não conhecia, foi ele que venceu o torneio.
Em Setembro de 1913, Capablanca obteve um lugar no Gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros cubano, onde tinha como única tarefa a de jogar xadrez. Defrontou então os melhores jogadores europeus, provando a sua superioridade.
Em 1920, o Campeão do Mundo Lasker, verificando que Capablanca estava demasiado forte para ele, desistiu do título em seu favor. Apesar disso, Capablanca queria vencê-lo mesmo num tabuleiro, o que só conseguiu no ano seguinte, ganhando o título de Campeão do Mundo sem derrotas. Isto só viria a repetir-se em 2000, quando Vladimir Kramnik venceu Garry Kasparov.
Após ter perdido o título em 1928, Capablanca venceu ainda vários torneios de prestígio, retirando-se do xadrez de alto nível em 1931.
O seu maior adversário foi o também famoso Alekhine, chegando a existir uma raiva mútua. Nunca eram vistos sentados junto ao tabuleiro por mais de alguns segundos, pois cada um fazia a sua jogada e levantava-se logo de seguida.
Durante o torneio AVRO de 1938, sofreu um pequeno ataque cardíaco. Conseguiu ainda obter grandes resultados na Olimpíada de Xadrez de 1939, em Buenos Aires.
Na tarde de 7 de Março de 1942, no Clube de Xadrez de Manhattan, Capablanca sentiu subitamente uma forte dor de cabeça e começou a perder a consciência. Foi levado de urgência para um hospital, morrendo na manhã seguinte de hemorragia cerebral. Havana enterrou-o como herói nacional, com honras de Estado.
Ainda hoje é considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos. As suas características principais eram a rapidez de raciocínio, a quase ausência de erros e uma grande qualidade nos finais e no estilo posicional. Esteve invicto durante oito anos consecutivos, de 1916 a 1923, com uma série de 63 jogos sem perder.
Não fundou uma nova “escola”, mas o seu estilo influenciou muito o jogo de dois campeões do mundo: Bobby Fischer e Anatoly Karpov. O seu livro “Chess Fundamentals” é considerado o melhor livro de xadrez alguma vez escrito.
Capablanca pensava que, com a quase ausência de erros e com o aumento de jogadores de nomeada, o Xadrez estava a encaminhar-se para uma época em que só haveria empates, o que levaria ao fim da modalidade. Chegou a propor uma alteração das regras para o tornar mais complicado, aumentando o número de casas do tabuleiro e acrescentando mais duas figuras.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEPierre Bayle, filósofo e escritor francês, nasceu em Carla-le-Comte no dia 18 de Novembro de 1647. Morreu em Roterdão, onde se encontrava exilado, em 28 de Dezembro de 1706.
Educado pelo pai, que era pastor protestante, aprendeu grego e latim. Devido à pobreza da família, teve de esperar pelo fim dos estudos do irmão, para se poder inscrever na Academia de Puylaurens. Em 1669, entrou no Colégio dos Jesuítas de Toulouse, convertendo-se ao catolicismo. Dezassete meses depois, regressou ao protestantismo e, para não ser perseguido, fugiu para Genebra, onde se familiarizou com a obra de René Descartes e começou a estudar Teologia.
Alguns anos depois, regressou a França, onde escreveu sob o pseudónimo de “Bêle” e trabalhou como preceptor para diversas famílias de Ruão e Paris. Em 1675, apresentou a sua candidatura à Academia de Seddan, sendo nomeado para a cadeira de Filosofia.
Quando em 1681 a Universidade fechou, foi nomeado professor de Filosofia e História na “École Illustre” em Roterdão.
Em 1684, Bayle fundou o jornal de crítica literária “Nouvelles de la République des Lettres” que obteve um rápido sucesso em toda a Europa.
Em 1690, publicou “Aviso importante aos refugiados” , em que defendia a liberdade de culto e a tolerância, o que provocou a cólera de várias personalidades. Para ele, a problemática da moral era independente da religião, os ateus podendo ser tão bons como os cristãos ou quaisquer outros.
Os seus inimigos e detractores privaram-no da sua cadeira em 1693, acusando-o de agnosticismo. Isto não o incomodou sobremaneira, porque tinha o tempo bem ocupado, preparando o seu “Dicionário Histórico e Crítico”, obra importante que prefigurou as futuras Enciclopédias.
Os seus últimos anos de vida foram consagrados a vários escritos, respondendo a críticas que eram feitas ao seu Dicionário, que ele continuou sempre a desenvolver.
Em 1906, duzentos anos após da sua morte, foi-lhe erigida uma estátua em Pamiers, como «reparação por um longo esquecimento».

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEFerenc Puskás Biró, futebolista húngaro, considerado um dos melhores jogadores do século XX, faleceu em Budapeste no dia 17 de Novembro de 2006. Nascera na mesma cidade em 2 de Abril de 1927.
Começou a sua carreira de jogador profissional em 1943, no Kispesti (antigo nome do Honvéd), apenas com 16 anos de idade. Dois anos depois foi convocado para a selecção nacional e, em 1948, era o melhor artilheiro da liga húngara com 50 golos. Na Selecção Húngara, que se tornara imbatível no fim da década de 40 e começo da década de 50, era conhecido pelo “major galopante”. Dotado de grande classe, o seu pé esquerdo era um verdadeiro canhão, “disparando” os chutos mais fortes e precisos da história do futebol. Na selecção da Hungria marcou 84 golos em 85 jogos, no Honvéd 358 em 394 e no Real Madrid 324 em 372 partidas.
Os húngaros, com Puskás, foram campeões nos Jogos Olímpicos de 1952, em Helsínquia, jogando um futebol extraordinário.
Em 1958 foi jogar para o Real Madrid onde começou uma nova etapa da sua vida. Destacou-se ao lado de outros jogadores famosos como Di Stéfano, Kopa e Gento. Ganhou nove títulos nacionais e internacionais, que vieram juntar-se aos cinco que havia conquistado na Hungria. Foi quatro vezes o melhor marcador do campeonato espanhol. Naturalizado, vestiu a camisola da Selecção Espanhola nos Mundiais de 1962. Ganhou três Taças dos Campeões Europeus (1959, 1960 e 1966).
Encerrou a sua carreira em Vancouver (1967). Tornou-se então treinador, tendo estado no Panathinaïkos (Grécia), que levou à final da Taça dos Campeões Europeus de 1971, no Colo-Colo (Chile), no AEK Atenas (Grécia), no Al-Masry (Egipto), etc. Acabou a sua carreira de técnico no começo dos anos 1990.
Em 1999 foi designado pela revista Équipe Magazine como o Futebolista Europeu do Século.
Desde 2000, Puskas sofreu de Alzheimer, doença degenerativa que atinge o cérebro e causa a perda progressiva da memória. Teve uma última homenagem em 2004, quando foi eleito o “melhor jogador de sempre da Hungria”, nos 50 anos da UEFA.
O seu estado de saúde agravou-se com uma pneumonia, no Inverno de 2006, tendo morrido num hospital da capital húngara. Teve direito a funeral “de Estado” e a um dia de luto nacional.

domingo, 16 de novembro de 2008

Teste de travões com um carro chinês...

EFEMÉRIDE Charles Maurras, ensaísta, poeta, jornalista e político francês, morreu em Tours no dia 16 de Novembro de 1952. Nascera em Martiques, em 20 de Abril de 1868. Foi o principal fundador do jornal “Action Française” (anti-semita e germanófilo).
Obteve o bacharelato em 1885 e partiu para Paris, onde foi crítico literário e se tornou amigo de Anatole France, o que veio reforçar o seu agnosticismo.
Alguns dos seus livros foram incluídos na lista das obras proibidas pelo Papa Pio XI. Esta proibição seria levantada em 1938, ano em que Maurras foi eleito para a Academia Francesa. O anti-semitismo e o anti-protestantismo eram temas recorrentes nos seus escritos.
Foi evoluindo politicamente, posicionando-se cada vez mais à direita. Admirou Salazar, Franco e Mussolini, admiração que era recíproca. O seu pensamento influenciou muitos políticos, sobretudo europeus e sul-americanos. Curiosamente não confiava no nazismo, que estudou bem. Chegou ao ponto de pedir uma tradução integral, sem cortes, do livro “Mein Kampf” de Hitler.
O ditador português Salazar estudou aprofundadamente as ideias de Maurras, com as quais simpatizava. Elas eram sobretudo o nacionalismo, a ordem e o elitismo. Se bem que fosse monárquico e apoiasse a Igreja do Vaticano, não tinha qualquer lealdade pessoal à Casa de Bourbon e foi agnóstico quase toda a vida. Achava no entanto que a Igreja era um factor de união no país.
Em 1940 apoiou as forças colaboracionistas francesas do Marechal Pétain. Depois da Libertação, em 1945, foi condenado a prisão perpétua e expulso da Academia. Em 1951 beneficiou de um perdão, por razões de saúde, falecendo no ano seguinte. Antes, convertera-se ao catolicismo.
A sua obra literária é constituída por uma imensidade de livros, publicados desde 1889 até 2007, alguns a título póstumo.

sábado, 15 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEErwin Johannes Eugen Rommel, um dos mais destacados e brilhantes oficiais do exército alemão durante a Segunda Guerra Mundial, nasceu em Heidenheim no dia 15 de Novembro de 1891. Morreu em Herrlingen, em 14 de Outubro de 1944. Ele foi um dos poucos generais alemães que não cometeu nenhum crime contra a humanidade nem nenhum crime de guerra.
Rommel ficou mundialmente famoso pela sua intervenção na África do Norte entre 1941 e 1943, comandando o Afrika Korps, um destacamento do exército alemão destinado a auxiliar as forças italianas que estavam a bater em retirada frente ao exército britânico. Em virtude da sua audácia e do domínio das tácticas de guerra com blindados, Rommel era conhecido por “A Raposa do Deserto”. Era temido, mas igualmente respeitado tanto pelos seus homens como pelos inimigos.
Devido à insistência do pai, ingressara no exército aos 18 anos, tendo conquistado o direito de entrar para a Escola de Guerra em Dantzig, responsável pela formação dos oficiais.
Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, o jovem Rommel foi destacado como comandante de um pelotão de infantaria na frente ocidental, com o posto de 2º Tenente. Ferido em combate, recebeu a Cruz de Ferro de 2ª Classe.
Em 1915 assumiu o comando de uma companhia de infantaria e, em resultado de uma acção audaciosa noutra frente de combate, foi agraciado com a Cruz de Ferro de 1ª Classe. Foi deslocado depois para a fronteira da Roménia, que declarara guerra à Alemanha. Em 1917 envolveu-se na Batalha de Caporetto no Norte da Itália, na qual os seus homens capturaram mais de 9.000 soldados e 81 canhões inimigos. Com esse feito, Rommel foi promovido a Capitão e agraciado com a medalha "Para o Mérito", a mais alta condecoração que um oficial germânico poderia receber e que normalmente era reservada a generais.
Terminada a Primeira Guerra Mundial, dedicou-se a reestruturar o exército alemão, derrotado na guerra e ao qual tinham sido impostas várias limitações pelo Tratado de Versalhes. Em 1921 assumiu o comando de um regimento de infantaria, sendo um dos 4 000 oficiais permitidos por aquele Tratado. Na segunda metade dos anos 1920 escreveu um livro intitulado "Ataques de Infantaria", do qual foram vendidos 400 000 exemplares na Alemanha antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
Logo após o início da Guerra , Rommel recebeu o comando da 7ª Divisão Panzer, destacada para actuar na invasão da França em 1940. Sob o seu comando, ela ficou conhecida como "A Divisão Fantasma" devido à sua enorme mobilidade. Fez mais de 10 000 prisioneiros franceses e chegou a avançar 260 km num único dia, feito este que se tornou famoso e que jamais foi igualado por qualquer outra tropa durante a II Guerra Mundial.
Vitorioso, Rommel foi designado em Janeiro de 1941 para o comando da "Afrika Korps”. Com a sua brilhante intervenção, desequilibrou a situação a favor das forças do Eixo, mas acabou por ser derrotado por falta de apoio logístico.
Em 1943 foi escolhido para supervisionar a defesa das áreas costeiras ocupadas da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e França contra possíveis desembarques aliados. Em Janeiro de 1944 foi designado comandante do Grupo de Exércitos estacionado em França. É de salientar que Rommel, ao contrário de outros comandantes alemães, acreditava que os possíveis desembarques aliados iam ocorrer na região da Normandia, o que de facto aconteceu no famoso Dia D.
Quarenta e um dias após o início dos desembarques aliados, Rommel foi gravemente ferido por um caça canadiano que metralhou a viatura em que seguia e ficou hospitalizado durante vários dias. Nesse período, ocorreu um atentado contra Hitler, de que este escapou por pouco. Sem nunca ter feito parte do partido nazi, Rommel tornara-se cada vez mais crítico do governo do Führer e foi implicado naquela acto. Ainda em recuperação médica, recebeu em sua casa a visita de dois oficiais generais no dia 14 de Outubro de 1944.
Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a Hitler, traziam as exigências do Führer a Rommel: deveria ir a Berlim, passar por um julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, sendo a família confinada num campo de concentração, ou então - sozinho - acompanhar os dois oficiais e ingerir veneno para se suicidar, opção esta que garantiria a integridade dos seus familiares. Rommel, com o semblante petrificado, dirigiu-se à sua mulher e disse-lhe «Estarei morto dentro de quinze minutos». Despediu-se da família e acompanhou os dois oficiais numa viagem sem regresso.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEFrederick Grant Banting, médico e cientista canadiano, nasceu perto de Allison, Ontário, no dia 14 de Novembro de 1891. Faleceu em Newfoundland, em 21 de Fevereiro de 1941.
Licenciado em Medicina na Universidade de Toronto, exerceu a sua profissão nesta cidade, mudando-se depois para Inglaterra onde praticou cirurgia ortopédica. Voltou ao Canadá, após servir na Primeira Guerra Mundial. Além de continuar a praticar cirurgia, foi professor de Fisiologia na Universidade de Western Ontario.
Ganhou o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1923, com John MacLeod, e foi um dos descobridores da insulina, juntamente com o seu aluno Charles Best, com o professor John Macleod e com o químico James Collip, todos da Universidade de Toronto. Banting isolou a insulina, hormona segregada pelo pâncreas e cuja deficiência provoca o aumento de glicemia no sangue - a diabetes. Na década 1920, começou a tratar a doença com insulina artificial produzida no Canadá. O nome “insulina”, derivado do latim “insula”, deve-se ao facto de, anteriormente, alguns pesquisadores terem sugerido que ela podia ser produzida nas ilhotas de Langerhans, que fazem parte da estrutura do pâncreas.
Foi director do Departamento de Pesquisas Médicas Banting & Best e criou a Fundação Banting para Pesquisas e o Instituto Banting de Toronto. Foi nomeado Cavaleiro do Império Britânico em 1934.
Morreu quando o avião em que viajava com destino a Inglaterra se despenhou na Terra Nova, durante a Segunda Guerra Mundial.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEStephen Baxter, escritor britânico de ficção científica, nasceu em Liverpool no dia 13 de Novembro de 1957.
Recebeu formação científica nas Universidades de Cambridge e de Southampton. Professor de matemática, física e informática, candidatou-se em 1991 para participar numa missão na Estação Espacial Russa Mir.
Dedica-se inteiramente à Literatura desde 1995. Autor com grande produção, escreveu dezenas de obras e recebeu diversos galardões, como o Prémio John W. Campbell e o Prémio Philip K. Dick.
Os seus livros são baseados em descobertas tecnológicas e científicas solidamente comprovadas. A conquista espacial, e os desafios tecnológicos, políticos e humanos que ela veio pôr, são os seus temas preferidos. Não negligencia no entanto as suas personagens, cultivando um bem elaborado sentido de intriga, para enlear os leitores.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

EFEMÉRIDE Charles Milles Manson, de nacionalidade americana, fundador, mentor e líder de um grupo que cometeu vários assassinatos, entre eles o da actriz Sharon Tate, esposa do realizador Roman Polanski, nasceu em Cincinnati, no Ohio, em 12 de Novembro de 1934.
Era filho de uma prostituta alcoólica, que o rejeitou, e esteve várias vezes internado em reformatórios juvenis, por crimes de falsificação e roubo. Acabara de cumprir justamente uma pena de dez anos, quando formou - em 1964 - uma comunidade “estilo hippy” perto de Los Angeles. Manson tinha ideias mirabolantes e os seus seguidores consideravam-no a reencarnação de Cristo. Pelo seu carisma e com a utilização de drogas, conseguia convencer os seus adeptos que o fim do Mundo estava próximo e que os culpados eram os Negros. Seria necessário assassinar pessoas e fazer cair as culpas sobre eles.
Em Agosto de 1969, alguns dos seus seguidores invadiram a casa de Roman Polanski, em Bel Air, assassinando a sua esposa, que estava grávida, e mais quatro amigos do casal. As vítimas foram baleadas, esfaqueadas e espancadas até a morte, e o sangue usado para escrever mensagens nas paredes. Na noite seguinte, agiram da mesma maneira na casa de Rosemary e Leno LaBianca, um casal muito rico de Los Angeles, matando os dois.
O objectivo dos assassinatos planeados por Charles Manson seria provocar um conflito inter-racial que, segundo ele, levaria à maior guerra jamais vista à face da terra.
Linda Kasabian, uma das integrantes da comunidade, resolveu porém denunciar Manson e os outros responsáveis à polícia, por não concordar com os assassinatos e também para beneficiar de indultos.
Charles Manson, com 37 anos, foi preso e acusado de seis mortes, sendo levado a tribunal, embora alegasse não ter participado pessoalmente em nenhuma delas. Durante o julgamento, afirmou o seu ódio profundo pela Humanidade e apresentou-se com uma cruz gamada tatuada na testa. Ele e outros cinco foram condenados à morte em 1971. Com a mudança das leis penais no ano seguinte, a pena foi comutada em prisão perpétua.
Os seus pedidos de liberdade condicional (o último em Maio de 2007) têm sido todos recusados, continuando preso na Califórnia, numa unidade especial de isolamento, onde também se encontra o assassino de Robert Kennedy. Só poderá voltar a recorrer em 2012, terá então 78 anos.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEJean-Louis Curtis, de seu verdadeiro nome Albert Laffitte, romancista e ensaísta francês, morreu em 11 de Novembro de 1995. Nascera em Orthez no dia 22 de Maio de 1917.
Fez os estudos secundários no colégio católico da sua cidade natal e os estudos superiores na Faculdade de Letras de Bordéus, na Sorbonne em Paris e em Inglaterra onde esteve de 1937 a 1939.
Foi mobilizado em 1939 para um regimento de Infantaria, optando no ano seguinte pela Aviação que estava então a pedir voluntários. Foi aluno-piloto em Versalhes e Nanterre, sendo depois transferido para Marrocos, prosseguindo a sua aprendizagem em Meknès e Kasbah-Tadla. Desmobilizado em Setembro de 1940, voltou a França onde foi professor em Baiona.
Ganhou o prestigioso Prémio Goncourt em 1947, com o romance “As florestas da noite”.
Em 1955 deixou o Ensino, passando a consagrar-se inteiramente ao trabalho de escritor. Colaborou em muitos jornais e revistas, como Le Figaro, Le Nouvel Observateur, Les Nouvelles littéraires, Le Quotidien de Paris, L’Express, La Nouvelle Revue française e Cahiers des Saisons.
Traduziu obras de Shakespeare para a “Comédie Française” e foi o responsável pela legendagem de uma série da BBC sobre aquele escritor inglês.
Em 1972 recebeu o “Grande Prémio da Academia Francesa” e, em 1981, o “Prix Pierre de Monaco”.
Foi eleito para a Academia Francesa em 1986, era Oficial da Legião de Honra e Oficial das Artes e das Letras.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Quem quer ser milionário?" - Versão espanhola para sorrir...

EFEMÉRIDEMartinho Lutero (Martin Luther), teólogo alemão, considerado o pai da “Reforma Protestante”, que mudou o curso da civilização ocidental, nasceu em Eisleben no dia 10 de Novembro de 1483. Morreu na mesma localidade em 18 de Fevereiro de 1546.
Obteve um bacharelato em 1502 e concluiu um mestrado em 1505. Inscreveu-se então na Faculdade de Direito, mas o seu destino mudou após uma grande tempestade ocorrida naquele mesmo ano. Um raio caiu próximo de Martinho que, aterrorizado, gritou: «Ajuda-me, Sant'Ana, e eu me tornarei um monge!». Promessa feita, promessa cumprida. Deixou a Universidade, vendeu todos os seus livros e entrou para a Ordem Agostiniana. Dedicou-se inteiramente à vida no mosteiro, cumprindo todas as suas tarefas e rituais, mas reiniciando também a vida académica.
Em 1507 foi ordenado sacerdote e, no ano seguinte, começou a ensinar Teologia na Universidade de Wittenberg. Simultaneamente obteve outro bacharelado em Estudos Bíblicos e, dois anos depois, visitou Roma, de onde regressou bastante decepcionado.
Em 1512 doutorou-se em Teologia e foi recebido no Senado da Faculdade Teológica com o título de "Doutor em Bíblia". Em 1515 foi nomeado vigário da sua Ordem.
Estudou grego e hebraico para aprofundar o significado e a origem das palavras utilizadas nas Escrituras, conhecimentos que utilizaria mais tarde para a sua própria tradução da Bíblia.
Além das suas actividades como professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na Igreja de Santa Maria. Foi durante esse período que o jovem sacerdote se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgências aos fiéis poderiam acarretar. A indulgência era a remissão (parcial ou total) do castigo temporal imputado a alguém por conta dos seus pecados. Naquele tempo qualquer pessoa poderia comprar uma indulgência. Um frade fora mesmo recrutado, para viajar através dos territórios episcopais do arcebispo Alberto de Mogúncia, promovendo e vendendo indulgências com o objectivo de financiar as reformas da Basílica de São Pedro em Roma.
Lutero viu este tráfico de indulgências como um abuso, que poderia confundir as pessoas, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Em 1517 foram afixadas as suas “95 Teses”, na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre as Indulgências.
Foi acusado de heresia por se opor à doutrina do Sumo Pontífice. Lutero, que anteriormente professava a obediência implícita à Igreja, negava agora abertamente a autoridade papal e apelava para que fosse realizado um Concílio. Não pareciam haver esperanças de entendimento e os escritos de Lutero circulavam amplamente, alcançando a França, a Inglaterra e a Itália.
Em 1520, Lutero escreveu “à nobreza cristã da nação alemã”, recomendando que se fizesse a reforma requerida por Deus, mas abandonada pelo Papa e pelo clero. Pela primeira vez Lutero referiu-se ao Papa como o Anticristo. As reformas que Lutero propunha não se referiam apenas a questões doutrinárias, mas também a abusos eclesiásticos.
O Papa ameaçou-o com a excomunhão, a menos que, num prazo de sessenta dias, repudiasse a sua doutrina. Lutero respondeu que não se submetia a leis, ao interpretar a palavra de Deus. O Papa Leão X acabou por o excomungar em 1521.
O Imperador Carlos V convidou-o a renunciar ou a confirmar as suas afirmações. Foi-lhe mostrada uma mesa cheia de cópias dos seus escritos, sendo-lhe perguntado se os livros eram da sua autoria e se ele acreditava naquilo que eles diziam. Lutero pediu um tempo para pensar na resposta. Isolou-se em oração e, no dia seguinte, afirmou que não queria retratar-se de nada, porque fazer algo contra a sua consciência não era seguro nem saudável. «Não posso fazer outra coisa. Esta é a minha posição. Que Deus me ajude!».
Nos dias seguintes, houve muitas reuniões privadas para determinar qual o destino a ser dado a Lutero. Antes que a decisão fosse tomada, ele desapareceu, sendo declarado fugitivo e herege.
Lutero já tinha muitos seguidores, que queriam fazer até mais rapidamente as reformas na Igreja. Lutero aconselhou porém uma reforma cuidadosa, que levasse em consideração a consciência daqueles que ainda não estivessem convencidos da sua justeza.
Em 1523 ajudou doze freiras a escaparem do cativeiro, no Convento de Nimbschen. Entre essas freiras encontrava-se Catarina von Bora, com quem veio a casar-se dois anos depois. Este casamento incentivou o casamento de outros padres e freiras, que haviam adoptado a Reforma. Foi um rompimento definitivo com a Igreja Romana. Lutero decidiu reformar então a Igreja, fundando o Protestantismo, que não seguia tradições, mas apenas a doutrina expressa na Bíblia. A tradução desta, feita por Lutero, suplantou as anteriores porque, para além da sua qualidade, foi amplamente divulgada por meio da Imprensa, entretanto desenvolvida por Gutenberg.

domingo, 9 de novembro de 2008

EFEMÉRIDE Imre Kertész, escritor húngaro de religião judaica, sobrevivente dos campos de concentração nazis, galardoado com o Prémio Nobel da Literatura de 2002, nasceu em Budapeste no dia 9 de Novembro de 1929.
Quando voltou à Hungria, em 1945, todos os membros da sua família tinham desaparecido. Em 1948 começou a trabalhar como jornalista. Tem-se dedicado inteiramente à literatura e a traduções desde 1953. Na década 1960, para ganhar a vida, escreveu algumas comédias musicais.
A sua obra mais conhecida “Sem destino” descreve a experiência de um rapaz de quinze anos nos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau, Buchenwald e Zeitz, mas Kertész desmentiu que se trate de uma autobiografia. Em 2005 este livro foi adaptado ao cinema.
Imre Kertész, além de ser romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta, traduziu para húngaro vários autores estrangeiros como Nietzche e Sigmund Freud. Foi o primeiro húngaro a receber o Prémio Nobel de Literatura.
Foi quase ignorado na Hungria até 1989, apesar de muitos dos seus livros terem merecido traduções no estrangeiro, sobretudo na Alemanha.
Peter Lazlo Zent, director do Festival Internacional do Livro de Budapeste, observou que o que faz de Imre Kertész um escritor genial é o facto da sua obra não ser marcada por experiências «sob o ponto de vista da vítima», mas sim «pela procura do humano, no que há de mais desumano».

sábado, 8 de novembro de 2008


OLHARES OPOSTOS
(quadras)

1

Perco-me num labirinto
De guerra, fome e pobreza
Olho p’ra o mundo e sinto
Uma infinita tristeza

2

Olho p’ra o mundo e sinto
Uma alegria sem par
Com o arco-íris, pinto
As cores do teu olhar

.
Gabriel de Sousa
O LOBO E A COBRA

Era uma vez um lobo que vivia numa serra muito fria. Fazia sempre «auuuuuu» quando via alguém.
Um dia, viu uma cobra e apaixonou-se. E disse o lobo à cobra:
- Queres vir jantar a minha casa?
- Sim quero!
Disse a cobra.
Então eles foram jantar.
A cobra viu o jantar, revirou os olhos e comeu tudo. E como o jantar estava bom, ficou com inveja por não saber cozinhar tão bem, comeu o lobo e fez-se o funeral. Choraram todos.

Vitória,
vitória,
acabou-se a história!



Maria de Sousa Álvares Pereira
(Minha neta, 8 anos)
EFEMÉRIDEPeter Ulrich Weiss, também conhecido por Sinclair, pintor, escritor e dramaturgo alemão, nasceu em Neubabelsberg, perto de Berlim, em 8 de Novembro de 1916. Faleceu em Estocolmo no dia 10 de Maio de 1982.
Filho de um pequeno industrial judeu e de uma actriz cristã, Peter Weiss viveu a infância em Bremen e a adolescência nos subúrbios de Berlim. Com a chegada de Hitler ao poder, a família refugiou-se em Londres, mudando-se posteriormente para a Checoslováquia e fixando-se depois na Suécia, um pouco antes da 2ª Guerra Mundial.
Começou a sua carreira literária escrevendo em língua sueca, fazendo-o mais tarde em alemão. A sua melhor obra terá sido “Perseguição e Assassinato de Jean-Paul Marat”. Nesta obra, de compromisso político e que lhe valeu o título de "Novo Brecht", os loucos de um manicómio levam a cabo uma representação teatral sobre o personagem histórico Marat. Alguns críticos vêem nesta obra a síntese de várias correntes teatrais modernas: teatro épico, teatro do absurdo e teatro da crueldade, entre outras.
Nos anos 1960, escreveu uma peça teatral sobre Portugal e o colonialismo português: “Canto do Papão Lusitano”, publicado em França, em língua portuguesa, pelas edições “Ruedo Ibérico” (1969).

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Bebé indiano a "brincar"
EFEMÉRIDETerence Steve McQueen, actor e produtor de cinema norte-americano, também piloto de moto e de automóvel, morreu em Ciudad Juárez, no México, em 7 de Novembro de 1980, vítima de crise cardíaca, após uma delicada cirurgia para lhe extrair um tumor nos pulmões. Nascera em Beech Grove, no dia 24 de Março de 1930.
Teve uma juventude acidentada, convivendo com hippies, delinquentes e transviados. Passou dois anos num reformatório da Califórnia e, aos 15 anos, abandonou a família para entrar no mundo do trabalho. Foi marinheiro, carregador, empregado de um posto de gasolina e vendedor. Em 1947 alistou-se nos Marines, onde foi mecânico. O destino sorriu-lhe, quando aceitou ganhar quinze dólares semanais, para dizer um simples diálogo numa peça em exibição num pequeno teatro da Broadway.
Definia-se a ele próprio como cínico e rebelde, sempre procurando interpretar personagens nada românticos e nunca galãs. Ao chegar a Hollywood, nos anos 1950, foi saudado como o sucessor de James Dean. Em 1952 estudou no “Actors Studio” de Nova Iorque.
Começou a trabalhar na televisão. sobretudo em aventuras que exigiam grande sangue frio. O seu primeiro filme foi rodado em 1956 : “Marcado pelo Ódio”. Era o princípio de uma carreira, que faria dele um dos grandes actores da sua geração. Dos muitos filmes que fez, os principais terão sido: “Os Sete Mercenários”, “A Grande Invasão”, “Bullitt” e “Papillon”.
Sendo ele próprio um grande amador dos desportos mecânicos, dispensava muitas vezes os duplos nas cenas mais arriscadas.
A pressão de Hollywood abriu-lhe as portas da “noite” e das substâncias ilícitas, de que muitas vezes abusou (heroína, cannabis, etc.).
Bastante doente, fez-se operar no México, porque os cirurgiões americanos recusavam-se a operá-lo, temendo pelo seu coração, demasiadamente frágil apesar de ter apenas 50 anos.
Quando faleceu, possuía já a sua própria empresa cinematográfica (“Solar”) e era uma das mais populares figuras do cinema norte-americano.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEJoseph Raymond “Ray” Conniff, músico norte-americano, nasceu em Attleboro, no Massachusetts, em 6 de Novembro de 1916. Morreu na Califórnia no dia 12 de Outubro de 2002, vítima de um segundo derrame cerebral.
Filho de pais músicos, também ele quis seguir uma carreira musical. Fez um curso por correspondência, que lhe custou um dólar (!) e que o iniciou na parte teórica. Ainda bastante jovem, formou o seu primeiro grupo e, mais tarde, para se aperfeiçoar, ingressou na Juilliard School. Depois de obter uma sólida base musical, como trombonista e arranjador em várias bandas, passou a escrever arranjos para outros músicos.
Era tal o seu talento que, em 1955, a convite da CBS, formou a sua própria orquestra. A sua maneira de associar as vozes masculinas a trombones, trompas e saxofones baixos, e as vozes femininas a clarinetes e saxofones altos, dava-lhe uma característica fora do vulgar e muito própria.
Do seu primeiro disco, gravado em 1956, foram vendidos milhões de exemplares, permanecendo vários meses nos “Top-Ten”. Os álbuns seguintes constituíram igualmente grandes êxitos.
Ray Conniff foi um músico notável, sobretudo até ao meio dos anos 1960, época em que actuou também no Brasil, convidado para o Festival Internacional da Canção. Dirigindo uma orquestra constituída por um coral e músicos brasileiros, levou ao delírio o público do “Maracanãzinho”. Foi o início de uma série de tournées que o levaram à América Latina, Inglaterra, Alemanha. Rússia, Japão, etc. Passou a ir ao Brasil anualmente, sendo a última vez em 2001.
Nas décadas de 1980/1990, voltou-se de vez para o mercado latino, tendo gravado centenas de canções, incluindo algumas brasileiras. Publicou também vários álbuns de bandas sonoras de filmes americanos, que incluíram sucessos como Titanic e Super-homem.
A última canção que gravou foi “Nossa Senhora” do brasileiro Roberto Carlos. Ao longo da sua carreira, ganhou nove discos de oiro e um de platina, tendo recebido igualmente um “Grammy”.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

EFEMÉRIDE Vivien Leigh, de seu verdadeiro nome Vivian Mary Hartley, actriz de teatro e de cinema britânica, nasceu em Darjeeling, na Índia, em 5 de Novembro de 1913. Faleceu em Londres no dia 8 de Julho de 1967.
A família deixou a Índia e fixou-se no Reino Unido, onde a jovem Vivien cresceu. Foi educada num convento, obtendo depois um diploma na “Academia Real de Arte Dramática”.
Apesar de ter feito relativamente poucos filmes, Vivien ganhou o “Oscar de Melhor Actriz” por duas vezes: a primeira, com “E Tudo o Vento Levou” (1939) e a segunda, com “Um Eléctrico Chamado Desejo” (1952).
Com o filme “Uma rua chamada pecado” foi também considerada a “Melhor Actriz” no “Festival de Cinema de Veneza” em 1951.
O seu segundo marido, Laurence Olivier, dirigiu-a em vários dos seus filmes. Com uma carreira teatral de trinta anos, ela era bastante versátil, tendo interpretado desde heroínas de comédias até personagens de dramas clássicos Shakespearianos.
Afectada por um distúrbio bipolar durante a maior parte de sua vida adulta, o humor de Vivien não era compreendido pelos realizadores e assim ganhou a reputação de ser uma actriz de trato difícil.
Era uma grande fumadora, chegando a fumar quatro maços de cigarros por dia. Foi-lhe diagnosticada uma tuberculose crónica em 1944. Vivien tornou-se bastante frágil a partir de então. Em 1960 foi atormentada também por uma doença maníaco-depressiva e divorciou-se de L. Olivier, por ele a ter traído com Joan Plowright.
Vivien continuou a trabalhar esporadicamente no cinema e no teatro, até morrer subitamente em Julho de 1967.
Foi considerada por muitos como uma das mais belas mulheres da história do cinema, tendo uma estrela no célebre “Passeio da Fama” no Hollywood Boulevard.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

EFEMÉRIDEWilfred Edward Salter Owen, poeta e militar inglês, morreu em Ors no dia 4 de Novembro de 1918. Nascera em Plas Wilmot, em 18 de Março de 1893.
Estudou no “Birkenhead Institute” e na “Shrewsbury Technical School”, tendo descoberto a sua vocação poética durante umas férias em Cheshire. Recebeu uma educação anglicana e frequentou a Universidade de Londres.
Em Outubro de 1915 alistou-se no exército e, em 1917, recebeu o posto de “subtenente” ao serviço do Regimento de Manchester. Depois de algumas experiências traumáticas, foi-lhe diagnosticado uma síndrome comocional (shell shock) sendo internado no Hospital Militar de Edimburgo. Foi aqui que conheceu o poeta Siegfried Sassoon que muito o influenciou.
De volta para a frente de combate, em Outubro de 1918, morreu no mês seguinte, precisamente sete horas antes de ter sido assinado o Armistício. A mãe foi avisada, quando os sinos começavam a repicar festejando a assinatura daquele documento.
Os seus poemas sobre a guerra só foram publicados em 1920, revelando um poeta pleno de autenticidade e realismo, que foi então considerado o “grande poeta da Primeira Guerra Mundial”. Descreveu a brutalidade e o horror da guerra nas trincheiras e os ataques com gás. Exerceu um grande fascínio na poesia inglesa dos anos 1930.
Os seus restos mortais, bem assim como os de todos os seus camaradas de armas dizimados em Ors pelos alemães, repousam no cemitério local. Foi-lhe atribuída a “Military Cross”, a título póstumo, pela sua coragem e pelas suas qualidades de chefia.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

EFEMÉRIDE Ann Scott, romancista francesa, nasceu em Boulogne-Billancourt no dia 3 de Novembro de 1965. É autora de várias novelas e romances, entre os quais “Superstars” considerado o “primeiro romance pop francês”.
Filha de mãe russa (fotógrafa) e de pai francês (homem de negócios e coleccionador de arte contemporânea), viveu em Paris até aos dezasseis anos. Instalou-se depois em Londres. Começou pela música, antes de se tornar manequim. Fez desfiles para John Galliano, Yohji Yamamoto e Jean-Paul Gaultier. Foi contratada igualmente para campanhas publicitárias pelos produtos “L'Oréal” e pelo célebre cabeleireiro inglês Vidal Sassoon. Apareceu em capas e artigos de várias revistas inglesas, italianas e francesas. A sua carreira no mundo da Moda durou três anos.
Aos vinte anos descobriu o seu gosto pela leitura através das obras de William S. Burroughs, Jack Kerouac e Truman Capote. Um encontro com o editor e escritor francês Michel Luneau convenceu-a a iniciar-se na Literatura. Começou por escrever algumas novelas em revistas, antes de se lançar como romancista.
Superstars”, manifesto da geração “tecno”, consagra-a como “autora de culto” desde a sua publicação em 2000.
Além de romances, continua a publicar novelas em revistas parisienses e em diversas antologias. A sua obra denota influências de Balzac e Truman Capote. Os temas recorrentes nos seus escritos são a música, as drogas, a morte e a sexualidade. Para ela a «bissexualidade é uma forma de equilíbrio, enquanto a homossexualidade é patológica».
Durante a sua estadia em Londres foi companheira de vários músicos ingleses, sendo conhecidas igualmente algumas ligações bissexuais com actrizes e manequins.

domingo, 2 de novembro de 2008

EFEMÉRIDETheo van Gogh, escritor, jornalista e realizador de cinema holandês bastante polémico, morreu em Amesterdão no dia 2 de Novembro de 2004. Nascera em Haia, em 23 de Julho de 1957. O seu bisavô era irmão do famoso pintor holandês Vincent van Gogh.
Abandonou o curso de Direito, tornou-se encenador e encetou a carreira de realizador em 1982. Recebeu dois “Gouden Kalf “, o equivalente holandês dos Oscares. Entrou também como actor num filme em 1992. Trabalhou igualmente na televisão e escreveu artigos, frequentemente provocadores, no jornal “Metro”, entre outros. Era membro da Sociedade Republicana Holandesa (anti-monárquica).
Van Gogh tornou-se famoso pelas provocações que fez a várias religiões. Disse, por exemplo, que Jesus Cristo era «um peixe podre da Nazaré». Desrespeitou igualmente os judeus, dizendo que «o cheiro a caramelo, sentido quando os incineravam, indicava que eles eram todos diabéticos». Atacou particularmente o Islão, tendo realizado uma curta-metragem para a televisão (“Submissão”), na qual criticou a situação das mulheres islamitas, mostrando uma jovem nua com frases do Corão escritas sobre o corpo. Publicou também artigos num jornal diário holandês, em que retratava Maomé como pedófilo, visto ter casado com uma menina de nove anos.
Após ter recebido várias ameaças de morte, foi esfaqueado e alvejado com oito tiros por um fanático religioso muçulmano, morrendo de imediato. No cadáver foi encontrada uma faca e uma folha de papel com versículos do Corão. O assassino foi detido pela polícia, após perseguição e depois de ter sido alvejado numa perna. Era um jovem muçulmano de 26 anos, de dupla nacionalidade (holandesa e marroquina) e foi condenado a prisão perpétua. Confessou o crime, afirmou ter agido em nome da sua religião e que voltaria a repetir o acto, não demonstrando qualquer arrependimento.
O último livro que Theo escrevera, em 2003, foi “Alá sabe melhor”, em que fez uso de um estilo irónico e bastante sarcástico. Embora se possa defender o “direito à liberdade de expressão”, também se poderá dizer que Theo van Gogh tudo fez para escolher o seu destino…

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